‘Perdi a foto do meu pai, que morreu quando eu era criança’, chora Sabrina

Tempo de leitura: 8 min
Sabrina conseguiu recuperar álbuns do casamento da mãe dela, de 1973, e do aniversário de 15 anos dela mesma, de 1993. Foto: Arquivo pessoal

‘Perdi a foto do meu pai, que morreu quando eu era criança’: o luto pelos objetos que carregam histórias de vida no RS

Por Felipe Souza, da BBC News Brasil em São Paulo

Quando o nível da água subiu e alagou centenas de cidades do Rio Grande do Sul, mais de meio milhão de pessoas tiveram que abandonar suas casas o mais rápido possível para salvar suas vidas.

Para trás, não ficaram apenas veículos e móveis afundados na água e na lama, mas também objetos que contam histórias.

São quadros, fotos, bandeiras, brinquedos e faixas que eternizaram momentos únicos e que agora podem ter sido apagados para sempre.

A dona de casa Sabrina Almeida de Almeida Weiss, de 46 anos, chora durante o tempo em que fala à reportagem sobre o quadro que a mãe falecida dela pintou.

A água subiu 1,6 metro dentro da casa dela e, embora não tenha atingido a obra, a umidade causada pelo alagamento (que durou cerca de três semanas dentro do imóvel) fez com que a principal lembrança que ela guarda da mãe fosse danificada.

Na tentativa de amenizar a tristeza que ela sentiria ao olhar os estragos pessoalmente, o marido e o filho de Sabrina chegaram a fazer vídeos do local ainda alagado para que ela se acostumasse.

De nada adiantou.

Quando ela voltou para casa, precisou quebrar o que restou da cama para acessar os gavetões que guardavam os álbuns de fotos que ainda boiavam na água acumulada durante a enchente.

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Os mais significativos para ela são os álbuns de casamento da mãe, de 1973, e o que possui as fotos do aniversário de 15 anos dela, de 1993.

“A reação ao encontrar a casa alagada foi muito difícil. Foram dias de muito choro, muita tristeza. Os bens materiais, nós trabalhamos e podemos reconquistar. Mas o quadro, os álbuns, as fotos e as memórias são tão lindos e não tem como refazer ou recomprar. São memórias muito fortes”, diz chorando à reportagem.

Sabrina segura quadro pintado pela mãe, já falecida, que mofou durante enchentes no Sul. Crédito: Arquivo pessoal

A BBC News Brasil conversou com pessoas que perderam objetos de grande valor sentimental nas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul. São objetos pessoais e lembranças de família que foram tomados pela lama.

Todos os entrevistados se emocionaram enquanto relembravam suas histórias.

Alexandre Valverde, psiquiatra com mestrado em filosofia contemporânea na universidade francesa de Sorbonne, encoraja as pessoas a guardarem essas lembranças significativas, mesmo que danificadas, para que elas sejam lembradas no futuro como parte dessa história.

“A perda desses objetos pode levar à sensação de uma falta de consistência, de uma falta de nós. Se privar deles pode significar a privação do acesso imediato a essas histórias”, diz.

Marcas que contam histórias

Psicólogo Alexandre Valverde diz que é importante que pessoas guardem objetos danificados pelo alagamento, pois essas marcas fazem parte de sua história. Foto: Divulgação

Em entrevista à BBC, o psiquiatra Alexandre Valverde afirma que há maneiras diferentes de lidar com a perda de memórias, mas ele indica que a melhor delas é assumir o que aconteceu.

“Se você tem ali um resquício daquele objeto, guarde-o como uma relíquia que sobreviveu, pois ele não só conta a história do quadrinho que estava preservado, mas do acidente também. Se você tem um quadro mofado ou com lama, a partir de agora ele vai também ser um testemunho dessa tragédia”, diz.

O psiquiatra diz que assumir as marcas deixadas pela tragédia ajuda a superar este ciclo, entender o que passou e deixar lições para o futuro.

Ele lembra que há inclusive uma técnica usada na cultura japonesa, chamada Kintsugi, que busca não apenas restaurar, mas também ressaltar as emendas de cerâmicas quebradas. As rachaduras são coladas com uma resina colante, geralmente com ouro ou prata.

O ouro, segundo ele, tem um significado simbólico de dar valor àquela experiência.

