(30/03/2010 – 10:14)
Marcio Pochmann, emTendências/Debates da Folha
QUANDO SE completa a primeira década do século 21, o Estado de São Paulo demonstra viver um de seus maiores desafios históricos, qual seja, o de continuar sendo a locomotiva econômica que dirige o país. Na perspectiva recente, isso parece estar comprometido diante de importantes sintomas de decadência antecipada.
Entre 1990 e 2005, por exemplo, o Estado paulista registrou o segundo pior desempenho em termos de dinamismo econômico nacional, somente superando o Rio de Janeiro, último colocado entre os desempenhos das 27 unidades da Federação.
Atualmente, o Estado paulista responde por menos de um terço da ocupação industrial nacional -na década de 1980, era responsável por mais de dois quintos dos postos de trabalho em manufatura.
Simultaneamente, concentra significativo contingente de desempregados, com abrigo de um quarto de toda mão de obra excedente do país -há três décadas registrava somente um quinto dos brasileiros sem trabalho.
Em consequência, percebe-se a perda de importância relativa no total da ocupação nacional, que decaiu de um quinto para um quarto na virada do século passado para o presente.
Se projetada no tempo, essa situação pode se tornar ainda mais grave, com São Paulo chegando a responder por menos de 20% da ocupação nacional, por um terço de todos os desempregados e apenas por um quinto do emprego industrial brasileiro no início da terceira década do século 21.
Essa trajetória pode ser perfeitamente revertida, uma vez que não há obstáculo econômico sem superação.
A resposta paulista, contudo, precisaria vir da montagem de uma estratégia inovadora e de longo prazo que não seja a mera repetição do passado.
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Na visão da antiga oligarquia paulista, governar seria fundamentalmente abrir estradas, o que permitiria ocupar o novo espaço com o natural progresso econômico. Por muito tempo, o Estado pôde se privilegiar dos largos investimentos governamentais em infraestrutura, o que permitiu transitar das grandes fazendas produtoras e exportadoras de café no século 19 para o imenso e diversificado complexo industrial do século 20.
Em apenas duas décadas, o Estado paulista rebaixou a concentração de quase dois terços de sua mão de obra no setor primário para menos de um terço, dando lugar ao rápido crescimento do seu proletariado industrial.
Com isso, a ocupação em manufatura convergiu para São Paulo, passando a representar 40% de todos os empregos industriais do país na década de 1960, contra um quarto em 1940.
Em virtude disso, o protagonismo paulista reverberou nacionalmente por meio do ideário de que seria a locomotiva a liderar economicamente o Brasil grande. Tanto que não era incomum à época que as lideranças de outros Estados sonhassem com a possibilidade de repetir o caminho paulista. O principal exemplo se deu com a implantação de uma “mini-São Paulo” no meio da Floresta Amazônica, por intermédio da exitosa implantação da Zona Franca de Manaus.
Para as décadas vindouras, o futuro tende a exigir a ampliação predominante do trabalho imaterial, cujo principal ativo é o conhecimento.
Não significa dizer que as bases do trabalho material (agropecuária e indústria) deixem de ser importantes, pois é estratégico o fortalecimento das novas fontes a protagonizar o dinamismo econômico do século 21.
Se houver força política nesse sentido, o Estado de São Paulo poderá transitar para a continuidade da condição de liderança econômica da nação, passando a responder por 40% do total do trabalho imaterial do país.
Os esforços de transformação são inegáveis, pois, além da necessária oxigenação de suas instituições, os próximos governos precisariam inverter suas prioridades, com a adoção, por exemplo, de um gigantesco e revolucionário sistema educacional que assegure as condições necessárias do acesso de todos ao ensino, do básico ao superior, ademais da educação para a vida toda e com qualidade.
Na sociedade do conhecimento em construção, a liderança econômica não surgirá da reprodução de sistemas de ensino comprometidos com o passado, tampouco de relações governamentais com profissionais da educação compatíveis com o século 19.
Ainda há tempo para mudanças contemporâneas, sobretudo quando a política pública é capaz de romper com o governo das ideias ultrapassadas. Sem isso, o fantasma da decadência reaparece, fazendo relembrar as fases de liderança econômica de Pernambuco durante a colônia e do Rio de Janeiro no império.
MARCIO POCHMANN, 47, economista, é presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e professor licenciado do Instituto de Economia e do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Unicamp. Foi secretário do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade da Prefeitura de São Paulo (gestão Marta Suplicy).
