Jorge Luiz Souto Maior, sobre a quebra da Oi: Viu como terceirizar não resolve a saúde das empresas?
Tempo de leitura: 3 minOi, terceirizar não resolve, viu?
por Jorge Luiz Souto Maior
O setor empresarial, apoiado por alguns juristas, economistas, veículos de informação e políticos, tem dito que a único modo de melhorar a saúde econômica das empresas é promovendo a ampliação da terceirização.
Disseram a mesma coisa no início da década de 90, quando quiseram ampliar as possibilidades de intermediação de mão-de-obra, antes limitadas às hipóteses do trabalho temporário (Lei n. 6.019/74) e do trabalho de vigilância (Lei n. 7.102/83).
A economia não melhorou, aliás, piorou, e em vez de se ter aprendido que é totalmente inconsistente a defesa dessa ideia, a não ser para atender a propósitos restritos não revelados, querem incorrer no mesmo erro.
Ora, é muito fácil prever que a economia só tende a piorar com a precarização das condições de trabalho, mas sequer é preciso passar por uma experiência dessa ordem, que seria desastrosa para muita gente, para que se consiga constatar a ocorrência do fenômeno.
O exemplo do momento é o da empresa Oi.
Nesta semana, a Oi foi declarada em recuperação judicial, estando, pois, confessada a sua impossibilidade econômica de respeitar compromissos contratualmente assumidos.
Caso fossem autênticas as teses liberais geralmente defendidas a Oi teria que ser um sucesso econômico, pois adveio de uma privatização aos moldes tucanos e ao mesmo tempo recebeu do Estado, financiamento, incentivos fiscais, reserva de mercado e uma lei (embora inconstitucional[1]) que lhe permitiu explorar o trabalho por meio da tão aclamada terceirização da atividade-fim.
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A Lei n. 9.472/97 (art. 94), que autorizou a terceirização da atividade-fim no setor das telecomunicações, adveio no bojo do espírito neoliberal do governo FHC, cuja atuação marcante foi a da privatização de inúmeras empresas estatais. Segundo destaca Grijalbo Fernandes Coutinho, “Ávido para dar cumprimento ao projeto neoliberal, entreguista, antissocial e afinado com as premissas do denominado Consenso de Washington, o governo FHC radicalizou na política de privatização de inúmeras atividades essenciais antes executadas pelo Estado brasileiro, promovendo, ainda, intensa terceirização de mão de obra em todos esses serviços.”[2]
Lembre-se que o propósito das leis de privatização foi o de conferir vantagens aos adquirentes das estatais no sentido de garantir investimento econômico nos setores respectivos, como se deu no caso das empresas de estradas de ferro e dos Bancos.
Mas ao longo dos anos de atuação das empresas de telecomunicações, todas elas, que se valeram em larga escala da terceirização, foi o legado de um enorme rastro de supressões de direitos, sobretudo trabalhistas (incluindo um elevado número de acidentes do trabalho [3]) e consumeristas, que lhes assegurou, inclusive, a trágica conquista de serem as maiores acionadas nos Tribunais, sendo que com a recuperação judicial o sofrimento de trabalhadores e consumidores só tende a aumentar.
Enfim, fica a certeza, dada a experiência concreta, de que a ampliação da terceirização, atingindo, inclusive, a considerada atividade-fim da empresa, não é garantia de sucesso econômico, sendo, isto sim, fator de um enorme dano à classe trabalhadora, à administração da Justiça e à sociedade em geral.
São Paulo, 22 de junho de 2016.
[1] COUTINHO, Grijalbo Fernandes. O Direito do Trabalho Flexibilizado por FHC e Lula. São Paulo: LTr, 2009, p. 92.
[2] O Direito do trabalho flexibilizado por FHC e Lula. São Paulo: LTr, 2009, p. 91.
