Pedro Augusto Pinho: Corrupção, governança sem ética, mídia desonesta e pirotecnias para distrair o povo ingênuo

Tempo de leitura: 6 min
Fotos: Pixabay

Por Pedro Augusto Pinho*

O que houve com o Brasil, que crescia a taxas médias maiores do que 7% ao ano, entre 1930 e 1980, para chegar à atual condição colonial, onde os capitais apátridas são os verdadeiros governantes do País?

Está aí uma pergunta que não fazemos. Por quê?

Certamente, criou-se alguma farsa, colocou-se um problema inexistente, como a invasão comunista ou dos hereges, para assustar a população ludibriada, que não teve instrução, principalmente política.

“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas” (Bertold Brecht, 1898-1956).

Leonel Brizola — único político brasileiro que foi governador de dois estados,  Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro — sabia que a educação era a única saída para o povo brasileiro. E, com a assessoria do gênio Darcy Ribeiro, criou os Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs).

Bastou Brizola deixar o governo do Rio de Janeiro, seus sucessores trataram de eliminar os CIEPs.

Para a elite servil que temos, o povo educado é o maior perigo.

Até porque esta elite vive de farsas,  engodos e aparências. É tão ou mais ignorante do que o povo que ela despreza.

Que tsunami foi esse que atravessou o Brasil, de ponta a ponta, a partir de 1980, levando nossas riquezas, nossa tecnologia, nosso desenvolvimento e, até mesmo, nossa moral?

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RECORDANDO A GUERRA FRIA

Duas grandes guerras – 1914/1918 e 1939/1945 – mudaram a história e a geopolítica mundial.

Mas comecemos bem antes, fazendo algumas remissões para acompanhar a construção dos pensamentos.

Pelos séculos 15/16, o Oriente deixara de trazer as novidades da época do Renascimento europeu, também os mongóis já não mais ameaçavam o “Ocidente”, e a Europa criava seus impérios além mar.

A conquista do Novo Mundo enriqueceu a Europa e consolidou a escravidão, sob diversas formas. Assim transcorreram, os séculos 16 e 17.

Surge nesse momento a ideia da liberdade, porém só aplicável às diversas formas do capital.

Era o que faziam crer os discursos e escritos de treze grandes pensadores, entre o nascimento de Thomas Hobbes (1588) e de Hegel (1724), sendo mais destacáveis: Descartes (1596-1650), Adam Smith (1723-1790) e Immanuel Kant (1724-1894), formando a cultura ocidental, que dominou o mundo até o século 20.

As revoluções europeias do século 18 (Industrial, 1760, e Francesa, 1789), e a Constituição dos Estados Unidos da América (EUA), de 1787, produziram novos padrões no relacionamento dos homens que, aparentemente, gozavam de maior liberdade.

Era uma cultura que podemos denominar genericamente de “liberal”, ou seja, a liberdade individual.

Na passagem do século 19 para o 20, notou-se que esta liberdade não atingia toda sociedade; havia os que dela lucravam e os que viviam como escravos.

Surgiram, então, políticos, pensadores, cientistas com viés humanista, pensadores, que foram conquistando povos e intelectuais: Saint-Simon (1760-1825), Jean-Baptiste Fourier (1768-1830), Robert Owen (1771-1858), Papa Leão XIII (preocupado com as condições dos trabalhadores, promulgou em 1891 a Encíclica Rerum Novarum) e os materialistas como Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), que estruturaram o sistema político, econômico e social que veio a ser denominado comunismo.

O fato é que, na sociedade florescente após o fim da Segunda Guerra (1945), estaria fadada à derrota propor o retorno às condições de imobilidade social dos tempos em que a escravidão era tão marcante.

A Guerra Fria que dominou a segunda metade do século 20, com muitas guerras ”quentes”, selou o fim dos impérios europeus e colocou a questão da liberdade, identificada como capitalismo, contra a do humanismo socialista e comunismo, como o maior confronto no Planeta.

