Sulamita Esteliam: Machos de verdade não batem nem matam

Tempo de leitura: 6 min

Espantoso é que ainda haja quem defenda o agressor. Eliza, cujo corpo ainda não foi encontrado, ganhou pecha de “Maria Chuteira”. Maristela foi taxada de adúltera, e o marido já era ex, há dois anos. São inesquecíveis as palavras do sogro, criminalista de renome: “se não matasse, não comia na minha mesa”.

por Sulamita Esteliam, em Carta Maior

No aniversário de quatro anos da sanção da Lei Maria da Penha, dia 06 de agosto, Pernambuco e sua capital, Recife, registram queda nos índices de violência doméstica letal contra a mulher. São ligeiros os recuos, mas, num país onde se mata uma mulher a cada duas horas, segundo pesquisa recentemente divulgada pelo Instituto Sangari, de Brasília, qualquer redução é avanço. Afinal, é de vidas que se trata. Nesta contagem, o “Leão do Norte” figura em 5º lugar, com taxa de 6,5 em 100 mil e a capital pernambucana em 40º, com 10,6 dentre os municípios com mais de 10 mil mulheres. Pelo critério, Alto Alegre, em Roraima, é o mais violento, com índice de 22,0. A média nacional é de 4,2. O levantamento foi realizado com base nos dados do SIM – Sistema de Informações de Mortalidade, do Ministério da Saúde. De 2003 a 2007, foram assassinadas, em média, 4 mil mulheres por ano, num total de 19.440 no quinquênio. Agregados os cinco anos anteriores, a matança atinge 41.532 mulheres.

Como se vê, os números do recorte de gênero feminino no Mapa da Violência 2010, do Instituto Sangari, são assustadores. Apontam o Espírito Santo e Vitória como estado e capital mais violentos para com a mulher, no período 2003/2007. A média de homicídios femininos naquelas hostes é de, respectivamente, 10,3 e 13,3 em 100 mil. Quando a classificação leva em conta as capitais, Recife, está na segunda posição. Em terceiro, vem Belo Horizonte, a cidade cordial, com 7,8. Aracaju, João Pessoa, Rio de Janeiro e Porto Alegre ocupam as posições subsequentes, com o mesmo índice: 5,4 em 100 mil. Brasília está em 9º lugar, com 4,9 e São Paulo vem em 10º, com 4,7. O cálculo, obviamente, é proporcional à população-alvo.

O mapa falha, todavia, quando não apresenta o quesito raça, nos homicídios femininos, como faz com as taxas globais e de assassinatos dentre os jovens. Se o fizesse, muito provavelmente, concluiria que boa parte das vítimas é negra, além de pobre, e suas mortes não viram manchetes de jornal.

Cerca de 40% das mulheres assassinadas estão na faixa etária de 18 a 30 anos. Jovens como a paranaense Eliza Samúdio, que segundo apurou a polícia, foi sequestrada no Rio de Janeiro, levada para Minas Gerais, onde teria sido estrangulada, esquartejada e seus restos jogados aos cães, num sítio nas proximidades de Beagá. O caso ganhou notoriedade, não pela barbaridade do crime, ou não só. Mas, principalmente, porque o mandante teria sido o goleiro Bruno, do Flamengo, com quem Eliza teve um caso – e que seria o pai do filho ainda bebê, a quem ele se recusa a dar o nome. Bastava um simples exame de DNA para dirimir dúvidas e querelas.

As crianças, destaque-se, assistem às agressões. É o que dizem 68% dos casos relatados ao 180, número do disque-denúncia da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres. Não raro, 15%, são também alvos da violência. A exemplo do casal de filhos de Maristela Just, a pernambucana de 25 anos assassinada com cinco tiros pelo marido, no bairro de Candeias, Jaboatão dos Guararapes. Sobrou bala e sequelas – físicas e psicológicas – para a menina, de cinco anos, e o menino, de dois anos e meio. Adultos, ambos foram testemunhas-chave no julgamento do pai, 21 anos depois do crime, em junho último.

