Lincoln Secco: Pragmatismo ou disputa de hegemonia?

Tempo de leitura: 2 min

Por Lincoln Secco

Uma vez iniciado o processo de abandono dos princípios que norteavam a ação de um partido, ele não tem mais volta. Quando os partidos sociais democratas surgiram eles tinham tanta força militante que logo os agrupamentos burgueses os imitaram.

Depois que os trinta anos gloriosos permitiram um interregno de bem estar social na selvageria capitalista, a incorporação da classe operária no consumo de massa cimentou a base de um consenso para o qual todas as forças políticas convergiram. Os políticos chamaram-no de “centro”. Na verdade, um não-lugar da política, onde todos os princípios tornam-se o seu contrário. Aconteceu , então, o contrário da época áurea da Social Democracia: os partidos operários passaram a imitar os burgueses, transformaram-se em “partido pega tudo” e deixaram de lado com a plataforma socialista o seu apelo de classe.

No Brasil, a história do PT mostrou que ele civilizou a sociedade civil, introduziu a pauta ética na política e, principalmente, as questões da democracia social. Seu alto grau de organização fez com que os partidos burgueses invejassem sua estrutura. Tentaram (e tentam) imitá-lo sem sucesso.

Mas eis que o PT começa mais cedo que seus congêneres europeus a se transformar num partido apenas eleitoral, apesar da resistência de muitas lideranças e tendências internas. O recente exemplo da aliança com o prefeito direitista de São Paulo só reforça o sentido da conjuntura petista: trata-se de uma busca desesperada pela hegemonia num Estado em que o PSDB é a força dirigente há muitos anos.

O raciocínio de Lula e seus companheiros é sedutor: uma vez que o partido aceitou as alianças de 2002 para chegar ao poder federal é esperado que na principal cidade do país se faça o mesmo. Desse modo, alguns princípios vão sendo ofendidos em nome da vitória. Como o PT acumulou uma legitimidade ideológica muito grande ao longo de seus primeiros vinte anos, ele se dispôs desde 2002 a gastá-la. Mas seu crédito tem fim. O velho eleitorado petista tem aceitado todas as mudanças por falta de opção à esquerda. É verdade que este velho eleitorado não faz o partido ganhar. Lula comprovou que um novo contingente de eleitores é que lhe deu a vitória. Mas se o velho eleitorado não faz ganhar, ele pode fazer perder. E se não puder, pode retirar do PT aquilo que ainda o diferencia dos demais. Neste caso, uma duvidosa vitória eleitoral será uma bela conquista de cargos, mas não de hegemonia.

Lincoln Secco é professor Livre-Docente de História Contemporânea da USP

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Comentários

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Fernando

Introduziu a pauta etica na politica. Hahahahaha….

José X.

A análise que o artigo apresenta faz sentido, com um único senão: eu ainda não acredito que uma aliança PT/PSD traga mais votos ao Haddad. Ao contrário, Haddad é capaz de perder votos. O eleitor típico do Kassab não engole o PT de jeito nenhum, e o eleitor típico do PT não engole o Kassab de jeito nenhum. Enfim, estou até curioso pra ver que bicho isso vai dar.

Regina Braga

Kassab é um remédio muito ruim…precisamos tomar! Mas sempre existe a cura!!!!

luiz pinheiro

A América Latina não está repetindo nem precisa repetir a social-democracia europeia. Aqui é outro continente, é outra história, nosso saber, nossa memória cultural e política tem assimetrias radicais em relação à da metrópole. Social-democracia lá virou neoliberalismo há muito tempo, está integrada ao sistema imperial. Aqui não, aqui somos o Sul querendo o naco de poder que nos cabe, lutando contra o poder do Norte, aqui somos a revolução da Venezuela ou o reformismo do Brasil, que são diferentes, mas tem em comum um claro compromisso com o resgate da dignidade dos nossos povos, com a luta contra a miséria e o subdesenvolvimento.

luiz pinheiro

O Lincoln Secco não vê as transformações positivas que o governo do PT promoveu no país. Limita-se a dizer que o PT pautou a ética, a civilidade e a democracia social na agenda nacional, mas depois de chegar ao governo caiu no eleitoralismo, ofendeu seus princípios, ao ponto de chegar a essa possível aliança com o Kassab, numa “busca desesperada pela hegemonia”. Qual a minha crítica? É que o Secco sequer leva em consideração que o PT conduz um projeto sério, pragmático e exitoso de governo, de resgate da Nação, de construção de um Brasil soberano, próspero, includente, democrático. Essa é a divergência que quero expressar aqui.

