Repórter gringo vibra: Amazônia segue modelo de consumo dos Estados Unidos
Tempo de leitura: 8 minIn Amazon, Rain Forests Make Room for Mall Rats
By JOHN LYONS, no The Wall Street Journal
RIO BRANCO, Brasil — Até agora, a marcha da civilização na floresta amazônica seguiu um padrão previsível. Madeireiros abriram espaço para pecuaristas que abriram espaço para o agronegócio. O próximo passo: shopping centers.
Apenas algumas décadas atrás, muitos cientistas acreditavam que a Amazônia não seria habitável. Hoje, pelo menos cinco cidades amazônicas do Brasil tem populações de mais de 300 mil pessoas, um número-chave para atrair os principais varejistas. No fim do ano que vem, quatro das cinco maiores cidades terão grandes shoppings no estilo americano. Outros três projetos estão sendo estudados.
O último projeto de shopping começou em março em Rio Branco, uma cidade antes isolada, próximo de onde o ativista Chico Mendes foi morto em 1988. Os construtores foram encorajados pelo sucesso de um pequeno mall em Porto Velho, que fica a 340 milhas de distância. Gente de Rio Branco fazia a viagem de seis horas até Porto Velho para fazer compras.
A proliferação de shoppings na Amazônia marca uma virada numa das últimas fronteiras do mundo. Uma economia moderna de consumo está deitando raízes em uma região que a maioria das pessoas imagina coberta por floresta densa e cortada por rios infestados por piranhas, com trechos de floresta destruída entre eles.
Na terça-feira o governo brasileiro informou que as vendas do varejo no estado de Rondônia, onde fica o mall de Porto Velho, aumentaram 31,7% no ano que terminou em março, o segundo maior aumento no país e o dobro da média nacional. No estado do Acre, onde o mall de Rio Branco está em construção, as vendas aumentaram 31,5% — o terceiro maior aumento do país.
A ascensão do consumidor da Amazônia demonstra a amplitude do boom doméstico do Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez chover dinheiro na região em uma tentativa de aumentar o poder de consumo dos pobres e das classes trabalhadoras. Famílias pobres ganham subsídios em dinheiro. Negócios recebem empréstimos subsidiados do Banco da Amazônia (federal). Projetos hidrelétricos resultam em empregos e investimentos. As populações da cidades cresceram com a mudança de pessoas que querem acesso a empregos e serviços do governo.
O desenvolvimento da Amazônia também altera o jogo para os ambientalistas. Os moradores de cidades da Amazônia agora tem maior poder para exigir que estradas, hidrelétricas e outros projetos sejam construídos na região. Isso explica porque a ministra ultraverde de meio ambiente foi trocada em 2008 por um ministro mais aberto ao desenvolvimento. Porque os malls tem sido construídos em terras que foram deflorestadas décadas atrás, os ambientalistas não se opuseram aos projetos. Ambientalistas locais dizem que seus objetivos são dirigir o crescimento econômico inevitável para atividades que não requeiram derrubar mais árvores.
“A chegada dos shopping centers é parte de uma tendência global”, diz Jorge Viana, um ex-governador e líder ambientalista em Rio Branco. “Nosso grande desafio é criar um modelo econômico sustentável que inclua as pessoas que vivem na floresta”.
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O certo é que a maior parte da Amazônia ainda é floresta e que não vai ser tornar um shopping em breve. Desde 1991, a população no bioma da Amazônia brasileira aumentou 48% para 19,7 milhões, a maior parte em cidades e vilarejos, de acordo com a Conservation International, um grupo ambientalista sem fins lucrativos de Washington DC. Mas isso ainda é muito esparso considerando que os amazônidas ocupam um território do tamanho da Europa Ocidental.
Ainda assim, há poder de compra suficiente na Amazônia agora para atrair investidores globais. A empresa canadense Ivanhoe Cambridge, uma das maiores construtoras de shoppings do mundo, é parceira no shopping de Porto Velho. Fundos de pensão dos Estados Unidos investiram no projeto de Rio Branco. Em 2007, a BRmalls, um grupo imobiliário brasileiro parcialmente controlado pelo empresário americano Sam Zell, comprou uma fatia do shopping mais antigo da região, o Amazonas Shopping, na área urbana de Manaus.