Bruno e alguns de seus cúmplices estão presos, preventivamente, enquanto aguardam julgamento. José Ramos Lopes Neto foi condenado a mais de 90 anos de cadeia, por homicídio qualificado, mais tentativa de parricídio. À revelia, pois nem o assassino confesso nem o advogado compareceram à sessão, pela segunda vez, em menos de dois meses. Continua foragido. A diferença entre os dois casos não está nas circunstâncias. Nem tampouco se deve ao tempo decorrido entre um e outro episódio. A diferença é a Lei Maria da Penha. É ela que dá instrumentos para enfrentar a impunidade, ao prever rigor no trato desse tipo de violência, mesmo quando não desagua em morte.

Faltam estudos que tracem o perfil do agressor. Sabe-se, contudo, que assim como o homem que reprime, oprime e/ou espanca, o assassino é, quase sempre, velho conhecido: marido, namorado, ex-companheiro ou parente; por isso, violência doméstica. Em geral, o homem rejeitado, ou amado, por ela ou de quem teve a desventura de parir descendente. O motivo pode ser nenhum – se é que possa haver razão ou cultura que justifique a desumanidade. Seguramente envolve machismo, baixa autoestima, sentimento de posse ou misogenia – desprezo pelas mulheres. Travestidos em macheza e arroubos de valentia. A palavra talvez seja desamor. Covardia, com certeza.

Espantoso é que ainda haja quem defenda o agressor. Eliza, cujo corpo ainda não foi encontrado, ganhou pecha de “Maria Chuteira”. Maristela foi taxada de adúltera, e o marido já era ex, há dois anos. São inesquecíveis as palavras do sogro, avô dos filhos que ela gerou com o homem que se transformou em seu inimigo fatal. Criminalista de renome, às vésperas do júri popular – que seu conhecimento das artimanhas jurídicas conseguiu protelar por duas décadas -, não se furtou em pregar, nas páginas dos jornais e ondas de rádios: “Se não matasse, não comia na minha mesa”. A OAB-PE o está processando por apologia ao crime.

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Talvez o tal senhor não tenha atentado para o sinal dos tempos. De fato, homens com pensamento semelhante continuam na contramão. E os dados do Mapa da Violência 2010, são prova disso. O mesmo Pernambuco que se esforça para fazer valer seu Pacto pela Vida, programa do governo estadual para redução da violência, ainda está muito longe de poder comemorar vitórias, tanto no geral quanto no particular. No que diz respeito ao sexo feminino, que ora é a nossa pauta, a situação continua grave, sim: até o dia 4 de julho, por exemplo – as estatísticas oficiais não acompanham ritmo e frequência das mortes – 121 mulheres e meninas haviam sido assassinadas.

Entretanto, o Departamento de Polícia da Mulher, da Secretaria de Defesa Social no estado, garante que os números se mantém decrescentes, sobretudo no último ano. Um dos motivos, reconhece, é a força da Lei Maria da Penha, que obrigou o Estado a se estruturar para tirá-la do papel. O outro é o vigor dos movimentos de mulheres, um dos mais organizados e criativos do país. Passeatas e apitaços para cobrar providências das autoridades e sacudir a leniência da sociedade, fazem parte da paisagem da “Veneza Brasileira”. Unem militantes feministas e políticas, intelectuais e mulheres de terreiro, artistas e lideranças populares. As performances das Loucas da Pedra Lilás, por exemplo, grupo de teatro de rua que denuncia a violência sexista no Recife, agregam arte à repercussão do drama.

No concreto, a busca de mais agilidade no atendimento começa na descentralização e interiorização das delegacias e centros de referências de mulheres. Já são sete o número de Delegacias de Polícia de Prevenção e Repressão de Crimes contra a Mulher – Recife, Jaboatão dos Guararapes, Paulista e Ipojuca, na área metropolitana; Caruaru, no Agreste, Petrolina e Surubim, no Sertão. Há previsão de mais seis em diferentes regiões do estado. E há uma Delegacia de Polícia de Plantão para Crimes contra a Mulher, que funciona com quatro turmas, em regime de 24 horas, na capital.

O trabalho ganha efetividade na adoção de medidas protetivas para garantir a integridade física e moral das vítimas potenciais, asseguram os responsáveis. O afastamento imediato da mulher de sua casa, quando ela sofre violência no seu convívio familiar é uma das práticas-padrão. A outra é o encaminhamento do pedido ao Judiciário, em 48 horas, impreterivelmente. Segundo a delegada Lenise Valentim, gestora do Departamento de Polícia da Mulher foram expedidas mais de 4 mil medidas protetivas nos últimos quatro anos, e efetuadas algumas prisões de agressores que as desrespeitaram.

