publicada quarta-feira, 16/02/2011 às 16:22 e atualizada quinta-feira, 17/02/2011 às 17:04
por Rodrigo Vianna, em O Escrevinhador
Essa história de oferecer “Cem Dias” de trégua para o governo que se inicia é um modismo que vem dos EUA, mas faz algum sentido. É um tempo mínimo para que as equipes se (re) organizem e para que as primeiras diretrizes sejam tomadas, indicando os rumos da nova administração.
O governo Dilma não chegou nem à metade dos “Cem Dias”. Ainda assim, é possível já identificar algumas tendências – não só do governo que começa, mas também do quadro político brasileiro.
Nesse primeiro texto, do que pretende ser um modesto “balanço” do início de governo, vou-me concentrar mais na economia.
Os primeiros sinais do governo Dilma indicam reversão da política “expansionista” adotada no segundo governo Lula para enfrentar a crise. O ministro Mantega, da Fazenda, teve papel fundamental em 2009 e 2010, ao adotar um programa que – em tudo – contrariava a velha fórmula utilizada pelos tucanos em crise anteriores: quando o mundo entrou em recessão, com os EUA lançados à beira do precipício, o Estado brasileiro baixou impostos, gastou mais e botou os bancos estatais para emprestar (forçando, assim, o setor privado a também emprestar).
O Brasil saiu bem da crise – maior, gerando emprego, e ainda distribuindo renda. Lula, quando falou em “marolinha” naquela época, foi tratado como um néscio. E Mantega, ao abrir as torneiras do Estado, como um estúpido economista que se atrevia a rasgar a bíblia (neo) liberal. Lula pediu que o povo seguisse comprando. Os tucanos (e os colunistas e economistas a serviço do tucanato) diziam que era hora de “apertar os cintos”. Lula e Mantega não apertaram os cintos. Ao contrário: soltaram as amarras da economia, e evitaram o desastre.
As primeiras medidas adotadas por Dilma vão no sentido inverso: corte de despesas estatais, alta de juros, aumento moderado do salário mínimo. É fato que a inflação em alta impunha algum tipo de medida para frear a economia. Mas a fórmula adotada agora indica um “conservadorismo”, ou “tecnicismo”, a imperar nas primeiras decisões do governo Dilma. Não é à toa que a velha imprensa derrama-se em elogios à nova presidenta, tentando abrir entre Dilma e Lula uma “cunha”, como a dizer: Lula era o populismo “atrasado” e “irresponsável”, Dilma é a linha justa (discreta, moderada, a seguir a velha fórmula liberal de gestão).
Há alguns sinais – preocupantes, eu diria – de que Dilma estimula esse movimento de proximidade com os setores mais conservadores da velha imprensa. Mas voltarei a isso no texto seguinte, na segunda parte desse balanço…
Voltemos à economia: as centrais sindicais fazem grande barulho por conta do salário mínimo subir “apenas” para R$ 545. Acho positiva essa pressão. O movimento sindical pode – e deve – criar um espaço para mais autonomia em relação ao governo. E deve perguntar, sim: por que, na crise, o governo quebrou regras para favorecer as empresas (corte de impostos), e não pode quebrar a regra do reajuste do mínimo para dar um aumento maior? É preciso mesmo tensionar o governo, pela esquerda. Ok. Mas, modestamente, acho que a medida mais danosa adotada pela administração Dilma, nesse início, não é o freio no salário mínimo – até porque, pelas regras acertadas durante o governo Lula (o salário sobe sempre com base na inflação do ano anterior mais o PIB de dois anos antes), o mínimo deve ter em 2012 um crescimento robusto, passando dos R$ 610. O que preocupa mais é outra coisa: a alta dos juros.