    ROGER BELO HORIZONTE

    Concordo totalmente com você Luiz.

Operante Livre

Como dizia o saudoso Tim Maia: Vale, vale tudo, só não vale PT com PT e PSD com PSD.
Festa é festa.

O_Brasileiro

Acho que estou ficando louco… Na minha insanidade, "achei" muitas coisas…
Logo eu que votei em Lula em todas as eleições de 1989 a 2006…
Achei que a Dilma tivesse demitido quase todos os ministros que restaram do governo Lula… Ou todos!… Ou seja, o Lula não acerta 100%… Alerta aos fanáticos!
Achei que os petistas fossem contra a higienização da Cracolândia…
Achei que o PSD fosse um partido oriundo do DEM, que veio do PFL, que veio do PDS, que veio da Arena… que era a base de apoio da DITADURA!
Achei que o Kassab fosse o prefeito que tinha relações íntimas, obscuras e escusas com a máfia imobiliária…
Achei que o Kassab tivesse sido o prefeito para quem a polícia militar agrediu mulheres e crianças de um bairro que ficou alagado por meses em São Paulo…
Mas, acho que o meu maior delírio, foi achar que eu tinha algo a ver com a postura do PT diante da defesa de seu programa… Porque parece que esse programa tem coisas em comum com os do Kassab e seu PSD, principalmente no que diz respeito a "tirar o poder do PSDB em SP a qualquer custo", nem que, para o PT, vencer essa batalha signifique enfraquecer o "exército" e PERDER O BRASIL!

Fabio_Passos

A verdade é que a opção política do PT foi abandonar a maior parte de seus compromissos históricos para ganhar apoio dos interesses estabelecidos.
E todos sabemos o que significa os interesses estabelecidos em um dos países mais injustos do mundo.

É mentira que precisava ser assim.
Há inúmeros exemplos de que politização e participação popular em apoio a políticas revolucionárias e progressistas pode sustentar governos sem a necessidade de vender a alma para as forças reacionárias.

Mauro

Digo que o PT ao fazer alianças perde seu heroismo mas não sua linha de ação que é mudar o BRASIL,para quem pensa que as alianças comprometem os principios do PT, se engana caso estivessem certos não haveria a inclusão social de tantos que eram esquecidos pela burguesia fedorenta que sustenta os partidos que insistem em desqualificar o PT .

Paulo P.

Resumindo…

para salvar o pai, sacrifique-se a mãe, os filhos, tias, tios e outros, caso haja necessidade.

Leo V

Existe diferenças importantes entre Kassab vice e Alencar vice. Primeiro, o PL nunca foi tão à direita quanto Kassab e os políticos do PSD. Segundo e mais importante: o PL era partido nanico, que servia na chapa apenas para acalmar a burguesia, não ia ter influência decisiva no governo. Com Kassab isso não ocorre, o PSD terá influência decisiva, e Kassab é figura de peso em São Paulo (diferente de Alecar no Brasil).

    Neo-tupi

    O PL era tão de direita como o PSD. Kassab e Afif foram do PL até 1995. Com a vitória de Lula/Alencar, a partir de 2003 o PL mais do que dobrou a bancada eleita com deputados que abandonaram a oposição (a fidelidade partidária não era praticada)

Rafael

Exemplo de que as alianças são necessárias e não interferem tanto no pensamento do PT: hoje posse da Maria das Graças Foster Dilma ressaltou a importância da Petrobras estatal. Isso que o PT fez com a Petrobras mostra que a discussão sobre aliança é sem sentido, sem importância. Não fosse a eleição de Lula em 2002 Petrobras hoje teria outro nome. BB e CEF também. O Brasil foi salvo desse desastre.

    mad hatter

    Realmente nos salvamos. Com eles no poder teriam privatizado também o filé dos aeroportos:
    Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília (DF).

