Joana Tavares: Despolitizando o governo Dilma

Tempo de leitura: 7 min

Segunda, 13 de fevereiro de 2012

Despolitizando o governo Dilma

Grande mídia gosta de tachar a gestão da presidenta de “técnica” – e a elogia por isso –, mas analistas rechaçam essa caracterização e apontam que o principal problema não é um suposto perfil empresarial da administração petista, mas seu caráter de composição de classe.

Joana Tavares, no Brasil de Fato, via Moto-Próprio

Roberto Setúbal, o principal executivo do banco Itaú, declarou em entrevista durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, que “gosta de tudo” que tem visto no governo Dilma. Afirmou que a presidenta tem uma intenção de deixar o governo “mais técnico, com presença cada vez maior de técnicos em áreas importantes”.

Ele não é o único que tem analisado – ou tentado tachar – a gestão Dilma Rousseff como empresarial, voltada para políticas de metas e resultados. Os exemplos não são poucos. Começou com a construção de Dilma como candidata: ela foi classificada como “gerente” do governo Lula, responsável por administrar os investimentos federais, coordenando programas de vulto como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Quando Antonio Palocci deixou a poderosa Casa Civil – responsável pelas articulações políticas e pela coordenação de programas de governo – Gleisi Hoffmann assumiu o posto já com a alcunha de ser “a Dilma da Dilma”, a gerente-geral dos ministérios.

Depois, veio a substituição de Alfredo Nascimento – acusado de desvio de recursos – por Paulo Sérgio Passos, que era secretário-executivo do Ministério dos Transportes. Os dois são do mesmo partido, o PR. Em seguida, a saída de Nelson Jobim da Defesa, substituído por Celso Amorim, ex-chanceler do governo Lula.

Wagner Rossi, da Agricultura, envolvido em denúncias de corrupção na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), pediu demissão e deixou a vaga para Mendes Ribeiro, do mesmo partido, o PMDB. Pedro Novais, do Turismo, também entregou o cargo após denúncias de ter desviado recursos públicos para causas pessoais. Gastão Vieira, também do PMDB, entrou em seu lugar. Ainda em 2011, Orlando Silva deixou o Ministérios dos Esportes, acusado de fraudes em convênios, e foi substituído pelo também membro do PCdoB Aldo Rebelo.

Discute-se ainda a substituição de Carlos Lupi, demitido do Ministério do Trabalho, mas a indicação deverá vir de seu partido, o PDT. Outra troca foi no Ministério das Cidades. Saiu Mário Negromonte, e entrou Aguinaldo Ribeiro; os dois do PP.

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“Capacidade operacional”

Com exceção da troca de Jobim por Amorim, comemorada por setores da esquerda, as demais tiveram um roteiro parecido: denúncias de corrupção nos jornais, pedido de demissão do acusado, nomeação de um partidário da mesma legenda do ministro derrubado.

Além desses casos, houve a saída de Fernando Haddad, da Educação, para que o petista possa se dedicar à campanha para prefeito de São Paulo. Aloizio Mercadante, quadro antigo do mesmo partido, deixou o Ministério da Ciência e Tecnologia para assumir o posto de Haddad. Em seu lugar, entrou Marco Antônio Raupp, considerado um perfil “técnico” para o cargo. Na Petrobras, sai José Sergio Gabrielli e entra Maria das Graças Foster que, apesar de filiada ao PT, fez carreira na empresa, e não nos bastidores da articulação política.

Essas mudanças no comando dos cargos foi apelidada pela grande mídia de “faxina”, e contribuiu para consolidar a imagem da presidenta como uma competente administradora, interessada em fazer a máquina pública funcionar, montando finalmente um ministério com sua “marca”, afastando os indicados pela gestão Lula e nomeando pessoas com capacidade operacional, em detrimento de critérios “políticos”. O governo também se utiliza desse vocabulário, buscando atrelar-se a uma imagem de eficiência.

