Maria Inês Nassif: Lula já emplacou Haddad

Tempo de leitura: 4 min

O apoio ex-presidente e de 90% dos vereadores do PT e do chamado grupo sindicalista do partido já praticamente garantiram ao ministro da Educação, Fernando Haddad, a vitória nas prévias que decidirão o candidato petista à prefeitura de São Paulo, marcadas para o dia 27 de novembro. Segundo um dos envolvidos na disputa, Haddad estaria na marca da metade das preferências dos eleitores das prévias. Vencer as eleições do próximo ano, no entanto, é outra história. O artigo é de Maria Inês Nassif.

por Maria Inês Nassif, em Carta Maior

O empenho direto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o apoio de 90% dos vereadores do PT e do chamado grupo sindicalista do partido já praticamente garantiram ao ministro da Educação, Fernando Haddad, a vitória nas prévias que decidirão o candidato petista à prefeitura de São Paulo, marcadas para o dia 27 de novembro. Não é apenas difícil, mas altamente improvável, que qualquer outro pré-candidato, neste pouco mais de mês, atropele o favoritismo do ministro.

Hoje, segundo um dos envolvidos na disputa, Haddad estaria na marca da metade das preferências dos eleitores das prévias; o deputado Jilmar Tatto, que tem um reduto eleitoral forte na periferia da capital, oscila em torno dos 30%; e Marta Suplicy, com seu grupo dividido entre a sua pré-candidatura, a de Tatto e a do deputado Carlos Zaratini, pode ficar numa situação desconfortável na disputa. Concorre também o senador Eduardo Suplicy, com chances quase nulas.

Vencer as eleições do próximo ano, no entanto, é outra história. As avaliações internas são de que o PT, como partido, tem grandes chances de ganhar a prefeitura da maior cidade do país, desde que vá unido para o palanque. E principalmente se ao lado de Haddad estiver a ex-prefeita e atual senadora Marta Suplicy. Hoje, a senadora preocupa menos pelas chances que teria nas prévias e mais pelo apoio que deixaria de dar ao ministro, se ele for de fato ungido candidato pelos militantes.

Embora tenha um alto grau de rejeição, Marta tem um eleitorado que se identifica com ela e não necessariamente vota no PT. O pouco empenho da senadora em favor de Aloyzio Mercadante ao governo, no ano passado, foi avaliado como prejudicial ao candidato petista ao governo. O partido não terá nada a ganhar se se indispor com ela no processo de escolha do candidato do partido à prefeitura da capital.

“Trabalhamos ainda para evitar a disputa”, afirma o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, um dos defensores da candidatura Haddad. “Nossa experiência com prévias é péssima, o partido sempre sai dividido”, pondera o prefeito, embora considere que os debates ocorridos até agora entre os pré-candidatos à prefeitura da capital estejam transcorrendo em surpreendente clima de paz. “Eu já me registrei como candidato e vou até o fim”, garante Zaratini. Tatto também vai à disputa. Ambos dizem que compõem com o vitorioso após as prévias. Marta ainda é uma incógnita. “Eu vou esperar para ver o que acontece”, disse à Carta Maior, no mês passado. Ela insiste que sua postulação se deve à sua vocação para a função. “O ministério não me atrai, o governo não me atrai. Eu gosto é da cidade, é de ser prefeita”, disse.

Segundo fontes do PT estadual, a avaliação predominante no partido – que justificaria o fato de Lula não ter cogitado apoiar Marta nas prévias – é a de que a ex-prefeita bateu no seu limite de votos na capital paulista. Na largada, começaria com confortáveis 30% das intenções de voto dos eleitores, e Haddad de início não teria mais do que dois. Mas, nas últimas eleições que disputou na capital, não conseguiu superar o teto dos 40%.

Além disso, pesquisas qualitativas encomendadas pelo PT estadual mostram uma tendência do eleitorado a nomes novos. Existe um desgaste generalizado das antigas lideranças não apenas petistas, mas dos demais partidos. Haddad seria uma aposta num nome que nunca disputou uma eleição, mas que até por conta disso tem também menos rejeição. Poderá ter mais condições de superar a votação dos petistas que se expuseram em eleições num Estado e numa cidade onde o seu principal adversário nacional, o PSDB, é hegemônico.

O inconveniente de ser um candidato desconhecido é que ficará ao relento entre as prévias e agosto do ano que vem, quando se inicia oficialmente a campanha eleitoral. Será um candidato com poucas intenções de voto e um alvo já definido dos adversários, afirma outro petista.

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Existem também outros problemas numa candidatura de Marta. Ela tem apenas menos de um ano de mandato cumprido como senadora e mais de sete a cumprir, e um primeiro suplente, Antonio Carlos Rodrigues, que é do PR. Sua saída reduziria a bancada do PT no Senado em favor de um partido da base de apoio da presidenta Dilma Rousseff, mas que anda meio contrariado com o governo. Além disso, Marta é vice-presidente do Senado, num mandato que se encerra apenas em fevereiro de 2013. Se ganhar a prefeitura, o PT perde uma senadora.

Emplacar o nome de Haddad, que tem história com o PT mas não é um quadro partidário – nunca teve militância profissional no partido – e colocar Marta no seu palanque podem dar ao PT o impulso que precisa para enfrentar a máquina da prefeitura e do governo do Estado – a primeira nas mãos do prefeito Gilberto Kassab, que forma um PSD para apoiar Dilma mas é aliado fora de questão em terras paulistas e paulistanas; a segunda sob controle de Geraldo Alckmin. “O PT vive condições excepcionais no Estado”, comemora o presidente do PT paulista, Edinho Silva. A mesma pesquisa que aponta tendência do eleitorado paulistano a um novo nome, coloca o PT pela primeira vez com 30% na preferência do eleitorado em todo Estado, algo inédito na vida do partido. O partido chegou aos níveis que mantém nacionalmente de preferência do eleitorado num Estado onde sempre teve grande rejeição.