Em Porto Velho, o novo shopping center mudou tudo, do cenário aos hábitos econômicos e sociais da cidade fronteiriça. Na capital de um estado fortemente deflorestado, a população cresceu muito depois que as novas rodovias trouxeram centenas de milhares de colonos para a região nos anos 80, atrás do gado e da soja. Agora, está vivendo um boom. Os empregados na construção civil e os engenheiros estão chegando para construir duas hidrelétricas por perto, que valem alguns bilhões de dólares.
Um estrutura quadrada e bege que se ergue coberta por um estacionamento de telhado escuro, o Porto Velho Shopping contrasta com o resto da cidade, ainda caótica em seus edifícios lotados e pavimentação cheia de buracos.
O shopping é de longe a maior estrutura com ar condicionado na redondeza de centenas de quilômetros, transformando a construção em um oásis no meio do calor abafado. Isso é o suficiente para torná-lo o principal destino de entretenimento.
“O shopping é basicamente a única coisa que tem para fazer em todo o estado”, diz Aira Queiroz, uma estudante de 18 anos que fez a viagem de 125 milhas desde Ariquemes, a cidade onde ela vive, para experimentar um sorvete em um sábado de abril. “Não há nada para fazer em minha cidade”.
Em torno dela, cenas típicas dos subúrbios dos Estados Unidos acontecem. A praça de alimentação está viva com bate-papo. Um elevador de vidro sobe no átrio e deposita público para os cinco cinemas do Cineplex com telas de 3D. Há até mesmo os “mall rats”. Adolescentes, alguns deles com cabelo precocemente tingido caindo sobre um dos olhos, andam pelos corredores procurando o que fazer. Guardas de segurança uniformizados ficam de olho neles.
Apesar de todas as cenas de “americana”, há lembretes de que o mall fica em uma fronteira amazônica. O McDonald’s não tinha batatas naquele dia. O caminhão de entrega tinha se atrasado em algum lugar da viagem de 2.500 milhas desde São Paulo. O empregado do mês foi premiado por acumular responsabilidade depois que metade da equipe dela pegou dengue.
Um par de meninas indígenas em excursão pelo mall, guiada por missionários, ficou à distância avaliando com segurança a escada rolante. O shopping tem o primeiro grupo de escadas rolantes do estado e muitas pessoas faziam fila para andar nelas pela primeira vez. Depois de se aproximar com curiosidade, as meninas se deram as mãos e se aventuraram. Uma conseguiu. A outro foi pega com o passo continuamente se abrindo até que conseguiu embarcar.
As mudanças não são apenas sociais. O shopping colocou enorme pressão competitiva em varejistas locais para melhorar seus serviços e baixar os preços, alterando a forma com que fazem negócios.
Cerca de 50 redes nacionais, como a loja de departamentos Americanas, abriram sua primeira loja no estado no shopping. A competição provocou a falência de algumas lojas barateiras e forçou outras a melhorar para sobreviver.
Considerem o caso da Divas, uma boutique de roupas gerenciada por Vilmarque João, um ex-executivo de eletrônicos, e sua esposa. O negócio surgiu da frustração da sra. João com a falta de roupas da moda em Porto Velho. Ela e suas amigas começaram a juntar dinheiro alguns anos atrás para voar até São Paulo e trazer os últimos estilos.
A notícia se espalhou. Logo, os pedidos vieram de outras mulheres com as mesmas reclamações. Os Joões deixaram seus empregos e abriram uma loja no centro da cidade que cresceu por seis anos. Eles se mudaram para o shopping assim que ele abriu, acreditando que os negócios na loja do centro sumiriam.
De repente, no entanto, franquias nacionais com jeans de alta qualidade abriram a alguns passos da Diva no shopping. Para sobreviver, os Joões cortaram os preços de sua marca de jeans Carmim em 43%, para 389 reais. A competição para ficar na moda exigiu pagar por acessórios vindos de São Paulo por encomenda aérea noturna.
Para acompanhar as redes nacionais, David contratou mais vendedores e gastou mais com o treinamento deles. Os preços mais baixos e os custos mais altos diminuiram a margem de lucro para 12%, de 50% dos tempos da loja no centro da cidade. Mas os lucros como um todo subiram: milhares de pessoas, em vez de centenas, passam pela loja diariamente. O sr. João suspeita que o ambiente do shopping deu um impulso no consumismo local.
“O shopping é o único lugar de Porto Velho onde todas as classes sociais estão se misturando em um espaço aberto, de igual para igual”, o sr. João disse. “A classe média tem chance de ver o que os ricos estão vestindo e então quer comprar igual”.