Comentários
augustinho
"Tudo o que acontece (de importante,) no país de bom e de ruim, acontece primeiro em SP".Essa frase é do general Geisel,corrijam me se estiver errado. Lula é nordestino -isto é otimo – mas Lula aconteceu em S.Paulo,como é claro e o nascimento e projeçao politica dos sindicatos e de seu partido politico.
Isto está mudando rapido, e não sera mais assim::o dinamismo economico, as novas tecnologias e a vontade politica e e a propria cegueira da elite local , se encarregam disto.
Agora, 16 anos de tucanice nesta terra é ruim demais, e NAO acontecerá no país, de jeito nenhum.
@josecarloslima
O nosso sindicato, o sindBlog, dos blogueiros, fundado pelo Miguel do Rosário, está andando a todo vapor..a conferir http://josecarloslima.blogspot.com/2010/04/re-con…
Leonardo
Que horror este texto do Pochman, tremendo manifesto bairrista. Coisa provinciana essa de querer ser locomotiva, ou liderar… Estes estados inchados tem de encolher sua participação econômica relativa, para evitar a concentração de renda e poder na mão de poucos.
Melhoraria a vida das pessoas na própria capital, com a migração reversa para novos centros em desenvolvimento em áreas menos povoadas. Mais equilíbrio enfim…
Isso é pegadinha, não é possível que o Pochmann tenha escrito essa idiotice toda.
Glecio_Tavares
Uma coisa podemos falar do paulista : é um visionario a criar girias. Quando alguem lhe pede um cigarro esta serrando.
Fumar na rua como quer o governador faz com que alem de correr riscos de ser assaltado, o fumante seja serrado o tempo todo.
Gerson Carneiro
"Ôh Lôco, Meu!"
Ana
O problema de São Paulo é a "elite emergente" que tem origem pobre, e não deixa o "costume" de usufruir o público como privado.
Hugo Albuquerque
O texto de Pochman é interessante porque atenta para um tema tabu em São Paulo: A estagnação econômica paulista e suas decorrências sociais e políticas. Na verdade, o desenvolvimento paulista vem por acaso com a independência das treze colônias norte-americana – e o fim da exportação de algodão por parte dos estados do sul daquele país. Daí, a produção paulista de algodão passou a ser vendida para a Inglaterra, o que cria as bases materiais para o desenvolvimento, décadas mais tarde, de um plantio moderno de café e, mais tarde, de uma agricultura variada, fenômenos que provocaram a acumulação primitiva de capital da qual decorreu a industrialização do estado. Os erros do desenvolvimento paulista vêm com a Ditadura Militar e o avanço de uma política de desenvolvimento baseada em empréstimos e na abertura para as multinacionais – com o estímulo de um movimento migratório violento do interior do Brasil (pela ausência de direitos laborais no campo bem como a inexistência de uma política agrária) e a construção de uma classe trabalhadora urbana alojada em cortiços e núcleos pobres no centro e, logo mais, na sua expulsão para a enorme periferia paulistana (fenômeno que se repetiu em todas as demais regiões metropolitanas). A industrialização produzida até os anos 70 era um fenômeno insustentável; enquanto os políticos insistiam na demagogia de "trazer mais industrias", a realidade da desindustrialização já se avizinhava de modo claro no horizonte e, quando se realizou, provocou um estrago enorme no estado, uma verdadeira hecatombe para a qual a própria esquerda não estava preparada e em relação a qual as forças do capital local elaboraram uma solução efetiva: A construção de um aparelho técnico-burocrático chamado PSDB; uma agremiação artificial que se sustenta apenas com o apoio da mídia e do capital que procura ajustes que lhe sejam favoráveis nesse cenário de crise. No entanto, não há saídas próximas. A eleição que se anuncia no horizonte é uma mostra disso. O PSDB prossegue controlando a máquina e o PT local consegue ser incapaz de traçar estratégias regionais de forma clara. Os desafios que temos pela frente, como enuncia Pochman, são enormes. Aceitar a existência do problema é o começo.
Eugênia
Penso que se São Paulo almejar e conseguir ficar com 40% da produção imaterial do país, ou seja conhecimento, acho que vai ser ruim para todos essa concentração. Eu, como carioca, que espero que a minha cidade e estado estejam deixando a lanterninha do dinamismo econômico, não quero precisar de nenhuma locomotiva. Gostaria que houvesse mas compartilhamneto entre regiões, mais eqüidade e fim desse papo chauvinista paulista. Se o próximo governador eleito em SP, recuperar São Paulo para os paulistas já vei ser uma grande coisa.
