Para Fernando Rosa, notícia “extemporânea” sobre Geisel pretende evitar que setores do Exército defendam a soberania nacional
Tempo de leitura: 2 minA CIA, GEISEL E O GOLPE
por Fernando Rosa, em seu blog
“Chefe da CIA disse que Geisel assumiu controle sobre execuções sumárias na ditadura” é a chamada da Folha de S. Paulo, em sua versão online, nesta quinta-feira.
“Em memorando, diretor da CIA diz que Geisel autorizou execução de opositores durante ditadura”, diz a Rede Globo, em seu online e no Jornal Nacional.
As duas matérias, misturando datas e informações históricas, são tão enganosas quanto comprometidas com a “guerra híbrida” imperialista contra o Estado Nacional brasileiro.
Não por acaso, são divulgadas neste exato momento em que o país está sendo submetido a uma brutal desnacionalização de suas fontes de petróleo e energia.
Em primeiro lugar, que moral tem a CIA para questionar o papel dos militares brasileiros que, em boa parte, foram treinados por eles para sustentar uma ditadura de interesse dos EUA?
Depois, qual a credibilidade da Folha e da Globo em divulgar informação da CIA, quando é sabido o envolvimento pregresso de ambas as corporações midiáticas com a ditadura?
Mas, vamos aos fatos objetivos.
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O que Geisel fez, naquele momento, foi enfrentar a “linha dura” das FFAA, tirando poder de gente como o Coronel Ulstra.
Na disputa, ele removeu o General Ednardo D’ Avila Melo da chefia do II Exército, em São Paulo, após as mortes do jornalista Vladimir Herzog e do operário Manuel Fiel Filho.
A remoção foi uma resposta aos setores militares contrários a abertura política, então defendida por ele.
O que incomoda o comando externo do golpe, levando seu braço midiático interno a explorar esse tipo de informação, totalmente extemporânea, e a CIA a se expor dessa maneira?
É apenas uma vacina preventiva contra algum sopro de nacionalismo nas casernas, ou identificaram algo mais grave no “céu de brigadeiro” do golpe?
Ou estariam preocupados em “defender” a alternativa Bolsonaro, que Geisel considerava um militar mediocre?
Atacar Ernesto Geisel é investir contra a memória de nacionalismo, desenvolvimentismo e compromisso com a infraestrutura nacional das Forças Armadas brasileiras.
É afrontar a história do período em que o país mais investiu na Petrobras e construiu as bases da Eletrobras, agora sendo entregues vergonhosamente aos interesses externos.
Por certo, deve também incomodar o fato de que ainda permanece nos círculos de pensamento econômico nacional o II PND (Plano Nacional de Desenvolvimento), instituído para estimular a produção de insumos básicos, bens de capital, alimentos e energia.
Um projeto produzido no governo de Geisel e totalmente contrário ao que preconiza atualmente o congelamento do Orçamento da União, que está destruindo o país.
O objetivo da divulgação da informação, portanto, nada tem a ver com “denúncia” de atos criminosos da ditadura, defesa dos direitos humanos ou, ainda, da democracia.
Trata-se apenas, novamente, de “fake news” diversionista do jornalismo de guerra para tentar paralisar, nos setores patrióticos e dentro das Forças Armadas, qualquer movimento de defesa da soberania nacional.
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Comentários
Edgar Rocha
Não creio que o documento seja falso. Pra isto, eu teria de me opor a análise de quem entende muito mais da questão e se encontra engajado, como Dalmo Dallari, por exemplo. Não creio que ele não tenha suporte acadêmico pra detectar uma farsa destas e entender seus propósitos.
Posso estar enganado, mas pra mim o alvo é Bolsonaro. O clamor pela presença militar nos governos por parte de setores fascistas, além de sua identificação com Trump podem lhe permitir causar algum risco aos projetos neoliberais, muito mais próximos dos setores “democratas” americanos (o próprio partido e seus aliados de peso no ultraliberalismo e na imprensa) ou, ao menos dividir votos conservadores nas eleições, dando chance pra esquerda chegar ao segundo turno. Este me parece um risco real, se considerarmos a vitória de Trump.
