Por Marco Aurélio Mello
por Marco Aurélio Mello
De repente, quando tudo parece estar perdido, sem cor e sem graça você aparece.
Caminha lentamente, como se flutuasse no ar.
Observa a cama, salta com precisão e toca delicadamente a ponta do meu nariz.
Eu me remexo, sorrio e me afundo no travesseiro.
É quando você se acomoda quietinha diante de mim roçando seu corpo contra o meu.
A descrição é metafórica, a partir de um GIF que chegou mais cedo.
Acostumada à dureza das escolhas equivocadas da vida a gente esquece do poder da doçura, da delicadeza, de um simples carinho.
As pessoas nos habituamos a faltas e aceitamos passivamente carências.
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E de tão acostumados nos esquecemos da força de um gesto simples, de um abraço apertado e de um beijo demorado.
Desistimos de procurar quem nos acolhe, nos acalenta, nos envolve…
Aceitamos viver como indigentes emocionais, apegados à solidão e ao consumo.
Somos como zumbis vagando sem destino e sem propósito.
A humanidade não mais nos vincula, tece, enlaça.
Ela nos aparta, nos isola.
Perdemos mais tempo realçando nossas diferenças do que procurando o que nos aproxima.
O diabo do mundo somos nós mesmos.
E todos os enganos que alimentamos.
Só com coragem e esperança é que podemos tirar algum proveito deste ciclo a que chamamos de vida.
Marco Aurélio Mello
Jornalista, radialista e escritor.
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