O esforço no combate à violência, explica Lenise Valentim, passa pela capacitação dos agentes da lei para receber e atender bem a mulher agredida, e tomar as providências necessárias para se evitar o mal maior. O foco, entretanto, é a prevenção, através de campanhas educativas de mulheres e homens, num trabalho conjunto de governo e sociedade, de todos e de cada um. Nas palavras da delegada Valentim: “É preciso conversar com o homem, porque é ele quem bate, é ele quem mata. Convocar os homens a serem machos de verdade”.

(*) Sulamita Esteliam é jornalista e escritora. Autora dos livros Estação Ferrugem, romance-reportagem que resgata a história da região operária de Belo Horizonte-Contagem, Vozes, 1998; Em Nome da Filha – A História de Mônica e Gercina, sobre violência contra mulher em Pernambuco; e o infantil Para que Serve Um Irmão, os dois últimos ainda inéditos. Apresenta, nas manhãs de sábado, o programa Violência Zero pela Rádio Olinda AM – 1030. [email protected]//[email protected]

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Comentários

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De Mulheres e de Morte#FimDaViolenciaContraMulher | A Tal Mineira – Blog da Sulamita

[…] Artigo publicado na Agência Carta Maior, no Vi o Mundo e no QTML, em agosto de […]

Osvaldo Aires

– Afinal quem vai apedrejar quem???
O Cumpenhêro-Imperador-Ahmadinejad-Luiz-Ignorácio-Presidente Evo do Crak-Sabe-De-Nada-Lullalate-Da-Silva-51-A-Próxima-Vai-Saber,
ou a Dilmente-Mãe-Do-Chuk-Brinquedo-Assassino-Ventríloqua-Poste-Apagada-Pelo-Bispo-Erótico-Do-Paraguai???

monge scéptico

LAURA! DEUS me livre de ver a mulher desaparecer. Ai meus DEUS1. não Laura; muitos
homens( graças a DEUS sou um deles) gostam demais das mulheres. A mulher só preci-
-sa repensar um pouco o seu papel junto a um parceiro. Se quer uma separação por sido
criada durante a convivência, una situação inaiceitácvel, converse com o parceiro, busque
uma separação amigável, sempre procurando com muito tato, ver a aceitação do fato pelo
mesmo. NÃO NOS TRAIAM. A traição machuca muito.Converse antes. Nós as amamos siceramente.

laura

Pois é, acabei de receber por e-mail de um homem bacana:
Diz ele:
Como a maioria das coisas do Veríssimo, é lindo o texto.
Ele só pisa na bola no final
Um abraço

Um homem inteligente falando das Mulheres

Luiz Fernando Veríssimo

O desrespeito à natureza tem afetado a sobrevivência de vários seres e entre os mais ameaçados está a fêmea da espécie humana.
Tenho apenas um exemplar em casa, que mantenho com muito zelo e dedicação, mas na verdade acredito que é ela quem me mantém. Portanto, por uma questão de auto-sobrevivência, lanço a campanha 'Salvem as Mulheres!'
Tomem aqui os meus poucos conhecimentos em fisiologia da feminilidade a fim de que preservemos os raros e preciosos exemplares que ainda restam:

Habitat

Mulher não pode ser mantida em cativeiro. Se for engaiolada, fugirá ou morrerá por dentro. Não há corrente que as prenda e as que se submetem à jaula perdem o seu DNA. Você jamais terá a posse de uma mulher, o que vai prendê-la a você é uma linha frágil que precisa ser reforçada diariamente.

Alimentação correta

Ninguém vive de vento. Mulher vive de carinho. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem, sim, e se ela não receber de você vai pegar de outro. Beijos matinais e um 'eu te amo' no café da manhã as mantém viçosas e perfumadas durante todo o dia. Um abraço diário é como a água para as samambaias. Não a deixe desidratar. Pelo menos uma vez por mês é necessário, senão obrigatório, servir um prato especial.

Flores

Também fazem parte de seu cardápio mulher que não recebe flores murcha rapidamente e adquire traços masculinos como rispidez e brutalidade.