No entanto, analistas e militantes apontam que há uma continuidade entre as gestões e o principal problema não é um suposto perfi l técnico do governo Dilma, mas seu caráter de composição de classe.

Composição do governo

“Isso [o suposto perfi l técnico do governo Dilma] é uma maneira que a grande imprensa encontrou para separar a presidenta Dilma do Lula, fazendo esse jogo de intrigas, para tentar avançar uma agenda mais conservadora. Entendemos que não existe técnica neutra. A presidente Dilma não é criança pra embarcar no jogo de achar que é possível montar um governo técnico para colocar sua cara no governo”, analisa João Antonio de Moraes, coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP). Ele aponta que a nomeação de Graça Foster para a Petrobras, por exemplo, representa uma continuidade de gestão, com compromissos parecidos, “tanto na relação partidária como na visão da gestão da empresa”. Para ele, a dificuldade central para fazer avançar a pauta dos trabalhadores – como o cumprimento integral do acordo coletivo e a priorização do caráter público, não mercadológico, da empresa – é a aliança de sustentação de classe, na composição de um governo de coalizão.

Para Moraes, a diferença central entre o governo Lula e o de Dilma vem de fora. “A imprensa tem tido um tratamento mais, digamos, ameno, em relação ao governo Dilma. A mídia teve uma visão mais preconceituosa com o Lula, por ele ser um operário. Isso acaba tendo um peso maior que a diferença do governo em si”, pondera.

O professor de jornalismo da faculdade Cásper Líbero Gilberto Maringoni frisa que “não existe governo com perfil técnico. Toda ação de governo é, por definição, política”. Ele cita o exemplo dos governos de Itália e Grécia, tidos como técnicos e comandados por banqueiros, cujas gestões se situam mais à direita que as anteriores.

Leidiano Farias, militante da Consulta Popular, aponta que a crise econômica foi a desculpa para o capital financeiro implementar esse tipo de governo nos países em crise. “Governos técnicos expressam uma concepção de governo antinacional e impopular”, salienta.

Despolitização

“A separação entre política e técnica sempre foi uma ideia cara ao pensamento conservador. A composição do governo brasileiro segue sendo a de incorporar o maior espectro de correntes políticas possível, para eliminar a oposição”, explica Maringoni.

Para ele, o maior problema do governo Dilma não é o enfrentamento externo, e sim a oposição interna. “Grande parte da direita brasileira está abrigada na administração. Isso não quer dizer que este seja um governo de direita. Quer dizer que a oposição está dentro do governo e isso tem decorrências na gestão dos negócios públicos”, diz.

A oposição a bandeiras populares, como a reforma agrária, a CPI da Privataria e a redução dos juros, entre outros, vem, assim, do próprio governo, que, mesmo tendo maioria no Congresso, não consegue avançar para além de uma pauta conservadora.

Leidiano observa que o governo Dilma herda o caráter de conciliação da gestão de Lula, ainda que dialogue com um perfil mais técnico. “Os trabalhadores, a burguesia industrial, a burguesia financeira, a burguesia agrária e comercial estavam representadas no governo Lula e continuam representadas no governo Dilma. Isso se expressa na coalizão de partidos liderada pelo PT. É um governo permeado de contradições”, ressalta.

O escritor e militante petista Wladimir Pomar reforça que a tentativa de diferenciação entre os dois governos vem da grande imprensa, que tenta impor à gestão de Dilma um caráter técnico que o tornaria de outro tipo. “Na verdade, essa separação entre técnica e política faz parte da mistificação com que as classes dominantes sempre tentaram empulhar os dominados. Em qualquer dos poderes do Estado, todos os cargos são políticos, embora todos eles também tenham um caráter técnico a ser levado em conta. Mas qualquer técnico que assuma um cargo no governo está assumindo um cargo e uma missão, antes de tudo, políticos”, enfatiza.