    Oops…

    Leo V

    O "Brasil" existe? Deixemos as abstrações de lado e vamos para a realidade. BB e CEF atuam como bancos privados. Lá estão os trabalhadores (esses sim concretos) da CEF e do BB comendo o pão que o diabo amassou.
    Como disse um amigo, ex-funcionário do BB: se é para o banco sugar da sociedade sem dar em troca, é melhor privatizar logo.
    Gestão do BB e da CEF são gestões altamente capitalista. Qual a diferença do "Partido dos Trabalhadores" então?

    Rafael

    É argumento não existe. Agora por que economistas dizem que justamente esses bancos por serem estataisforam fundamentais para o Brasil passar pela crise, principalmente a CEF. Mas deve ser delírio desses economistas. Não sabem nada.

Douglas

vou agir como palhaço de circo. Quero me alegrar com o circo a pegar fogo.

Antonio

A postura do PT de se juntar a Kassab, além de nojenta e indecorosa, é um tiro no pé. Se Lula acha que vai conquistar o eleitorado tendo Kassab ao seu lado, está muitíssimo enganado. Se emende Lula, a periferia não quer ver Kassab nem pintado de ouro. Faça uma pesquisa antes de cometer essa asneira e verá que tenho razão. Sei que tenho, pois converso com as pessoas todo santo dia.

Ana Cruzzeli

O grande problema do PT é o proprio PT e seus quadros técnico
Quantos Haddads a gente vê
Quantos Mercadantes a gente formar por ano
Quanto Wasnys de Roure Brasila conseguer fazer.
Estou sentindo muita falta de uns Wasnys de Roure em Brasila últimamente. MUITA S A U D A D E.

orbitaplanetaria

Essa ideologia purista é o que mata os partidos de esquerda. Se o PT não tivesse aderido a alianças eleitorais teria se tornado em um partido com a grandeza de um PSTU, ou PSOL. O PT mudou principalmente por hoje ser governo, quem acreditava que manteria a retórica purista não viu durante as eleições de 2002 que Lula já havia percebido, não existe vitória do eu sozinho, Collor mostrou isso, você é jogado ao que tem de pior da política. Garantir o programa que o PT quer exige negociação, que se transformou em mestre nessa área, ganhando e perdendo em vários terrenos. O maior problema é termos uma oposição que é simplesmente contra e muito fraca, isso tira programas e discursos que a esquerda não persegue e a acomoda em uma falsa segurança. O maior perigo do PT é a acomodação ele precisa ser mais incisivo em suas propostas essa é a maior preocupação.

    mad hatter

    Não é bem por aí. O momento político é outro. Esta estratégia vai se repetir até quando ?

    Até quando teremos de aguentar estas alianças espúrias e estas estratégias fisiologistas com medo de perder a eleição ?

    A alternância de poder é uma das características da democracia. Podemos sim um dia perder as eleições para a direita. Faz parte do jogo. No outro dia a gente lambe as feridas e começa a oposição, nos sindicatos, na luta social.

    O perigoso é a gente perder nossa identidade. Perder nosso respaldo junto a este movimento, virar uma esquerda européia incapaz de reagir a esta crise capitalista por não saber mais como faz isso.

    O uso do cachimbo faz a boca torta.