A ideia de construir shopping centers na Amazônia não é nova. O governo militar brasileiro de 1964-1985 antevia uma rede de cidades importantes na Amazônia. Construiu estradas na floresta e subsidiou os pioneiros colonizadores.
Não saiu de acordo com o planejado. Grandes áreas da floresta foram devastadas, mas a terra da floresta não era tão fértil quanto o esperado. Cidades distantes como Porto Velho incharam com colonizadores fracassados e se tornaram terra-de-ninguém.
Mas a economia amazônida está mudando. Ao experimentar com fertilizantes, tipos de gramíneas e outras tecnologias, os fazendeiros e pecuaristas da Amazônia aprenderam a arrancar mais lucros da terra. Novas rodovias surgiram em torno de cidades antes isoladas entre si, criando mercados locais. Rodoviais agora chegam a países vizinhos como o Peru, aumentando o comércio.
O primeiro shopping center da Amazônia brasileira abriu em 1991 em Manaus, uma cidade de 1,7 milhão de habitantes que cresceu como centro manufatureiro por causa de seu status especial de zona franca. Em abril de 2009, o shopping Manauara de 227 lojas abriu com árvores da floresta no meio da praça de alimentação. O projeto foi parcialmente financiado pelo Developers Diversified Realty Corp., um fundo de investimento imobiliário dos Estados Unidos, de capital aberto. Pelo menos dois outros grupos estão considerando projetos de shoppings na cidade.
Mais significativamente, os shoppings estão se espalhando por cidades secundárias da Amazônia como Porto Velho e Rio Branco, onde investimentos do gênero eram impensáveis uma década atrás. Um projeto em construção fica em Macapá, uma capital na margem norte do rio Amazonas onde não se chega por rodovia. Um segundo grupo está avaliando um projeto competidor. Construtores de shopping já compraram terra na cidade ribeirinha de Santarém, de população de 277 mil pessoas, e em Marabá, um centro de mineração.
O mercado consumidor do Amazonas atingiu massa crítica tão rápida que surpreendeu mesmo os especialistas. Cinco anos atrás, quando Dorival Regini, executivo-chefe do grupo LGR, do Rio de Janeiro, começou a fazer buscas em Rio Branco, ele tinha dúvidas.
Em sua visão, Rio Branco era sinônimo de uma Dodge City — um posto fronteiriço sem lei. O estado era notório por ser o lugar onde o filho de um fazendeiro matou o seringueiro e ambientalista Chico Mendes. Até o fim dos anos 90, Hildebrando Pascoal, um chefe de polícia tornado deputado, mandava no estado. Ele ganhou seu apelido “motossera” pela forma como seus inimigos pereciam.
Mas dados mostrando o crescimento da população e da renda levaram a uma segunda avaliação. O sr. Regini despachou um analista, que inicialmente estava cético. “Depois que chegou lá, ele ligou e disse ‘devo ficar mais alguns dias; acho que pode dar certo'”, lembra o sr. Regini.
Rio Branco estava sob controle. O “motossera” estava na cadeia. Um grupo de tecnocratas verdes, a maioria discípulos de Chico Mendes, tinha sido eleito em 1998. Eles aprovaram leis barrando a devastação no que restava da floresta tropical. Numa tentativa de atrair negócios como alternativa econômica à pecuária, eles construiram parques, ruas bem iluminadas e uma ponte para pedestres sobre o rio. Leis de zoneamento foram criadas e a corrupção endêmica foi controlada.
Outro sinal encorajador: uma rodovia planejada para sair de Rio Branco, atravessar a fronteira do Peru e os Andes e chegar até a costa do Pacífico. A rodovia, agora aberta, pode em breve se tornar um importante ponto de trânsito para exportações para a China, esperam os locais.
A LGR comprou um pedaço de terra na intersecção da nova rodovia para o Peru com a rodovia que conecta Rio Branco ao resto do Brasil. O Via Verde Shopping, de 161 lojas, vai abrir na metade de 2011.
A companhia está confiante de que o projeto vai dar certo em uma cidade na qual os congestionamentos de trânsito agora entopem ruas onde não havia luz uma década atrás. Os executivos da LGR que vão até lá para acompanhar o projeto têm dificuldade para encontrar apartamentos nos hotéis locais. A companhia agora também pensa em construir um hotel.
O shopping é o maior investimento privado no estado. Mas outras firmas estão de olho em Rio Branco. A loja holandesa Makro abriu recentemente uma loja perto do lugar do shopping e a rival francesa, Carrefour, está planejando a sua.