“Isso é uma maneira de você assumir e se apropriar daquele fato, não fingir que ele não aconteceu, não tentar disfarçar que aquilo não se produziu, não tentar esconder aquela questão. É assumir que você passou por aquilo e que aquele objeto carrega um novo significado. Ele resistiu e agora carrega essa história em si”.

Aniversário de 15 anos e foto do pai

Paola Meneghetti ao lado do quadro que ficou danificado após ficar mais de 20 dias embaixo d’água durante enchente que atingiu o Sul. Foto: Arquivo pessoal

A caixa de supermercados Paola Meneghetti, de 27 anos, perdeu a foto que ela mais gostava do aniversário dela de 15 anos. Cuidadosamente emoldurada num quadro, a foto foi completamente danificada pela enchente que cobriu até o teto a casa onde ela mora na cidade de Eldorado do Sul.

A área urbana do município ficou 100% alagada durante as inundações que atingiram a região.

“Dá uma tristeza muito grande ver a foto assim, mas graças a Deus eu tenho toda a minha família viva. E, se isso aconteceu, foi vontade de Deus e ele deve ter um propósito melhor para todos nós”, diz.

Paola conta que chorou muito ao perceber que a imagem que ela guardava com mais carinho também foi destruída pelas águas. Trata-se de uma foto pequena do pai, que faleceu quando ela tinha 6 anos, e que ficava no fundo de um pequeno binóculo antigo.

“Minha vó me deu essa foto quando eu tinha 6 anos. Ela ficava dentro de uma caixinha para não pegar sujeira e hoje eu a encontrei destruída. Fiquei muito triste mesmo. Só consegui salvar umas fotos que eu tinha guardado dentro de um saco de lixo e uma bíblia”, diz.

Paola fotografou o que restou da foto do pai dela dentro de mini binóculo, que guardava desde quando a ganhou com 6 anos de idade. Foto: Arquivo pessoal

Ela diz que vai reconstruir a vida, ao lado do marido, na cidade de Eldorado do Sul. Mas afirma que não continuará no município em caso de uma nova enchente.

“A gente deixa de tomar um açaí, de comer algo bom e se priva de muitas coisas para ter algo melhor para a água vir e destruir tudo. A gente não pode viver só para trabalhar e construir algo que dura meses. Se alagar assim de novo, a saída é se mudar”, afirma.

O psiquiatra Alexandre Valverde afirma que todo esse estresse causado tanto pela perda de bens com valor afetivo quanto pela dificuldade em restabelecer a vida normal pode causar uma série de transtornos mentais.

“Toda essa situação de insegurança pode causar um transtorno de estresse pós-traumático, que pode se manifestar como uma ansiedade crônica, uma depressão crônica e uma série de outras características próprias desse transtorno”, diz.

A melhor maneira de evitar isso, segundo ele, é fazendo acompanhamento psicológico e buscar apoio no convívio coletivo.

Ele diz que a união da vida comunitária é uma maneira de se recompor de maneira mais consistente, principalmente num cenário em que bairros e cidades inteiros foram afetados pelo mesmo problema.

Lembranças da avó

Amigo de Liziane, Leandro mostra álbum que encontrou durante limpeza na casa dela, em Porto Alegre. Foto: Reprodução

Moradora do bairro Humaitá, em Porto Alegre, a auxiliar administrativo Liziane Ribeiro teve sua casa completamente inundada durante as enchentes.

Nesta quinta-feira (30/5), quando retornou para fazer a primeira limpeza na casa, um ex-colega dela de trabalho que a ajudava na faxina encontrou em meio à lama um álbum de fotos antigo, com imagens de família.

“Eu já chorei muito. Perdi tudo o que eu tinha, mas o que a gente mais sente falta são as memórias, as fotos, os álbuns. Só encontrei esse álbum graças a meu amigo. Nele tem fotos muito importantes, incluindo quatro ou cinco fotos que tenho com a minha mãe, que morreu quando eu tinha 7 anos. Vou tentar salvá-las”, diz com tom de angústia.

Liziane também demonstra surpresa por ter conseguido recuperar uma planta que ela comprou pouco antes do alagamento e que tinha muito carinho. Por outro lado, se entristece por não ter conseguido recuperar a bíblia e o casaco que pertenciam à avó e que ela usava no dia em que faleceu.

“Além de tudo isso, não tenho mais uma cama, uma TV, não tenho nada. Não consegui praticamente nenhuma doação. Só tenho quatro ou cinco peças de roupa que minha família deu. Estou morando na casa do meu filho desde a enchente e tive mais dificuldade em conseguir doações porque não estava em abrigo”, conta.

