Por Marco Aurélio Mello
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por Marco Aurélio Mello
Eles vestem uniformes, entram e saem pelos fundos e no serviço são quase invisíveis.
São nossa versão moderna da “gente humilde”, incapazes de ter acesso, nem pela porta do consumo.
Há tempos vivem em territórios conflagrados, vítimas de abusos da polícia e do crime organizado.
Não têm uma ideia clara de justiça e legalidade.
Expressões como: “ordenamento jurídico”, “estado democrático de direito”, “garantias individuais”, “presunção de inocência”, “ampla defesa”, “trânsito em julgado”, entre tantas, não significam absolutamente nada.
São de famílias de baixa renda, que dependem do Estado para quase tudo: saúde, educação, moradia, transporte…
E que, apesar da pequena ascensão social que tiveram nos últimos anos, sabem que continuam cidadãos de segunda classe, humilhados, constrangidos e discriminados.
Portanto, hoje, temos os prós, os contras e eles, os apartados.
Estes últimos a fração maior.
Pretos, quase pretos, mulatos e pardos, os suspeitos de sempre, observam a cena política à distância.
Raramente respondem aos chamados e só decidem de que lado ficar na ultimíssima hora.
Mas não tenham dúvida, quando a hora chegar, eles sabem direitinho em que trincheira combater.
Marco Aurélio Mello
Jornalista, radialista e escritor.
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