Suspeita de outra “queima de arquivo” no caso do milionário miliciano Adriano; viúva está foragida
Tempo de leitura: 2 minDa Redação
Por decisão do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro, foi expedido mandado de prisão contra Julia Emilia Mello Lotufo, viúva do ex-policial Adriano Magalhães da Nóbrega.
Adriano empregou a mãe e a ex-mulher no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio. As duas eram funcionárias fantasmas e participaram da rachadinha organizada pelo chefe de gabinete Fabrício Queiroz — sempre segundo a acusação.
Na Operação Gárgula, deflagrada hoje, está sendo investigada uma rede de agiotagem e lavagem de dinheiro da qual Adriano teria participado.
O braço direito dele, de acordo com o MP, o sargento Luiz Carlos Felipe Martins, o Orelha, foi morto em circunstâncias não esclarecidas no último dia 20, sábado, o que pode ser indício de que a operação vazou.
Orelha, 50, foi morto em Realengo, por homens que passaram atirando. Duas pessoas que estavam com ele no carro ficaram feridas.
O soldado da PM Rodrigo Bitencourt Fernandes Pereira do Rego foi preso como integrante do bando.
Ele era sócio da Cred Tech Negócios Financeiros LTDA, que movimentou, entre 1º de agosto de 2019 a 28 de abril de 2020, R$ 3,6 milhões.
De acordo com a TV Globo, no espólio de Adriano constam restaurantes, postos de gasolina, gado, cavalos de raça, fazendas, imóveis urbanos e automóveis.
De acordo com a acusação, Júlia Lotufo, a viúva, era quem administrava os bens.
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A Justiça sequestrou R$ 8,4 milhões atribuídos ao grupo, inclusive um Haras em Guapimirim, no interior do Rio de Janeiro.
Depois que estourou o escândalo das rachadinhas, a mãe de Adriano, Raimunda Veras de Magalhães, e a ex-mulher Danielle Mendonça da Nóbrega, foram demitidas do gabinete de Flávio. Ambas ganhavam cerca de R$ 6 mil mensais.
Procurado pela polícia, Adriano fugiu — segundo o advogado dele, temia queima de arquivo.
A mãe de Adriano, Raimunda, denunciada por participação na rachadinha, mora hoje em Astolfo Dutra, no interior de Minas Gerais.
Foi na casa dela que se reuniram Márcia, a esposa de Fabrício Queiroz, e o advogado Luis Gustavo Botto Maia, em dezembro de 2019, supostamente para cuidar de que Adriano não abrisse a boca e Queiroz tivesse um plano de fuga, se necessário.
Botto Maia é acusado de tentar apagar os vestígios da rachadinha. Ele é amigo de Flávio Bolsonaro desde 2011, e atuou em alguns casos relacionados ao senador.
Na esfera nacional, o clã usa os serviços de Frederick Wassef, o Anjo, responsável por esconder Fabrício Queiroz em suas propriedades quando o amigão dos Bolsonaro corria o risco de ter a prisão decretada.
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