[3] DUTRA, Renata e FILGUEIRAS, Vitor. Terceirização: o Supremo e o setor de telecomunicações. In: http://antigo.brasildefato.com.br/node/30011, acesso em 22/06/16.
Leia também:
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Comentários
Nelson
A privatização foi idealizada pelos teóricos neoliberais para abrir mais espaços de lucro para as grandes corporações. Assim, ficaria viabilizada a continuidade do sistema capitalista, mesmo que a reboque da miserabilização crescente de parcelas cada vez maiores da humanidade.
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Assim, toda a avassaladora propaganda que prometia menores preços e tarifas, melhores serviços e até mais empregos, que só as privatizações proporcionariam, nada tinha de verdadeira. Só serviu mesmo para engabelar ingênuos e incautos.
Nicholas Lemos
Fechar leilão com 4, 5 provedores para facilitar cartel e oligopólio não é privatizar. Serviços de péssima qualidade, consumidor que não é ouvido entre outros problemas, e não se importam. Por quê? Porque não existe concorrência real. Todos oferecem as mesmas merdas. Quer concorrência? Deixa quantas operadoras quiserem oferecer serviço.
Quer uma lista? https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_United_States_wireless_communications_service_providers
FrancoAtirador
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Como os Donos do Dinheiro, Plutocratas Apátridas,
inventaram um Mecanismo Tecnológico Sofisticado
que Virtualmente Multiplica Indefinidamente o Capital,
gerando Lucro, Sem Necessitar do Trabalho Humano,
a não ser em Atividades que precisam de Mão-de-Obra
para Manter a Máquina do Sistema em Funcionamento;
E como Aqui e Alhures há um Cartel de Empresários
que Detém o Monopólio dos Meios de Comunicação
– que, por Óbvio, Defende o Capital e Não o Trabalho –
Propagandeando que “Ter é Ser e Não Ter é Não Ser”
e que Só Trabalhando de Sol a Sol as Pessoas Terão,
e que, portanto, só Assim se Elevarão no Status Social;
os Direitos Humanos Universais foram Simplificados
a Direitos Individuais de Consumidores Desrespeitados.
Por isso, o Último Ato do Jaburu será Extinguir o PROCON.
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Lukas
Uma reportagem sobre a OI que não toca no nome do Lula.
Parabéns á todos os envolvidos.
Viviane
Também não tocou no nome do Daniel Dantas (até porque o tema é terceirização, não a falência da empresa em si) e nem por isso você mostra a mesma “indignação”…
FrancoAtirador
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É Triste, Mestre Maior.
A Barra Cada Vez Mais Pesada Sobre os Ombros do Trabalho.
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Os Jovens, que não vivenciaram o Período do PSDB no Poder
e há pouco diziam que a Política Econômica do PT era Liberal,
verão agora, de fato, que o Capitalismo Tem Algo Mais Cruel:
a Plutocracia, Governo dos Ricos, pelos Ricos e para os Ricos.
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FrancoAtirador
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NO PAÍS DE BANANAIS E LARANJAIS
OS BANANAS NÃO COMEM FRUTAS
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Na Fase Colonial, de Invasão e Ocupação Territorial
por ‘Nobres’ Predadores Escravocratas Estrangeiros,
os Latifundiários se Autoproclamaram os Legítimos
Proprietários do Solo, por Obra de Suas Majestades,
pela ‘Graça Divina’, e Constituíram os Descendentes
como os Únicos Herdeiros da Propriedade da Terra,
desde o Litoral e a Fronteira Oeste até a Pampa Sulina.
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Trata-se aí de um Período Longo, de Quase 4 Séculos
de Espoliação Patrimonial Brutal das Riquezas Materiais,
pela Exploração da Força de Trabalho, com Uso e Abuso
da Violência Física e Psicológica Sobre Seres Humanos,
Homens e Mulheres Subjugados porque Não Caucasianos
e Com Uma Mitologia Diversa Daquela dos Dominadores.