Aqui, entre 1930 e 1980, os governos, com maiores ou menores competências e ênfases administrativas, aproveitaram a Guerra Fria para tirar proveito para o Brasil.

De modo genérico foram governos nacionalistas os que nos dirigiram na Era Vargas (1930 a 1945).

RETORNO AO SÉCULO 18 COM TECNOLOGIA DO SÉCULO 20

As finanças inglesas e suas projeções na Europa e nos EUA foram a grande derrotada das guerras e dos pensamentos formados no século 19.

Embora a Guerra Fria se apresentasse como o capitalismo lutando contra o comunismo, a verdadeira luta, efetivamente, era travada entre o industrialismo e o rentismo financeiro.

Do lado industrialista, estavam capitalistas e socialistas, como a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), que colocavam a industrialização como o passo seguro para o socialismo.

O industrialismo visava à produção em grande escala, que reduzia custos, mas exigia, por outro lado, a atualização tecnológica para garantir a qualidade dos produtos.

A industrialização em larga escala resultava numa sociedade de consumidores, que, para consumirem, necessitavam de recursos que, nas dimensões nacionais e mesmo internacionais, significavam empregos e salários.

Isso ocorria não só nos EUA, mas também nas Américas, Europa, África e Ásia, a ponto de levar a Associação Francesa de Economia Política a criar a expressão “os trinta anos gloriosos”.

São aqueles compreendidos entre o fim da II Grande Guerra e as crises do petróleo (1973-1978), que provocaram a queda do desenvolvimento e dos anos de fartura.

No início do século 20, as finanças se unem na Escola Austríaca de Economia em torno das ideias neoliberais de Carl Menger (1840-1921), congregando, entre outros, Frank Fetter (1863-1849), von Mises (1881-1973) e Friedrich Hayek (1899-1992).

O neoliberalismo começa então sua trajetória política com as farsas, falácias e muita corrupção.

Pode-se dizer que essas condições existiam em todos os tempos e em todas sociedades.

Só que sempre foram formalmente condenadas e reprimidas.

Não se conhece, fora do neoliberalismo, quem as adote como política de conquista e manutenção do poder.

Em 2010, 630 economistas assinaram manifesto denunciando as farsas dos neoliberais na economia europeia.

Entre outras farsas, estão a eficiência dos mercados financeiros, que favorecem o crescimento econômico, que estes mercados são “bons juízes do grau de insolvência dos Estados”, que a subida extraordinária das dívidas públicas deve-se ao excesso de despesas, que o euro é um “escudo de proteção contra a crise”.

Do Manifesto dos 630 economistas reproduziremos abaixo a questão da redução das despesas para diminuir a dívida pública, pois é a que mais se divulga no Brasil, para levar o Estado não colocar dinheiro em saúde, educação, moradia, mobilidade urbana e saneamento básico, condições mínimas para a cidadania.

Do “Manifeste des économistes atterrés” (Les Liens que Libèrent, Paris, 2010, em tradução livre):

“ainda que, parcialmente, o aumento da dívida pública resultasse do aumento das despesas públicas, o corte destas despesas não contribuiria, necessariamente, para a solução. Porque a dinâmica da dívida depende de vários fatores, entre eles a diferença entre a taxa de juros e a taxa de crescimento da economia”.

E, adiante, explica: “a própria taxa de crescimento da economia não é independente da despesa pública: no curto prazo a existência de despesas públicas limita a magnitude das recessões e a longo prazo, os investimentos e as despesas públicas estimulam o crescimento. Portanto é de todo falso afirmar que o déficit público aumenta necessariamente a dívida pública e que qualquer redução deste déficit permite reduzir a dívida”.

Estes economistas também criticam, como já o fazia Aristóteles (384/322 a.C. – Política), que a economia do Estado nada tem a ver com a economia doméstica.

A GOVERNANÇA SEM ÉTICA E COMUNICAÇÃO DESONESTA

Sendo o neoliberalismo um embuste, o que se pode esperar de suas governanças?