Alcino
É isso aí, Eugênia. Porque São Paulo tem que ser 40 ou 35% do país? Essas coisas aconteciam quando só havia SP e o resto eram ruínas ou desertos. O Brasil agora é outro e vai arrancar em múltiplas direções, com fôlego de quem acordou agora. São Paulo que fique na dele.
aliberto amaral
O Glécio Tavares, pelo visto, é o plantonista que o Azenha escalou para provocar quem se mete a criticar o artigo do Pochmann. Impressiona a raiva que ele tem dos tucanos. É o próprio vagalume a circular por São Paulo. Dizer que existem 200.000 familias que teriam direito a bolsa familia? Mais 170.000 que já tem, significa algo em torno de +- ( 4/5 pessoas p/familia?), ou seja, mais de 14/17 milhões de pessoas. É mais gente que a população de São Paulo. Não dá para leva-lo a sério. Que ele seja mais Dilma Lula, nada contra. Direito dele.
Quando ao Pochmann é outro que também não há que fazer com ele. É o rei do whishfull thinking. Escreve os artigos tão viezados, coisas de oráculo mesmo. O final chega a ser hilário para não dizer profético: Ainda há tempo para mudanças contemporâneas, sobretudo(sempre essa palavra)quando a politica publica é capaz de romper com o governo das idéias ultrapassadas. Sem isso o fantasma da decadência reaparece ( de São Paulo), fazendo relembrar as fases de liderança econômica de Pernambuco durante a colonia e a do Rio de Janeiro no império. Como é que pode. Viajou para Pernambuco e o Rio de Janeiro. Comparando coisas que não comparáveis. Por favor, Glécio. Por que Você não atravessa a rua e convida os fumantes de crack a assistir com Você a orquestra tocar na Sala São Paulo. É preciso pedir autorização ao Prefeito Poste?
Cuide-se bem, raiva dá câncer. Lembre-se de Pedro Collor.
Aliberto
Glecio_Tavares
Aliberto voce gosta de um careca? A criatura e o criador. Voce pelo jeito emite opiniões sem verificar. Va se informar meu filho. E lembre-se só existem dois tipos de miseráveis, os que passam fome e os que como voce, não ligam. Pode ser que um dia eles tomem conta de tudo, ja imaginou como seria? Voce anda de carro em SP e a cada semaforo se desespera? A policia que deveria te proteger prefere bater em professores. Não é raiva do Serra é a simples constatação de que ele não esta nem ai para com o povo, gosta é do poder. e bota para fuder.
Glecio_Tavares
As familias as vezes são compostas por duas pessoas mãe solteira e filho desamparado. Mas a realidade de alguns paulistanos é outra.
Glecio_Tavares
200000 + 170000 = 370000 * 4 = 1,5 milhão de pessoas . nem de matematica voce entende e acha que entende de politica.
francisco.latorre
2 + 2 = 4. pra começar.
o sujeito não sabe aritmética e quer desancar o pochmann. troféu cuspe pra cima.
e pra terminar… câncer pra você.
…
Glecio_Tavares
Hoje bolei um dito para acabar com quem diz que é contra o bolsa-familia, por favor anotem e distribuam:
Só existem dois tipos de miseráveis, os que passam fome e os que não ligam.
sergio ribeiro
Engraçado que o PSDB governa SP há mais de uma década e a imprensa daqui nunca fala em alternância de poder. Já no governo federal…
Glecio_Tavares
Sergio, a imprensa deveria falar em alternancia no ibope, ou seja sempre a mesma é a primeira. Será que o povo é tão teleguiado assim ou interesses monetários controlam o ibope. Saiba que o preço do espaço para veiculação de comerciais é feito pelo indice de audiencia. Eu sou analista de sistemas ha 25 anos e ja trabalhei ate na bandeirantes em 1990. ja trabalhei em bancos, industrias, comercios, financeiras. Conheço muita gente, mas sempre quero conhecer mais. Dilma 2010, temos uma escolha, o Brasil ganha ou perde depende de nós.
Alcindo
Não interessa mais para o Brasil a centralização hegemônica de sua economia nem sequer em uma região, quanto mais em um só estado. São Paulo que vá aprendendo a ser igual, o que é duro de engolir para quem sempre se sentiu superior.