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Tudo começou por volta do Ano 1500, com os Escambos
de Bijuterias, Espelhinhos, Apitos e Chocalhos Ofertados
aos Nativos Desta Terra por Europeus Advindos da Ibéria
em Troca da Mais Valiosa Madeira da Mata Atlântica,
denominada Pau-Brasil – Fato Tão Relevante, à Época,
que Iria Mudar até o Nome Original de Pindorama.
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FrancoAtirador
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NO PAÍS DE BANANAIS E LARANJAIS
OS BANANAS NÃO COMEM FRUTAS
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Parte 2
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Assim foi que, entre os Séculos 16 e 19 da Era ‘Cristã’,
com a Propriedade do Solo nas Mãos de Uns Poucos
e o Poder Político Estruturado na Monarquia Absoluta,
– Escravocrata, Eurocentrista e Teocrática Inquisitorial –
a Economia Local se Baseou na Monocultura Agrícola
e na Pecuária Extensiva, sobre o Latifúndio no Campo,
e na Subtração de Minérios pela Invasão Bandeirante
que provocou o Povoamento Desordenado do Interior
e dizimou o Subsolo do Território onde foi Explorado.
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E o Povo do Brasil – e, Ademais, de Todo o Continente –
foi forçosamente Miscigenado, no Decorrer do Tempo,
através de Constantes Estupros de Escravas Africanas
e do Seqüestro de Mulheres Nativas (“Índias”, “Chinas”)
– e pela “cruza” de Alvas Sinhazinhas, Virgens Rebeldes
com o Diabo no Corpo, caindo na Tentação do Pecado
com Fortes Homens Nus, Sedutores Viris de Pele Escura.
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Em Verdade, essa Miscigenação Genética, com Origens
Étnicas Variadas, é a Raiz da Mistura Cultural Brasileira,
– dos Caboclos do Norte até os Gaúchos Pampeanos,
dos Mamelucos Interioranos até os Caipiras Sudestinos,
dos Sertanejos Nordestinos até mesmo os Candangos
Forjados a Ferro e Fogo e a Córtes de Punhal e Açoite –
e por isso hoje talvez Padeça de uma Certa Frustração,
pois vem Sofrendo uma Permanente Crise Identitária,
à Falta de um Ilusório Padrão Ideal de Ancestralidade,
por Imposição Daquela Remota Ideologia Dominante.
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http://www.suapesquisa.com/colonia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Coloniza%C3%A7%C3%A3o_do_Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Caesalpinia_echinata#Etimologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Miscigena%C3%A7%C3%A3o
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2603200001.htm
http://culturagaucha.xpg.uol.com.br/Origem%20da%20palavra.htm
http://tradicoescampeiras.blogspot.com.br/2014/09/as-origens-dos-termos-gaucho-e-prenda.html
http://www.paginadogaucho.com.br/tese/prenda.pdf
http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/O%20centauro%20e%20a%20pena.pdf
http://www.viomundo.com.br/denuncias/tapete-vermelho-oferecido-a-alexandre-frota-tem-a-ver-o-estupro-coletivo-no-rio.html
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FrancoAtirador
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NO PAÍS DE BANANAIS E LARANJAIS
OS BANANAS NÃO COMEM FRUTAS
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Parte 3
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No Princípio do Século 19, aconteceu a Grande Tragédia
Histórica, causando um Atraso de Outros Tantos 100 Anos
no Processo de Transformação deste País em uma Nação:
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Quiçá por Audácia Imperialista de Napoleão Bonaparte, da França,
e Perspicácia Mercantil do Rei George III da Grã-Bretanha e Irlanda
ou por Culpa da Mera Incompetência do Rei Carlos IV da Espanha
somada à Covardia de Dom João Maria de Bragança, Filho de Maria I,
até ali Príncipe-Regente de Portugal, Futuro Dom João VI, Coroado em 1815
Rei do Brasil e, 1 Ano Após, do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves,
fato é que a Fuga para cá da Família Real e da Nobreza, em 1808,
forçou a “Elevação” do então Estado do Brasil de Colônia a Reino
e a Conversão da Cidade do Rio de Janeiro em “Capital da Côrte”,
institucionalizando aqui as Piores Práticas Políticas de Governo,
com Conseqüências Nefastas, que ainda são Sentidos os Reflexos.