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Explico: o impacto de juros altos é devastador para a estrutura econômica brasileira. O aumento da taxa serve para frear um pouco a demanda (e, assim, segurar a inflação), mas tem o efeito colateral de atrair cada vez mais dólares para o Brasil. Isso é ruim? Em parte, é. Com os juros brasileiros em alta, investidores do mundo inteiro despejam aqui dinheiro que não vem pra investimento, mas pro cassino financeiro. E qual a consequência? O real fica cada vez mais forte em relação ao dólar. Já bate em R$ 1,65. Isso provoca um estrago sem precedentes na indústria nacional. Fica muito mais fácil importar do que produzir qualquer coisa aqui no Brasil.
Meses atrás, entrevistei na “Record News” o professor Marcio Pochmann, presidente do IPEA. Ele é uma das melhores cabeças do governo – cabeça que, aliás, corre riscos, porque o IPEA foi colocado sob a guarda (guarda?) de Moreira Franco, que já andou espalhando pela imprensa o desejo de demitir Pochmann. Hum… Seria mais um sinal negativo. Mas, por enquanto, não se confirmou.
Na entrevista, o presidente do IPEA dizia-me que, por causa da equação econômica que expus dois parágrafos acima, o Brasil corre o risco de se perder na fórmula fácil da “fa-ma”.
Não se trata do Big Brother Brasil. Mas de algo mais sério. A “fa-ma”, diz Pochmann, é a mistura de fazenda com indústrias maquiladoras (como as existentes no México).
Ou seja: com câmbio desfavorável (por causa dos juros altíssimos que inundam o país com dólares), o Brasil só conseguiria manter competitividade na agricultura, contentando-se com o papel de grande fazenda do mundo, a fornecer grãos e carne para chineses e europeus. Do lado da indústria, aconteceria algo parecido ao que ocorreu no México, depois de assinar o Nafta, tratado de livre comércio com EUA e Canadá. A indústria mexicana foi dizimada. Quase tudo vem pronto de fora, e o México mantem apenas “maquiladoras” para fazer a “montagem” final dos produtos (aproveita-se, pra isso, a mão-de-obra barata do país).
O Brasil tem um parque industrial sofisticado – construído a duras penas, desde a era Vargas. Nossa indústria parece ter resistido às ondas de abertura recentes. Mas tudo tem limite.
Em artigo na “CartaCapital”, o ex-ministro Delfim Netto – a quem se pode criticar por ter servido à ditadura, mas que nunca desistiu de pensar no futuro do Brasil – tratou desse assunto de forma incisiva:
“Não é preciso ser economista para entender uma coisa simples: cinco anos atrás, quando não se falava de desindustrialização, as condições importantes para o trabalho das indústrias eram as mesmas que são hoje. Qual é a única grande diferença entre o que tínhamos naqueles anos e o que temos hoje? É um câmbio extremamente valorizado por uma política monetária que mantém a taxa de juros brasileira no maior nível do mundo. O Brasil continua sendo aquele pernil com farofa à disposição do sistema financeiro internacional, mesmo fora da época das festas.
Todas aquelas discussões não levaram a nada: só agora os mais sabichões começam a entender que a questão-chave que o Brasil tem de resolver não é um problema de câmbio; o que resolve é construir uma política monetária que, num prazo suportável, leve a taxa de juros interna ao nível da taxa de juros externa.”
As primeiras medidas econômicas tomadas pela equipe de Dilma podem indicar um caminho perigoso, na direção da “fama” do Pochmann e do “pernil com farofa” do Delfim.
Lula e Palocci, dirão alguns, começaram do mesmo jeito em 2003, lançando os juros na estratosfera. A diferença é que o Brasil vinha de uma campanha eleitoral, em 2002, em que se tinha vendido para o mercado (ou pelo mercado) o “risco Lula”. Era preciso evitar o “risco”. Agora, Dilma encontrou o país crescendo, bem arrumado.
Os economistas de linha liberal diriam que, para baixar os juros e fugir do estigma da fama e do pernil, é preciso “primeiro” cortar os gastos públicos. É a velha lenga-lenga: “precisamos fazer a lição de casa”. Dilma fez exatamente isso, com o corte recente de 50 bilhões no Orçamento. E elevou os juros ao mesmo tempo. Eles cairão mais à frente?