Liziane conseguiu salvar planta que ficou mais de 20 dias inundada por alagamento em Porto Alegre. Foto: Arquivo pessoal

Bandeira e estandarte

Bia da Ilha está quase sem esperanças de recuperar bandeira, estandarte e adereços da escolas que continuam debaixo d’água após enchentes. Foto: Arquivo pessoal

Beatriz Gonçalves Pereira, conhecida como Bia da Ilha, de 62 anos, ainda não tem certeza do estrago causado pelas enchentes na comunidade onde ela vive na Ilha da Pintada, em Porto Alegre.

Desde o início das enchentes, ela só voltou até o local uma vez num barco a remo, mas até hoje a água não baixou completamente.

A casa de madeira funciona como escola de samba, centro de umbanda e quilombo de resistência.

Mas, além dos instrumentos musicais, fantasias e objetos pessoais, o que ela mais se preocupa é o estandarte da escola de samba Unidos do Pôr do Sol, da qual é presidente.

“Meu maior desejo é encontrar o estandarte, a bandeira, o meu congá. Com o tempo que a água está lá, não vamos aproveitar nenhum tecido. Conversei com a minha mãe para a gente guardar tudo o que conseguirmos recuperar para provar que tudo isso existia”, conta chorando à reportagem.

Ela diz que tem esperança de que consiga restaurar alguns instrumentos de tecido sintético, mas está sem esperanças de reformar fantasias e adereços em couro.

Mãe de santo, Bia da Ilha é uma referência para a comunidade negra na Ilha da Pintada.

Ela foi grafitada na lateral do prédio do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer) e da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), na região central de Porto Alegre.

A obra, da suíça Mona Caron e do paulista Mauro Neri, foi feita em homenagem aos 250 anos da capital gaúcha.

Bia conta à reportagem que o último desfile da Unidos do Pôr do Sol ocorreu em março, num carnaval adiado por conta das chuvas que alagaram a região em novembro de 2023.

Foto mais recente do local onde estavam guardados instrumentos, fantasias e adereços da Unidos do Pôr do Sol. Foto: Arquivo pessoal

Mesmo após ter a casa e a escola de samba destruídas pela enchente, Bia diz que entende o que ocorreu e que vai reconstruir tudo mais uma vez.

“A natureza é soberana, os rios sangram e só buscam o que é deles. Vamos nos reerguer e eu vou embora, mas essa história vai ficar para dar ânimo e força para que a juventude negra, as crianças e adolescentes não tenham medo, mas respeitem a natureza”, diz.

Bia (de turbante verde) ainda não sabe o tamanho dos estragos causados pelas enchentes, mas diz que reconstruirá tudo novamente na Ilha da Pintada. Foto: Arquivo pessoal

Assim como Bia da Ilha, Sabrina diz que vai fazer o possível para restaurar os álbuns da família e preservar as recordações.

Ela diz que especialmente o quadro tem um valor sentimental incalculável para ela e que olhar para a arte pintada pela mãe já falecida é o mesmo que se aproximar dela.

“Minha mãe era uma mulher maravilhosa e eu amo este quadro porque me lembra muito dela. Eu encontrei uma pessoa abençoada que vai tentar restaurá-lo. Vai ser muito especial porque uma perda dessa seria irreparável”.

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Zé Maria

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Melo tirando o dele da reta no Jornal Zero Hora/RBS
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Desprefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), o responsável
pela Falta de Ações Administrativas que impedissem a Gravidade
das Inundações na Cidade de Porto Alegre, publicou um “Anúncio
Pago com Dinheiro Público de Página Inteira no jornal Zero Hora/RBS”
cobrando medidas do governo federal, para cobrir o próprios erros.

“Terceirizar sua Criminosa Conduta é Mais um Ato de Covardia do Tião”

https://imprensalivrers.com.br/responsavel-maior-por-falta-de-acoes-de-prevencao-de-enchentes-tiao-melo-faz-anuncio-carissimo-pago-em-jornal-cobrando-governo-federal-terceirizar-sua-criminosa-conduta-e-mais-um-ato-de-covardia-d/
https://sintrajufe.org.br/responsavel-por-falta-de-acoes-de-prevencao-de-enchentes-melo-faz-anuncio-pago-em-jornal-cobrando-governo-federal/

Zé Maria

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“Ontem a noite pude mostrar pra nossa candidata
à prefeitura de Porto Alegre, Maria do Rosario,
uma iniciativa do “Instituto E Se Fosse Você?”
em parceria com o mandato da nossa Vereadora
Biga [PCdoB].
Junto com a Maria recebemos nossos deputados
Matheus Gomes e Reginete Bispo e Militantes
do Movimento de Mulheres.

