A bancada da saúde no Congresso dá guinada à direita
Por Mário Scheffer – Blog Politica&Saude – Estadão
A saúde no Brasil representa quase 10% do PIB e movimenta mais de R$ 711 bilhões por ano.
Por isso, qualquer medida tomada pelo Congresso Nacional sempre tem grandes consequências, desde a aprovação de maior ou menor orçamento do Ministério da Saúde até uma nova lei que favorece ou prejudica empresas do setor.
Fechada a apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a saúde no Legislativo federal, a partir de 2023, tenderá a repetir uma representação acanhada, fragmentada e paroquial.
Entre os parlamentares com origem ou passagem na área, eleitos pela primeira vez ou reconduzidos, há representantes corporativos de profissões, quem defende os direitos de pacientes com condições específicas, ocupantes de cargos do Executivo e políticos em mandatos longevos, que ao longo do tempo se tornaram distantes da saúde e mais próximos das burocracias partidárias.
Em 2023, estarão disponíveis R$ R$ 19,6 bilhões para emendas parlamentares da saúde. A liberdade de direcionar recursos a redutos impulsionou reeleitos, o que será um ativo político também para novatos.
Sem méritos ou capacidade de formulação em temas de saúde nacionais, parte da bancada setorial se restringirá a demandas de bases locais.
A próxima legislatura da Câmara não contará com Henrique Fontana (PT-RS), Chico D’Angelo (PDT-RJ), Ivan Valente (PSOL-SP) e Luiz Henrique Mandetta (União Brasil-MT), para citar alguns deputados que se destacaram na discussão de matérias da saúde.
Foram reeleitos os médicos Arlindo Chinaglia (PT-SP), Jandira Feghali (PcdoB-RJ), Alexandre Padilha (PT-SP) e Jorge Solla (PT-BA), dentre outros que são defensores do SUS mas não têm conseguido articular, a partir do Legislativo, mudanças estruturais na oferta da rede pública.
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A pandemia teve relativa repercussão no desempenho de candidatos ao Legislativo.
Ex-secretários de saúde, que ganharam notoriedade no combate à covid, conseguiram vaga na Câmara dos Deputados. É o caso dos estreantes Leo Prates (PDT-BA), Daniel Soranz (PSD-RJ) e Ismael Alexandrino (PSD-GO), além de Beto Preto (PSD-PR), este um político veterano.
Já Eduardo Pazuello (PP-RJ) foi eleito deputado federal provavelmente muito mais por votos de militares e familiares, do que de simpáticos à sua desastrosa gestão como Ministro da Saúde.
Foram mal nas urnas tanto Nise Yamaguchi (Pros-SP) e Mayra Pinheiro (PL-CE), divulgadoras da cloroquina, quanto Mônica Calazans (PSDB-SP), símbolo da vacinação, por ter sido a primeira imunizada contra a covid no País.
O presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais, Bruno Farias (Avante), e a enfermeira Ana Paula Lima (PT-SC), que já era deputada estadual, conquistaram cadeiras na Câmara. Eles se juntam a outra representante da categoria, Carmen Zanotto (Cidadania-SC), reeleita após forte presença na aprovação da lei do piso salarial da enfermagem.
Integrantes da Frente Parlamentar da Medicina, os deputados Doutor Luizinho (PP-RJ), Mário Heringer (PDT-MG) e Luciano Ducci (PSB-PR) continuam na Câmara, assim como outros que acompanham pleitos de entidades médicas e empresariais.
Um traço geral que se projeta é a guinada da bancada da saúde para a direita.
Antes oriundos predominantemente de partidos de esquerda, profissionais de saúde e gestores do SUS chegam ao Legislativo filiados a siglas do Centrão e da base de apoio a Bolsonaro.
Tanto na Câmara quanto no Senado, a bancada dos planos de saúde privados está intacta e turbinada.
Foram eleitos senadores Rogerio Marinho (PL-RN) e Hiran Gonçalves (PP-RR). Ambos eram deputados quando comandaram tentativas de aprovar legislação para liberar a venda de planos de saúde de menor cobertura e alterar o estatuto do idoso, permitindo reajuste de mensalidades após 60 anos de idade.
Na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR) e Arthur Lira (PP-AL) ganharão reforço de Eunício Oliveira (MDB-CE), todos com histórico de influência na indicação de cargos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Uma análise apressada conclui que foram eleitos parlamentares da saúde para todos os gostos.
Sob um enfoque mais rigoroso, manifestam-se dificuldades, pois deputados e senadores apegados a pautas locais e corporativas dificilmente conseguirão tirar o SUS do atoleiro.
Comentários
Zé Maria
https://twitter.com/Glauber_Braga/status/1578742235591454722
Sob a alegação de que está cumprindo limitação de Teto de Gastos,
Bolsolão Corta Verbas de Programas Sociais da Saúde, da Educação
e da Moradia Popular, além de outros, e redireciona o Dinheiro ao
“Orçamento Secreto”.
O desGOVERNO BOLSONARO CORTOU DO ORÇAMENTO PÚBLICO
E REPASSOU AO “ORÇAMENTO SECRETO” PARA USO DE PARLAMENTARES
(DEPUTADOS E SENADORES) DA BASE GOVERNISTA, SEM IDENTIFICAÇÃO.
Foram os Seguintes os CORTES:
.
45% no Programa de COMBATE AO CÂNCER;
https://pbs.twimg.com/media/FejR-MdXgAIiZHk?format=jpg
..
50% do Valor antes Reservado ao Programa MAIS MÉDICOS;
https://pbs.twimg.com/media/FejR-MfXEAQGLDB?format=jpg
.
58% no DataSUS;
https://pbs.twimg.com/media/FejR7iVXgAIl-Cn?format=jpg
.