Na época de Malan/FHC, a gestão liberal ficava sempre pelo meio do caminho: corte de gasto, seguido de… mais cortes de gastos. Fora as privatizações. E a hora de baixar os juros? Não chegava nunca.
Não era à toa. Juros altos garantiam o real equiparado ao dólar (“moeda forte”, lembram? Foi assim que FHC se reelegeu em 98; depois, desandou tudo).
Mais que isso: juros altos fazem a alegria dos banqueiros e daqueles que vivem de aplicar dinheiro a taxas estratosféricas, “ajudando” assim a financiar a dívida pública (sempre crescente, por causa dos juros!). Malan, depois de deixar o Ministério da Fazenda, foi trabalhar num banco. Palocci teve sua campanha a deputado, dizem, financiada por banqueiros…
Palocci, agora, está na Casa Civil.
Hum…
O governo Dilma vai significar um movimento em direção ao centro, com a gestão “técnica” da economia – que tanto encanta colunistas e economistas tucanos?
A presença de Mantega na Fazenda parece indicar que não… Ou que “nem tanto”.
Dilma chegou a afirmar em entrevistas que uma das metas de seu governo – além de eliminar a pobreza extrema – seria trazer os juros reais do Brasil para patamares “civilizados”. Pode ser que a meta seja essa, a médio prazo.
Mas o risco é perder-se no meio do caminho.
Cinquenta dias são muito pouco para qualquer leitura definitiva sobre as escolhas de Dilma.
Mas é bom olhar com atenção para essas escolhas – especialmente na economia. E torcer para que a nova gestão não se deixe encantar pela “fama”, e nem sirva o Brasil na mesa da banca internacional – como se fosse um suculento “pernil com farofa”.
Comentários
Maria Lucia
As medidas econômicas adotadas nesse início da administração Dilma Rousseff são decorrentes do atual estado da crise mundial do capitalismo, com os EUA desvalorizando a sua moeda, com a finalidade de vender os seus produtos,de qualquer maneira, para ver se resolvem os seus gravíssimos problemas. Só que não conseguirão, porque destruíram seus parques industriais.
Em função de tudo isso, está havendo uma "briga" cambial e foi necessário, aqui no Brasil e na maioria dos países, adotar algumas medidas duras, que certamente serão suspensas, tão logo o nosso país e os demais consigam resistir melhor à essa pressão especuladora estadunidense. Que está jogando com tudo: com o que é legal e com o que é ilegal. A moeda deles já não vale nada e eles ainda a desvalorizam mais ainda e insistem que ela seja uma moeda de troca internacional. Uma verdadeira fraude, um verdadeiro trambique! Os EUA estão recriando a pirâmide de Ponzi, que originou o estouro de 2008. Ou seja, estão aplicando um golpe.
Temos que agir com competência política e avançar a discussão das reformas urgentes e necessárias, até mesmo aproveitando as brechas abertas pelo caos da economia mundial. É hora de varrer o neoliberalismo da nossa agenda e preparar o avanço econômico e social, para o que se faz necessária uma forte participação popular.
Não é hora de vacilar no apoio ao governo que a tão duras penas o povo trabalhador conseguiu eleger, apesar dos vacilos dos partidos de extrema esquerda e da classe média, continuamente vacilante e oportunista.
Como disse o Betinho 2 outro dia em comentário, "time sem torcida, não sai da várzea."
Não vamos agora, por precipitação e ansiedades, afirmar que está havendo erro ou traição aos interesses da maioria do povo pelo governo Dilma. Porque isso não fato.
Laura
A dilma está fazendo no comrço do Governo o que o Lula Fez. Ajustes e acenos conservadores no início, para abertura a esquerda no fim. Nesse quesito, nada de novo.
Anarquista Lúcida
Azenha, há 2 dias que nao se consegue acessar o Rodrigo Viana, ou vem uma mensagem de FORBIDENN, você nao está autorizado a entrar nesse site, ou simplesmente vem O Internet Explorer nao conseguiu abrir a página. Vale a pena verificar o que está havendo.
