Fátima Oliveira: O aborto e a campanha eleitoral

Tempo de leitura: 2 min

Não serve ao feminismo tentar nivelar ideologias díspares

FÁTIMA OLIVEIRA, no jornal O Tempo

Médica – [email protected]

Não voto em candidaturas antiaborcionistas e entendo que só merece ser eleito para o Executivo quem respeita a pluralidade de opiniões existente numa sociedade democrática e compreenda que as leis num Estado laico não podem seguir um caminho teocrático. Já escrevi que as eleições presidenciais de 2010 aportam uma novidade: é a primeira vez que a direita lodosa, casquenta, casqueira e intiqueira ficou “sem mel e sem cabaça” e não indicou nomes viáveis à Presidência da República.

Não sumiu do mapa, nem sumirá, a expressão do pensamento conservador, racista e feudal que zanza por aí e faz política; somente se viu obrigada à fragmentação e se imiscuiu nas três candidaturas mais visíveis, Dilma, Marina e Serra, e exerce influências sobre elas. Desconheço candidato(a) que disse que não quer voto esse ou voto aquele, logo a presença conservadora no leque de apoios, a depender da extensão dos acordos eleitoreiros, cerceia candidaturas e até impede avanços discursivos em temas espinhosos, como o aborto. Não significa que mudou de opinião, apenas que é tático e sábio silenciar fazendo política segundo as circunstâncias.

É espantoso que se passe o rodo nivelando Dilma, Marina e Serra como igualmente antiaborcionistas, pois a realidade não respalda. Há inúmeras declarações de Dilma sobre aborto. Tive a pachorra de “googlar” para escarafunchar uma fala da candidata contra o aborto e… nada! Serra e Marina estão roucos de anunciar que são contra por convicção! A que serve alardearmos que são, igualmente, contra a liberdade reprodutiva? É um equívoco monumental de análise política pelo qual pagaremos um preço muito alto, já que sangradora de princípios ideológicos do feminismo.

Exceto Plínio de Arruda Sampaio, do Psol, para quem “as mulheres devem ter o direito de decidir sobre a interrupção da gravidez e a legalização do aborto”, não ouviremos promessas sobre descriminalização e legalização do aborto, já que as três candidaturas mais competitivas não têm interesse que o aborto seja tema de campanha, como, aliás, nunca foi no Brasil.

Por que teria de ser, obrigatoriamente, no pós-jogo de “acende, queima, assopra e apaga…” sobre aborto nos dois mandatos de Lula, embora ele tenha dito várias vezes que o governo via o aborto como um problema, também, de saúde pública? “Pero” foi o único presidente do Brasil que verbalizou tal opinião. Todavia, ele quebrou acordos, amarelou e não peitou o Vaticano, não enviando ao Congresso Nacional a proposta de descriminalização elaborada pelo Grupo de Trabalho sobre Aborto, criado pelo seu governo!

Não me enganem que eu não gosto nem aceito! Nivelar as três candidaturas como igualmente desfavoráveis à descriminalização e legalização do aborto é um modo tacanho de esconder o discurso ultraconservador de Serra, já que o de Marina nem conta, pois é religioso. Ele disse: “Considero o aborto uma coisa terrível”. E foi além. Declarou que legalizar o aborto equivale a liberar uma carnificina e que “dificultaria o trabalho de prevenção, como no caso da gravidez na adolescência, que é um assunto muito grave. Vai ter gravidez para todo o lado porque (a mulher) vai para o SUS e faz o aborto”. É uma declaração irresponsável e contra a universalidade do SUS! Constato, e lamento, que há feministas serristas, e assim mandam o feminismo pras calendas gregas, mas que coloquem palavras de Serra na boca da Dilma é inaceitável para todo o sempre, amém! O que é isso, companheiras?


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Comentários

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meu voto carniça « Godot não virá

[…] nenhuma mulher seja a favor do aborto“. Quero dizer, eu acho que entendo, porque nesse ponto, Dilma tem sido reticente e cuidadosa, que é o ônus de sua liderança nas intenções de voto do brasileiro. Eu sei que ela nunca […]

Isis

Não tem nada a ver com religiões, cultura ou modismos , mas com o caráter das pessoas, porque aborto sempre existiu e sempre existirá independente de leis. Tanto animais quanto seres humanos, em sua grandiosa maioria, têm dentro de si a necessidade veemente de proteger suas crias, quanto mais ainda, se estas crias estão em seu primeiro processo de formação.
Ao invés da legalização por que não ensinar responsabilidade às crianças? Se existe a necessidade de tantos abortos, provavelmente houve uma falha na educação e formação desses jovens.
SEXO RESPONSÁVEL ! Evitaria milhares de problemas com gravidez na adolescência, gravidez indesejada, crianças abandonadas, crianças espancadas, estupros, pedofilias e por aí a fora.
Que os candidatos se preocupem de fato com o maior problema de todos que é uma melhor qualidade de ensino, com escolas e professores qualificados e bem remunerados. O resto é apenas consequência!