Ele analisa que a grande imprensa tem como programa despolitizar o governo Dilma, ao mesmo tempo em que promove uma ideologização do debate político, com o propósito de confundir as forças, dividir o governo de coalização e derrotá-lo nas eleições. “A grande imprensa procura se aproveitar do fato de que a questão central do governo, hoje, consiste em colocar em prática um grande projeto nacional de desenvolvimento econômico e social, o que pode aparentar um plano de metas”, aponta. Para ele, os grandes projetos colocados em prática pelo governo têm um caráter estratégico, com grande conteúdo político, mas estão sendo esvaziados pela cobertura midiática.

Projeto e mobilização

O sociólogo Chico de Oliveira concorda que o governo Dilma segue o script do governo Lula, mas discorda da caracterização do projeto colocado em prática. Na sua avaliação, não há plano nenhum, “apenas a consolidação dos projetos governamentais em curso”. As mudanças do governo, na sua leitura, seguem e seguirão na linha do amplo leque de alianças forjado por Lula. “Não tem nenhum paradigma político em particular; é simplesmente pragmático”, defende. “Dilma seguirá pela linha de menor resistência, isto é, mais do mesmo. O que estiver dando certo, ela tentará seguir”, analisa.

Para ele, o ciclo Lula se encerra no mandato de Dilma, e mesmo o ex-presidente não deve voltar com uma plataforma profunda de reformas. “O ciclo Lula acabou. O governo Lula, e seu período, ao contrário do que se esperava – e eu me incluo entre esses – é a culminação longínqua do regime militar, com sua decidida política privatista e seu jogo de divertissement – enganação, na verdade, segundo a língua francesa – para os pobres”, critica.

Wladimir Pomar analisa que o projeto de desenvolvimento econômico e social que os governos petistas estariam executando garante tanto a implementação de políticas voltadas para as camadas populares quanto a geração de lucros para os capitalistas. Ele aposta que, ao aumentar a força social dos trabalhadores, esse modelo de desenvolvimento fortaleça também a média burguesia nacional, que pode enfrentar a burguesia associada aos monopólios estrangeiros.

“Cria, portanto, as condições materiais para o delineamento das classes em disputa e para o desenvolvimento da luta de classes. É dessa luta que pode emergir, com mais clareza, um verdadeiro projeto popular, ou democrático-popular, ou socialista”, reforça. Para ele, a força demonstrada pelas classes populares é que vai definir os rumos do governo.

Leidiano caracteriza o projeto em prática como “neodesenvolvimentismo conservador”, pois não é articulado com reformas estruturais. Ele aponta que a idéia do “melhorismo” tem limites, e reforça a necessidade de um forte movimento de massas para pressionar a execução de reformas essenciais para o povo brasileiro. “Para o governo reivindicar esse projeto teria que romper com seu caráter de conciliação, teria que aceitar o conflito de interesses de classes como uma forma de resolver os problemas do povo”.

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Comentários

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Marcos Doniseti

Essa discussão inútil sobre se o governo Dilma é 'técnico' ou 'político' é mais uma 'casca de banana' jogada pela Grande Mídia para tentar desunir a base de sustentação política-social do mesmo.

A Direita troglodita tupiniquim sabe, melhor do que ninguém, que enquanto Dilma mantiver uma base de sustentação, política e social, tão vasta e ampla como a atual, ela não terá, virtualmente, nenhuma chance de vencer, novamente, uma eleição presidencial.

E o pior disso tudo é que tem muito 'jênio' que se diz 'de Esquerda' que adora cair nessa lorota e faz questão de olhar para a casca de banana, pisar em cima e escorregar de forma patética.
,
Isso me lembra aquela história do sujeito que vê uma casca de banana no chão, logo à frente, e diz 'ah, mas que droga, lá vou eu escorregar e cair novamente'…

Todo e qualquer governo é técnico e político ao mesmo tempo, sem exceção, e não há como separar as duas dimensões.