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Comentários

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Julio Silveira

Depois da Justiça Federal ter anulado a liminar da Justica Cearense, e a prova do ENEM ter sido homologada para todo o País, ganha o Brasil, mas principalmente o Ministro Haddad que arranca de vez como um aspirante de peso a prefeitura de São Paulo, cacifado por sua inteligencia seu potencial inovador e o aval do eterno presidente Lula. Aliás esse presidente brasileiro que anteve o futuro e direciona aqueles homens e mulheres com potencial para fazer a diferença para o povo e para o poder, a exemplo do próprio.

Sagarana

O PT está debaixo do braço do lula. O PT está cheirando a suvaco…

Paulo Geroldo

Qualquer candidato do PT em São Paulo tem o meu voto. Petista que é petista não tem que escolher candidato, tem que apoiar o partido incondicionalmente neste momento. Precisamos arrancar a direita do poder aqui em São Paulo. É hora do partido se unir, que a Marta tenha bom senso e não abra mão de seu mandato como senadora, que é muito importante para o Brasil.

Marcelo

Se isto for confirmado, teremos mais quatro anos de governo tucano, democrata ou do "partido de centro" do Kassab…

snd

primeiro Haddad tem que responder a pergunta: contra ou a favor da privatização da saude publica,além de outras, já que ele nunca fala ou diz alguma coisa. afinal, queremos um novo chalita?não achamos que tem que ser alguem 100% compromissado com os movimentos sociais, mas alguem com quem podemos contar

Klaus

Tem jornalista que trabalha pra determinados candidatos, sabiam?

beattrice

O PT-SP precisa aprender a conjugar o verbo OPOR-SE e tornar-se oposição de fato e de direito, hj não é nem uma coisa nem outra.

Apartidario

Se votar fosse mudar alguma coisa, seria proibido!

Julio Silveira

É isso que torna dificil para a direita engolir o homem. Que é de fato uma águia da politica. O Hadad vai ganhar em São Paulo, por que o estado carece de gente nova, com nova dinamica e atitude. O Lula vai oxigenando o partido, e saindo do proselitismo esquerdoide, patrulheiros, eu disse esquerdoide não de esquerda. Aos poucos o grande timoneiro brasileiro vai levando seu partido ao encontro das massas pensantes. Mas ainda faltam garantias para o futuro e homens como o Hadad são dos poucos que pensam mudanças, mais do que conviver que o que ai está.

Sr.Indignado

O ponto forte do Fernando Haddad (FHD) é esmagar, utilizando outros, movimentos grevistas por reajustes salariais constitucionais. Depois descontar dias parados antes mesmo do julgamento… Afinal, parece que austeridade mesmo é encolher salário de servidores públicos, e isto dá IBOPE.
Esse FHD ainda vai nos trazer grandes surpresas.

Maria Izabel L Silva

Se o PT ganhar essa eleição em São Paulo, a mídia golpista vai surtar! Haddad tem mais chances do que Marta. É quase uma novidade, e tem reconhecimento e respeito da sociedade pelo trabalho realizado no MEC.

    Marcelo

    A senhora está sendo irônica, não é?

    Molina

    Que trabalho?

    Cleverton_Silva

    Que trabalho, Molina? 1 – Prouni; 2 – FIES; 3 – Reuni (Fortalecimento das Univ. Federais sucateadas e quase vendidas por thc, o rei da cornuália); 4 – novas Universidades e Institutos Federais; 5 – PDE; 6 – ampliação do programa do livro didático para o ensino médio; e muito mais.

    Sagarana

    vc esqueceu o enem…

Taques

E dá-lhe "dedazo", que belo exemplo de democracia interna.

O PT não passa de um partido caudilhesco onde Lula é o princípio, o programa e o fim.

O resto é conversa fiada.

PS: a fala asquerosa de Luiz Marinho mostra bem a sua natureza, mais um pouquinho o "democrata" dispensará até as eleições …

Rasec

Adoramos Marta, votamos nela, fazemos campanha! Mas acho tambem que agora o PT precisa de nomes novos, alem de todos os argumentos da jornalista Nassif. Se for Marta a candidata votamos, mas nao faremos campanha. Queremos um nome novo e Haddad eh um bom nome!
E por isso mesmo o PIG vai tentar desqualifica-lo com o Enem!

CLAUDIO LUIZ PESSUTI

Nossa, esta matéria ai e assim, a Marta "ta acabada" e o "poste" do Lula ta com tudo!Vai achando, vai achando…

    Aline C Pavia

    O Montenegro do Ibope falou exatamente isso de Dilma, veja só no que deu.

    Alvaro Tadeu Silva

    Pois é, no início de 2010, um analista do INSPER, que deve ser um instituto de pesquisas sociais e econômicas disse num debate em plena GloboNews que se fosse apostar, apostaria na Dilma. Serra estava com mais de 40%, os peessedebistas debatedores insinuaram que ele estava louco e eu fiquei de queixo caído. O cara não é de esquerda, apenas externava aquilo que suas pesquisas indicavam. Hoje eu sei, naquele time de "intelectuais" debatedores a soldo da Direita Radical, só aquele pesquisador foi lúcido, honesto e sincero.

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