Isis.

Se não existissem tantas maneiras de evitar uma gravidez, até se justificaria este apelo à legalização do aborto. O aborto é e sempre será a interrupção de uma vida, portanto quando induzido, se torna um assassinato. A mulher, ao contrário do que se supõem, não é dona da vida que está sendo gerada dentro dela, são duas coisas distintas, assim como também não somos donos dos filhos depois que eles nascem.
A vida que carregamos é a mesma e única, desde o primeiro momento de sua formação até o último suspiro, então onde está a justificativa que ela possa ser interrompida em um determinado momento e noutro não?
Cont.

Fátima Oliveira

A MATERNIDADE DEVE SER UMA OPÇÃO E NÃO UM DEVER
A interação leitor(a)-escritor(a) é salutar. Não me incomodo com críticas e as recebo como os elogios, pois ambos são energias para o meu escrevinhar. Comentários “pitbuls” só exibem a falta de berço de algumas pessoas. São umas coitadas. Mas civilidade se aprende.
De 22 comentários (às 09:55 de 12.08), apenas 5 escritos por mulheres (4 escreveram 5 comentários). O que significa? As mulheres sabem o que fazer em caso de gravidez indesejada e dispensam as condenações?
O aborto é realidade em todas as sociedades estudadas até hoje, independente de leis que o proíbem. Aborto é fato.
Luto para que as mulheres tenham o privilégio da maternidade voluntária. Mesmo defendendo a legalização do aborto nunca precisei abortar. Tenho cinco filh@s, dos quais dois adotados. As mulheres só abortam porque precisam!
O aborto é um procedimento médico seguro há décadas, logo é IMORAL que um Estado laico negue às suas cidadãs o acesso a uma prática médica segura.

    Supertramp68

    Concordo plenamente que a maternidade deve ser uma opção, dai sou favoravel a metodos contraceptivos, tão difundidos nos dias de hoje.Mas dai a facultar o direito de matar a criança ainda no ventre para se livrar dos deveres da maternidade ou das imposições da sociedade é de uma leviandade rasteira.
    Temos de assumir as consequencias de nossas decisões. Se nos arriscamos fora do "sexo seguro", devemos então criar nossos filhos dai gerados ou conviver com uma aids porventura adquirida.
    Outro sim, será que uma criança gerada a dois deve ter seu destino definido somente pela mãe? Se a mulher optar pelo aborto não deveria ter o aval do pai? Ou se o contrario, ao optar pela criança não deveria arcar com o onus da decisão (no caso do estelionato sexual)?
    Ademais as mulheres abortam porque se descuidam, não se previnem e depois não querem o onus da atitude estupida.
    Penso que assim como o pai que descuida de um filho "indesejado", não pagando pensão, vai para a cadeia; a mãe que aborta conscientemente também deve pagar.

    Depaula

    Supetrampa, vai catar coquinho cara… Vai catequisar em tua troupe. Deixa de fazer proselitismo

Marcelo de Matos

(continuação) Há anti-inflamatórios que prejudicam a mucosa do intestino, etc. As drogas médicas, porém, podem ser retiradas mais facilmente do mercado que as jurídicas. Tenho visto as feministas defenderem nossas “marias chuteiras”, bem como as batalhadoras da “união estável”. Por essas e outras, não vejo com simpatia o movimento feminista. De corporativismo já estamos bem servidos. Há leis que, ao invés de amainarem a violência doméstica, provocam o seu recrudescimento. As cadeias estão repletas de cidadãos que se recusam a pagar pensão alimentícia. Pode ser pura maldade desses varões, como pode ser, também, inconformismo com situações de iniquidade. A mulher prova a união estável e fica com o apartamento, ou a casa, muitas vezes o único bem do parceiro. Aqui no meu prédio havia uma briga por esse motivo e eu várias vezes tive de chamar a polícia. O dono do imóvel conseguiu vendê-lo e ambos mudaram, não sei se repartindo o dinheiro. É fácil perceber que a tal união estável, tão festejada pelas feministas, é geradora de muitos conflitos.