Respeite a natureza

Você não suporta TPM? Case-se com um homem. Mulheres menstruam, choram por nada, gostam de falar do próprio dia, discutir a relação? Se quiser viver com uma mulher, prepare-se para isso.

Não tolha a sua vaidade

É da mulher hidratar as mechas, pintar as unhas, passar batom, gastar o dia inteiro no salão de beleza, colecionar brincos, comprar muitos sapatos, ficar horas escolhendo roupas no shopping. Entenda tudo isso e apoie.

Cérebro feminino não é um mito

Por insegurança, a maioria dos homens prefere não acreditar na existência do cérebro feminino. Por isso, procuram aquelas que fingem não possuí-lo (e algumas realmente o aposentaram! ). Então, aguente mais essa: mulher sem cérebro não é mulher, mas um mero objeto de decoração. Se você se cansou de colecionar bibelôs, tente se relacionar com uma mulher. Algumas vão lhe mostrar que têm mais massa cinzenta do que você. Não fuja dessas, aprenda com elas e cresça. E não se preocupe, ao contrário do que ocorre com os homens, a inteligência não funciona como repelente para as mulheres.

Não faça sombra sobre ela.

Se você quiser ser um grande homem tenha uma mulher ao seu lado, nunca atrás. Assim, quando ela brilhar, você vai pegar um bronzeado. Porém, se ela estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda.

Aceite: mulheres também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar.
O homem sábio alimenta os potenciais da parceira e os utiliza para motivar os próprios.
Ele sabe que, preservando e cultivando a mulher, ele estará salvando a si mesmo.
E meu amigo, se você acha que mulher é caro demais, vire gay.
Só tem mulher quem pode!

Luiz Fernando Veríssimo

laura

Prefiro homens com H maiúsculo . "Macho" é dureza.

Sulamita Esteliam

Sim,obrigada Conceiçãoo, pelo post.

    Conceição Lemes

    Sulamita, nós é que te agradecemos por fazer esse ótimo trabalho. Beijo

Sulamita Esteliam

Puxa! Coisa boa o debate. Estou honrada.

Eltonrdo

A grande verdade é que no universo das "pessoas" do sexo masculino há os "Homens" e os "Machos" . O Homem conquista, respeita sua esposa, namorada etc. É Aquele que ao invés de várias escolhe uma e promete a ela seu amor e o cumpre, caso contrário não o faz. É Aquele que embora a mulher trabalhe é responsável o suficiente para não depender dela, mas respeita seu sucesso profissional. Já o Macho… bom, sabe como é, ele sesegue o instinto…

laura

A lei Maria da penha é muito importante, ms não resolve o problema da misogenia difusa em certos setores da sociedade. No mestrado e muito mais além fui perseguida de forma implacável por meu orientador na universidade e alguns colegas que infernizaram e infernizam a vida das mulheres de uma determinada área do conhecimento em São paulo. Era difícil provar, mas a misogenia, destrato e agressões eram insuportáveis. Depois de tantas agressões e , aos poucos, entendendo que aquilo era estranho, fui um dia a delegacia da mulher. O que eu podia fazer? NADA, porque não havia agressão física e eu não tinha como provar aquele assédio. Hoje talvez o assédio moral talvez me permitisse fazer algo. Sofri barbaramente e só pude chorar verdadeiramente quando longe, em estágio no canadá, ouví uma palestra sobre agressões a mulheres e a dificuldade em lidar com aquela violência. Chorei copiosamente, pois alí ví que aquilo era a minha vida. Durante anos não tive a quem recorrer, o que fazer , como posicionar-me. Com o tempo, fugí- a palavra é essa mesma- daquele ambiente e não desejo para ninguém que isso se repita com qualquer mulher. A questão é : como tratar da misogenia difusa , no caso acadêmica-e que não se manifesta como agressão física?Casos assim são bastante frequentes na universidade e manifestam-se a partir de repressões sexuais violentas do agressor.

    TavaresdeMello

    Mais aí é que está, Laura. A Lei Maria da Penha veio urgentemente para punir, mas é mais do que bem-vinda, pois pode contribuir para educar, seja por conscientização ou por constrangimento.
    É mais um instrumento que pode ajudar a reorientar a percepção desta sociedade perversamente machista, covarde e igorantemente misógina.
    E como tratar da misogenia difusa? Aí é um processo, é educação. Vai vir com o tempo, espero, através dos movimentos sociais, leis, mas sobretudo em casa, na orientação dos pais e mães e até mesmo na escolha de namorados, namoradas, cônjuges e amigos.