Afinal, de que adianta um governo, seja ele qual for, ter planos maravilhosos para melhorar as condições de vida da população, com a melhor das intenções, mas não ter ninguém com capacidade técnica e política para colocá-los em prática?

E de que adianta ter pessoas capacitadas tecnicamente se as intenções delas e as políticas que adotam são destinadas a beneficiar apenas uma pequena parcela da população, ignorando as demandas e necessidades da imensa maioria?

Logo, as competências técnica e política são dimensões complementares e inseparáveis.

    Mário SF Alves

    Tudo bem, caro Marcos Donizete, também concordo com você, mas, será que esse sistema – nesse caso, refiro-me a essa análise do governo – não estaria profundamente dificultada, vez que pode , sim, estar admitindo uma po…da de imponderabilidades?

Jose Mario HRP

Essa babaquice de governo técnico é mais um golpismo disfarçado.
Querem se apossar do governo e poder tentando eliminar o fato de que o governo atual é governo popular, do povo, e do PT!

Os pesos e medidas diferentes aplicados pela velha mídia. « LIBERDADE AQUI!

[…] Joana Tavares: Despolitizando o governo Dilma […]

Rafael

Um "governo técnico" eleito pela política de Lula. Não existiria esse governo técnico se não fosse a articulação política de Lula.

    Morvan

    Boa tarde.

    Bingo!

    :-)

    Morvan, Usuário Linux #433640.

Zilda

Trabalhei durante 25 anos na máquina pública federal e só quem passa tanto tempo dentro dela sabe o quanto é irracional. Com todas as reservas necessárias, penso que precisava mesmo de colocar alguma racionalidade na estrutura. Daí a se falar em governo técnico, vai uma distância muito grande. Aliás, o "gerenciamento técnico" foi inaugurado na esfera federal com a Reforma Administrativa comandada por Bresser Pereira.

    glapido

    Zilda, tenho a impressão que o "gerenciamento técnico" foi introduzido antes de Bresser, mais especificamente, no período pré-64. Segundo René Armand Dreifuss, no seu livro “1964: A Conquista do Estado – Ação Política, Poder e Golpe de Classe“:

    "A rede tecno-burocrática de influência dentro do aparelho estatal era formada pelas camadas mais altas da administração pública e pelos técnicos pertencentes a agências e empresas estatais, os quais tinham ligações operacionais e interesses dentro do bloco de poder multinacional e associado. Esses executivos estatais asseguravam os canais de formulação de diretrizes políticas e de tomada de decisão necessários aos interesses multinacionais e associados, organizando a opinião pública. Eles aplicaram a racionalidade capitalista da empresa privada às soluções dos problemas sócio-econômicos nacionais, proporcionando a contra-partida pública do macro-marketing empresarial sob a forma de um planejamento limitado e recomendações técnicas. Esta intelligentsia técnica, estreitamente ligada aos empresários em decorrência de interesses e congruência de valores, enfatizava o gerenciamento científico, a administração pública normativa, assim como a formalização e rotinização de tarefas. A rede tecno-burocrática expressava o aspecto duplo do processo de controle oligopolista do mercado, ou seja, uma abordagem empresarial para os problemas de desenvolvimento e a colocação propriamente dita de tais problemas em termos capitalistas"

    Neste trecho, ele está se referindo à tomado do Estado pelos capitalistas no período JK

    Mário SF Alves

    Muito bem lembrado, Glapido. Foi um horrível tempo de um horrível regime totalmente de excessão no qual para os democratas e demais atores políticos contrários à ditadura a expressão tecnocracia era sinônimo de coisa ruim.

Ricardo Carvalho

Milton Santos lembrava que a técnica só se realiza, só se torna história, através da política.

