Sucesso da greve em Salvador permite a comerciários jogar bola em avenida central; em bairro chique de SP, carrão avança sobre estudantes; veja flagrantes e fotos

Tempo de leitura: 3 min

O vídeo de Edinho Valadares registrou o vazio na Avenida Sete, no centro de Salvador, onde a adesão à greve geral foi grande


Cidades e terminais vazios, bloqueios feitos por manifestantes, repressão em São Paulo; pelo menos as horas iniciais da greve geral foram fortes em várias cidades do Brasil; de madrugada, a via que leva ao aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo, ficou fechada.

Da Redação, com Caio Castor, Jornalistas Livres, Mídia Ninja e colaboradores do Twitter e Facebook*

Ruas vazias no centro de São Paulo, quando normalmente estão cheias no mesmo horário em outros dias da semana.

Terminais de ônibus e rodovias bloqueadas.

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Ônibus, metrô e trens não circulavam na maior metrópole do país.

A greve geral contra as reformas trabalhista e da Previdência do usurpador Michel Temer começou forte em várias partes do Brasil.

Logo cedo, uma passeata atravessou o bairro nobre do Higienópolis e acordou os moradores com gritos de “vem pra rua, vem contra a reforma”.

Os alunos distribuíam panfletos (ver ao lado) que pegavam de surpresa quem estava na rua.

Eram, por incrível que pareça, os secundaristas de escolas chiques do bairro, tendo à frente ciclistas da Polícia Militar e atrás automóveis de pais que discordam da greve, buzinando.

Se está em seu apartamento da rua Rio de Janeiro, no bairro, o ex-presidente FHC, apoiador do governo Temer, pode ter acordado com a gritaria dos alunos — o trajeto deles passou a mais ou menos 200 metros de onde mora o tucano.

Numa esquina do bairro, quando os estudantes tentaram fechar um cruzamento, um motorista forçou passagem contra a barreira humana usando o automóvel de uma tonelada (veja a cena abaixo):


Em São Paulo, a PM reprimiu trancaços no centro e helicópteros acompanhavam as tentativas de fechar vias à distância.

A TV Globo fez ar de surpresa nos seus telejornais matinais, segundo registro do jornalista Luis Costa Pinto, no Poder 360:

O bloqueio evidente do noticiário sobre a greve, em suas vésperas, na maior emissora de TV aberta, a Globo, produziu desde as primeiras horas do dia um fato patético: os telejornais do começo da manhã dessa mesma emissora tiveram de cobrir a paralisação como se houvesse uma surpresa no ar. Não era: a greve geral era já então notícia velha e a estratégia de escondê-la, velhacaria. Tentar conter notícias contrárias à orientação da direção de veículos de comunicação é erro velho na História dos meios de comunicação conservadores do Brasil. Isso sempre se converteu em vitória dos fatos sobre os arautos do conservadorismo. A crise paradigmática do comício das “Diretas Já” no Vale do Anhangabaú em São Paulo, em 1984, escondido pela mesma Globo para servir à ditadura militar que se esvaía então, parecia ter sido lição histórica. Não foi, e o erro se repete no caso dessa greve geral.

O prefeito de São Paulo, João Dória havia divulgado um vídeo espantoso contra a greve dirigido aos 135 mil funcionários públicos da cidade.

Nele, defendeu o direito de greve, por exemplo, aos domingos!

O plano de Dória de oferecer viagens de Uber e 99 aos funcionários foi engavetado, demonstrou que ele é um administrador sem noção do que isso representaria em gastos públicos e provocou boicote de simpatizantes da paralisação às duas empresas.

A hipocrisia do milionário ficou clara depois que foi revelado que ele divulgou, sem criticar, greve contra o governo de Dilma Rousseff marcada para um dia de trabalho, quinta-feira, 11 de julho de 2013.

*Este post está sendo continuamente editado para acréscimo de fotos, imagens e informações

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Comentários

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Eu

Nenhuma surpresa no sucesso do evento, tampouco na reação destemperada do motorista do bairro dos endinheirados que acham que tem o pedigree mais notável de São Paulo. Vejo até uma reação de causa-efeito, pois se o movimento paredista tivesse sido mal sucedido não suscitaria tal resposta, natural em um defensor de arbítrios e autoritarismo como são os moradores deste logradouro (que já impediram a instalação de uma estação do Metrô para evitar a presença de “gente diferenciada” no bairro, não custa lembrar).
Assustador mesmo é ver o modus operandi do alcaide da cidade, cada vez mais próximo da manipulação fascista da opinião pública. Assume em seus discursos uma vertente mais e mais autoritária. Não que isto em si seja surpreendente, qualquer um que seja minimamente informado sobre a criatura sabe que ele viveria de factoides pois não teria resultados muito positivos para propagandear (o aumento da mortalidade nas Marginais, o corte do material básico das escolas municipais, etc, não dão boa publicidade, né?). A triste surpresa está na ênfase que o mesmo vem dando a tal discurso, que termina por se refletir no empoderamento dos adeptos de verves autoritárias, truculentas ou ambas. Se não houver mudanças de rumo, o que prometia ser uma tentativa de Berlusconi à brasileira pode-se tornar uma bestialidade, um autoritário letrado, um Le Pen da vida. E pensar que ainda tem gente com medo do Boçalnaro…

João Ferreira Bastos

Azenha, vale a pena um jornalismo investigativo para responder as perguntas abaixo:

Moro, quem é o Celso Três?