    TavaresdeMello

    Aproveitando, gostaria de contribuir com este texto cujo autor, Jean Delameneau, não tenho a menor referência, mas que traz uma abordagem bastante perspicaz:

    A Mulher e a Misoginia http://pt.shvoong.com/social-sciences/1680159-mul

    laura

    Oi Tavares!
    Sim a Lei Maria da Penha veio para punir a violência e é muito importante.
    De fato a educação e discussão pode fazer muito ao longo do tempo. Também quanto ao muitas vezes existente, problemas e oportunismos de muitas mulheres contra homens. Também há!
    O caso da moça morta pelo goleiro Bruno parecia deste tipo. Ora vejam, que relação pobre! Ela, oportunista, o cara, violento e machista, sem limites. Tá louco!
    Elas não matam, mas escalpelavam a muitas vezes ainda escalpelam ainda , principalmente na hora do divórcio! há, ainda, as que querem subir na vida via expediente-homem. Costumam procurar esse tipo de homem meio machista. Enfim, polos que se atraem…O que voces acham?
    Na verdade a relação homem mulher é e pode ser ótima, desde que haja outro tipo de combinação entre as partes, respeito, admiração e porque não- descoberta – mútua!

Pedro

Por falar em "Machos" que batem matam e arrebentam, o que as mulheres brasileiras acharam dos cometários da " Dona Beija Proença" convocando os machos mais machistas prá nos livrar da Dilma???? Será que ela falou pela maioria das mulheres, ou apenas por ela e mais algumas medrosas da GLOBO ?????? Será que chegamos a fundo do poço da mediocridade feminina Global, ou o fundo é mais em baixo??????? Mulheres com tutano o Brasil precisa muito de vcs, pf. se manifestem.

    laura

    Esse comentário da Maitê Proença é simplesmente inimaginável: Convocar o machismo para combater algo já é o fim da picada. E para "combater" um candidato a presidência , simplesmente absurdo.
    Acrescente-se que convoca o machismo contra uma candidatura feminina, o que é lamentável.
    Por fim, revela que de política Maitê não entende nada( "livrar-se da Dilma", porque?), mas posiciona-se ao lado da direita retrógrada desse país através de um expediente mais retrógrado ainda.
    Cruz credo, vade retro!

    Conceição Lemes

    Laura, imagino a sua dor. Tenho duas amigas que passaram por isso na USP. iDE fora, é difícil imaginar, ninguém acredita. Só que, na prática, infelizmente, é frequente. Isso ficou claríssimo pra mim, quando fiz o livro Saúde — A hora é agora, principalmente com médicos do HC. Entrevistando a professora Lilia Schraiber, que trabalha com violência contra a mulher, me dei conta das nuances, que a maioria das pessoas sequer dá conta. Um beijo

    Roberto Locatelli

    E tem mais, Pedro: o pai da Maitê assassinou a mãe dela a tiros quando Maitê era criança. Maitê Proença parece ter se esquecido disso.

Ed.

Seres humanos equilibrados não cometem violências…

Marcelo de Matos

“É preciso conversar com o homem, porque é ele quem bate, é ele quem mata.” Na minha ignorância filosófica, nunca imaginei que o homem pudesse ser mau e a mulher boa, ou pelo menos neutra no quesito maldade. Pensei que a natureza humana fosse a mesma: o homem, nesse conceito incluída a mulher, não seria nem muito bom, nem muito mau. L'homme n'est ni ange ni bête, como disse Pascal. Quando li Sartre, percebi que para ele a natureza humana não tem significado, ou não existe. A essência do homem não precederia sua existência – o contrário é que seria verdadeiro. O homem primeiro existe para depois definir seu caráter, se vai ser bom ou mau. De qualquer forma, não dá para inferir daí que o homem possa ser mau e a mulher não. Ambos teriam iguais probabilidades de serem bons ou maus.

    Jairo_Beraldo

    Se me permitir, faço minhas suas palavras. Homem tranquilo, mulher maldosa….boa química não haverá. E vice-e-versa.