    Neo-tupi

    Essa estratégia deve se repetir até quando o padrão de vida do brasileiro for igual ao de um cidadão europeu (onde não há tanta diferença entre governos de esquerda ou direita). Para a classe média mais abastada pode fazer pouca diferença quem está no poder, mas para os mais pobres que estavam na fila há 500 anos antes de Lula, não dá pra ficar filosofando não. A diferença entre ser governado por um petista (com ou sem alianças) ou um tucano pode ser o desemprego, cortes sociais, desmonte da educação e saúde pública, pior transporte, falta de casa própria, etc.

    mad hatter

    Eu acho muita pretensão da esquerda pensar que é dona da verdade. Termina chegando no ponto em que em tendo poder, se instala uma ditadura pois nós sabemos o que é melhor para o povo.

    No estado democrático de direito somente haverá um novo governo tucano se os tucanos conseguirem convencer o povo que seu modelo é melhor. E este convencimento será mais fácil se a gente ficar nesta estratégia de vender gato por lebre. Pra mim isto é estelionato eleitoral. O povo não é burro e um dia a máscara cai, aliás, já está caindo.

    Não há como me convencer que um dia eu vou derrotar o grupo do Sarney e tudo que ele representa, dando a ele ministérios e cargos que só reforçam este poder.

    Neo-tupi

    Essa é a diferença. Seu objetivo político é derrotar o Sarney.
    O de Lula e Dilma não é fulanizar causas. É erradicar a miséria e avançar na distribuição de renda.
    A vida do maranhense pobre não melhorou com Lula e Dilma no governo federal, independente de quem está governando o Maranhão, e de haver ministérios sob controle do grupo de Sarney?

    Rafael

    Exatamente. E digamos então que ganhe as eleições sem aliança. Como vai governar? Vai pedir para o PMDB compor uma base política e não vai oferecer cargos? Seja qual for o partido que se alie, ele vai querer cargos, vai querer participar da administração. Seria impossível vencer sem aliança e mais impossível ainda governar sem aliança, sem oferecer cargos. Isso faz parte da democracia. Prefiro assim do que nunca ver o PT no governo. nós sabemos o que Lula fez para o Brasil, ergueu a cabeça desse povo.

Rafael

Fato que se o PT mantesse o ideal de fazer aliança somente com partidos com mesma ideologia é praticamente certo que Lula não teria ganho em 2002. Fato também que em 2010 não teríamos a vitória de Dilma. Alguém já pensou também que o PSD não quer ser uma partido subordinado ao PT? O que acontece agora, do meu ponto de vista, tanto PT quanto PSD querem acabar com o PSDB. Não vejo risco do PT se tornar partido de direita. O que não pode ser feito é o PT por uma pureza ideológica não se aliar a ninguém e perder eleições. Será que alguém prefirira a derrota do PT sem aliança com PMDB ou vitória do PT com aliança?
Não há partido pior que o PMDB. É o partido mais perigoso que existe. Essa aliança PT/PSD é por interesse, somente isso. O pior dessas alianças é o PT perder identidade, perder a identificação. Quando chegar a esse ponto basta uma boa campanha de propaganda e pronto vence a eleição. Só que nesse ponto o PT não ganha. Nesse sentido qualquer partido de direita esmaga o PT.

Fernando

Essa aliança tem que ser feita pra derrotar os demotucanalhas.

Às vezes não entendo vocês, o Sarney já fez muito mais mal ao Brasil que o Kassab, mas vocês não se incomodam da aliança com ele.

    mad hatter

    Me incomoda a aliança com o Kassab, me incomoda demais a aliança com os Ferreira Gomes e etc.

    A aliança com Sarney já entra no critério aberração. Me enoja. E como diz o ditado, os incomodados que se retirem…

    Amarante

    Quem não se incomoda?! Houve intervenção nacional no Diretório do Maranhão…. quando esse aprovou não apoiar a família Sarney. Mas as concessões vão crescendo a cada dia.

damastor dagobé

nada mai parecido com a direita que a esquerda no poder…se é que tais conceitos ainda fazem algum sentido…duvi-d-o-do

    Miguel

    o senhor pelo menos saberia o que esses conceitos significam? tenho um palpite da resposta.