Morais
Resumindo isso que ele escreveu, o que o povo paulista tem de fazer imediatamente, se quizerem recuperar o estado de São Paulo, é trocar o comando político do estado, pois a política paulista está saturada com tantos anos de comando incompetente do PSDB e, se o povo não mudar este modelo de governo o estado em mais uma década estará perdendo para o nordeste, porque Minas já vai ultrapassá-lo em breve.
Marcelo de Matos
Como um político sem carisma e sem discurso como Alckmin consegue tanto prestígio político? Na minha modesta opinião, isso só é possível com o uso contínuo da máquina administrativa. Às vezes observo eventos como Revelando São Paulo, uma feira que se promove anualmente no Parque da Água Branca. Centenas de expositores de todo o Estado que têm a oportunidade de vender seus produtos de artesanato e culinária. A feira pode ser chamada de cultural, mas, em igual proporção, de eleitoral. Alckmin é o Secretário do Desenvolvimento e, como tal, aprova as verbas para obras públicas. É claro que são priorizados os grandes colégios eleitorais do Estado. Ali a liderança e o prestígio de Alckmin são incontestes. Haja vista que outros líderes tucanos, como Alberto Goldman e Aloísio Nunes não conseguem ombrear com ele. Só Alckmin tem a chave do cofre, a força e o prestígio.
Glecio_Tavares
Eu acho que não se trata só de manipulação. O paulista não enxerga as obras e tudo que é feito aqui o Serra diz que foi ele que fez. mas o paulista tem medo da revolução proposta por Lula. Muita gente acha que o bolsa-familia é pago com os impostos cobrados no imposto de renda descontado em folha. Ou seja acham que estão bancando a bondade de Lula.
Não é assim, pois o governo tem outros meios de arrecadação e o imposto de renda banca a segurança, a saude, os salarios e os gastos do congresso nacional, alem do salario do funcionalismo publico. Quando o Brasil fazer valer o plano nacional de direitos humanos idealizado por Lula, tem um ponto que é a cobrança de imposto sobre fortuna, ai então pode ser que o IRPF baixe.
Klaus
Mas isto ocorreu por decadencia de São Paulo ou pela melhora dos outros estados? Não é saudável que o desenvolvimento brasileiro seja centrado fora de Saõ Paulo, que as riquezas sejam distribuídas entre todos os estados e não concentrada só num? O blog dedfende invedstimentos concetrados no estado? Para que o estado continuase a ser a locomotiva do país o erro de se concentrar o desenvolvimento do país num único estado teria que continuar. ainda bem que são Paulo está deixando de ser locomotiva do país.
Rafael Frederico
Não creio que exista uma intenção clara no artigo quanto a reerguer São Paulo como a locomotiva do país, ou uma defesa de que esse seria o caminho certo pro Brasil. Coloca-se um cenário, que é o da decadência de uma metrópole hegemônica, e se mostra que daí só se tende a piorar. Levanta-se, então, que tal contexto não é, ainda, irreversível. Mostra-se que existe sim possibilidade de tornar São Paulo mais uma vez o símbolo da modernidade que ela própria ainda acredita ser. Mas tal retomada depende, principalmente, de uma inversão drástica na lógica política da capital paulista. Uma verdadeira revolução, eu diria, no que diz respeito ao próprio entendimento de progresso e modernidade, nos objetivos dos sistemas de ensino, e no planejamento econômico de uma cidade que não pode mais se apoiar na crença de uma superioridade meramente técnica e industrial.
Ê preciso, pois, que se passe a pensar São Paulo de uma nova forma, se quisermos evitar um agravamento do cenário atual. Greves, manifestações, repressão policial aos movimentos sociais, enredos escondidos nos bastidores. Sinais de uma sociedade em crise. O artigo da folha vem como uma faca de dois gumes. O governo tucano pode vender a si mesmo como a revolução supracitada, com suas obras faraônicas para resolver a questão do trânsito, e sua (da globo) nova escola técnica de comunicação e tecnologia, símbolos do avanço e do sagaz planejamento paulista. O observador mais atento há de notar, porém, que ambos os exemplos, antes de revolucionários, são mera perpetuação do cenário de decadência. O trânsito não foi resolvido com as obras do passado; a informação não se democratiza sobre as costas de velhos monopólios; enfim, a renovação não virá pelas mãos daqueles que, há anos no poder, não fizeram mais que retardá-la ao máximo. Agora, se o estado está há 16 anos (estou correto?) em mãos tucanas, cabe lembrar que a capital, foco maior dos sintomas citados no artigo, microcosmo altamente didático da crise em pauta, não há muito teve uma prefeita petista. Não que seja o PT a solução, mas ao menos fica claro que, em algum ponto em meio as agitações populares paulistanas, ainda existe margem eleitoral para buscarmos soluções além dessa suposta hegemonia neoliberal.