É o que o Brasil está conhecendo desde 1980:

— privatizações, que transferem para o exterior os patrimônios formados pelo suor do povo brasileiro;

— exploração dos recursos naturais do País por estrangeiros;

— redução quando não a eliminação dos direitos trabalhistas;

— escravidão dos ubers e dos MEIs;

— constantes ameaças às aposentadoria e pensões;

— desmembramento do Estado Nacional, incapacitando-o à defesa do País;

— falta de um plano estratégico de desenvolvimento e investimentos em infraestrutura;

— desemprego ou subemprego;

— aumento da miséria, doenças, mortes neonatais pelo baixo peso, infecções e prematuridade, entre muitas outras tragédias na área da saúde;

— insegurança permanente das pessoas pela violência nas ruas.

A religião, no Ocidente, sempre foi usada no processo de dominação.

“Há aí a hipocrisia que, depois de minar debaixo da terra durante anos, surge enfim à luz do Sol e, balouçando o turíbulo, incensa todos os que abusam da força, declarando-os salvadores da religião, como se a religião precisasse de ser salva ou coubesse no poder humano destruí-la” (Alexandre Herculano, “História da Origem e do Estabelecimento da Inquisição em Portugal”, 1854).

Nas farsas do poder neoliberal, misturam-se ideias, religiões, interesses econômicos inconfessáveis, tudo enfim que possa confundir ainda mais um povo analfabeto político.

E o velho, o pré-industrial, se apresenta como o moderno, como o inexorável, um inelutável futuro, do Estado Mínimo, do poder do mercado, da liberdade concedida somente ao capital.

E quem é o capital após as desregulações da década de 1980?

Todos. Dos capitais das famílias aristocratas possuidoras de terras onde se encontram cidades na Grã-Bretanha, passando pelo industriais que deixaram suas fábricas mas não os cargos nas federações das indústrias, aos traficantes de drogas e seres humanos. Os capitais provenientes do crime são ainda os que têm o poder da liquidez.

E os mais importantes não são os nos capitais fundiários nem aplicados em títulos de longo prazo. Mas os que recebem à vista pelos vícios e pelos crimes.

O Brasil, no século 21, vive esta trágica realidade: a questão nacional foi substituída pelas identitárias, como se questões de cor, sexo, etnia existissem sem um território, como se fosse possível lutar pela cidadania, onde não existem cidadãos!

É indispensável que o povo brasileiro entenda as falácias, as burlas, que lhes são colocadas pelas comunicações de massa oligopolistas e pelos meios virtuais, todos sob controle externo, de interesses estrangeiros, com único objetivo de espoliar, furtar, dominar este rico Brasil.

Pedro Augusto Pinho, administrador aposentado.

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Comentários

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Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/GArHuTmWgAAZFBO?format=jpg

O Agro é Pop
O Agro é Corrupto

“Polícia Federal Desbarata Quadrilha
de Contrabandistas de Milho, Soja
e Agrotóxicos no Rio Grande do Sul”

https://twitter.com/mmadu/status/1732416610151838033

Zé Maria

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Plenário do Senado Senado Federal confirmou as Indicações
do Presidente Lula para 3 Importantes Cargos da República:

1) Flavio Dino para Ministro do Supremo Tribunal Federal;

2) Paulo Gonet para Procurador-Geral da República; e

3)Leonardo Magalhães para Defensor Público-Geral da União.

[Fonte: Agência Senado]
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Zé Maria

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Nome de FLAVIO DINO acaba de ser APROVADO

por 17 (63%) dos 27 Votos da CCJ do Senado.

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Zé Maria

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Meu Deus do Céu! O que há de Nulidade

no Parlamento Brasileiro é Algo Incrível!

Nessa Sabatina de Juristas é que se vê!

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Zé Maria

Em Tempo

O Pronunciamento da Senadora PROFESSORA TERESA LEITÃO (PT/PE)

ocorreu cerca de 8 Horas Após o Início da Sabatina a Flavio Dino na CCJ.

https://youtu.be/fv-EIWlkmx0

Zé Maria

“Talvez tenho sido a Atividade do Magistério que
lhe fez transitar, com Maestria, de Max Weber
ao Futebol, para fazer compreender uma Idéia.
E ainda arrematou com o Sermão da Montanha.”

