Pedro Augusto Pinho: Sempre existe esperança

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João III (1502 -1557), apelidado de "o Piedoso", foi o rei de Portugal e Algarves de 1521 até sua morte. Era o filho mais velho do rei Manuel I e Maria de Aragão e Castela, assumiu o trono aos 19 anos de idade. Imagem: Reprodução

Por Pedro Augusto Pinho*

O monoteísmo hebraico e a unipolaridade estadunidense estão hipocritamente procurando um inimigo para culpar pela guerra que eles desejam e para qual se preparam.

Assim é narrada a guerra que a Ucrânia promoveu contra a Rússia (Revolução da Maidan, 2013/2014) e está se transformando no tiro no pé para toda Europa. Apenas a intensidade da desinformação impede que todos tenham a exata noção do que está ocorrendo no Atlântico Norte.

O Brasil tem o pior Legislativo de sua história, não apenas pelo despreparo intelectual mas pela desfaçatez dos “orçamentos secretos” e “emendas” de toda ordem no orçamento da Nação.

Esta qualificação invade também o judiciário, como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) escolhido por ser “terrivelmente evangélico” (sic).

Que não se agrida Lula comparando-o a Joe Biden, mas pela idade, pela saúde, pelo tempo de injustificável prisão, ele não tem enfrentado, com medidas objetivas e eficazes, a incomensurável pressão para privatizar, de vez e totalmente, o Brasil.

Regredimos ao período onde nem havia arremedo de Estado no Brasil, pois, em 1548, Dom João III constituiu o Estado Colonial dotado de alguma autonomia administrativa, ou seja, de mínima Soberania, com órgão de defesa externa (capitão-mor da costa), órgão para defesa interna (ouvidor-mor) e mais um para cuidar das finanças (provedor-mor).

A cidadania era, então, privatizada e só deixou de o ser quando, onze dias após empossado na Presidência (novembro de 1930), Getúlio Vargas criou o ministério para saúde, para educação e, outros tantos dias depois, para o trabalho.

Hoje o Banco Central (designação corrente do provedor-mor) se declara independente da Nação, nada tem que fazer pelo Brasil pois seu compromisso é com as finanças apátridas.

O capitão-mor da costa se repartiu em três, mas estão buscando transferir suas incumbências para uma empresa com ações em Bolsas de Valores. E o ouvidor-mor já são as milícias, que ocupam cada dia maior espaço na administração municipal e estadual.

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O retrato é desanimador. Mas é exatamente por isso que surgirá, da força do povo que, não suportando mais esta vexatória situação, se revoltará, olhando seus filhos e netos exclamará: quero o Brasil brasileiro, para meus descendentes, fora com as finanças apátridas, fora com as privatizações, fora com esta ocupação de marginais na administração das nossas cidades.

Dois recentes eventos dão ânimo à mudança. O assassinato da geriatra capitã-de-mar-e-guerra, por tiro de milicianos ou traficantes, que atravessou a janela do Hospital Marcílio Dias (Lins de Vasconcelos, RJ) se alojando na cabeça da médica, que comoveu não somente militares, mas civis que convivem com a falta da segurança pública estatal. Este feito resulta da privatização crescente do “ouvidor-mor”.

O segundo foi a inédita prisão, determinada pela justiça civil, com apoio do Ministério Público, de general do exército, último posto da carreira, por agir contra o Estado de Direito, articulador de Golpe de Estado e crimes conexos. A dolorosa e sentida realidade da privatização do “capitão-mor da costa”.

*Pedro Augusto Pinho é administrador aposentado.

*Este texto não representa obrigatoriamente a opinião do Viomundo.

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