Construir um shopping em uma cidade da Amazônia como Rio Branco apresenta desafios únicos. Fortes chuvas tropicais caem durante metade do ano. Durante a estação seca, os trabalhadores devem correr para construir a estrutura e o teto para trabalhar na parte interior durante as chuvas. A perda de prazos pode significar a perda de um ano inteiro.
Tudo, de cimento a vigas de ferro, vidros e esquadrias custam mais porque o material viaja de caminhão centenas, em alguns casos milhares de quilômetros. O solo de barro amazônico não tem pedras. Isso significa que o pedregulho para fazer cimento tem de viajar de caminhão — junto com todo o material de construção.
Também há confusões inesperadas. Quando os engenheiros da LGR procuraram lugar para um parque de bicicletas que a companhia está construindo para atender à legislação municipal, eles foram surpreendidos ao encontrar uma família indígena que tinha vindo da floresta acampar no terreno. Os indígenas disseram que os engenheiros tinham de ir embora. Mais tarde, autoridades federais chegaram e arranjaram acomodação para os indígenas.
Um aspecto foi fácil: encontrar lojistas. O espaço no mall de Rio Branco estava quase todo alugado antes mesmo do início da construção.
Comentários
Marcelo
Ao que tudo indica na data de hj está tendo inicio os trabalhos de asfaltamento da br 230, para quem não sabe se trata da transamazõnica, o percurso irá asfaltar a br 230 entre tocantins e pará, isso da aproximadamente um pouco mais de 720 KM, e a hidrelétrica de belo monte passa á 100 KM desta rodovia.. ótima notícia para o desenvolvimento de toda aquela região, depois disso virá muito progresso, e que ocupemos a Amazôniia porque a Amazônia é brasileira.
Marcelo
A Amazônia com0o todos sabem é cobiça internacional, para que possamos ocupá-la melhor, com progresso e sustentabilidade, é necessário a construção da Hidrelétrica de Belo Monte para poder gerar energia para aquela região, de onde virá o progresso, o nosso País passa por um estudo onde querem dividir o País em 40 estados para melhor desenvolver as regiões, termos mais controle com governos de estados menores, diminuindo assim a corrupção e melhor ocupando os setores, quanto a Amazônia, temos que ocupá-la o mais rápido possivel, antes que alguém o faça, porque é mais fácil eles invadirem uma área de floresta do que uma área ordenada como um estado, cidades etc…
Yeahh: Repórter gringo vibra: Amazônia segue modelo de consumo dos Estados Unidos « Beto Bertagna a 24 quadros
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Pedro Luiz Paredes
Essa estratégia esta sendo acelerada ferozmente desde o início do governo Lula e o ponto é que é melhor uma florestinha na mão do que um florestão voando.
Com uma economia dessas fica difícil uma tribo orientada por meia duzia de missionários estrangeiros fazer política contra os interesses nacionais, ainda mais com o feedback(interesses) de multinacionais, empresas e marcas do mundo inteiro com capital aplicado.
Mais do que nunca fica fácil afirmar que isso tudo esta acontecendo dentro do Brasil.
Melhor, nos moldes do capitalismo norte-americano, o corporativismo parece não ser tão amplo a ponto de impedir os vorazes investidores independentes do mundo inteiro que só pensam em lucra, lucrar e lucrar.
Que venha Belo Monte.
wwwilliam porto
O Brasil precisa ocupar e defender a Amazonia, Basta de discurso e de demagogia. Ou toma conta, ou os americanos invadem, E priu.
setepalmos
A questão é simples.
Se diz que existe uma "indústria da seca" no Nordeste. Sim, com certeza ela existe, mas o nome correto não é esse.
O que existe, é a indústria da miséria.
Esta indústria existe em vários logradouros pelo Brasil, desde as favelas de Porto Alegre, até as de Cuiabá e São Paulo; até nas casas de pau-a-pique de Araripina, Caicó ou Serra Talhada. E existe também nas palafitas de toda a região norte.
Desenvolver a Amazônia é uma questão estratégica fundamental, pois além de impedir interesses alienígenas de operarem no Brasil, impede que falsos políticos, politiqueiros e fascistas às avessas se apropriem do poder legitimo conferido pelo povo através do voto. Em analogia, impede que o povo entregue o ouro em troca por espelhos.
Afinal, a quem interessa o capitalismo sem capital?