Conceição Lemes
Anarquista, estou tentando falar com o Rodrigo, pra saber o que aconteceu. abs
Fabian
Aparentemente, pelo que vi até agora, Dilma fará um governo mais técnico e menos político. Uma vez que ela é economista e ele é político. Quanto aos juros acredito que o Brasil possui uma economia muitíssimo mal formada, onde um estado centraliza a grande indústria e o resto é o resto, para ver nossa má formação econômica basta comparar estados como Acre ou Sergipe com São Paulo, é até desleal. Nosso país ainda é eminentemente agrícola, pouquíssimo industrializado e, infelizmente, FHC tinha razão, um país de caipiras. Isto é, nosso país é atrasado, culturalmente atrasado. Logo, a solução a meu modo de ver é industrializar ou desenvolver (de alguma forma) regiões agrícolas atrasadas, mas este é um trabalho para décadas. Para isto o governo deveria criar políticas de incentivo ao desenvolvimento de determinadas regiões estratégicas e criar novos estados, urgentemente. Logo, em uma economia mal formada e totalmente desequilibrada, a meu modo de ver, é muito difícil baixar os juros. Mas também penso que é uma vergonha o governo permitir a usura dos cartões de crédito que assaltam seus clientes cobrando juros de 15% ao mês e bancos cobrando 8% também. Isto é um absurdo. E qualquer governo que não enfrentar isto é um governo a serviço dos bancos e do capital.
Rafael
É triste ver o quanto o Brasil é subalterno. Não adianta sempre vamos ser os escravos do mundo. Ficamos ouvindo essa besteira neoliberal enquanto China ser tornou uma potência sem essa frescura neoliberal que na verdade é continuar rico a elite e manter o povo pobre e burro sempre.
Heber
Congele-se a dívida, garantindo o pagamento de metade dos juros, no segundo ano de vencimento, 25 %, no terceiro 12,5 %. A diferença…tecnologia e educação. Quem estrilar….pode reclamar com o Cerra.
Messias Macedo
… "Todo o mundo está gagá de saber" que a presidente Dilma Rousseff não foi eleita para protagonizar a ruptura com o modelo hegemônico capitalista! Ponto! Dilma Rousseff dará prosseguimento a uma, digamos, fase mais avançada e refinada da transição implementada pelo ínclito presidenete Lula!… Leia-se, continuísmo histórico. Ou seja, o repasto dos pobres por muito tempo traduzirá aquilo que os ricos permitirão deixar sobre a mesa pós-sarau!… O Brasil é uma barbárie e a incivilidade bate-nos à porta a todo o momento – e a retirada das muitas pedras nos caminhos necessitarão de outras Dilmas, outros Lulas, muitas vozes, muita luta… Permanente!…
Messias Franca de Macedo
Feira de Santana, Bahia, Transição República de 'Nois' Bananas/Brasil Nação [Risos]
Messias Macedo
ajuste em comentário anterior:
… e a retirada das muitas pedras nos caminhos necessitará de outras Dilmas, outros Lulas, muitas vozes, muita luta… Permanente!…
Cordiais e respeitosas saudações,
Messias Franca de Macedo
Feira de Santana, Bahia, Transição República de 'Nois' Bananas/Brasil Nação [Risos]
ZePovinho
Eu já penso nessa toada,Messias.Não veremos,em vida,esse país desenvolvido.
Messias Macedo
… Lapidar, o texto do ínclito, competente, confiável e impávido jornalista brasileiro Rodrigo Vianna!…
Cabe a nós, vigiar e aguardar! Interceder se preciso for!…
Messias Franca de Macedo
Feira de Santana, Bahia, Transição República de 'Nois' Bananas/Brasil Nação [será?!]
italo
O Lula rompeu com a tradição de sincronização com o PIG, e deu certo, o interesse público foi contemplado. A lição ficou, nenhum Presidente na América latina ou África, onde são mais comuns esses casos, precisa ser abençoado por líder político-religioso ou concessão pública de rádio e tv para ter sucesso.