Há uma corrente associativa Bolsonaro-conservadorismo-Trump-autoritarismo-militares plenamente aproveitável tanto por um lado, quanto por outro. Os liberais criaram monstros e perderam o controle sobre eles. O que era pra ser um mote contra a esquerda, virou escada pra ultradireita.
Falar dos males da ditadura é desfazer o discurso bolsonarista que move o imaginário de parcela da sociedade. Por outro lado, o candidato natural dos ultraliberais, Geraldo Alckmin, veste a camisa do autoritarismo e homenageia policiais que matam, afirmando que é assim que devem agir. Tudo que os fascistas desejam ouvir. Cria-se a esperança de que, com ele no governo, o crime será combatido em todo o país. Mais um ultraje que a Globo desfere contra a nossa inteligência.
RONALD
Se esses milicos fossem favoráveis à soberania, teriam prendido os conspiradores e defendido a Dilma.
Agora, ficam vociferando para os panacas do stf não soltarem Lula. Nem um pio sobre a derrama de temer com a Shell, os bancos. os ruralistas, e demais bandidos corporativos.
Argh !!!!!!!!!!!!!!!!!
Gersier
Militares do Exército brasileiros defendendo a soberania do Brasil? Como diria aquele bordão de conhecido personagem humorista: “TÁS ME GOZANDO”. Ao contrário, os militares brasileiros são mestres em defender interesses e soberania, mas dos Estados Unidos. Adoram ser capachos dos interesses daquele país em detrimento dos interesses da maioria da população brasileira, tanto que apoiam abertamente o GOLPE dado pelos lacaios entreguistas e FDP brasileiros.
Dort da Silva
Parabéns, vocês agora conseguiram defender o Geisel.
Dinho Romano
Artigo perneta. Onde estão esses militares nacionalistas? Eles existem? E, caso existam, em qual santo rabo guardam essa coragem de proteger a soberania nacional? Deve ser no do articulista, que parece ser o único que acredita na sua existência.
João de Paiva
Embora deva ser lida com atenção, essa análise do articulista é, em si mesma, um tanto enganosa. Ele tem razão quando menciona o PND, a Eletrobrás e a Petrobrás, pois os EUA eram favoráveis a que o Brasil entregasse todos os setores básicos, de infra-estrutura e estratégicos ao domínio de empresas com sede no império. Embora a Alemanha seja , desde 1945, um país ocupado militarmente pelos que venceram a II Guerra, abrigando a maior base militar estadunidense no exterior. Aquele acordo nuclear entre Brasil e Alemanha – que compartilhou com o Brasil uma tecnologia de 2a categoria, mas importante para nosso país naquele momento – não agradou ao alto comando estadunidense, pois aos EEUU interessava manter o Brasil atrasado, produtor e exportador de matérias primas e commodities agrícolas e minerais, importador e consumidor de manufaturas e produtos com alto teor tecnológico.
Fernando Rosa tem uma interpretação equivocada quanto às intenções do alto comando do golpe atual. O vazamento dos documentos agora não é para evitar atuação de alguma “ala nacionalista das FF”, pois é discutível se existe essa ala atualmente ou se ela algum dia existiu; basta observar que a ESG nada mais é do que uma cópia carbono de má qualidade da Escola das Américas; os militares continuam tendo a mesma formação que recebiam nas décadas de 1950 e 1960, baseadas no anticomunismo e na guerra fria. Hoje o império usa outro tipo de golpe, mas com os mesmos objetivos de sempre. Hoje não interessa ao alto comando impor na América Latina ditaduras militares “clássicas”, mas as de outro tipo, que se valem do sistema judiciário cooptado, para falsamente parecer dentro da “legalidade” e “institucionalidade”. Portanto o recado do alto comando, com a publicação desses documentos da CIA, é para esses militares boquirrotos ficarem quietos, pois dessa vez eles não serão protagonistas. À milicalha ficará reservado o subalterno papel de infiltrar P2 e P9 nos movimentos sociais, sabotando-os, de modo a empreender intervenções repressoras à resistência, como vemos hoje no RJ, de pressionar operadores do judiciário que se mostrem recalcitrantes, de conter e manter nos guetos e favelas a massa popular, de reprimir o povo apenas quando este for às ruas, em multidões, para derrubar o golpe. As estrelas e protagonistas do golpe atual são os operadores do sistema judiciário, sobretudo juízes e procuradores. As oligarquias locais (financeiras, religiosas, agrícolas, empresariais, da velha política, etc.) são forças auxiliares na manutenção do golpe “institucional”; a turma dos coturnos s´entra em cena se esses operadores que citei não derem conta do recado.