Fabio_Passos

Uma análise de Emir Sader sobre o novo livro de Sege Halimi “Os novos cães de guarda” tem um trecho que complementa esta análise mostrando como a mídia-burguesa trata governos populares que não tem este "perfil técnico" que tanto agrada as oligarquias neoliberais (a ricaiada branquicela do olho azul):

"
Quem ousa romper com o consenso dominante é desqualificado como “populista”, “demagogo” pelos “cardeais do pensamento único”, que nos venderam suas mercadorias como a única via possível de “governos responsáveis”, afirmações pelas quais nao respondem hoje, quando essas certezas revelam suas misérias e os sofrimentos que causam para os povos cujos governos ainda se guiam por esses dogmas.
"

Confiram porque é muito interessante:

"Os novos cães de guarda" http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostra

    glapido

    Fábio, desviando um pouco – talvez menos do que aparente – do assunto, não consigo deixar de pensar na forma com que o governo popular de Jean-Bertrand Aristide foi e continua sendo tratado pela mídia, exatamente pelo que você muito bem resume: (des) trata governos populares que não têm perfil técnico que tanto agrada as oligarquias neoliberais.
    O mais incrível é que o próprio Sader entrou nessa linha quando precisou defender o apoio do Brasil à intervenção externa (liderada por EUA e Canadá) naquele país: nesse momento, suspendem-se temporariamente as idéias para agir exatamente como um cão de guarda. Refiro-me ao artigo "A maravilhosa revolução haitiana".
    Dois pesos, duas medidas.
    Fugi do assunto – mas nem tanto.

    Fabio_Passos

    Muito bom o seu blog.
    Creio que dentro do PT o Emir Sader é um dos que se esforçam para puxar o governo para a esquerda.

    beattrice

    É uma coleção de "governos responsáveis" que arrastou a Europa para o buraco.

José X.

A tal "despolitização" do governo Dilma me parece ser de caso bem pensado: consegue atrair eleitores de centro, que não mais a vêem como alguém "radical", e não perde (a maioria dos) eleitores da esquerda, já que não existe outra opção viável de voto para esses eleitores. No que me concerne mesmo uma Dilma virando à direita é mil vezes melhor que um Serra (entre outras "qualidades") esquizofrênico senil ou um Aécio balão murcho.

betinho2

1º – Eleição se ganha com dinheiro para campanha;
2º – Dinheiro para campanha vem de doações privadas;
3º – Candidato eleito tem de "governar" preservando interesse de doadores;
4º – No chute, 80% das doações são oriundas de empresas ou empresários de vocação centrista à direitista.
5º – O dinheiro doado não é de esquerda, portanto não vai para candidato verdadeiramente de esquerda, talvez para os pseudo-esquerda (tem muitos);
6º – Com o acima exposto, o PT, mesmo sendo ideológicamente de esquerda, não consegue governar à esquerda na sua plenitude, e tem de priorizar ou contentar interesse dos doadores. Faz na pressão o que partidos de centro ou direita fazem com prazer e convicção.
7º – Para mudar isso, e termos partidos verdadeiramente governando de acordo com seu programa ideologico, somente com o fim das doações privadas (pelo menos oficialmente) e implantação do financiamento público de campanha;
8º – Continuando como está, jamais teremos governos técnicos ou técnico/políticos, mas a continuidade dessa coalisão balaio de gatos e ratos entocados, governos mais a serviço de interesses cartoriais e menos a serviço de uma nação, num sentido mais amplo e mais impessoal. As verdadeiras reformas e ações sociais passam antes pela necessidade de mudança no financiamento de campanha. Financiamento privado é a coleira no pescoço dos políticos.

Fabio_Passos

Quem também era muito elogiado por fazer um "governo técnico" foi o fhc… o pior presidente da história do Brasil.

    beattrice

    É isso que a Dilma vem discutindo com ele nos bastidores?

Gerson

Todo movimento é político.

Técnicos + jogadores + torcida ORGANIZADA.

Douglas O. Tôrres

Falavam (a mídia) que a Dilma era um post,e agora descobrimos que era verdade,mas não do Lula mas da direita,melhor que a encomenda.

    M. S. Romares

    Meu peixinho de aquário escreve melhor que voce.