59% no Programa FARMÁCIA POPULAR;
https://pbs.twimg.com/media/FejR7iVXEAAVGga?format=jpg
.
95% do Programa Casa Verde-Amarela (antigo MINHA CASA MINHA VIDA)
https://pbs.twimg.com/media/FejR7iUWAAURZRf?format=jpg
.
95% dos Valores destinados ao Programa de CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES;
https://pbs.twimg.com/media/FejR7iSWAAAQMYy?format=jpg
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97% das Verbas para manter a INFRAESTRUTURA DAS ESCOLAS;
https://pbs.twimg.com/media/FejRsL3XEAE4EQ_?format=jpg
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99% dos Recursos antes Destinados a Trabalhadores Rurais
e Agricultores da Economia Familiar para CONSTRUÍREM
OU REFORMAREM SUAS CASAS.
.
99% dos Investimentos em AÇÕES PARA MULHERES;
https://pbs.twimg.com/media/FejRsL2XgAAK2G_?format=jpg
.
Todos os Valores Cortados dos Benefícios Sociais
foram Repassados ao “Orçamento Secreto”, que
ninguém sabe quem recebe, para que são usados
nem para onde vão.
Esse tal “Orçamento Secreto” é, na realidade, o
MAIOR ESQUEMA DE CORRUPÇÃO DA HISTÓRIA!
E o Bolsolão diz que não é um Governo Corrupto.
.
Zé Maria
Só Prá Lembrar
“Aquele (novo) corte que foi anunciado na Saúde,
que afeta diretamente o programa da Farmácia Popular,
está MANTIDO.
A notícia de que havia sido revisto não era exatamente real.
Segundo o gestor da Economia, ela vai ser “revista
UM DIA DEPOIS DAS ELEIÇÕES”.
Vocês sabem qual a razão?
Os cortes são necessários, ao que consta, para redirecionar o dinheiro
para o pagamento das emendas do “orçamento secreto” – que tem
esse nome pela absoluta FALTA DE TRANSPARÊNCIA (como é que
admitimos isso??) e cuja liberação às vésperas das eleições só reforça
o seu caráter eleitoreiro.
Mas quero convidar todos vocês a fazer um exercício aqui.
Os cortes afetarão, dentre outros itens distribuídos gratuitamente
na Farmácia Popular, as fraldas geriátricas.
Minha pergunta para vocês é QUEM vocês acham que é a PESSOA QUE PRECISA
buscar fraldas geriátricas gratuitas nesse programa?
Num pensamento rápido, vocês podem lembrar de pessoas com deficiências
físicas e/ou mentais, idosos e idosas em situação de fragilidade e em condições
socioeconômicas trágicas, certo?
Não precisou de muito esforço.
Pois bem: são essas as pessoas que estão sendo CONDENADAS A SE BANHAR
NOS PRÓPRIOS DEJETOS para que dinheiro público seja distribuído com
fins ANTIDEMOCRÁTICOS.
E não é sobre a sujeira e a humilhação não: a ausência de fraldas propicia
o aumento de infecções urinárias, lesões e infecções de pele, dentre outras
afecções.
Lembro que este corte e o que ele significaria foi decidido em conjunto
por ambos os ministros da saúde e da economia, por mais grotesco, cruel
e desumano que isso pareça.
Para melhorar, as contas de 2021 – auge da pandemia – do Ministério da Saúde,
PELA PRIMEIRA VEZ NA HISTÓRIA, foram REPROVADAS pelo Conselho Nacional
de Saúde.
É o fundo do fundo do fundo do poço.
Lucidez e memória, minha gente.”
INFECTOLOGISTA LUANA ARAÚJO
https://instagram.fpoa4-1.fna.fbcdn.net/v/t51.2885-15/306816205_1262274964524819_2501735357838361156_n.jpg?stp=dst-jpg_e35_s640x640_sh0.08&_nc_ht=instagram.fpoa4-1.fna.fbcdn.net&_nc_cat=103&_nc_ohc=GGTP3TQj3hkAX8U4fGA&edm=AP_V10EBAAAA&ccb=7-5&oh=00_AT87uc4V2fTIvF6IDcEhC3KaUamyK0L9KL64CkU3WnorgQ&oe=63499ACC&_nc_sid=4f375e
Zé Maria
.
“Comparando a LOA – Lei Orçamentária Anual – do ano de 2022
e a prevista para 2023, corrigida pela inflação.o orçamento do
Ministério da Saúde (MS) NÃO SÓ NÃO AUMENTA COMO FOI
REDUZIDO EM 60%.
Somadas as Perdas de 12 Programas Diferentes,
na Área da Saúde Pública, cortes chegam a
MAIS DE TRÊS BILHÕES DE REAIS [R$ 3,3 Bi].
Isto significa menor oferta na farmácia popular –
de fralda a tratamento de câncer, menos dinheiro
para combate ao HIV, menor número de médicos
com residência e pior atendimento à população
indígena e ribeirinha, menor investimento em
tecnologia em saúde, pior atendimento a
gestantes e bebês…
O corte é drástico é cruel.”
INFECTOLOGISTA LUANA ARAÚJO
https://instagram.fpoa4-1.fna.fbcdn.net/v/t51.2885-15/311376917_837516770733732_4663686185923287490_n.jpg?stp=dst-jpg_e35_p640x640_sh0.08&_nc_ht=instagram.fpoa4-1.fna.fbcdn.net&_nc_cat=100&_nc_ohc=F3H4Zzb4MJsAX8bL4Dl&edm=AP_V10EBAAAA&ccb=7-5&oh=00_AT9HCUy2Z9ec8re4nzcUb5KVGQ4qfV62_4lK0Um5LoyOiA&oe=63489B7C&_nc_sid=4f375e
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