José do Vale: A pandemia seria causada por vírus que escapou durante manipulação em laboratórios privados a serviço do Império Americano?

Tempo de leitura: 7 min
O programa da Agência de Redução de Ameaças de Defesa (DTRA) dos EUA na República da Geórgia. Foto: Ministério da Administração Interna da Geórgia

Grande “pandemia” faz ameaça imperial

Por José do Vale Pinheiro Feitosa*, especial para o Viomundo

Meio bilhão de casos e mais de 6 milhões de mortos é o que a pandemia do vírus da Covid-19 apresentou até o início de julho em 2022. São números muito superiores aos piores sonhos de desastres ambientais e do medo de guerras nucleares.

Quer dizer que os vírus se tornaram grande risco para a humanidade por sua natureza multiplicadora, ao usar a própria dinâmica biológico da espécie humana.

Quando pensarmos na ameaça coletiva que foi a manipulação da energia nuclear no século XX, o mesmo poderemos imaginar para os laboratórios de virologia atualmente.

O economista Jeffrey D. Sachs e o farmacologista Neil L. Harrison acabam de publicar no Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), jornal oficial da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, um artigo que, na prática, é “Um pedido de um inquérito independente sobre a origem do vírus SARS-CoV-2″, o vírus da pandemia de covid-19.

O artigo tem um significado novo em relação ao que foi dito sobre a possibilidade deste vírus ter sido uma manipulação de laboratório que escapou. Grandes revoluções aconteceram na biologia, especialmente na genética molecular, incluindo aí a decifração dos códigos de DNA e RNA.

A possibilidade de se introduzir uma variação nos códigos genéticos de plantas e animais, inclusive de vírus que não são celulares, abre a possibilidade de se interferir nos fenômenos naturais e, por vontade humana, criar modificações. Isso acontece com as chamadas “quimeras virais”, que são manipulações em laboratórios de modo a alterar suas atividades.

O artigo de Sachs e Harrison levanta a hipótese de que, mesmo que o vírus Sars-CoV-2 tenha adquirido naturalmente uma nova função (decorrente de uma sequência de aminoácidos, capaz fazer uma clivagem na membrana celular e, assim, permitir a penetração do RNA viral), é preciso pensar em outra possibilidade: a manipulação em laboratório.

Eles argumentam que esta nova capacidade do vírus não existe em nenhum gênero de vírus a que pertence o Sars-CoV-2 (gênero Sarbecovírus) e que esta sequência de aminoácidos é a mesma de uma coisa chamada Enac que existe no epitélio humano dos rins, cólon e vias aéreas (especialmente alvéolos).

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Em outras palavras: essa sequência semelhante de aminoácidos no vírus e no epitélio humano faz uma espécie de “mímica molecular”, quando o vírus compete com a expressão natural do ser humano e diminui assim sua atividade.

Esse é um dos problemas que o vírus causa ao bloquear a função natural dos órgãos humanos.

Por isso, é um dos fatores do vírus no adoecimento humano ao comprometer suas funções respiratórias.

Também por ter uma sequência semelhante à do ser humano faz com que provoque uma reação imunológica que contribui mais ainda para a doença.

Em síntese, o  artigo diz que é preciso esclarecer se essa alteração inusitada na sequência de aminoácidos aconteceu do modo natural pela passagem do vírus entre outros animais.

Ou se essa sequência da Enac foi adicionada ao vírus original, fazendo o que Sachs e Harrison chamam de “quimera viral”. Depois, por elemento fortuito esse vírus alterado infectou alguém e, assim, escapou do laboratório, originando a pandemia de covid-19. 

Os autores sugerem uma investigação pelo Congresso Americano (por membros dos principais partidos) de modo a permitir um escrutínio independente de todas as pesquisas realizadas com recursos do país sobre o coronavírus.

Independentemente de o vírus ter surgido naturalmente ou ser fruto de manipulação laboratorial, uma investigação desta natureza teria implicações sobre os critérios de financiamento das pesquisas.