Marcelo

Elogio de banqueiro hein! Governo técnico.

Olhem a enrascada que a Dilma parece estar se metendo:
http://www.conversaafiada.com.br/politica/2012/02

Julio Silveira

Quando os admiradores da gestão tucana apreciam um governo que não vem destas hostes, é porque existem muitas convergencias. Pelo que tenho visto os Petistas querem ser tucanos melhores. Deve ser a fraternidade.

beattrice

“Não existe governo com perfil técnico. Toda ação de governo é, por definição, política”.
A ação política deste governo é se vestir de técnico enquanto se associa ao PiG e às empreiteiras multinacionais que voltaram a pretender comprar o Brasil com privatizações financiadas por nós.

Rafael

Vejo essas discussões tão inutéis. Não vejo propostas claras, vejo mais discussões filosóficas que não resultam em nada se não desinteresse pela política. É muita conversa fiada. De prático nada. Saúde temos hoje um sistema morto, um modelo que quer caminhar para a privatização da saúde. Previdência há um esforço gigantesco para manipular informações, tirar direitos, fazer o trabalhador contribuir a vida toda com 10 salários mínimos e receber 7 quando se aposenta. Sendo que se considerar aqueles que contribuíram para previdência e que receebem aposentadoria, a previdência deu lucro em 2010 de 8 bilhões de reais. Mas grande manipulação nesse caso. Incluem trabalhadores no cálculo que nunca contribuíram para previdência e recebem, pregam reforma da previdência penalizando quem sempre contribuiu. Educação é muito fraca. Precisa de dinheiro.
Ficar discutindo se governo é técnico ou político não é nada. É perder tempo. Quero ver alguém falar sobre como resolver os problemas da saúde, educação, segurança.

    glapido

    Ou seja, em outras palavras, você afirma que política não serve para nada, e temos mesmo é que ser técnicos.
    Só para esclarecer.

    Eduardo Di Lascio

    A politica serve para manter a sociedade em pé, para dar uma cara de civilidade à predação, mas está longe, mas muito longe mesmo de ter uma função elevada. Como é feita hoje não serve à sociedade, apenas a seus quadros.

    Miguel

    e voce ainda nao entendeu a diferenca da "grande politica" pra "pequena politica", como distinguiu um escritor italiano de saude fragil, destruida de vez pelo carcere fascista.

    Mário SF Alves

    O problema, Eduardo, reside muito mais na questão do Estado. Ainda estamos muito mais no Estado de fato do que no de direito.

Regina Braga

Governo tecnico é da Grécia e Itália…Dilma continua com pmdb,pt,pcdob,pdt….Imagine,quando virar político.

Claudio Machado

Se com pouquíssimas ranhuras no corpo da massa (no sentido material, não populacional) conservadora e dominante do país, seu braço armado tenta desestabilizar o governo, imagina se Lula ou Dilma se aventurassem por rupturas maiores? Aliás, muito provavelmente nem teriam chegado à presidência. Sem mobilização social respaldando o aprofundamento das reformas, cientes e conscientes de que estas podem levar à grandes rupturas – e a mobilização tem que estar preparada para isso -, que podem ir além de greves e de passeatas, não é possível um governo, mesmo capitaneado por um partido de esquerda comprometido com os interesses populares mais genuinos, pisar fundo no acelerador. Elementar meus caros escrevinhadores e cientistas. Fora isso, é só pensar, livre pensar.

    LULA VESCOVI

    Se é assim,pra que governar?É óbvio que dá para ousar(vide Chavéz e Evo).Quem optou pela desmobilização foi o Lula,que com todo o seu prestígio,nada fez para conscientizar as massas.Somente políticas sociais sem informação não levam a nada.Mais dia ou menos dia ,a direita ganha a eleição,e todos os supostos avanços vão por água abaixo.
    Na Venezuela,todo mundo discute política com argumentos.No Brasil do PT,isso existe?