    Elton Fagundes

    Marcelo e outros genéricos, vamos combinar: leva pra casa os filhos imprevistos e indesejados de todas as mulheres. Coloca um anúncio no jornal, com nome endereço, telefone e CPF e diz: quero ser pai de todos os filhos indesejados do Brasil. Vou assumil-los desde o primeiro momento. Podem parir que eu assumo.
    Não existe essa coisa que você fala de indústria de união estável. O que existe é que muito cara mora anos com uma mulher e acha, burramente, que isso não gera direitos; que muitos homens abortam seus filhos antes das mulheres: engravidam-nas e depois somem. Os direitos de parceiros, homens e mulheres, na união estável são um progresso na área dos direitos humanos. Deixa de ser babaca e conservador troglodita. Homens que pensam como o digníssimo vão ter de mudar, o divórcio agora não precisa de ficar cara a cara com o juiz, é só registrar que quer se divorciar e pronto. O que gera de imediato a divisão de bens. Por bem ou por mal. Caso contrário, cadeia.

Marcelo de Matos

Fátima, você falou em “princípios ideológicos do feminismo”. Desconheço essa ideologia, mas, espero que seja voltada para o desenvolvimento social e não uma espécie de corporativismo, ou venha a nós. Estive em uma cidade do interior de São Paulo e, conversando com um cidadão bem sucedido, ele me disse que evitasse as mulheres dali porque a maioria delas era B.O., numa referência ao boletim de ocorrência policial. Ele queria dizer que elas procuravam homens para aplicar o já tradicional golpe da “união estável”: a mulher fica uns tempos com o parceiro, colhe provas, depois entra na Justiça pleiteando seus direitos. Ao reconhecer a união estável o legislador do atual Código Civil podia estar muito bem intencionado. Talvez, não imaginasse o comércio que adviria disso. Os remédios jurídicos, muitas vezes, têm os mesmos efeitos indesejáveis dos similares médicos. A dipirona é proibida em vários países (não no Brasil) por seus efeitos nocivos. (continua)

Marcelo de Matos

Imaginem alguém, como Zapatero, que se candidatasse a “presidente do governo” da Espanha, um país essencialmente católico e tradicionalista, declarando-se ateu, anti-monarquista e favorável ao aborto. Mesmo se eleito, jamais seria ungido pelo rei Juan Carlos I, nem pelas autoridades eclesiásticas. Por isso, já dizia Machado de Assis: “Há coisas que melhor se dizem calando”. FHC, embora tido como ateu e defensor da descriminalização da maconha, conseguiu a proeza de eleger-se duas vezes. Isso porque a mídia nunca explorou esses seus “pontos fracos”. Se fosse o Lula, tê-lo-iam fritado. Em política, mais importante que os fatos, é a versão que se dá a eles. A Rede Globo, por exemplo, quer nos convencer de que o Brasil está crescendo pouco e, graças a seu poderio jornalístico, tem conseguido algum resultado. E o Plínio, será que é favorável ao aborto? Creio que não: o líder psolista faz questão de declarar-se católico apostólico romano, tal como o fazia o dirigente comunista francês Roger Garaudy. Assim, talvez sem querer, consegue agradar a gregos e troianos.

Supertramp68

Devido a grande quantidade de clinicas clandestinas, vamos liberar o aborto. Depois, devido ao grande numero de casos de pistolagem, vamos liberar o homicidio. Se as mulheres querem a liberdade de fazer o que quiser com seu corpo pois que defendam o suicidio (que também é crime). O feto esta dentro da mulher mas não faz "parte" de seu corpo, é uma nova vida que surge e não deve ser extirpado como um cancer.
A mulher quer decidir pelo aborto por direito e pela gravidez para estelionato sexual.

    Dani Vieira Bacelar

    Teu comentário é um antigo plágio. Tão antigo que nem dá mais quinze minutos de fama. Nem é original. Chega de copiar discursos na internet. Pega mal, apesar de estares oculto sob um pseudônimo. Fala sério cara. Tenha vergonha de fazer proselitismo. No mundo atual não cabe mais. Legalizar o aborto não obriga ninguém a abortar, só respeita o direito à vida e a saúde de quem decide abortar. Gostes tu ou não.

    Leonardo

    Voce deve ser uma que adoraria ter o direito de abortar a vida alheia dizendo que ela é "parte do seu corpo", como se fose um apendice ou uma unha encravada…

    José Carlos de Souza

    O Direito a vida da mãe já está previsto em Lei. O que querem realmente é matar uma criança indesejada. Eu voto na Dilma, mas acho esse assunto inquestionável. Aborto é crime sim. E crime hediondo, pois mata-se uma criança, o próprio filho, sem nenhuma chance de defesa para a vítima e de forma cruel.