Também sobre os modelos a fim de garantir segurança e transparência para não serem utilizadas como armas de guerra ou, o que é pior, como armas comerciais para gerar demandas, além de servir para realizar limpezas étnicas.

Escolheria duas hipóteses graves dos riscos associados com as emergências virais: os estágios atuais das guerras geopolíticas e comerciais.

Em relação às guerras geopolíticas, basta que se relembre o grande debate sobre o vírus chinês e agora os biolabs americanos implantados na Ucrânia para supostamente fabricar armas biológicas.

Em relação às guerras comerciais, a história do mercantilismo e do capitalismo é vasta neste sentido. Seja a exploração do trabalho, o saque dos recursos naturais, seja o monopólio comercial e controle financeiro das riquezas produzidas.

Porém, em relação a tais atividades mercantilistas, é preciso que nem mesmo os economistas enganados nas suas formações acadêmicas, sejam presos de uma “quimera da demanda” como lei natural.

A demanda induzida pela propaganda e marketing, a demanda imposta por pressões de variadas formas, a demanda obrigatória para ter sua oferta aceita.

Toda a geração do século XX, especialmente do pós-guerra, lembra da “demanda induzida” pela cultura através das artes, especialmente no cinema com um brutal estímulo ao tabagismo. Acontece o mesmo com o álcool e na clivagem social com as drogas.

E vem outra natureza que nos conduz ao momento atual. Quando os departamentos de saúde dos países começaram a ter evidências do efeito devastador do tabagismo na saúde pública, as empresas fabricantes de produtos do tabaco manipularam pesquisas para sabotar medidas políticas de contenção da endemia do tabagismo.

E o artigo Sachs e Harrison abre uma enorme janela de investigação jornalística que levará a medidas coletivas de proteção.

O governo americano é muito forte em financiamento internacional. Desde o início do século XX, faz aportes financeiros, prepara quadros de vários países e envia recursos tecnológicos para combater endemias e pandemias.

O capitalismo, precisando romper barreiras ecológicas e sociais, para explorar recursos dos países tropicais e subtropicais, criou centros de pesquisas internacionais, preparou quadros nacionais, vendeu e transferiu tecnologias que garantissem a livre ocupação dessas terras.

A Fundação Rockfeller e suas associações são referências antigas para o Brasil, por exemplo.

Na época do controle da febre amarela, os pesquisadores e médicos americanos ficaram responsáveis por todo o nordeste brasileiro.

Implantaram um sistema de vigilância epidemiológica da febre amarela onde uma das atividades era ter pessoas espalhadas pelos municípios com capacidade de retirar uma amostra do fígado de todas as pessoas falecidas.

A prática gerou na cultura nordestina a lenda do “Papa Figo”, aquele que vinha roubar o fígado das pessoas.

Quando os EUA tomaram um tremendo susto com o uso extensivo do DDT, por ser um veneno que se deposita, eles transferiram para Duque de Caxias (RJ) uma fábrica de DDT que até hoje causa danos ambientais na Cidade dos Meninos naquele município.

O que está na base do debate do artigo Sachs e Harrirson é um projeto do governo americano chamado Predict.

É importante saber que o tal projeto (do Programa Americano USAID) tem a finalidade de “fortalecer a capacidade global de detecção de vírus com potencial pandêmico que pode se mover entre animais e pessoas.”

O Predict associa uma rede de laboratórios americanos espalhados pelas Américas, África, Ásia e Europa, coletando vírus, estudando-os, observando suas potencialidades de migrar até seres humanos, realizando testes de laboratório, antecipando tecnologias de combate aos mesmos e a palavra mágica: prevendo a próxima epidemia (ou pandemia).

A USAID é uma agência americana que serve ao interesses internacionais do país. Sempre esteve à frente para criar mercados para os Estados Unidos e combater o comunismo (claro que toda forma da nacionalismo ou de libertação dos povos da exploração estrangeira).

A USAID usa o National Institutes of Health (NIH) para acompanhar o projeto Predict.

O Predict é liderado pelo UC Davis One Health Institute, que tem como principais parceiros três instituições:  EcoHealth Alliance, Metabiota, Wildlife Conservation Society e Smithsonian Institution.

