Renan promete prender Onyx se secretário de Bolsonaro continuar a intimidar testemunha

Da Redação

A resposta do governo federal às denúncias em torno da vacina Covaxin levou o relator da CPI da Pandemia, Renan Calheiros (MDB-AL) disse hoje à Globonews que mandará prender o secretário de Governo Onyx Lorenzoni se ele continuar a intimidar o servidor Luis Ricardo Fernandes Miranda, do Ministério da Saúde.

Em entrevista coletiva, Onyx acusou o servidor de forjar documento e disse que ele será investigado.

Renan Calheiros disse que trata-se de interferência do Executivo no Legislativo.

Luis Ricardo e o irmão, o deputado Luis Miranda (DEM-DF), que denunciaram pessoalmente o escândalo ao presidente Jair Bolsonaro, vão depor sexta-feira à CPI da Pandemia.

O contrato fechado entre o Ministério da Saúde e a empresa fabricante da vacina, Bharat Biotech, prevê o pagamento de R$ 1,6 bilhão, que só acontecerá quando houver a entrega.

O laboratório foi condenado pela Anvisa, mas com intervenção do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), ex-ministro da Saúde do governo Temer, a importação da vacina foi autorizada.

O governo prometeu pagar U$ 15 dólares a dose, U$ 5 a mais que na vacina da Pfizer, que efetivamente chegou e já está sendo utilizada no Brasil.

De acordo com o denunciante, ele recebeu um documento que deveria assinar, autorizando o pagamento antecipado de 45 milhões de dólares por 300 mil doses da vacina.

Este é o documento que, segundo o governo, foi fraudado.

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O pagamento seria feito a uma empresa de nome Madison, que tem sede no paraíso fiscal de Cingapura.

De acordo com Randolfe Rodrigues, houve uma tentativa similar de empregar o esquema na venda de vacinas para o Paraguai.

Na entrevista, tanto Randolfe quanto Renan disseram que o escândalo tem o potencial de levar ao impeachment de Jair Bolsonaro.

Na entrevista de Onyx, chamou a atenção ele se referir à Bíblia e dizer que Bolsonaro representava a rejeição a tudo o que aconteceu nos últimos 40 anos, ou seja, a corrupção teria começado no governo do ditador João Figueiredo.