Fernando
A indústria da seca existe e conseguiu uma importante vitória no governo Lula: a chamada ´transposição` do São Francisco.
Não vai faltar água pras enormes propriedades de fruticultura irrigada.
setepalmos
A transposição é uma obra pensada e debatida desde o Império.
A verdade, é que quem nunca teve coragem e gana para a materializar, fala mal.
E esta justificativa do agronegócio, permissa venia é uma lorota de eco-xiita.
Sinceramente, o governo tem que ter medidas tanto para o agronegócio, quanto para a agricultura familiar. O Estado deve existir para o pequeno, para o médio e para o grande. E esta história de que só o agricultor corporativo vai se beneficiar com a transposição é falácia. No mínimo, o pobre agricultor que tinha uma terra, e que esta não valia nada, agora valerá um pouco mais.
Um agronegócio ao menos garante ao povo pobre um salário mínimo, que muito provavelmente não existiria em situação diversa.
Lulluk
a matéria revela o olhar sempre exotizante da região. ninguém acha estranho um shopping em sao paulo. as populações da Ama^zônia tb querem seu quinhão de progresso, civilizaçao e consumo. indígenas querem computador e internet para falar com seus parentes. caboclos querem ~luz elétrica e transporte rápido e seguro. quem mora em manaus e roraima quer estrada (BR-319) para chegar ao sul do país. nós daqui não somos exóticos nem queremos viver num aquario.
Fernando
Em breve vão se arrepender de ter expulsado os não-índios da Raposa Serra do Sol, afinal temos que ocupar tudo pros gringos não roubarem, meia dúzia de índios numa reserva não basta.
Luiz
O Irã que eu conheci
Share http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Con…
Azenha. Como poucos ainda acessam o jornal novae, coloque aí esse artigo para mais gente ler?
pedro
Quem vive ou viveu na região amazõnica e não tem a mentalidade medieval à la Jader Barbalho ou neoliberal à la Eike Batista, conhecem a total falta de sustentabilidade do chamado desenvolvimento que hoje assola a região. Se dizem que são estratégias sustentáveis de "progresso econômico", não tenham qualquer dúvida, é mentira. Todos os grandes empreendimentos que hoje existem na amazônia são altamente predatórios, como é o caso dos da VALE. O resto é muito marketing, muita operação abafa e falatório de pessoas com interesses pessoais envolvidos. Nesse processo de avanço acelerado da bárbarie, a colonização mental e a difusão do consumismo são peças essenciais. Viva os Shopping Centers na Amazônia! Viva a futura maior savana da terra!
Análise – Repórter gringo vibra: Amazônia segue modelo de consumo dos Estados Unidos « PLANO BRASIL
[…] Fonte: The Wall Street Journal via Vi o Mundo CategoriasConflitos, Defesa, Geopolítica Comentários (0) Trackbacks (0) Deixe um comentário Trackback […]
Marko
Como diria Adoniran, é o "pogréciu gente, o pogréciu" ou outro Mestre popular, Nelson Sargento "Vc não pode disciplinar o progresso, mas vc pode se disciplinar em relação ao progresso" ( http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=889# aos 9min11 ).
D qq modo, se através d altos investimentos o ser humano conseguiu se isolar d 1 meio ambiente relativamente hostil, p/ele verdadeiros "infernos" no verão, lugares como os Emirados Árabes ou Phoenix, no Arizona, era fatal q cedo ou tarde tal ocorresse tb c/a Amazônia, p/a qual ( falando-se em investimentos externos ) já se especulava e experimentava-se isso desde Ford e Rockfeller no século passado…
Ubaldo
O caminho que devemos trilhar é o desenvolvimento sustentado a ser conseguido com um planejamento exemplar.
No planejamento devemos partir de uma visão de como estaremos ocupando a região amazônica daqui há 20 ou 30 anos.
A partir dessa visão deveremos ter bem detalhada nossa missão e sob quais princípios atuaremos.
É perfeitamente viável desenvolver a Amazônia de maneira sustentável onde teremos cidades médias, agricultura familiar, indústria da floresta, hidrelétricas e florestas intocadas.
No Brasil não damos muita importância ao planejamento o que é um erro cultural a ser corrigido. No caso da Amazônia um planejamento para seu desenvolvimento é imperioso.
Jairo_Beraldo
Ubaldo, voce andou estudando sobre a amazonia, hein? Tudo isso que voce colocou é possível. E sem a necessidade de impor regras. Só temos que retirar de lá, ONG's fajutas e seguir o nosso curso.
setepalmos
Chama o josé Serra, ele é um ótimo planejador!