SILOÉ
Duvido que você tenha concordado no ato com o Lula, quando ele falou que "A crise aqui seria só uma marolinha". Ninguém achou: só ele, e conseguiu contaminar com seu carisma, toda à população. Com o passar do tempo foi que se viu que ele estava certo.
Também acho muito precipitada e pouco embasada,suas colocações sobre o governo Dilma. Citar o Delfim,como referência é um pouco demais, pois de tanto ele pensar no futuro do Brasil, é que estamos até hoje esperando o bolo crescer para comer a fatia que ele prometeu. Também não sei se você percebeu que entregar o Brasil de bandeja como se fosse "pernil com farofa" que ele agora cita, já foi brecado há muito tempo quando ela criou as regras do pré-sal e outras regrinhas que pelo visto você não tomou conhecimento ainda.
Você mesmo diz "cinquenta dias é pouco", blá, blá, blá…Então cara com todo respeito, vira essa boca pra lá e deixe a Dilma governar, daqui à um ano a gente ver como é que fica, TÀ!!!
Juquinha
Eu confio em Dilma, até que ela prove que estou errada.
Esperarei 1 ano para criticá-la.
Porém, se ela virar pra direita, eu lhe viro as costas.
Não quero nem saber.
Go Oliveria
Ainda estou esperando por Dilma.
Não sei mais muito bem qual é a dela…
Elton
Viram esta notícia?
Vale a pena acessar!!! http://blogdaamazonia.blog.terra.com.br/2011/02/1…
Remindo Sauim
A Dona Dilma é uma senhora educada e é nestes termos que se relacionará com a imprensa brasileira. Agora, quem acha que a direita e seus jornalistas terão alguma moleza é por que não conhecem o histórico dela. Na primeira trapalhada do consórcio Veja/Globo/Folha ela vai dar o troco. Mas também é de sua biografia não dar muita importância ao que sai nos jornais.
Walfredo Carneiro
Perfeito seu texto. só discordo da crítica ao Real forte. Possuir uma moeda forte deve ser a meta de toda nação. Nunca ouvi ingleses ou alemães reclamando da força da libra ou do marco. O real está com 65% de desvalorização acumulada (seu valor de criação é um para um com o dólar). O problema do câmbio ocorre apenas quando a mudança na correlação de valores entre as moedas ocorre de maneira brusca (nas maxdesvalorizações), pois nesse contexto não permite a adaptação e ajuste dos contratos entre importadores e exportadores, pequenos movimentos da moeda ao longo dos anos permite os ajustes dos contratos e não prejudica os exportadores, que passam a vender seus produtos por um preço maior ou menor. Agora, a desvalorização da moeda também significa a desvalorização dos salários, que são reajustados apenas anualmente. A valorização da moeda é aumento de salário, por isso é tão criticada.
Marciliosp
existem medos ainda quanto a taxa de juros, infelizmente!
Taiguara
Acabei de ler na "foia" que o Playboy de Minas declarou que a relação da Presidenta Dilma com o Congresso é uma relação autoritária. Esse elemento não pode ficar sem resposta a altura de sua desfaçatez.
Cinismo é uma palavra "extremamente" amena para classificar(ou seria desqualificar?) essa declaração do Menino do Rio. Será que a memória desse Baladeiro é tão curta? Como foi seu relacionamento com a Assembléia de Minas em seus dois mandatos, ou melhor, nos dois mandatos da sua irmã? E como está sendo, agora, no mandato do despachante que ele deixou na Neveslândia? A assembléia de Minas está, consensualmente diga-se, FECHADA por uma excrecência chamada Lei Delegada. Precisa falar mais alguma coisa? Debaixo desse verniz de bom mocismo está um sujeito "extremamente" egocentrico, totalitário e, principalmente, dissimulado.
O PERIGO MORA EM MINAS.