Julio Silveira
Sua leitura dessa ação, da sempre atuante aqui, a CIA, é muito boa. E creio que seja mesmo um recado para que as F.As. suas parceiras no outro golpe, do outro momento, se contenham, por que o protagonismo agora está nas mãos de seus atuais parceiros protagonistas, o Judiciario. E cabe observar que ambas as instituições que fizeram o sequestro das atribuições democraticas tomando-as para sí, passam por atividades lá para firmarem doutrinas e conceitos culturais deles. Traem o povo, até culturalmente, de forma civico-patriotica, debaixo de seus narizes.
Bel
Quem vai escolher o futuro presidente do Brasil, se Lula não for eleito? Alguém tem dúvidas, como quando aconteceu com Collor (dos marajás) ?
¨Num telegrama ao Departamento de Estado americano, o então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Lincoln Gordon, deixa clara, segundo o site, a interlocução privilegiada do proprietário da Rede Globo com líderes do movimento militar em decisões importantes.
No dia 14 de agosto de 1965, ano seguinte ao golpe, Lincoln Gordon, enviou a seus superiores um telegrama classificado como altamente confidencial — agora já aberto a consulta pública — em que contava um encontro mantido na embaixada com Roberto Marinho. A conversa, segundo Gordon, versava sobre a sucessão entre os generais militares.
Segundo relato do embaixador, Marinho estava “trabalhando silenciosamente” ao lado de um grupo composto pelo general Ernesto Geisel, chefe da Casa Militar; o general Golbery do Couto e Silva, chefe do SNI (Serviço Nacional de Informação); Luis Vianna, chefe da Casa Civil, que discutiam o futuro do marechal Castelo Branco no comando do País.¨ (O Cafezinho)
Nilson Moura Messias
“Setores do exercito defender soberania nacional?” Ilusão ou ingenuidade babaca. Estes milicos covardes não sabem o que é soberania nacional.
Batista Neto
Curioso para saber de onde é que o Fernando Rosa enxerga algum motivo para imaginar a existência de “setores patrióticos dentro das FFAA”??? QUA! QUA! QUA! QUA!!
Isso ficou só lá nos anos 60 e 70.
Hoje o milico só pensa no seu próprio rabo, preso entre as pernas. Se houvesse ainda hoje algum milico que valesse mais que um vintém trocado, as FFAA não teriam se calado e observado, em silêncio ensurdecedor, o Almirante Othon ser acusado, denunciado, humilhado e condenado por um juizinho desqualificado de primeira instância do Rio de Janeiro, para frear e afastar do seu rumo o Projeto Nuclear Brasileiro. O General Vilas Boas não viria só agora soltar Twitter contra a “impunidade” para dar munição a Rede GLOBO de manipulação de GOLPES, para amedrontar e emparedar ainda mais as calças borradas dos Ministros do STF, antes do julgamento do HC do eterno Presidente Lula. Por que ele não vem agora bradar contra a “impunidade” quando o GM manda soltar o Paulo Preto, para não abandonar “um líder ferido na beira da estrada”, como disse o Afrodescendente?