    Eduardo Di Lascio

    Porque o Lula é conciliador, ele acha que dá para melhorar sem romper com o status quo. Neo Trabalhismo, é assim que se chama.

    Marcos Doniseti

    Lula continua uma tradição que vem de Vargas e de Jango, principalmente.

    Traduzindo: governos reformistas e de centro-esquerda, dentro das regras do jogo democrático, visando melhor a distribuição de renda e construir uma sociedade inclusiva.

    Jango também era tachado de 'conciliador' pelas Esquerdas Radicais, numa época em que isso era pior do que um palavrão bem sujo

    Daí, as Esquerdas Radicais fizeram de tudo para inviabilizar o seu governo, que era considerado de 'Direita' ou 'submisso à Direita'. Resultado? Golpe de Estado e 21 anos de Ditadura Militar.

    Mas, quem foi que disse que as pessoas aprendem com os erros estúpidos que cometeram? É mais fácil para elas ficar repetindo esses erros indefinidamente, por toda a eternidade.

    francisco.latorre

    história.

    ..

    Mário SF Alves

    É. História; nesse caso, bem diferente de estória.

    Miguel

    ja viu mobilizacao de massa no brasil pra defender reformas proundas, povo na rua enfrentando a direita e o exercito quando tentam um golpe? pois e', por isso chavez pode ousar.

    Leo V

    Ok. Mas o que o PT e o governo fazem para ajudara desenvolver a mobiliziação popular que possa mudar essa correlação de forças? Nada.
    O fato é que o PT não tem como horizonte essa mudança mais profunda, mas apenas o poder e o que puder fazer com ele.

    francisco.latorre

    pois.

    ..

silvio

RECEBER ELOGIO DE BANQUEIRO E ACHAR ISSO FANTÁSTICO, É BRINCADEIRA….

Neo-tupi

O governo da China é técnico ou político? Aliás, qualquer governo marxista já implantado, é técnico ou político?
É político à medida que segue as diretrizes políticas do Partido Comunista (único) e da Assembléia Nacional Popular (parlamento com delegados do povo), e é técnico pois precisa cumprir as diretrizes traçadas.
Não vejo conflito.
Engraçado que o PIG está dando todas as condições para a esquerda se manter num ciclo de anos no poder justamente ao defender um governo técnico, ou seja, capaz de fazer planejamento centralizado e executá-lo, bem diferente da pregação neoliberal de deixar por conta da mão invisível do mercado, e tem gente de esquerda que não está entendendo.

Dodge

E a CPI da Privataria Tucana, sai ou não sai? O PT vai fazer esse papel ridículo? Ou é por que tem algo a esconder?

    Rafael

    Qual seria o melhor momento para abrir CPI? , durante festas de final de ano? durante verão? durante carnaval?Para mim pelo menos melhor momento é para abril em diante.

Fabio

Ou seja jogar pobre contra rico e deixar o circo pegar fogo, e não questionar a arrecadação e os gastos executados.
livrando a cara do governo. Vai chegando a hora de ver estas mudanças concretizadas , que são empurradas para frente, é assim com a segurança, educação , saude e infraestrutura.

Jairo_Beraldo

Aqui em Goiania, o PT vai levar uma tunda de laço dobrado por causa de inocencia e idiotia do prefeito Paulo Garcia. Isso ficou claro, em conversas que tive com conhecidos na barbearia que frequento e com um amigo que não via há muito. Todos tem Lula como demonio e são fãs de carteirinha do reizinho M. Perigo, Zé Derrotado e tucanos afins. E estão adorando o governo Dilma, na forma como a poderosa presidente está massacrando petistas tradicionais, seus eleitores que bravamente foram para o front contra a direita maldita que atolou o país no FMI, por ter colocado no seu sinistério tipos como Zé Caridozo, Moreira "Fraco", Gralhabaldi Alves (só acham que ela deveria ter dado sinisterios para ACM Neto, Zé Derrotado e Aécio Neves). Hoje tive a certeza que o PT não elege nem o Lula em 2014. Parabéns aos neo-petistas.Deram para a direita o trono a partir de 2012.