    TavaresdeMello

    Mas a verdade é exatamente esta… o homem é quem mais bate, é quem mais mata.

    Não há argumento. O número de assassinatos ou espancamentos de mulheres mais do que evidenciar uma tragédia, denuncia a orientação terrivelmente machista de toda a sociedade.

    Precisamos sim, de muitas conversas, nós homens e também as mulheres. Todos, fomos educados pelo viés machista e precisamos nos reorientar e nos educar para que melhor possamos perceber e cultivar a relação homem/mulher em quaisquer níveis, sejam eles amorosos, profissionais etc… (continua)

    TavaresdeMello

    (continuação) Há muito, aprendi com a minha mulher como ridículo é este papo do macho que quer se dizer moderno – "eu AJUDO em casa, eu AJUDO com as crianças".
    Isso é o melhor que conseguimos produzirr?

    Aqui na minha casa eu PARTICIPO, ou não. Não se trata de questão semântica, é questão de atitude. “Ajudar” não é uma obrigação (sempre podemos dar desculpas), mas participar, é um compromisso voluntário.
    Aí, todo um universo se altera, perdem o sentido as piadinhas sexistas, as pirracinhas sobre superioridade e o que dirá do discurso de posse, aquele discurso que é a desculpa de quem mata ou espanca e de quem apóia ou se cala em cumplicidade?

    jonas

    O esforço para deixar de ser machista é algo assim como o alcoolatra que precisa deixar a bebida. É uma luta diária que recomeça todas as manhãs e, quando o dia termina, agradecer a Deus ( espera-se que seja esse o caso) por mais uma vitória.

    Sou filho de pai extremamente machista. Na minha infancia e na minha adolescencia eu vi e ouvi muito sobre a "superioridade" masculina. Me sinto feliz por ter escapado dessa armadilha, mas sei que o monstro está adormecido no fundo da minha lagoa. Preciso ficar atento e caminhar devagar para não desperta-lo.

    Deus abençoe a todos nós e fiquemos em paz.

    Jonas

O'Brien

Não entendi. Eliza era, além de "Maria Chuteira", uma atriz pornô. Isso não justifica o que o Bruno fez, e qualificá-la desta forma não me torna defensor do goleiro (desculpem-me o trocadilho).

Não gosto muito quando esse expediente é usado, colocando-se uma ênfase desproporcional em certos atos para justificar o artigo.

João Luiz

Macho que é macho protege.

Marcelo de Matos

(continuação) A lei Maria da Penha salienta, no § 2º do art. 3º, que cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para a efetiva proteção da mulher contra a violência doméstica. Qual ação da sociedade já foi implementada nesse sentido? Todos esperam que o governo acabe com a violência doméstica. Sabemos que se o governo não consegue acabar com a violência no trânsito, que ocorre a céu aberto, nem com a violência nas escolas, que ocorre em órgãos públicos, como irá coibir a violência que se perpetra no recôndito dos lares? Mais que redigir manifestos em defesa dos direitos da mulher, ou editar novas leis de proteção, estamos precisando de alguém que vá a campo e dê à mulher espezinhada a orientação que os órgãos públicos não têm dado. O que falta é orientação para sair do jugo. Emprego para mulher não falta: há um imenso campo de trabalho na área pública, industrial e de serviços. O que falta é orientação para buscar o caminho da independência. Que os bons anjos guiem nossas mulheres.

Marcelo de Matos

(continuação) Há leis que realmente inovam e trazem benefícios para a sociedade. Não é o caso da Maria da Penha. Jânio Quadros chamaria essas leis supérfluas de excrescência jurídica. É chover no molhado, para usarmos linguagem popular. O combate à violência familiar, no trânsito, na escola, já é objeto de dispositivos legais genéricos. Criou-se entre nós o vezo de editar leis específicas para cada assunto, atendendo a interesses corporativos. Na mesma linha de raciocínio, criam-se delegacias de polícia para fins específicos: da mulher, do trânsito, do turista. Essa diversificação administrativa pode dar a idéia de maior eficiência. Normalmente, não é isso que ocorre. A lei Maria da Penha não diz nada que já não se tenha dito em outros diplomas legais. Atendeu, porém, aos anseios do movimento feminista e, por essa razão, é considerada uma grande conquista. O que as feministas devem criar é uma ONG que preste assistência jurídica, social e psicológica às mulheres vítimas de violência. (continua)