Julio Silveira
A Ditadura militar foi mais uma das desgraças que assolaram o país. E foi articulada por grupos de generais das linhagens oligarquicas que assolam o país, praticamente desde o inicio de sua historia, e que o mantem no atraso. Alias, temos um problema grave na cultura do servidor Publico, eles se acham no direito de sequestrar o povo através das prerrogativas concedidas pelo povo para lhes servir. Invertem a lógica seduzidos pelas tentações que o poder empresta . Mas, voltando as FAs., juntos desses generais sempre estiveram esses estrangeiros, os yankes, semeando seus interesses, fomentando e incorporando sua internacionalização no país. Forneceram apoio, até para passeios em cursos de tortura na famigerada escola das Américas. Muitos jovens ignoram as circunstancias e condições do golpe militar que veio num momento em que o presidente civil buscava inserir grande contingente popular na cidadania, desde sempre bloqueada pelas oligarquias. Oligarquias que, como hoje, sempre tiveram com os states muito mais que aliança, tinham cumplicidade. O mote, ou o argumento para a cumplicidade era o chamado “comunista”, coisa que nunca houve o menor risco no Brasil. Tivemos sim, gente que se ancorou neste partido estrangeiro como forma de buscar antagonizar a estrutura discricionaria oligarquica institucionalizada (que sempre destruiu governos com viés popular), com apoio internacional, o mesmo sistema oligarquico cleptocratico desde sempre, inclusive hoje, vigente.
O golpe militar, que nos legou atraso incalculavel em nosso desenvolvimento democratico, assim como o atual golpe, tem o mesmo agente venenoso por trás, os States, com seus yankes. Essa atual iniciativa da CIA deveria ser entendido por todos os brasileiros com S, como mais uma mostra de quanto são inconfiaveis. Eles nunca esconderam que entre países não existem amigos apenas interesses. Mas acredito que aqui residem trairas impensaveis e inconfessaveis que continuarão vendendo a patria e povo pelos quais não tem qualquer empatia por que o lucro material é grande. Mas os yankes, sempre os ví como entraves ao nosso desenvolvimento e são exatamente por nos verem como nós deveriamos nos ver, como competidores e adversarios naturais. Em tudo, inclusive economicamente, por tudo que ainda possuimos e que eles predadores já destruiram, o risco são as nossas bestas que os seguem, gente do tipo que rasga a bandeira nacional para costurá-la a dos yankes, sob aplausos de outros imbecis, sem noção de cidadania, gente que mergulha de cabeça na cultura predatoria do predador tendo-os como exemplos e que buscam juntos os mesmos caminhos, num tipo de promiscuidade civico patriotica, que faz do mais fraco colonia.
ana s.
Ahn?
gonzales
Setores nacionalista das forças armadas?
Esses setores devem estar em outro país !
Nacionalismo e direita é o terror instalado !
euclides de oliveira pinto neto
Com toda certeza, o articulista já percebeu que a acusação contra o General Geisel é um ato difamatório contra a sua imagem… Durante sua gestão, como presidente da república e como presidente da Petrobrás, sempre buscou o crescimento da empresa, que passou a ser uma das maiores do mundo no seu campo de atuação, desenvolvendo técnicas de prospecção e produção em águas profundas, cruciais para as descobertas do pré-sal anos depois e que permitiu à Petrobrás obter um custo, no pré-sal, de US$ 8 por barril, altamente viável e com grande lucratividade, totalmente desenvolvido pelos técnicos e engenheiros da empresa, motivo de orgulho para todos nós. Com absoluta certeza, se ele ainda estivesse presente, com certeza não iriam promover esses crimes de lesa-pátria que estão sendo promovidos, pois êle teria a capacidade de aglutinar as forças nacionalistas e impedir esse bando de criminosos. Mas podem surgir novidades nessa área… a imensa maioria dos brasileiros não está se manifestando… por justo receio e não dispor de lideres verdadeiros nacionalistas… mas de repente pode eclodir uma revolta descontrolada e aí sim será dificil controlar…
Elder
O que eles sabem mesmo é infiltrar um capitão burro velho num grupo de adolescentes para azarar as meninas. Os milicos brasileiros não estão preocupados com a soberania do Brasil, gostam mesmo é do tio sam. E anacrônicos,
como sempre foram, ainda vivem em plena guerra fria preocupados com o avanço dos soviéticos.
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