Willian

O objetivo do PT é se unir com Kassab para acabar com o resto de oposição que há, ou seja o PSDB. Depois de consolidado politicamente, com a oposição política à mingua, restará ao partido por de joelhos o que restaria de "oposição", ou seja, a mídia e a justiça. Passado esta fase, PT e Estado brasileiro se confundirão, e a vontgade de um será necessariamente a vontade do outro. A união com Kassab é só um degrau para alcançar a hegemonia, não devemos levar tão a sério. Assim que ele não for mais útil, será descartado.

    Miguel

    Corre pra maria Antonia, o pessoal do Mackenzie ta todo la!

    alexandre

    Talvez descarte o Kassab com descartaram Erundina, Marta Suplicy, SUplicy talvez seja por ai.

    oras, não há oposição agora, mas sempre terá, sempre chegará, senão seria tão fácil assim ganhar, sem segundo turno, sem discursos duro etc.

    SErá que não aprenderam nada com a disputa presidencial.

luiz pinheiro

Do ponto de vista da análise da realidade interna do PT, o artigo é correto. O problema é que o Lincoln Secco não analisa as mudanças que o PT vem promovendo na realidade nacional. Essas é que precisam ser analisadas, para um coerente julgamento do partido.

Laura

Não acho isso não do Haddad, eu o acho extremamente hábil e acho que tem cance de ganhar a eleição para a Prefeitura de São Paulo. Basta ver a entrevista que deu ao stadão. No geral, soube desviar-se bem das cascas de banana que apareceram a torto e a direito.
Outra coisa é essa aliança exdrúxula. Não tem sendido nenhum. Se o Kassab quer aliar-se sob um grande guarda-chuva, tudo bem. Algo assim como o PP. Mas ser uma aliança preferencial, não dá. Não dá mesmo.
mas a pior traição do PT a suas origens trabalhistas é a reforma da previdencia dos servidores, a falta de aumento para os servidores( trabalhadores públicos), e o não aumento dos aposentados.
Acabar com a aposentadoria dos servidores vai acabar com o serviço público, simplesmente. Quero ver recrutar gente para ir trabalhar em órgãos e universidades federais de Roraima, sei lá.

dukrai

quem sou eu pra discordar de doutor da USP, mas o Lulinha fez uma aliança do arco da véia pra se (re) eleger e até botou o Meirelles pra dono do BC, mas não gastou um tostão da credibilidade do PT, ao contrário, e ainda elegeu a sua sucessora com a mesma base de apoio e com o Michel Temer, o "nosso" drácula, como vice.
o revezamento do geraldinho opusdélico e do Vampiro Brazileiro na prefeitura e estado de SP mantém o que existe de mais retrógrado da política no governo paulista, onde estarrece simplesmente de ouvir o lema de Dor e o Sofrimento da campanha de "limpeza" da Cracolândia do coordenador de Políticas sobre Drogas da Secretaria de Estado da Justiça e da Defesa da Cidadania, Luiz Alberto Chaves de Oliveira. Desalojar essa turma não é pragmatismo, é uma questão de confronto ideológico, político, de direitos humanos e pode evitar mais quatro anos de pinheirinhos.

    Jairo_Beraldo

    É dukarai, mas estão se perpetuando também em MG e aqui em GO, e eu não gosto nem um pouco desta ideia. Esses tucanos tomaram o poder aqui em 1998, e já estarão lá no minimo até 2014(sairiam antes se o TSE resolver julgar os 38 processos que M. Perigo responde por lá e no STF, mas acho muito pouco provável), ou seja 16 anos, e com a politica traíra da senhora presidente, farão 20 anos brincando…aí é PHod……………

    dukrai

    desculpe o atraso em te responder, véi, mas aqui em Minas o acerto foi feita pra eleger a Dilma, desde a composição na eleição municipal de BH ate ao apoio informal do Aócio que nem fez força pro Vampiro Brazileiro no segundo turno. parece que desta vez vai predominar os (nossos) interesses do PT na eleição municipal de BH, pelo menos assim esperamos.