Ele planejou a ancora cambial, quebrou o Brasil…
Planejou a dispensa dos agentes de saúde, e a dengue explodiu…
Planejou os investimentos em eletricidade, e o apagão imperou!
Só falta o vice do Serra…
Que tal o FHC?
Daniel Campos
O ideal é um meio termo entre a situação atual em que famílias são arrancadas da terra à tiros por grileiros e precisam viajar semanas para comprar coisas como digamos panelas (inexistência de leis, ordem e progresso), e entre o capitalismo selvagem onde a pessoa é definida pelo que ela consome.
Ou para simplificar, é tão ruim "megalópoles" no meio da floresta quanto a posição xiita de deixar a floresta intocada custe o que custar.
Marcelo Fraga
Isso é bom para os moradores da região? Sim, mas não é isso que queremos para a Amazônia. Isso é colonização, não progresso. Aliás, depois que o "repórter" diz '…cidades terão grandes shoppings no estilo americano.', eu perdi o interesse no texto.
Eles acham que capitalismo idiota é civilização. Isso é ignorância da braba.
francisco p neto
Bem, essa matéria pode ser vista de dois aspectos; negativa ou positiva dependendo de cada analista.
Não vou entrar nesse mérito, mas uma coisa é certa, as notícias que estão saindo do Brasil atualmente contrasta com um passado recente, quando o que era veiculado lá fora sobre o país, eram só más notícias, desgraças mil, mortes, doenças, pobreza extrema, prostituição…, não que isso tenha desaparecido, mas pelo menos o foco hoje é outro: progresso e ivestimentos.
Marco Santo
para quem conheceu a Amazonia e a região acreana e de Rondonia nos anos 70. Em Porto Velho pousavamos no aeroporto central (uma pista estreita de terra batida), onde servia também de rua quando não se operava os aviões DC-3, então, atualmente é progresso puro. Obras do PAC na região irão formentar empregos, comercio e industrias familiares. O Brasil de hoje, são 27 locomotivas, cada uma com caracteristica diferente. Nesta região fronteiriça com a Bolivia e Peru, muito progresso acontecerá, principalmente abrindo a saida para o Pacifico através de Pucalpa (Peru) e a cidade de Cruzeiro do Sul (AC), ai veremos o progresso verdadeiro, o avanço do Brasil para o Pacifico. É "O Vale Amazonico no futuro do Mundo".
Chico
A imprensa está divulgando que o premiê israelense, Netanyahu, não aceita uma investigação internacional sobre o massacre de terroristas israelenses sobre os membros da ajuda humanitária aos moradores de Gaza. Alega o premiê que a investigação tem que ser feita por elementos ligados ao governo que promoveu o massacre. Então cabe a pergunta: Essa conta de seis milhões de judeus mortos foi feita pelos nazistas? Se não foi, não tem a menor credibilidade.
Jairo_Beraldo
Muito bem ponderado, Chico!
Bernardo Wittlin
Há 2 anos, tive a oportunidade de morar na amazônia, na fronteira com a Colômbia e o Peru, onde trabalhava como médico. É interessante como o apelo do consumo e da ideologia capitalista – os quais (frisa-se) são diferentes da justa e urgente demanda pelo desenvolvimento e progresso – realmente avança, atrai corações ao mesmo tempo que se choca com as culturas tradicionais e, por fim, vem impactando nos modos de vida, mesmo entre os índios. Esse processo de "modernização" tardia das regiões periféricas tem vários paralelos na História, mas assume peculiaridades na região amazônica, com toda a sua gama de atores sociais, culturas, interesses e conflitos. Aos olhos do capital, trata-se da derradeira fronteira a ser conquistada.
Reuni minhas impressões num blog – http://cronicasdopirarucu.blogspot.com/.
É curioso como esta reportagem do jornalista americano se assemelha e parece inspirada numa dessas minhas crônicas: http://cronicasdopirarucu.blogspot.com/2008/08/cr…
O sujeito encarna a perfeita versão moderna e corporativa do Pero Vaz de Caminha se reportando ao Império.
Jairo_Beraldo
Mas temos que entender, que a ocupação da amazonia, é uma boa maneira de defesa da nossa soberania.
Alexandre
O enxergo isso mais como uma conseqüência do governo militar, pois na década de 70, o Brasil abril suas fronteiras para que as multi-nacionais se instalacem em solos tupiniquins, através da Rodovia Transamazônica.