Carmem Leporace
Quem tirou o Brasil da crise foi a China, tirou o Brasil e todos os países da América Latina.
Lula não tem nada a ver com isso, quem nos salvou foi a China.
O resto é blá blá blá de militante auto enganado, pagos ou não.
Lula estava era desesperado, quem nos livrou dessa foram os chinas.
João
Você calada é uma poetisa…hehe, mostre isso em números e gráficos e principalmente fatos!!
Alexei Alves
Se você repetir isso mais umas vinte vezes, talvez alguém até acredite, Carmen.
Talvez até você mesma.
Geysa Guimarães
Puxa vida, Carmem, quanta sabedoria!
Nem o PIG percebeu isso. É preciso contar pra ele, vai ajudá-lo na tarefa de descontruir Lula.
Se bem que é uma tarefa fadada ao fracasso.
SILOÉ
A relação da balança comercial, Brasil e China, passou a ser bem mais favorável ao Brasil no governo Lula.
Os bens manufaturados que o Brasil importa não nos faria tanta falta, mas as comodities que o Brasil exporta são de vital importância para a China, daí…
Rafael
Esse é o tipo de pessoa que adora ver o Brasil como o escravo do mundo.
betinho2
Leporaca
E por que os EE.UU e a Europa não aproveitaram essa "bondade" da China e ao invés disso resolveram se atolar numa crise só comparavel com o crash de 28?
ZePovinho
A China salvou a VALE,Carmen.A estupidamente competente empresa privada só vende minério de ferro para 1 cliente.Enquanto isso,o Brasil é obrigado a comprar trilhos para construir rodovias.Trilhos chineses feitos com minério de ferro brasileiro.
Marcos Tavares
Caros Azenha e Vianna, acredito que essa política "conservadora" faz sentido levando-se em conta temores de uma segunda onda da crise internacional.
O próprio Guido Mantega já falou em algo nesse sentido: que a política econômica inaugurada por ele e Dilma é anticíclica; investe pesadamente em tempos de crise e contém os gastos com a economia aquecida.
O Nassif já apontou diversas fragilidades na nossa situação atual, e que no caso de uma segunda crise seríamos atingidos em cheio, especialmente em relação às contas externas. Se a política "conservadora" que está sendo adotada *momentaneamente* (com base na declaração do Mantega) é para corrigir essas fraquezas, ela continua sendo conservadora?
Nisso me lembrei de um texto interessante do Eduardo Guimarães a respeito da economia argentina: http://www.blogcidadania.com.br/2010/12/argentina…
Além do mais, Dilma e Mantega não são esquizofrênicos. Foram praticamente os dois, sozinhos, que romperam a ortodoxia Dirceu-Palocci e implantaram uma política econômica de sucesso. Agora Dilma é presidente, Mantega continua na Fazenda e no BC está um sujeito menos cabeça-dura que o Meirelles.
CLAUDIO LUIZ PESSUTI
Isto que voce esta falando tem um problema grave:ao aumentar os juros, atraindo mais dolares, as contas externas vao piorar.Portanto as medidas tomadas para evitar a deterioracao das contas externas nao foram tomadas.O que esta se fazendo e o de sempre:elencar o servidor publico como alvo do ajuste.Pois as tais emendas vao ser liberadas no correr do ano.So o servidor publico e que vai pagar pelo ajuste.De novo.
Pedro Luiz Paredes
Eu também estava tendo essa impressão, porém comecei a refletir.
O jogo democrático é claro no sentido de caminhar para o fortalecimento das ordens populares, digo, não é ficar de 4 com as calças arriadas para o “sistema financeiro” agora que vai impedir o engatinhamento rumo a maiores “ganhos” sociais.
Tenho pra mim um resultado “agudo” disso no futuro e vocês já estão contribuindo. Isso porque a manipulação da massa (mesmo que aparentemente inconsciente) depende de certos passos para o lado, pode se dizer, como provocação, “estopim”.