A lavanderia Comunitária Alexandra Kollontai
funciona na José do Patrocínio, 141 e hoje lava
as roupas dos abrigos e das casas das pessoas
que estão abrigando familiares.
Ela é a primeira de uma série de lavanderias
que estamos montando.
A Vila Farrapos vai ganhar uma,
o Coletivo Preta Velha, outra.

Hoje essa iniciativa é apenas da sociedade civil.
Apresentei para a Rosário, entretanto, uma ideia
de nosso Programa de Governo derrotado por Melo
nas eleições de 2020 para a Prefeitura:
as Parcerias Público Comunitárias.

Sei que é possível. Construiremos juntas!”

MANUELA D’ÁVILA
Ex-Deputada Estadual e Federal (PCdoB/RS).
Ex-Candidata à Prefeitura de Porto Alegre em 2020.
https://www.instagram.com/manueladavila/p/C79WRsEsi4R/

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Zé Maria

Dano à Coletividade

CUT, SIMPA e Associações de Juristas ajuízam ACP
para cobrar Providências do Prefeito Sebastião Melo
no Pós-Enchente em Porto Alegre

Na manhã da sexta-feira, 7, a Central Única dos Trabalhadores (CUT),
o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa),
a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD),
a Associação de Juristas pela Democracia (Ajurd) e
a Federação Gaúcha das Uniões de Associações e Entidades Comunitárias
(Fegamec) ajuizaram Ação Civil Pública (ACP) requerendo a atuação responsável e adequada da Prefeitura de Porto Alegre no enfrentamento
à crise decorrente das enchentes de maio.

Conforme as entidades, a ação comprova a negligência da gestão do prefeito Sebastião Melo (MDB).

Agora, o objetivo é mitigar ao máximo os efeitos do que ocorreu
para a população atingida.

As entidades argumentam que os efeitos da crise climática em Porto Alegre
jamais teriam a escala que tiveram caso não houvesse a absoluta falta de
cuidado da administração pública com a cidade.
E defendem que, além de prestar assistência e solidariedade às pessoas
atingidas, o momento é de reconhecer responsáveis, já que a crise tem
como causa justamente as ações e omissões dos que dizem que ‘não é hora de apontar culpados’.

Nesse contexto, a ação cobra de Melo um plano de atuação imediata, sintonizado com as ações previstas no “Plano de Ações Emergenciais de Proteção e Defesa Civil em Áreas de Muito Alto Risco do Município”, relativas à Fase Restaurativa, previstas para os casos de enchentes.

Cobram também o esclarecimento sobre quais medidas efetivamente já foram colocadas em prática e qual o cronograma das futuras medidas no que diz respeito aos seguintes itens:
remoção de fontes de perigo;
suprimento e distribuição de água potável e de energia elétrica;
limpeza urbana, desinfecção e desinfetação do cenário de desastre;
esgotamento sanitário e, no particular, o escoamento/drenagem
das águas ainda represadas em diversos bairros do município,
tais como Humaitá, Sarandi e Anchieta.

https://simpa.org.br/simpa-se-soma-a-entidades-e-ajuizam-acao-civil-publica-para-cobrar-providencias-de-melo/

Zé Maria

https://sul21.com.br/wp-content/uploads/2024/06/Nota-Conjunta-Repudio-a-atuacao-guarda-municipal-contra-moradores-e-adv.-Sarandi.assinada.pdf

NOTA CONJUNTA CEDH-RS, CNDH E CCDH-RS, DE 03 DE JUNHO DE 2024

O CONSELHO ESTADUAL DOS DIREITOS HUMANOS DO ESTADO
DO RIO GRANDE DO SUL (CEDH-RS), juntamente com o
CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS (CNDH) e a
COMISSÃO DE CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS DA
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
(CCDH-RS), todas no uso de suas atribuições conferidas em Lei,
vem por meio deste manifestar o que segue.

As entidades que subscrevem este documento acompanham com preocupação as consequências enfrentadas pelas pessoas atingidas
pelas enchentes no Estado do Rio Grande do Sul.