Eduardo Di Lascio

Toda ideologia é patética, o governo Dilma faz o que fazem todas as congregações, primeiro cuida dos seus e se der, tenta fazer alguma coisa popular para se perpetuar no poder enquanto segue o que os bancos mandam. E até que faz isso de forma bem passável.

    Miguel

    patetico mesmo e' quem acha que esse discurso contra a ideologia e o elogio do "gerenciamento tecnico" nao e', ele proprio, derivado de uma ideologia muito bem definida.

    Morvan

    Boa noite.

    Isso, Miguel. Toda negação ideológica traz, no seu bojo, a própria.
    O menino Collor de Melo foi aquele que prometeu "governar acima das ideologias(?)". O resto, todos sabemos. Não dividiu com o PIG: Doutor Silas Couce.

    :-)

    Morvan, Usuário Linux #433640.

    Eduardo Di Lascio

    As ideologias acabam virando cartéis para o interesse de seus respectivos corpos dirigentes, não importa qual a linha de pensamento. Princípios são melhores do que ideologias, porque obrigam as pessoas a se repensarem, a assumir responsabilidade por seus atos. Ideologias sempre escondem a barbárie atrás de dogmas, homogeinizam o pensamento e criam classes dirigentes.

    Miguel

    existem discussoes mais robustas e coerentes sobre ideologia do que esse amontoado de chavoes repetidos por veiculos de comunicacao de massa. O que voce chama de "principios", sao eles tambem partes de um sistema ideologico. Parece que o que voce chama de "ideologia", na verdade se refere a uma nocao muito restrita, mais adequada a "programa partidario".

    Eduardo Di Lascio

    Boa colocação Miguel. Mas pensando de uma forma mais concreta, os programas partidários se valem das ideologias para estruturar a participação política de muita gente, para criar estruturas de poder absolutamente nocivas. E muita gente tonta se ferra nas doutrinas (que não são necessariamente ideologias, eu sei) para não pensar, apenas repetir como papagaios raivosos.

    Mário SF Alves

    É… pois é, MIguel, e quem vai separar pra mim os ditos princípios de ideologia? Olha, pelo pouco que li de Gramsci, parece que ninguém. Já o mesmo não se poderia dizer de dialética, né não?

Alberto

Joana, vou pensar mais sobre o que você escreveu. É que concordo com umas coisas e com outras não. Mais concordo do que discordo, mas você introduz elemntos novos sobre os quais eu gostaria d epensar um pouco mais

    damastor dagobé

    Alberto Roberto, pelamordideus, por tudo quanto é santo nao deixe de partilhar conosco suas conclusões assim que terminar de pensar, mas nao se esforce muito criança, sabe-se lá que pode estourar uma veia, vai saber..Enquanto isso, todos suspendemos nossas atividades e ficamos sem respirar até o oráculo nos trazer a luz….estamos esperando…

    genital lacerda

    ainda não pensou? como vamos fazer pra dormir nessa ansiedade da espera por seus pensamentos????

jaime

Concordo com Chico de Oliveira, principalmente quando diz que simplesmente não há plano nenhum. Esse negócio de governo técnico é parte da novilíngua (vide recentes "concessões"), aplicada desde a grande catástrofe FHC, quando se dizia para desideologizar as privatizações, ou seja, quando uma medida satisfaz à direita, não é ideologizante, só quando satisfaz à esquerda é que é. A direita, por seus próprios olhos, não tem ideologia! É só técnica. Desenvolvimento da luta de classes com o Bernardo? Me poupe. Depois da Dilma, mais uns 20 anos até que se aglutine novamente a esquerda. Cansei.

Eduardo Di Lascio

É neo-trabalhismo, não tem surpresa nenhuma.

Maria das G. Dourado

Realmente, não há quem aguente calada

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