O Predict tem uma rede de pessoas com acesso a informações governamentais e aos sistemas nacionais de vigilância epidemiológica onde existem risco de doenças zoonóticas (doenças infecciosas que podem passar de animais para seres humanos).

O Preredict tem também uma rede de laboratórios com capacidade de realização de testes de PCR de consenso amplamente reativo (gênero/nível familiar), complementado com alto sequenciamento de rendimento. Essas ferramentas poderosas produzem dados específicos e de alta resolução, permitindo a detecção rápida de patógenos conhecidos e potenciais.

O Predict realiza análise de riscos comportamentais (faz um mapeamento mundial de tais comportamentos) e capacitação de quadros técnicos. E usa base dos dados levantados, com modelagem matemática e abordagem analíticas que impliquem em tomadas de decisões.

A rigor Predict tem acesso às principais fontes de informação dos governos em respeito aos interesses do projeto.

O que estamos vendo é uma atuação inusitada do governo americano, de natureza terceirizada por empresas privadas, sem o cuidado de proteger as informações estratégicas, permitindo, assim, a privatização de toda e qualquer tecnologia de benefício coletivo.

A rigor essas empresas podem manipular agentes causadores de doença para depois “oferecer” soluções, criando assim uma demanda nova. Como podem ser parte também de projetos de guerras biológicas no interesse do seu principal financiador, que são os EUA.

Do mesmo modo, podem servir a políticas gerais mais agressivas de controle de natalidade, extermínio étnico, eugenia como pensado no século XX.

Claro que alguém pode argumentar, mais uma vez, com o chavão da Teoria da Conspiração.

Por isso, é importante marcar brevemente alguns perfis dos participantes do Predict.

Wildlife Conservation Society – WCS (Salvando a vida selvagem e lugares selvagens) — ONG fundada em 1895, sediada no Zoológico do Bronx, em Nova York, nos EUA.

Atualmente, tem como CEO Cristian Samper, biólogo colombiano naturalizado americano. É originário do Smithsonian Institute, que, na prática, detém uma rede de museus, portanto de acervos imensos da vida e do patrimônio humano.

Ao longo do século XX, a WCS teve, pelo menos, três personagens estratégicos vinculados à eugenia, ao racismo estrutural e à primazia da raça branca, que estiveram na raiz do nazismo alemão: Henry Fairfield Osborn, Madison Grant, William Temple Hornaday e John Campbell Merriam.

Metabiota — Empresa privada que recebeu inúmeros financiamentos para realizar trabalhos para o governo americano. Recebeu, ainda, recursos das Forças Armadas dos EUA.

Esteve envolvida em projetos de estudos do coronavírus, inclusive em associação com os biolabs recentemente descobertos na Ucrânia e denunciados pela Rússia como um projeto de arma biológica.

Ecohealth Alliance Scientific Research and Pandemic Prevention – EcoHealth Alliance – É uma ONG, esteve associada com as pesquisas do coronavírus em Wuhan, na China.

Recebeu recursos vultosos do Pentágono para a Agência de Redução de Ameaças de Defesa (DTRA), que descreve sua missão como “proteger os Estados Unidos e seus aliados, permitindo que o DoD e parceiros internacionais detectem e derrotem as redes de ADM e ameaças”.

Qualquer debate sobre que tipo de sociedade e economia desejamos para o futuro, passa, necessariamente, por maior participação da sociedade, desprivatização dos recursos sociais e o fim do semifeudalismo financeiro que cobra taxas de vida e sobrevivência.

Especialmente é preciso amplo esclarecimento do estado da arte do conhecimento científico, ao mesmo tempo em que se criam mecanismos de moderação do uso e das inovações tecnológicas.

*José do Vale Pinheiro Feitosa é médico sanitarista.

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Comentários

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Zé Maria

– Resident Evil? A Umbrela é financiada pelos United States ?
– Yes! Of Corse!
– E Quem Tem o Antídoto?
– Eles Próprios !
– Óhhhhhh …

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