Dr. Rosinha: 7 de Setembro brochou para o imbrochável

Tempo de leitura: 3 min
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Por Dr. Rosinha

Imbrochável

O palanque do 7 de Setembro foi explicitamente criminoso, pois é nítido o abuso do poder político e econômico.

Por Dr. Rosinha*

“Ninguém é mais arrogante em relação às mulheres, mais agressivo ou desdenhoso do que o homem que duvida de sua virilidade”. Simone de Beauvoir

Esta epígrafe é o retrato falado de Jair M. Bolsonaro.

Se alguém tinha dúvidas sobre o que poderia ocorrer no 7 Setembro, ficou, como resposta mediata, surpreso: derrota de Bolsonaro. Quanto às consequências imediatas, precisamos de alguns dias mais para avaliar.

O fato mais comentado do evento do 7 de Setembro foi o ato de puxar uma palavra de ordem, referindo-se ao próprio pênis – após um beijo, até que prove em contrário forçado ou ensaiado em Michele – como “imbrochável, imbrochável, imbrochável”.

Há os que escreveram – desculpe não citar quem porque li no emaranhado de mensagens no WhatsApp e não gravei o nome – que imbrochável se escreve com x, pois é assim que se escreve lixo.

Ao gritar “imbrochável, imbrochável, imbrochável”, Bolsonaro mais uma vez expôs o seu caráter machista, e mais, colocou em dúvidas sua virilidade.

De qualquer maneira, ele demonstrou que precisa de tratamento psicológico. E urgente, pois pode, com a aproximação do fim de seu governo, agravar o quadro clínico.

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Bolsonaro, em muitas ocasiões ao longo de sua vida, demonstrou e continua demonstrando que sofre de algum distúrbio psicológico.

Neste último 7 de Setembro ao puxar o grito de “imbrochável” – não sou psicólogo e tampouco psiquiatra –, creio que estava em crise neurótica.

Abro um parêntese (o negrito é meu):

Segundo Houaiss, “neurose é o conjunto de problemas de origem psíquica que, diferentemente da psicose, conservam a referência à realidade, ligam-se a situações circunscritas e geram perturbações sensoriais motoras, emocionais e/ou vegetativas; neurose atual, aquela cuja origem se encontra no presente…e cujos sintomas resultam diretamente na ausência ou inadequação da satisfação sexual”.

Fecho o parêntese.

7 de Setembro não foi bom para Bolsonaro. As manifestações, por mais que se aumente o número de pessoas presentes aos atos, como fazem as fakes bolsonaristas, esteve abaixo do esperado pelos organizadores.

Há que se levar em consideração que muitas das pessoas viajaram custeadas e remuneradas por empresários.

Também é necessário comparar com as manifestações de anos anteriores, principalmente as do período 2016 e 2018, quando multidões infestavam – de ódio – as ruas e as redes sociais. Ao fazer esta comparação pode-se considerar que foram pífias.

O 7 de Setembro que sempre foi comemorado como o dia da Independência do Brasil, foi sequestrado – qual será o valor do resgate? – pelos fascistas que o desvirtuaram e procuram fazer dele ato de campanhas eleitoral e fascista.

O palanque do 7 de Setembro foi explicitamente criminoso, pois é nítido o abuso do poder político e econômico.

Isto não preocupa Bolsonaro, mesmo que venha a render várias ações judiciais, mas não deixa de ser uma derrota política aos olhos de juristas.

Outra demonstração de derrota é ter no palanque o criminoso Luciano Hang, o véio da Havana, representante dos empresários que agem contra a democracia e as instituições democráticas.

Bolsonaro, ainda, sofreu neste 7 de Setembro uma série de desgastes:

(1) antes do ato em Brasília as câmaras da TV Brasil registram Bolsonaro brigando com Michele;

(2) Bolsonaro impede, grosseiramente, sua fiel escudeira, deputada Bia Kicis, de falar no ato;

(3) durante a realização do ato discute e dá de dedo no Véio;

(4) no Rio de Janeiro, com o trânsito parado, enfrenta protestos de passageiros de um ônibus; e,

(5) termina no Maracanã entre vaias e um coro mandando ir tomar no cu.

Realmente não foi o 7 de Setembro dos sonhos de Bolsonaro et caterva. Ele entra para a história como um ato sem a presença de nenhum chefe dos Poderes Legislativo e Judiciário.

Ao dizer: “Podemos fazer várias comparações, até entre as primeiras-damas”, elegeu Lula antes da eleição. Confessou, antecipadamente, sua derrota, o que não deixa de ser também um fato histórico.

Não sei se histórico ou folclórico: neste 7 de Setembro teve mais importância e relevância o pênis do Bolsonaro que o coração de D. Pedro I.

A partir do “imbrochável” é possível insinuar que as compras do exército de Viagra e próteses penianas é a constatação de que o governo Bolsonaro é um governo de brochas.

Não custa perguntar: será que parte destas compras não foram consumidas no Palácio do Alvorada?

*Dr. Rosinha é médico pediatra, militante do PT. Pelo PT do Paraná, foi deputado estadual (1991-1998) e federal (1999-2017).  De maio de 2017 a dezembro de 2019, presidiu o PT-PR. De 2015 a 2017, ocupou o cargo de Alto Representante Geral do Mercosul. 

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Dr. Rosinha

Médico pediatra e militante do PT. Pelo PT do Paraná, foi deputado estadual (1991-1998) e federal (1999-2017). De maio de 2017 a dezembro de 2019, presidiu o PT-PR. De 2015 a 2017, ocupou o cargo de Alto Representante Geral do Mercosul.


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Comentários

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Miguel

O imbrochavel ainda vai chamar as mulheres de fêmeas.
Não duvidem da estupi-dez dele. E ainda vai mostrar a piroca em rede nacional para coroar o reinado dele.
E pasmem: muita mulher vai aplaudir e vibrar.

Renato

Vi várias fotos de 1922, alusivas às comemorações do centenário da independência, mostrando pessoas num ato puramente cívico.

Fico imaginando quando chegar 2122, ano do tri centenário, como reagirão nossos descendentes ao verem como foram as comemorações em Brasília com o ser tenebroso , gritando:….imbroxável, imbroxável e aquelas palhaçadas todas no palanque.

Com certeza, reagirão incrédulas, perguntando….ISSO ACONTECEU MESMO?!

Adão Silva

Se eu fosse mulher e o homem (marido, namorado) falasse isso em público eu sentiria uma imensa vergonha.
Ali a Michele é a primeira dama e como tal deveria ser respeitada. Em público ela é a primeira dama. Não é só a mulher.
Talvez ele quisesse transar com a mulher em público. Vai ver foi isso que ele quis fazer.
Não é de bom tom também discutir com a mulher ou marido em público.
O que a campanha eleitoral tem a ver com beijo na boca ?

Mario Borges

RECADO PARA LULA

Observe que ontem vocês entraram com a ação de calúnia e difamação contra Ciro Gomes. Hoje o ministro da Defesa conseguiu que o ministério público militar comece investigação contra Ciro por fatos passados. Ou seja, querem dar a impressão que Ciro não está com Bolsonaro para impedi-los de trabalhar pelo voto útil desde já. Essa turma subestima nossa inteligência….

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