Pode não ser nada disso

Tempo de leitura: 2 min
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Por Marco Aurélio Mello

foto: Victor Iglesias/Free Images

foto: Victor Iglesias/Free Images

por Marco Aurélio Mello

Pai e filho estudam para a prova.

É sexto ano do ensino fundamental II.

Para os coroas, como eu, equivale à quinta série do primário.

A disciplina? História.

O tópico? Roma.

Estudar as civilizações depois de tantos anos é interessante.

E chocante, por constatar que pouca coisa mudou nestes últimos 3 mil anos.

Veja só:

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Quem tinha terras produtivas tinha fortuna e poder político.

Quem não tinha terras, mas tinha um padrinho rico, intermediava as relações entre quem mandava e quem obedecia.

Quem não tinha terras servia a quem tinha.

E quem tinha, ou dívida, ou era prisioneiro de guerra, virava escravo, incluindo seus dependentes.

Portanto, pela ordem havia: patrícios, clientes, plebeus e escravos.

Trazendo para o Brasil de hoje:

Há a plutocracia, que controla o poder político.

Há os prepostos: com cargo eletivo, funcionários públicos concursados ou de alto escalão e setores da classe média servil, que juntos fazem o “serviço sujo”.

Há os pequenos comerciantes e trabalhadores intelctuais e braçais “livres”.

E há os escravizados, quase todos pretos.

Só para relembrar, rapidamente:

A capital do império surgiu no cento da bota, a penílsula itálica, por volta de 750 anos antes do nascimento do redentor, Jesus Cristo.

Diz a lenda que a origem do que veio a ser o império Romano deveu-se aos irmãos Remo e Rômulo, dois bebês abandonados, alimentados por uma loba que, adultos, tomaram o poder.

O crescimento de Roma teria se dado na base da propaganda.

Muito em função da aptidão pelo comércio e pelas boas relações com os fenícios do norte da África.

Além dos etruscos, considerados povos originários, foram atraídos à região os úmbrios, latinos, sabinos, samnitas e gregos.

Depois do curto período monárquico, veio a República, regime que lá desembocou no império e que inspirou as democracias modernas.

Mas como funcionava aquele regime?

Quem governava era o Senado.

Só quem podia ser senador eram os patrícios mais velhos.

De tanto a plebe (soldados e comerciantes) reclamar, abriram espaço para dois representantes destes.

Em situações de ameaça interna ou externa o Senado nomeava um único representante.

Assim nasceu a figura do imperador.

A simplificação se deve ao fato de que trata-se de uma prova de sexto ano.

Quando ele crescer vai ver que não é nada disso, hehehe….

Hoje o Império é outro: o da América do Norte.

A Itália, a quem devemos parte de nossa miscigenação, cultura e culinária também nos deu o anarquismo, o trabalhismo, o fascismo, a República, as relações clientelistas (entre patrícios e clientes), a corrupção, a Operação Mãos Limpas, o Belusconi, o Sérgio Moro e, ao que tudo indica, nos dará em breve um Supremo Soberano, na figura de um imperador, ou imperadora.

Muito em breve.

Minha aposta? Carmén, a bizarra.

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Marco Aurélio Mello

Jornalista, radialista e escritor.


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Comentários

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Roberto Quintas

“pelas boas relações com os fenícios do norte da África”. Puxa… Então as Guerras Púnicas foram apenas um mero desentendimento?

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