Tweets that mention Na Amazônia, floresta dá lugar a “ratos de shopping” | Viomundo – O que você não vê na mídia — Topsy.com
[…] This post was mentioned on Twitter by VIOMUNDO, cidamedeiros, Rondonianas, Glauco Faria, Lucas Santos and others. Lucas Santos said: RT @VIOMUNDO: Repórter gringo vibra: Amazônia segue modelo de consumo dos Estados Unidos – http://tinyurl.com/25ahpbu (via @viomundo) […]
Urbano
Esses ratos são cosmopolitas, possuem cor clara e olhos azuis, se encontram na área há muitas décadas e estão comendo o prato de papa amazônico pelas beiradas.
ODEMAR LEOTTI
Existem muitos intelectuais que se arrogam o verdude da verdade mas esquecem de olhar o próprio rabo. Perguntaria a um desses que posam como radicais. se a casa ou apartamento dele ou dela é rebocado. Se sim de onde vem a areia. como são queimados os tijolos da parede tão bonita ornada com temas verdes? Quanto que ganhou os que trabalharam na fábrica do cimento que compraram? Que petróleo queimou nas várias circulações de seus produtos consumidos? E os tão confortáveis eletro-eletrônicos de seus confortáveis apartamentos fazem girar o que em Wall Street e fazem o que com a mídia e ferram quem com isso? Será que o computador que digitamos como empunhando a lança de Joana Darc nao tem seus componentes manchado de sangue de criançãs do Oriente asiático ou da América Central. Pense bem antes de ficar se achando puro.
Pereira
Odemar Leoti, concordo com seus argumentos: o corte de custos para aumentar a competitividade ocorre à base de desrespeito ao ambiente e aos trabalhadores como você bem mesmo disse mas é necessário mesmo reproduzir esse mdelo de produção e consumo?
Não acho que seja questão de se "achar puro", mas de ser indiscutível a insustentabilidade disso tudo.
Se o que temos para hoje é desrespeito ao meio ambiente e exploração social produzindo o eletrônico mais barato, o tênis da moda, dá para evitar o consumo desses produtos onde for possível. Não é uma solução da "MODA", mas é o que temos para hoje como resposta, grosso modo, o BOICOTE. A propaganda se baseia muito mais na venda de ideias, valores e necessidades do que no próprio produto, dá pra usar isso a favor de um consumo consciente.
Pedro
O que mais gostei de ver é ter cinemas, ser jovem do seculo atual em cidades com estrutura de dois séculos atras é que "o ó"
Gerson Carneiro
Finalmente os pobres e as classes trabalhadoras do interior da Amazônia terão acesso aos produtos eletrônicos da Zona Franca de Manaus importados de São Paulo.
A "ordem" eu não sei, mas o "progresso", enfim, chegou.
Jairo_Beraldo
Mas não tem só a Zona Franca de Manaus, Carneiro. Macapá tem um comercio de importados tal qual Ciudad Iguazu no Paraguai.
Mirian
Ôba: coca-cola e mac donalds na floresta! Tudo em shoppings com ar condicionado! Viva, muitos investidores americanos e holandeses querendo investir em comércio varejista local. Agora sim a amazônia vai prá frente. U-hul!!!!! Será essa a única fórmula de desenvolvimento????? Abrir mercado para consumo de roupas feitas com trabalho escravo na China e proporcionar aos povos da floresta a nutritiva comida do Mac Donalds, com batatas que têm que viajar zilhões de Km? Sinto muito, há algo de muito estranho nesse festejo… Deveríamos estar revendo esse padrão de consumo e desenvolvimento, e não expandindo fronteiras através dele.
Antõnio Carlos
Muito bem colocado! Temoas que mudar esse modelo de se viver baeado exclusivamente no consumo a qualuer custo.
Leosfera
bem, a gente pode torcer o nariz pro mcdonald's, mas se fizer uma enquete lá, 98% estão eufóricos com a novidade. complicado decidir o que é bom pros outros, não? E se os americanos estão se aproveitando da prosperidade introduzida pelo bolsa-família, é porque os empresários locais não "acreditaram na amazônia" e construíram antes. concordo que a matéria tem um tom muito cor-de-rosa, mas retrata uma ebulição consumista que é associada a prosperidade. se essa associação é correta ou não já é uma discussão mais filosófica. eu concordo totalmente que outra concepção de vida, de prosperidade e de progresso é necessária, mas deixa o pessoal se divertir como eles queiram! quem não quiser ir ao shopping e preferir ler um livrou, ou o viomundo ainda pode, ok? e, afinal, qual deveria ser o ponto de vista do Wall Street Journal, senão o de corporações americanas?