    Jairo_Beraldo

    Te cuida…tem um neo-petismo aí que foge da nossa luta!

Pereira

Não concordo. Há de se distinguir aliança de apoio eleitoral.
Não podemos deixar de considerar o sucedido com Getúlio em 1954 e João Gulard em 1964.
Um PAARTIDO tem seus objjetivos e deve fazer proselitismo, mas não pode por intransigências pueris deixar que uma cidade um estado ou um país, permaneca indefiniidamente em mãos dos opositores a seus objetivos.
Numa DEMOCRACIA as soluções são dadas pelas URNAS e não por BRAVATAS.

Operante Livre

Também me desagrada esta "perda de identidade". Contudo, tenho dúvidas, será que o PT conseguiria tirar o tucanato de SP sem fazer "coalizão". O PT sempre foi pragmático e isto não é privilégio dele. E não sejamos tolos para crer que o Kassab não estaria, também, sendo pragmático. Parece que o mundo tem uma ritmo de mudanças mais rápido do que nossa capacidade de adaptação. Nossos sonhos nascem na adolescência e morrem na absolescência. Outras noites vêm à frente, depois destes dias.

Jairo_Beraldo

O tema é dirigido especificamente ao estado de SP, mas seu conteúdo está sendo plantado em meu subconsciente desde novembro de 2010, quando Dilma começou a montagem de seu sinistério. Nunca engoli nomes como Tony Malocci,Zé Caridozo Dantas,Gralhabaldi Alves,Moreira "Fraco" e outros abutres da direita maldita que destruiu principalmente as instituições familiares no Brasil.Fico vendo todos os dias aqui em Goiás, a midia nativa e palanqueira do reizinho M. Perigo, usarem dos mesmos métodos da grande midia com o governo federal, desestabilizando os governos municipais da Grande Goiania, que são todos oposição(ou deveriam ser) divididos em PT(Goiania, Anápolis),PMDB(Aparecida de Goiania, Trindade),PSB(Senador Canedo) e estes se curvarem e aceitarem que o grande "jestor" tome para si todas as obras federais aqui feitas. Meu voto não vai mudar nada no resultado final, mas minha luta, penso que sim. Não moverei uma palha sequer a estes traidores que nos usaram para eleger a primeira mulher ao cargo maior da república. E com certeza, os velhos eleitores também farão aqui o que ventilou o professor Secco, ou seja, virar as costas a estes covardes.

    Geraldo Galvão

    Em 2014 você vai ter a oportunidade de demonstrar o seu descontentamento: Vai votar no "Aócio Cheirador" ou no Serra, chefe da privataria Tucana.

    Jairo_Beraldo

    Posso optar por votar no PSOL ou no PSTU…me permite?Ou voce só enxerga Serra, Aécio e os Tucanos? Talvez seja voce um eleitor desta casta!

francisco p. neto

Eu tenho um preceito que carrego comigo. Não fazer pré julgamento de pessoas.
Acompanho o seu trabalho desde quando foi chamado por Lula. E acho que foi um dos melhores ministros da educação.
Você diz que ele não é um animal político, mas pelo que tenho visto, esta constatação não é verdadeira.
Sendo mais exposto agora localmente como candidato a prefeito, começo a conhecer os seus pensamentos, a sua formação e pelo que observo, não é nada disso que vc fala.
As suas entrevistas são bem feitas, é sim bastante articulado, educado nas respostas às perguntas provocativas, deixando o seu entrevistador sem reações mediante sua vasta cultura, e usa e abusa desse seu domínio para calar o seu entrevistador.
A maior prova disso é a entrevista concedida ao Estadão nesse fim de semana. Eu já havia observado essa sua qualidade.
Na última eleição para governador, o meu candidato preferido era justamente o Haddad.
Outra coisa. Quem somos nós, para discutir estratégias políticas com o Lula?
Está provado. Lula é imbatível como líder político, e se ele trilha esse caminho, eu o acompanho, mesmo a contra gosto. Por que o homem sabe o que está fazendo, criando um novo "poste", como vc e toda a imprensa corporativa alardearam. No seu caso, estou sabendo agora.
Naquela altura, eu tinha a convicção que Dilma ganharia. E não deu outra.
O último parágrafo do artigo do Secco "Neste caso, uma duvidosa vitória eleitoral será uma bela conquista de cargos, mas não de hegemonia", é recheado de preconceito.
Como é que se faz política no país? As regras vigentes permitem outras maneiras, como aquelas do PT dos seus primórdios? Cargos existem para serem ocupados por quem venceu a eleição.
A transformação política nesses últimos nove anos é tão clara, que praticamente imobilizou as oposições.
Autor da façanha. Lula.
Resultados dessa estratégia. Para mim o país melhorou e muito. Valeu a pena? É claro que valeu. Ou seria melhor o PSDB continuar governando na mesma linha de FHC? Eu tenho certeza que não.
Esse artigo do Secco para mim pode ser descartado e jogar no lixo.