@johnlaurino
A questão é que o artigo tem um objetivo político claro, sendo que toda a argumentacão técnica procura formas de se encaixar numa lógica estruturada com esse fim. Cada vez que leio artigos de economistas mais tenho certeza de que acertei ao concentrar minhas leituras em filosofia e sociologia quando fiz a Faculdade. Em tempo: sou bacharel em economia pela FEA-USP.
Carlos
A teu ver, qual o objetivo político do artigo?
Klaus
Demonstrar que depois de 16 anos de governo do PSDB o estado de São Paulo não tem mais a pujança econômica que apresentava antes, e que a culpa é dos tucanos.
Leider_Lincoln
E o Márcio Pochmann é LIVRE DOCENTE e DOUTOR em Economia, John Laurino.
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualiz…
Gerson Carneiro
Lembra às histórias de pais que trabalharam muito e construíram grandes patrimônios, então chegam os herdeiros e deslumbrados pela idéia de que "somos ricos, possuidores de muito dinheiro" acabam se esquecendo que o deslumbramento leva-os à falência.
O Estado de São Paulo tem muitos espantalhos, tais como a sangria do sistema ferroviário e a proliferação dos pedágios de preços excessivos, quando não tornam inviáveis ao menos dificultam em muito a logística das empresas que precisam escoar seus produtos. Há casos de empresas que debandaram para outras regiões do país em função disso.
Glecio_Tavares
O paulista tem orgulho de estar antenado porém ele só enxerga o que é dito na TV. O que não é dito, ou que esta apenas nas entrelinhas, apenas alguns sabem e se saem por ai dizendo aos outros, logo são taxados de petistas, pois aqui muito mais que em outros estados, petista é um xingamento. A maioria acha que Lula é nordestino, porém apesar de lá ter nascido, aqui ele foi criado e todos deveriam ter muito orgulho do que entregamos a este país: Um ser humano com muita fibra e valor, reconhecido no mundo todo, no país inetiro, menos no estado que o acolheu e o politizou. Será que os paulistas só aprenderão na porrada? Será que todos nós precisaremos apanhar da policia como aconteceu com os professores e estudantes para entender que neste estado vivemos uma ditadura apoiada pelos principais meios de comunicação? Olhem pela janela e vejam a triste realidade de uma estado que cada vez mais tem miseráveis, alguns sem condições de higiene e materiais e outros por não ter compaixão e achar que devem vir em primeiro lugar. O filme os miseráveis mostra a diferença entre faltar comida e faltar carater.
Gerson Carneiro
Glecio_Tavares, você é um paulista arretado.
Assisti ao filme na semana passada e escrevi uma análise interessante, se houvesse como, enviaria a ti.
ProfG
É interessante você dizer isso, pois quando morei no Rio de Janeiro (experiência de 8 meses) percebi que a relação da TV como o carioca é completamente diferente, pelo menos entre aqueles que conheci no subúrbio. de Bangu e Senador Camará – e olha que a desculpa da praia não cola, afinal, daquela região para qualquer praia você não gasta menos que uma hora e meia. Enfim, não acho que é possível realizar qualquer generalização, mas em SP eu percebo que a ideologia construída pela mídia (principalmente aquela que incentiva a crença de que político é tudo igual, uns roubam menos e outros mais) cola demasiadamente, vejo isso vivendo na periferia, região de São Miguel, e comparando com minha passagem pelo Rio.