Jairo_Beraldo
O empresariado brasileiro, ainda não acredita no fortalecimento da nossa economia, Lima. Vão estar sempre perdendo por achar que amanhã acordaremos quebrados.
E.C.Lima
Miriam, os "empresários nacionais" acreditam no PIG. Acham que está tudo errado e não investem pra produzir nada! Como não tem mais o tal de 'overnaite', em que eram viciados, vão pra bovespa tentar ganhar sem produzir com as ações da Vale, que aumentou em milhares de pontos percentuais o preço do ferro que recebeu quase de graça dos tuganos, provocando inflação, mas aumentando o lucro e o valor das ações. Os "empresários gringos" nem ligam pro PIG, e sabem onde aplicar na chamada "economia real". Produzem, geram emprego e aproveitam a redução das desigualdades decorrentes do governo LULA, que o pig vive negando! Porisso são os estrangeiros a tirar vantagens que os nancionais nem conhecem (o PIG não deixa, embora eles, os empresários, continuem financiando-o).
Jairo_Beraldo
Mirian, existem luxuosos Eco-Hoteis na região amazonica. Infelizmente, o brasileiro é viciado em praia, e não busca saber sobre o ecoturismo.
mariazinha
EUA/israel poderiam ficar bem longe desse pedaço; podemos, muito bem viver sem eles.
Abaixo os McDonald’s, as cocacolas, os gringos metidos a ser maiorais, com seus filmes idiotizantes.
Companheiros:
boicote neles. Não servem como exemplo para nada, trazem o ódio, a guerra, a devastação.
FORA!
Werner_Piana
Coisa boa ver as fronteiras extremas do Brasil sendo definitivamente ocupadas.
Desenvolvimento sustentado e bola pra frente…
Fernando
Mosaico De Ravena
Belém – Pará – Brasil
… Região Norte, ferida aberta pelo
progresso, sugada pelos sulistas e
amputada pela consciência nacional…
Vão destruir o Ver-o-Peso
e construir um shopping center
Vão derrubar o Palacete Pinho
pra fazer um condomínio
Coitada da Cidade Velha
que foi vendida pra Hollywood
pra ser usada como albergue
no novo filme do Spielberg
Quem quiser, venha ver
Mas só um de cada vez
Não queremos nossos jacarés
Tropeçando em vocês
A culpa é da mentalidade
criada sobre a região
Porque que tanta gente teme?
Norte não é com "M"
Nossos índios não comem ninguém
agora é só hamburguer
Porque ninguém nos leva a sério?
Só o nosso minério…
Aqui a gente toma guaraná
quando não tem Coca-Cola
Chega das coisas da terra
que o que é bom, vem lá de fora
Deformados até a alma
Sem cultura e opinião
O nortista só queria
fazer parte da nação
Ah! Chega de malfeitura
Ah! Chega de tristes rimas
Devolvam a nossa cultura
Queremos o Norte lá em cima
Porque, onde já se viu?
Isso é Belém
Isso é Pará
Isso é Brasil
Quem quiser venha vê
Mas só um, de cada vez
Quem quiser venha vê
Mas só um, de cada vez
não queremos, nosso jacaré
tropeçando em você
Quem quiser venha vê
Mas só um, de cada vez
não queremos, nosso jacaré
tropeçando, em você
tropeçando, em você
tropeçando, em você
tropeçando, em você
Edv
Olhando o mapa via Google, uma constatação interessante é que, da fronteira do Acre até o Pacífico, a distância é de aproximadamente 510 km. Comparando com os ~400 de Rio-São Paulo, é relativamente perto.
Nascimento
Boa Edv! Eu não sabia disso!
toni gatto
Ed veja no PHA a consolidação de um projeto rodoviário entre Brasil e Peru que ligará o Norte brasileiro ao Pacífico, via Peru (uns 650 Kms de estrada) . Além disso haverá uma série de projetos de geração hidro entre Peru e o Brasil, com empresas brasileiras realizando as usinas e 80% da energia sendo remetida para o Norte brasileiro . Enquanto lutamos pela real integração latino-americana, há "sujeitos minúsculos " da história pregando a quatro ventos a desestabilização do Mercosul…. assim não dá!!
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