Marcelo de Matos

“Eliza, cujo corpo ainda não foi encontrado, ganhou pecha de “Maria Chuteira”. O meu podólogo, que me põe a par dos assuntos mundanos, disse-me que Elisa saia com um jogador aqui do Palmeiras. A mídia noticiou que a última pessoa que falou com ela ao celular foi um jogador do Atlético mineiro. Elisa transitava com tanta desenvoltura no meio futebolístico quanto o lobista Daniel Dantas no meio político-financeiro. A existência das marias chuteiras não é novidade. A Rede Globo apresentou recentemente um documentário sobre o “modus operandi” dessas meninas: quanto investem em salões de beleza, hotéis, bares da moda e quanto obtêm de retorno financeiro. Não se ignora, também, que há um grande contingente de mulheres que aplicam o golpe da “união estável”. Uma conhecida minha, que advoga no litoral, disse que sua clientela é constituída, basicamente, de mulheres que arranjam um namorado e depois ingressam na Justiça para provar que o relacionamento é duradouro e obter alguma vantagem financeira. (continua).

    rafael

    A função da Maria Da Penha assim como o do ECA, CLT, Estatuto do Idoso e CDC é dar efetividade aos principios constitucionais. Chamo atenção ainda que, é muito mais fácil para uma mulher, criança, trabalhador , idoso e consumidor conhecer seus direitos recorrendo a uma única fonte que concentra todas as funções do ordenamento do que diversas leis esparsas. Tais leis equilibram a balança entre o forte e o fraco. Funçãomáxima da Justiça.

    Marcelo de Matos

    Grato Rafael. Nesse particular concordo com você.

Hans Bintje

Eu peço em CASAMENTO todas as mulheres deste site.

Predicados:

a) Sou um sujeito apresentável, limpo, culto e educado;
b) Ajudo a limpar a casa, a cozinhar e a levar as crianças para a escola;
c) "Chego junto" na hora do sexo (fundamental!)

Requisitos:

a) Que as mulheres ajudem a cuidar do jardim lá de casa e meu trabalho de recuperar parte da Mata Atlântica. Mão na terra, mesmo;
b) Que saibam cozinhar e possam me ajudar no trabalho na cervejaria;
c) Que sejam cultas e saibam literatura clássica. Isso é ótimo para educar as crianças;
d) Que gostem de cuidar de bichos. Eu aproveito os maltes usados na cervejaria para criar galinhas;
e) Que apreciem e participem de sites como o Viomundo e outros do gênero.

Asseguro que casarei no civil-militar-religioso com todas as candidatas que atenderem esses requisitos. Que o diga a minha esposa, a ÚNICA mulher que consegue me acompanhar nessas aventuras todas!

    Conceição Lemes

    Hans, vc é uma figuraça, mesmo. Por favor, me mande o e-mail e o telefone do músico que vc sugeriu. Não estou achando nos comentários. Vou ligar pra ele agora. abração

    Hans Bintje

    Ainda bem que, como moderadora do site, você entendeu a brincadeira… [gargalhadas]

    Eis o endereço de contato do Alberto Marsicano: http://albertomarsicano.vilabol.uol.com.br/contat

    Marcelo de Matos

    Agora entendo porque existem mulheres que apanham e continuam a morar com o marido. As mulheres são extremamente pacientes. É uma paciência oriental. Tenho uma vizinha aqui no prédio que diz que sou muito “maniático”, isto é, tenho muitas manias. Não coloco “fósforos usados dentro da caixa outra vez” porque sou alérgico a eles. Quando era solteiro, gostava de acampar. Minha mulher me acompanhava nessas aventuras. Eu gostava de fazer pratos complicados no camping. Às vezes queria fazer galinhada e saíamos procurando galinha viva para comprar. Outras vezes, queria comer polenta com couve e saíamos à procura de hortas de quintal para comprar a verdura. Haja paciência. Como não sou violento, nunca testei ao extremo os limites de minha patroa.

Yamãnu B.

E, no mesmo sentido: o que seria um macho de mentira?

Yamãnu B.

O que seria um "macho de verdade"?

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