Se a reforma trabalhista e o programa de incentivo às micro, pequenas e médias empresas for bem sucedido teremos naturalmente uma caminhada “sólida” no rumo da valorização da renda do trabalhador, na especialização da mão de obra e na consequente transposição de gargalos sócio-econômicos; além de “outra” consequências benéficas para a sociedade brasileira.
Otaciel de Oliveira
Vi o vídeo. Serra mais Boris Casoy. Ninguém sabe quem estava (naquele momento como até hoje) mais por fora da realidade brasileira. E a Regina Duarte, ex-namoradinha do Brasil, se escondeu debaixo da cama, onde se encontra até hoje, com medo do bicho papão barbudo, o papa-figo comedor de fígado de criançinha.
E a saída sugerida pelo PSDB e pelo PIG sempre foi a mesma: "Corte nos Gastos".
Lula, que já trabalhou no pesado, sabe qual é o desespero de um trabalhador desempregado.
E aí a marolinha passou bem de
pressa. Mas a tucanalha não se conforma e nem reconhece o valor das medidas tomadas pelo metalúrgico.
Mas o povo, que foi beneficiado elegeu a Dilma, apesar de todas as previsões catastróficas, apesar da gripe suína, apesar do PIG. E logo Dilma, uma técnica que não foi sequer vereadora. Elementar, meu caro Watson: esta é uma prova definitiva de que esse povo foi realmente beneficiado pelas medidas adotadas no governo Lula.
Alguém tem dúvida?
P.S -Tenho um irmão que acha que, em matéria de corrupção, a democracia brasileira é um horror. Eu mandei então que ele prestasse a atenção no que está acontecendo no Egito e em vários outros países do Oriente Médio. Quantos bilhões o Mubarak faturou nestes 30 anos de ditadura no Egito?
E os outros ditadores, que só agora nós estamos ouvindo a falar neles, quanto eles faturaram/faturam?
E disse para ele: "além deste simulacro de democracia corrompida o que ocorre são a tortura, as grandes negociatas em silêncio, a apropriação dos impostos por meia dúzia de vigaristas.
Na democracia brasileira pelo menos nós dispomos do Tiririca com o qual de vez em quando podemos brincar de palhaço.
Bernardo
Concordo com tudo que foi dito sobre o câmbio aqui. Vou fazer uma pequena ressalva porém. Esse quadro de sobrevalorização cambial vem desde o governo Lula, que também não conseguiu romper alguns vínculos com o neoliberalismo (o mercado de câmbio e os movimentos de capital financeiro internacional no país que o digam).
Contudo, a mais reveladora das novidades do novo governo parece ser as relações internacionais. A escolha de um ex-embaixador em Washington para mim é uma clara sinalização de que algo vai mudar aí e para pior.
Bertold
Não estou cego não mas confio na estratégia de Dilma. Para mim ela está subvertendo a estratégia que Lênin preconizava sobre as táticas da solcial democracia do "um passo à frente, dois atrás", digamos agora: dois passos a frente e um atrás e assim se consolida e avança nas conquistas obtidas com o governo Lula.
Silvana Maranhão
Lula foi eleito prometendo… """vou mudar tudo o que está aí"""..
Quando Lual assumiu, o país pagava a """maior taxa de juros do mundo""" depois de oito anos de governo, aquele que prometia… ""mudar tudo o que está aí""" ainda pagava a maior taxa de juros do mundo, não me venham com valores absolutos… o que importa é que depois de dois governos de Lula, o PAÍS NÃO MUDOU FOI NADA.
Simplesmente deu continuidade as mesmas política de FHC, a China fez o resto pra nós.
Sabe quando o país vai deixar de pagar o maior juro do mundo??? NUNCA.
Exceto por um ano, Lula navegou com vento de popa da economia mundial, torço para que Dilma tenha a mesma sorte, ocorre que os pilares lançados por FHC não podem o tempo todo garantir a estabilidade, é necessário um algo mais.
Política monetária, cambial e fiscal de Lula foram as mesmas criadas por FHC.