Quem é José Castilho, sr. Moro?

FHC, pq o Castilho colocou seu nome no caso Banestado e ele amargou uma geladeira, que dura até hoje?

O Castilho encontrou uns nomes de alguns órgãos de imprensa, bem plin-plin, lá fora.

Moro, pega aquela lista que o Castilho fez, com nomes lá na na Divisão de Ações contra Ilícitos Financeiros. Você vai pegar?

Pq Celso Três cita o Beto Richa e afirma que este mandou grana pro exterior sem comprovação da origem?

Como é que uma agência de Foz do Iguaçu manda 30 bi de dólares na caruda lá pra fora, , assim, no mais?

Quer dizer que a imprensa que dá cobertura à Lava Jato é a mesma que oculta o caso Banestado?

Enfim, o que é a Lava Jato, então?

MARINALVA

A GREVE DO DIA 28 EM FORTALEZA FOI/ESTÁ SENDO UM TREMENDO SUCESSO

Mesmo sem ônibus circulando entre os bairros e o centro da cidade, e apesar da chuva que começou a cair a partir das 11;20 h, da imprensa local que escondeu a notícia e da rede Globo de Televisão que fez o mesmo, a manifestação em Fortaleza foi a maior de todos os tempos. No mínimo 80 mil pessoas percorreram as rua do centro da cidade, nessa sexta-feira, dia 28 de abril.

Uma vez que quem morava nos bairros afastados não teve muita facilidade em chegar à Praça da Bandeira, local da concentração inicial, é mais do que razoável supor que foi a classe média que compareceu maciçamente ao centro da cidade.

No centro da cidade, local de onde acabo de sair há poucos instantes, praticamente nada funcionou, com exceção de um ou dois barzinhos, e mesmo assim no final da manifestação. Ainda no Centro, todo o comércio fechou as portas, e se antes de começar a manifestação alguma farmácia qualquer vendeu alguma tipo de medicamento, tratou-se provavelmente de um envelope de melhoral.

Portanto, a nota da greve geral em Fortaleza foi/esta sendo nota 10.

Gersier

Eu, que tantas vezes acreditei que a Rede Record seria o contra ponto da golpista globo, deixei de assisti-la e de fazer campanha a favor do aumento da audiência da mesma ha algum tempo. Em consultórios e locais semelhantes, sempre questionava o porque de só sintonizarem a globo. Hoje comprovei mais um vez de a Rede Record não passa de uma imitadora de baixo nível da famigerada globo ao ver as apresentadoras do tal “fala Brasil”, dizer que a greve convocada pelos sindicatos para defender os direitos trabalhistas duramente conquistados pelos trabalhadores brasileiros, “são atos de vandalismo de pequenos grupos convocados por sindicatos que estão tumultuando a vida dos brasileiros”.
A que ponto chegou a subserviência aos golpistas desse arremedo de mídia brasileira que se acha ser IMPRENSA.

    leonardo

    Nós NÃO TEMOS IMPRENSA NO BRASIL! essa é a verdade. essa record é TÃO PODRE quanto as demais.

    Rogério Bezerra

    Letras perfeitas!
    E lembro que as Igrejas precisam dos pobres e dependem da pobreza. Basta ver o que ocorre na Europa ocidental, onde a maioria dos templos tem mais turistas que fiéis.
    Quem já viu um tal de “Congresso do Sucesso” (Universal) constata a deformação das palavras ditas como de Jesus. A atual mercantilização da fé cora até ateus…

    assalariado.

    Gersier, quem lhe disse que mídia é um território neutro? Começa assim: “……. Deveria recorda-se sempre, sempre, sempre, que o jornal burguês (qualquer que seja sua cor) é um instrumento de luta movido por ideias e interesses que estão em contraste com os seus. Tudo o que se publica é constantemente influenciado por uma ideia: servir a classe dominante, o que se traduz sem dúvida num fato: combater a classe trabalhadora. E, de fato, da primeira à última linha, o jornal burguês sente e revela esta preocupação. Mas o pior reside nisto: em vez de pedir dinheiro à classe burguesa para o subvencionar a obra de defesa exposta em seu favor, o jornal burguês consegue fazer-se pagar pela própria classe trabalhadora que ele combate sempre….. ” Continua aqui: https://www.marxists.org/portugues/gramsci/1916/mes/jornais.htm

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