Pragmatismo ou disputa de hegemonia? « Blog do EASON

[…] Por Lincoln Secco no Blog Vi O Mundo […]

Neo-tupi

Apoiar Kassab seria isso que o articulista diz. Receber apoio é outra coisa completamente diferente.
A confusão é tão infantil quanto ingleses de 1945 dizerem que a Inglaterra se tornaria nazista se aceitasse a rendição da Alemanha no fim da II Guerra.

E S Fernandes

É triste ver todos em marcha para a direita.

Este é o preço a ser pago para chegar ao poder após fim da URSS: endireitamento.

Quando se dará a guinada pro outro lado do espéctro político?

Isso depende das massas. Do papel que o trabalhador terá fora e dentro do campo político.

Abraço aos leitores!

Marcelo de Matos

O objetivo seria só competir ou vencer a eleição? Se for para vencer temos de deixar de lado algumas idéias românticas. É preciso ter dinheiro, marqueteiro, etc. Lula resumiu muito bem a situação, segundo o blog do Favre: “O presidente nacional do PRB e integrante da Igreja Universal do Reino de Deus, Marcos Pereira, certa vez ouviu do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a receita para vencer eleição: é preciso ter muito dinheiro, um partido robusto ou um grupo de comunicação forte. Com um dos três itens, o candidato é competitivo. Com dois, ganha-se a eleição. Se tiver os três, ensinou Lula, liquida-se qualquer opositor”. É isso aí: será necessária uma coligação partidária. Se não for com o PSD de Kassab, terá de ser com outros partidos. Só assim o candidato petista disporá de maior horário na TV, dinheiro, estrutura partidária em todo o município e “otras cositas más”, todas indispensáveis em um pleito.

alexandre

Temos que fundar uma partido de esquerda. Haddad assim como Mercadante é arrogante, sem discurso e quando há é um só.O PT deixou o poder subir a cabeça, mas vimos que mesmo elegendo Dilma não foi uma vitória tão simples para quem tinha um padrinho com 90 por cento de aprovação..

para o PT não morrer, que curioso, tenho que fazer propaganda contra, contra o Haddad/kassab e assim será, pela primeira vez na história não votarei num majoritário do PT, e se puder fazer campanha contra, farei… lamento

    Neo-tupi

    É interessante v. dizer que Haddad é arrogante (não concordo, mas entendo sua opinião), será por que ele esbanja cultura intelectual? O Darcy Ribeiro perdeu eleição no Rio em 1986 porque acharam-no arrogante quando ele arrasava Moreira Franco nos debates. Eu até tive medo de acontecer o mesmo com Dilma em 2010 se ela começasse a desfilar muitos números. A campanha de Haddad deve ficar atenta a isso.
    Mas acho que v. precisa rever sua posição. Você prefere um Andrea Matarazzo na prefeitura? Um governo é um ciclo de 4 anos (ou 8 se reeleito), então coligações viabilizam o partido a executar um pedaço de seu programa durante um governo (como fez Lula, e ele não tinha como fazer tudo o que o PT propunha). Sem coligações executa-se zero se não ganhar. Governar é fazer o possível a seu tempo. Hoje o PT é a alternativa viável para a maioria dos trabalhadores terem um governo que o represente em SP, pelo menos parcialmente. A política purista só o PSTU , o PCO e PCB fazem. Até o PSOL está coligando com o PSDB em Macapá, onde ele é alternativa real de poder.