Glecio_Tavares
Professor queria me desculpar pois outro dia vi um comentario seu pela metade e ao não entender que repercutia um discurso de deputado de plumas, acho que me excedi na critica. O que disse sobre o Rio se verifica desde a eleição de Brizola naquele estado. Eles viveram de perto o caso Guilherme de Padua e Daniela Perez, enquanto que aqui em SP os globais que aparecem na rua são jornalistas que procuram manter um distanciamento de polemicas cotidianas, muito diferente dos atores, os jornalistas só gostam de polemicas dos outros para ter noticias. Menos quando é do patrão deles.
daniel neto
Sem alternância no poder não há como acontecer as mudanças contemporâneas citadas no texto. A democracia precisa de alternância. Novas idéias ou transformações profundas só virão com novas pessoas, novas ideologias. Manter o mesmo partido no poder esperando resultados diferentes é insanidade…
Caio Higa
Daniel,
isso é pura ideologia. Alternância de poder não garante absolutamente nada. Do que adiantaria todas as conquistas dos últimos 8 anos serem destruídas por um governo comprometido com interesses divergentes dos programas desenvolvidos pelo atual governo?
daniel neto
Ideologia onde colega? Qualquer conceito básico de democracia leva à alternância no poder.
Não tem que ser divergente, precisa ser melhor, uma renovação de idéias. Se fala muito no pós-Lula, mas precisamos também de um pós-Tucanos aqui em SP, e com muito mais urgência. O que não garante absolutamente nada e dá a certeza de que nada vai mudar é manter o mesmo partido no governo.
E que fique bem claro que eu não prego votar em X ou Y, mas sim no fato de mudar.
Caio Higa
Sim! Ideologia, poque não há base argumentativa. Tá talvez Dahl explique, mas eu não concordo!
francisco.latorre
por mim…
continuidade do pt no planalto.
e alternância no bandeirantes.
…
Almeida Bispo
Cair, acho impossível; mas que já estagnou, disso não tenho dúvidas. O próximo passo será a migração reversa, coisa que já acontece ao Rio Grande do Sul há três décadas. O pior nisso é que o que primeiro sai é o capital, depois os empreendedores, para por último sair a massa trabalhadora, em geral a melhor qualificada.
Tweets that mention Pochmann: A difícil transição paulista | Viomundo – O que você não vê na mídia — Topsy.com
[…] This post was mentioned on Twitter by Thiago Nezzi and Vereador Izídio PT, marcioablima. marcioablima said: Marcio Pochmann: A difícil transição paulista. A herança tucana maldita poderá acabar com SP. http://bit.ly/duWH3G […]
Alexandre Araújo
A crescente diminuição da participação de São Paulo no PIB nacional é positiva para o Brasil. A sensação de desenvolvimento e progresso que sentimos aqui no nordeste, principalmente na Bahia e Pernambuco, São Paulo já experimentou nos anos 50 no governo JK. São Paulo, como um país desenvolvido, já estabilizado, não vai mais ter crescimentos significativos no seu PIB, como os estados nordestinos agora experimentam. São Paulo já se solidificou como o grande estado brasileiro e ninguém vai tirar essa posição dele, pelo menos nos próximos 50 anos. A distriuição da riqueza no Brasil tem que começar pelos estados, onde aqueles menos desenvolvidos, devem receber a maior atenção e cuidados do governo federal. São Paulo já tem régua e compasso, os outros estados ainda estão aprendendo a usá-los.
Ana
Enquanto prevalecer em São Paulo, a política de grupos sociais economicamente poderosos e influentes, governos que atuam de costas para o povo, é sinal de decadência por incompetência.
A decadência mostra-se na substituição do diálogo para resolver questões sociais por cassetete policial.
Luis Armidoro
Caros Azenha e amigos do blog:
Eu li um coment´´ario muito interessante sobre este artigo no site do Luis Nassif, dizendo que o setor financeiro assumiu a liderança da economia paulista (lembram-se do que aconteceu nos trevosos anos de FHC? O Brasil se livrou desta maldição); e o capital financeiro não produz riqueza, apenas especulação (que enriquece poucos). Enquanto SP ficar refém do PSDB (que é dominado pelo neo-liberalismo jurássico), só vai cair.
Franco Atirador
.