Senadora TERESA LEITÃO (PT/PE).
A Flavio Dino, após mais de 11h30min de Sabatina
na Comissão de Constituição do Senado Federal.
https://youtu.be/fv-EIWlkmx0

Zé Maria

“Às vezes esquecemos (ou tentamos esquecer)
o Naipe de Senadores que temos, mas uma
simples passagem da câmera na Comissão
de Constituição traz imagens e lembranças
de nomes desagradáveis, para dizer o mínimo:”

“Eduardo Girão, Marcos Rogério, Rogério Marinho,
Marcos do Val, Sergio Moro, Hamilton Mourão,
Magno Malta, Ciro Nogueira, Flávio Bolsonaro.”

https://twitter.com/AbdalaFarah/status/1734957156674289747

Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/GBP2UQkWcAA-yP6?format=jpg

“Abraço de Urso”

Antes do início da Sabatina no Senado,
Marreco foi cumprimentar Flavio Dino.

O que faz um Bandido pra tentar escapar
de uma Condenação na Suprema Corte.

Dino: – Pra ti não haverá Colher de Chá!

Marreco: – Qüéin?!?

Bolsonaristas: – Traíra sendo Traíra.

https://twitter.com/tridico6/status/1735001410066952223
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Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/GBP0upPXYAAoAqs?format=jpg
“Eles não se cansam de passar vergonha,
se não bastasse a vergonha mundial
que o inelegível passou na Argentina,
agora mais essa:
Segundo o Moro e Marcos do Val da ‘SUAT’,
Flávio Dino teria ‘chantageado’ Lula
para virar ministro da justiça” …
https://twitter.com/BrasilPost13/status/1734999908153688413

Zé Maria

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“A cara de ‘tabaca’ (*) do Moro
vendo o Dino indicado para o STF 😂
Obrigada Deus por esse momento !”
https://twitter.com/SuDornelles/status/1734923034228674828
* Adjetivo/Substantivo de 2 Gêneros: https://bit.ly/3uVvK1n
https://dicionario.priberam.org/tabaca
https://www.infopedia.pt/defimages/lingua-portuguesa/mobile/t/tabaca.png
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Impagável!
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Zé Maria

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“Sem saber jurídico para questionar
quem quer que seja na área do Direito,
Moro escolhe o tema ‘segurança pública’
para sabatinar @FlavioDino.
Mas, nessa área, Moro também foi um
fracasso. Quando ministro, disse ‘amém’
à enxurrada de armas e nada fez contra
as milícias.”
https://twitter.com/BohnGass/status/1734999603051696219
Deputado Federal (PT/RS)
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https://twitter.com/i/status/1735000021999714503
“Sérgio Moro, um senador eleito com críticas aos ‘privilégios’
da ‘classe política’, diz que os parlamentares estão sendo
‘muito processados por crimes contra a honra’ e que eles
deveriam ter o ‘direito de errar’ [SIC], se denunciarem
publicamente alguém acusado e não condenado.”
https://twitter.com/DeLucca/status/1735000021999714503
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Senador Marreco, Hipocrisia é Teu Nome!
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Zé Maria

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“Mestre da ‘Inculta e Bela’, [Senador] @SF_Moro
dá mais uma aula de oratória na sabatina de
@flaviodino no Senado.
‘Claro que existem [SIC] políticos bons’, pontificou
no melhor estilo lavajatista.”
https://twitter.com/KennedyAlencar/status/1735000480562979045
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https://pbs.twimg.com/media/GBP0x08WsAAxunm?format=jpg
“Eu fui 25 anos juiz federal e eu sempre senti o ministério público
um pouco distante” – Sérgio Moro, querendo saber de Gonet
na Sabatina [à PGR] o que fará para trazer o Ministério Público
‘mais pertinho’ sem precisar da ‘Clandestinidade dos Filhos de
Januário’.
https://twitter.com/TaniaMandarino/status/1734999457408700867
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