Julio Silveira
O problema Silvana, é que FHC teve oito anos para criar algo novo, vendeu o Patrimonio Publico a preço de banana, o que alegrou seus principais apoiadores e financiadores, mas de retorno para o povo o que entregou foi inflação em alta, bem acima da que a midia tem tratado como hecatombe deixada para Dilma, divida externa onde o FMI parecia ser dono das instituições brasileiras e uma sensação de humilhação internacional perante outras nações que eu pelo menos não gostava.
O Presidente Lula, com todas as deficiencias apontada pela principal oposição politica, a midia tradicional, quen deve ter perdido muito com seu governo, inverteu a logica de tudo só para os ricos do País. Tu é rica?
Alex
Parafraseando o bordão " são os juros, estúpido!". Boa argumentação (como de praxe) do R. Vianna, tocando no ponto mais sensível da questão: a política econômica, que volta a ter um viés mais ortodoxo (nunca se livrou por completo da ortodxia, é verdade, mas como bem lembrado pelo articulista, durante a crise as medidas anticiclícas doram fundamentais para transformar o "tsunami" em "marolinha").
fernandoeudonatelo
Isso não afeta só a balança comercial, mas a balança de serviços no estímulo à forte remessa de lucros ao exterior (moeda "forte"), elevação real do pagamento em royalties e direitos, e principalmente, Importação de tecnologia sofisticada a ser empregada nas linhas de produção.
Acho que chegou a hora de uma política ICT pró-ativa (Industrial, comercial e tecnológica) e integrada, como na Coréia do Sul, que superava seu desenvolvimento tardio e deficits em transações correntes, ao mesmo tempo:
Com fortes superavits na balança comercial;
Gerava muita inovação, investindo pesadamente em P&D básico;
Fixava metas de C&T e exportação de conteúdo para as corporações privadas beneficiadas com financiamento público.
Promover multinacionais e IDE no exterior, mantendo a marca e processos de agregação de valor, no país.
waleria
Excelente análise de Pochmann, de Delfim, e de Rodrigo Vianna.
Dilma me fez fazer uma campanha ardorosa por ela.
Este início me faz manter um pé atrás – por enquanto.
carmen silvia
Também eu ,ainda não consegui me empolgar com esse governo,desde a escolha de alguns ministros,passando pela política externa e tem também os rumos da economia nesses primeiros dias.Mas de qualquer forma ainda é muito cedo, espero sinceramente estar enganada
João
Muito boa a matéria do Rodrigo Vianna.
Ela toca no ponto fulcral: a taxa de juros.
Durante a negociação do salário-mínimo o Governo (do qual sou eleitor) dizia que a cada real de aumento haveria um impacto de R$ 300 milhões (não me falha a memória) nas contas públicas.
Fica uma pergunta ao Viomundo, Márcio Pochman, Delfin Neto, ou a quem saiba: quanto custa anualmente o aumento de 1 ponto percentual na taxa de juros aos cofres públicos?
Acorda Dilma!!!
Lucas Cardoso
"O real fica cada vez mais forte em relação ao dólar. Já bate em R$ 1,65. Isso provoca um estrago sem precedentes na indústria nacional. Fica muito mais fácil importar do que produzir qualquer coisa aqui no Brasil."
Verdade. Além disso, o capital especulativo é notoriamente desleal. Qualquer crisezinha no Brasil, essa pilha de dólares vai fugir como ratos num navio naufragando. E aí, como fica nossa economia?
Me preocupo com a guinada neoliberal da presidenta. Espero que ela mude a política econômica do governo o mais rápido possível.
Gustavo Pamplona
Divrtam-se e se possível divulguem também! ;-)
[youtube Ig9pE6qwzxw http://www.youtube.com/watch?v=Ig9pE6qwzxw youtube]
SILOÉ
Adorei o vídio, Tô começando a achar que muito do que você escreve é só para nos irritar.
Marcos
Sobre a alta nos juros, sugiro ao Azenha que procure informar o seu publico sobre o caminho inverso que fez a Turquia.
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