O BOTA-FORA DO SERRA (PSDB/DEM)
BOTA FORA A PETROBRAS
BOTA FORA O BANCO DO BRASIL
BOTA FORA A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
BOTA FORA O BOLSA-FAMÍLIA
BOTA FORA A REDISTRIBUIÇÃO DE RENDA
BOTA FORA O SALÁRIO MÍNIMO
BOTA FORA O PNDH3
BOTA FORA A REFORMA AGRÁRIA
BOTA FORA OS MOVIMENTOS SOCIAIS
BOTA FORA OS PROFESSORES E DEMAIS SERVIDORES PÚBLICOS
BOTA FORA A CONFECOM
BOA FORA O CONVÍVIO PACÍFICO COM AS NAÇÕES DO MUNDO
BOTA FORA A CREDIBILIDADE DO BRASIL NO EXTERIOR
BOTA FORA AS RESERVAS CAMBIAIS DE US$200 BILHÕES
BOTA FORA A ELEVADA AUTOESTIMA DOS BRASILEIROS
BOTA FORA O BRASIL
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Fabio Guedes
Se a representação dos professores paulistas fosse menos partidária, se seu sindicato não estivesse a serviço de uma candidatura e do apedrejamento político-partidário, certamente avançaria em conquistas para os docentes, repercutindo fortemente na qualidade do ensino.
A Apeoesp também precisa de oxigenação urgente!
Glecio_Tavares
Em São Paulo a globo tem mais credibilidade que no Rio por exemplo. Lá eles sabem que as pessoas que aparecem na televisão, apesar de famosas e conhecidas, são como todos nós, erram e acertam, brigam no transito, bebem, vão ao banco, vão ao bar, á padaria. Aqui em São Paulo tanto na capital quanto no interior, só aparece o lado inumano destes personagens, o perfil em duas dimensões projetados pela telinha. Aqui existe muito mais credulidade do que poderiamos calcular. Este é um dos fatores que faz o paulista ser tão preconceituoso com o resto do país.
Por exemplo no brasileiro esta arraigado em preconceito contra o argentino. Aqui se diz que tudo de ruim vem da Argentina, inclusive as frentes frias.
Gerson Carneiro
Agora tocou em um assunto espinhoso. Compartilho, em termos, com essa linha de pensamento.
Como eleitor, tenho a sensação de que em São Paulo há instituída uma postura de que existe São Paulo, e existe o Brasil, separadamente.
Isto a mim se confirma quando vejo declarações do tipo "São Paulo está ajudando o Haiti", e não "O Brasil está ajudando o Haiti"; quando se promove evento à parte para a posse do governador de São Paulo, no mesmo dia e horário da posse do presidente da República; quando se nega adesão ao programa Minha Casa Minha Vida que poderia fazer diferença em todo o problema de desabrigados, favelas e ocupações irregulares, e etc.
Considero essa uma postura mesquinha e inadequada (principalmente a qualquer um que cogite ser presidente da República).
Então chega a época de eleições aparecem no Nordeste políticos de todos os cantos a comer buchada de bode e montar em jegue. É lindo. Mas não vejo coerência.
Glecio_Tavares
Gerson, boa tarde amigo.
O prefeito daqui vulgo poste do (s)erra, não cadastra as familias que têm direito ao bolsa-familia. Temos hoje mais de 200 mil familias que teriam direito, além das 170000 que ja recebem e o camarada quer dinheiro do ministerio de desenvolvimento para cadastra-los. parece que seria em torno de 4 milhões de reais, ele gastou 12 para fazer a corrida de formula indy agora em março. O Lula em 24 de dezembro passado assinou decreto concedendo o direito ao bolsa-familia a moradores de rua que conseguissem colocar seus filhos na escola, e teria mais gente ainda com direito a receber esta ajuda, que é pouco mas serviria para o arroz e feijão e um café da manhã. Muita gente ainda mora embaixo de viaduto em buracos e outros estão tão drogados com o crack que nem se alimentam mais.
Dá desespero de ver. Bem em frente a sala são paulo, onde tocam orquestras fica um mundo de gente fumando crack.
Gerson Carneiro
Outro dia o vi na TV perguntando para um senhora desesperada (cuja casa encontrava-se alagada por esgoto) se ela confiava nele. Tive dó da senhora que desesperada não teve outra opção a não ser dizer SIM e alimentar seu fio de esperança.
Por motivos como esse que você me conta é que penso que essa gente quando pensa em pobre está pensando em fazer caridade para expurgar algum pecado. Diferentemente do Lula. Na mesma época em que vociferou que desejava tirar os pobres da merda, em São Paulo vimos os pobres serem atolados nela.
"Porque quando a gente começou a fazer o programa Bolsa Família, qual era a crítica que a gente recebia? “Cadê a porta da saída? A porta da saída? A porta da saída?”. Os coitados não tinham nem entrado. Eu não sei porque pobre incomoda tanta gente neste país! Não, porque a verdade é essa, é que incomoda." Lula, na semana passada.
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