Por exemplo, nos Primeiros 8 Anos de Regalias no Brasil, até 1815,
João Maria outorgou no Brasil Mais Títulos de Nobreza a Portugueses
do que nos Três Séculos Anteriores da Monarquia em Portugal.
Depois, João VI fez um Acordo Negocial com o Reino da Inglaterra,
trocando uma Dívida Portuguesa, no Valor 2 Milhões de Libras,
por Direitos de Exploração de Minérios, principalmente de Ouro,
isto é, dando como Garantia Literalmente o Território Brasileiro,
Avaliado em 1.400 Libras Esterlinas, Mais Benfeitorias, em 600 Mil.
Assim, o Rei de Portugal pôde Tranqüilamente retornar à Europa,
deixando o Príncipe Herdeiro da Coroa Portuguesa, Dom Pedro I,
como o Imperador do Brasil, aos 7 de Setembro do Ano de 1822.
Portanto, a Formação da Nobreza Brasileira teve como Paradigma
a Corte Portuguesa, recebendo os mesmos Títulos Nobiliárquicos
de Portugal: Duque, Marquês, Conde, Visconde, Barão e Fidalgo.
Títulos de Nobreza serviam como Ostentação de Status e Poder,
eram Reservados à Elite Econômica, Intelectual, Religiosa e Militar.
No Brasil, as Principais Atividades Ocupacionais dos Nobres
eram, portanto, a Política, a Propriedade Rural Latifundiária,
o Comércio e os Negócios em Larga Escala, a Diplomacia,
os Oficialatos da Guarda Nacional e das Forças Armadas,
a Inspetoria da Alfândega, o Alto Funcionalismo Público,
a Medicina, a Magistratura, a Procuradoria, a Promotoria,
a Advocacia, a Engenharia, o Magistério, o Sacerdócio Clerical
e Algumas Artes, Especialmente Música, Literatura e Pintura.
[Naquele tempo, Jornalistas ainda não eram Celebridades.
Fosse no Presente, Certamente os de GAFE* seriam Nobilitados,
como de fato o foram pelo Regente Interino do Reino Provisório]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jorge_III_do_Reino_Unido
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_dos_Sete_Anos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pacto_de_Fam%C3%ADlia#Terceiro_pacto_de_fam.C3.ADlia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Paris_(1763)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Peninsular
https://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_do_Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Transfer%C3%AAncia_da_corte_portuguesa_para_o_Brasil#Os_acontecimentos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_VI_de_Portugal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Conven%C3%A7%C3%A3o_Secreta_sobre_a_Transfer%C3%AAncia_da_Monarquia_Portuguesa_para_o_Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%ADtulo_nobili%C3%A1rquico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nobreza_do_Imp%C3%A9rio_do_Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nobreza_do_Imp%C3%A9rio_do_Brasil#Registros_de_nobreza
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cart%C3%B3rio_de_Nobreza_e_Fidalguia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Possid%C3%B4nio_Carneiro_da_Fonseca_Costa
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http://www.banrepcultural.org/sites/default/files/brblaa465624.pdf
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http://www.viomundo.com.br/politica/maria-ines-nassif-o-precedente-perigoso-aberto-pelo-ministro-gilmar-mendes.html
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RONALD
Terceirização é o primeiro passo da escravização total.
Jose de Almeida Bispo
A única terceirização que ainda funciona é o cafetão.
Assim mesmo sujeita a ventos e tempestades.
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