    Miguel

    perai, vamo devagar… "haddad esbanja cultura intelectual"??? os parametros andam muit baixos.

    M. S. Romares

    Melhor seria se fosse dito " O Miguel esbanja cultura intelectual". Aí os parâmetros andariam na estratosfera. Né não, Miguel?

    alexandre

    Que eu saiba tem outros candidatos, que correm por fora, que por hora tem muito mais a apresentar do que o candidato do Lula. Não basta só ser uma política do partido, o candidato tem que ter discursos, alternativas e Haddad não tem, não tem agora e não tinha nas reuniões zonais em que participou.
    Não respeitam a militância mesmo, disputa pela prefeitura é muito diferente e verdade seja muito dita, muitos vereadores do psdb fizeram muito mais em alguns bairros do que vereadores do PT ou subprefeituras comandado pelo PT.

    verdade seja dita, e ai sim entra Marta Suplicy com seus projetos em que a sociedade estava inserida. Governar SP não é só a ideologia do partido, o candidato tem que ter discurso, soluções e Haddad não tem.

    Regina Maria

    Eu também, nessa condição, pela primeira vez não votarei no PT. Com Kassab não dá, não tenho estômago para isso.

mad hatter

Excelente texto. Tenho me incomodado muito com esta falta de opção à esquerda. Principalmente quando alguns leitores daqui entram na linha de defender o PT até de críticas construtivas. É necessário apontar os erros do PT e começar a pensar uma nova alternativa de partido onde se isole as lideranças fisiologistas da militância comprometida com as classes menos favorecidas e com a luta de classes.

Eu não vejo como o PT retornar a preencher este nicho no espectro político no qual ele mesmo deixou no vácuo. Seu compromisso em manter a hegemonia eleitoral a custa de acordos no mínimo suspeitos com a direita e centro-direita, tornou-se a missão principal do partido.

Ele próprio criou uma nova forma de controle social para o capitalismo que nem o mais antenado teórico da direita poderia conceber. O de calar as lideranças sociais através de cooptar as lideranças petistas, colocando a esquerda em uma verdadeira camisa de força por não poder criar movimentos críticos à um modelo que suas próprias lideranças apoiam e fazem acontecer.

Exemplificando com o caso do meu estado ( Ceará), como posso elaborar um embate às estruturas capitalistas, quando o governador (Cid Gomes) que implementa estas políticas no estado, tem a defendê-lo como liderança de governo a cúpula petista ? Vide a greve de professores onde ele mandou a PM bater nos manifestantes e no outro dia estva esta liderança petista com a saia justa de justificar o injustificável. Como ficam os militantes petistas que estão dentro do sindicato dos professores ?

Sigo ansioso esperando esta alternativa nascer. Enquanto isso vou fazendo o que posso, tipo não dando mais meu voto para sustentar este "pragmatismo".

David

Excelente artigo do senhor Secco. O PT cada diz mais se parece com os partidos tradicionais do Brasil. Faz alianças para governar e não para garantir um projeto claro e definido. Pragmatismo, no caso do PT, virou um eufemismo para promiscuidade. Aliás, só assim um poste como Haddad para sair candidato a prefeito. Nada contra o sujeito, mas se o partido tivesse democracia interna a chance do Haddad era zero. Pode ser um bom gestor, mas não é um animal político e pessoalmente é cheio de empáfia, beirando a arrogância.

    francisco p. neto

    Na verdade o meu post era em resposta ao seu David.
    Talvez alguns parágrafos ficaram sem sentido.
    Como vc pode notar, é totalmente contrário ao que vc disse. Mas respeito a sua opinião.

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