Muitas estão desabrigadas e outras encontram severas dificuldades
para retomar suas moradias, que se encontram deterioradas, muitas
ainda sem luz e água.

A situação de calamidade pública reconhecida pelo Estado (Decreto Estadual nº 57.596/2024) afetou diversas pessoas, especialmente
aquelas em áreas periféricas, que estão em situação de vulnerabilidade acentuada pelos alagamentos e deslizamentos.

No dia 29 de maio de 2024, acompanhou-se a reconstrução do Dique
do Bairro Sarandi, em Porto Alegre, onde a Prefeitura manifestou
a necessidade de demolir aproximadamente 40 moradias.

Durante a atuação para garantir o direito à moradia da comunidade,
a Prefeitura de Porto Alegre, através da Guarda Municipal, agiu
com truculência e violência contra os moradores que buscavam
formalizar um acordo para o remanejo de suas casas para outro local.

Quando as famílias tentavam encontrar uma solução através do diálogo,
a gestão municipal optou pelo gás de pimenta e bala de borracha para
dispersar os moradores.

Além da violência contra os moradores, a Guarda Municipal agrediu
com spray de pimenta, intimidou e ameaçou verbalmente o advogado
Ernani Rossetto, que acompanhava a comunidade quando as casas
estavam sendo demolidas.

As violações contra o advogado constituído pelos moradores continuaram
posteriormente, quando ele acompanhava as famílias na sede do Departamento Municipal de Habitação (DEMHAB).

Lamentavelmente, os mesmos agentes de segurança adentraram
no auditório em que aconteciam as negociações e continuaram a
intimidar o advogado, e se afastaram do local após a intervenção
da OAB/RS, acionada para acompanhar a situação.

Repudiamos toda e qualquer violência praticada pela Guarda Municipal
de Porto Alegre contra a população severamente atingida pelas enchentes,
que tiveram vidas e projetos devastados, bastando de violações aos seus direitos básicos.

Igualmente, condenamos qualquer ato de agressão e intimidação
que inviabilize ou dificulte a atuação profissional de advogados
e advogadas no exercício de suas funções, em especial a defesa
dos direitos humanos e fundamentais, como o direito à moradia.

Por fim, manifestamos pela instauração de procedimento para
a apuração das violações relatadas, a fim de que se apure
a responsabilidade dos agentes envolvidos.

Porto Alegre, 03 de junho de 2024.

MARINA RAMOS DERMAMM JÚLIO PICON ALT
Presidenta do CNDH Presidente do CEDH-RS

JÚLIO PICON ALT
Presidente do CEDH-RS

LAURA SITO
Presidente do CCDH-RS

https://sul21.com.br/noticias/geral/2024/06/acao-pede-apuracao-de-violencia-da-guarda-contra-moradores-que-tiveram-casas-demolidas-no-sarandi/

Maria Ines Azambuja

Encaminhando

Suas fotos molharam na enchente? Não jogue elas fora. Nós do Núcleo de Antropologia Visual (NAVISUAL) da UFRGS queremos te ajudar a salvá-las. Escreve pra gente no Whattsapp (51) 998874374.

Zé Maria

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O LUCRO ACIMA DA VIDA HUMANA
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MPT-RS Investiga Cia Zaffari Por Abuso Contra
Funcionários em Meio à Tragédia Climática

Zaffari é uma das maiores redes de supermercados do sul do país,
com cerca de 12 mil funcionários em seu quadro de empregados.

Em meio às enchentes que deixaram mais de 400 municípios gaúchos
em estado de calamidade pública e em situação de emergência, o
Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Sul (MPT-RS) recebeu
denúncias de abuso de poder diretivo por parte da Cia Zaffari Bourbon
contra seus funcionários.

“No caso da calamidade pública, boa parte das denúncias se refere
a situações em que o trabalhador foi convocado para retornar
ao trabalho, mas havia sido atingido diretamente pelas enchentes
ou com impossibilidade de deslocamentos”,
explica a assessoria do MPT, sem fornecer detalhes sobre o caso
específico que envolve o supermercado.

[ Reportagem: Geovana Benites | Matinal Jornalismo ]

Íntegra:
https://www.matinaljornalismo.com.br/matinal/reportagem-matinal/funcionarios-do-zaffari-denunciam-abuso-ao-ministerio-publico-do-trabalho/
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