Leonardo

É impressionante a tara de algumas pessoas em matar outras.

Essas feministas têm sangue nos olhos e nos dentes…

    francisco.latorre

    olhaí o rapaz educado.

    o gentileza rancoroso.

    quanto ódio rapaz..

    ..

Manuel A. Ferreira

Fui à fonte indicada pela Maria Amélia, a quem agradeço. O blog do Josias, como de resto a Folha estão na campanha do Serra e só publicam o que pode ser a favor do Serra. Fiquei impressionado com o tamanho do post dado à Carta Aberta Sobre o direito ao aborto no Brasil. É estarrecedor o que uma análise política equivocada, pra se delicado, pode favorecer uma candidatura, no caso a do Serra. Li a Carta, é claramente uma busca de esconder a posição do Serra:
"A pouco mais de dois meses das eleições gerais, por meio das quais serão escolhidos representantes de quase 200 milhões de brasileiros, temos duas mulheres, Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV), candidatas à sucessão presidencial… Contudo, nenhum dos três ousa enfrentar o tema aborto quando confrontado, diante de um microfone ou gravador, sem tentar sair pela tangente ou negar seu próprio passado favorável ao atendimento humanitário e digno das mulheres que precisaram recorrer a um aborto".

    josé carlos de souza

    Quando a mulher precisa recorrer a um aborto? Quando o filho é indesejado? Pois se houver estupro a lei faculta o direito de abortar. Dizem que é problema de saúde pública. Mas o que tá faltando é caráter às pessoas. Como é que alguém pode ter direito de matar um filho alegando dificuldades para criar. É a pior das pessoas.

Maria Amélia Rocha

Vou repetir o comentário que fiz no Site do Geledés:
É pra rir. Fátima Oliveira foi pras cabeças. No ato. Era o esperado depois que saiu aquele Manifesto Feminista aparentemente radical, mas era para defender o Serra, ou quem vota nele, que foi publicado no blog do Josias (logo de quem, hein?). http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/arch20
As feministas que assinaram aquilo escorregaram na casca de babana. E feio. Senti firmeza Fátima. Parabéns. Procurando o artigo no google, vi que está em mais quarenta lugares.

Ed.

Este tema, polêmico quando não se define o que é o aborto e não se discutem suas diferentes razões possíveis, me lembrou FHC (se não me engano, disputando a prefeitura de SP) e suas filosofias principesco sociológicas sorbonnescas. Num debate, pergunta Boris Gari Casoy, "na lata", e só pro Fernando:
O senhor acredita em Deus?
Os pobres telespectadores foram brindados com uns 3 minutos de resposta, onde um "sim" ou um "não" foram substituídos por falsetes de "…veja bem… considerando que… na verdade… por conseguinte…".
Ainda não sabia mentir bem, com convicção… e também não sabia que ia perder a eleição…

De Paula

Ferreira, de acordo com você. Mas eu acredito que o trio não quer o debate sobre o assunto. Mas a CNBB hoje convocou os presidenciáveis para debater aborto e por que não a reforma agrária? Saberia dizer? Quer dizer que o tema mais importante para a Igreja Católica é o aborto? Seria uma opção preferencial pelos úteros?

CNBB convida candidatos para debate sobre o aborto
Folha de São Paulo (10/8/2010)
FÁBIO ZAMBELI

Igreja quer que presidenciáveis definam posições sobre agenda religiosa
Marina e Plínio dizem que vão participar, mas Dilma e Serra alegam que presença no evento depende da agenda
Com transmissão em rede nacional de TVs católicas, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) organiza um debate no qual cobrará de quatro presidenciáveis posições claras sobre temas-tabu da campanha eleitoral.

    Maria Luiza

    Espero que Dilma não caia nessa armadilha preparada pela CNBB. "Agenda religiosa" em camapnha política, era só o que faltava. Esse povo ainda está no tempo em que política e religião não se separavam? Vivemos num estado laico, com pluralidade moral, portanto, espero que o bom senso da coordenação de campanha da Dilma não permita que ela compareça a esse tipo de debate, que na verdade será um tribunal de inquisição. Tivemos ontem uma amostra no JN de como uma entrevista pode se transformar num inquérito. É tudo o que a mídia quer para usar depois contra Dilma. Além do mais, é bem possível que a CNBB prepare algum documento para que os candidatos assinem se comprometendo a não sancionarem, caso qualquer um deles seja eleito, uma lei que aprove a descriminalização do aborto. E aí, como fica Dilma?

    Elton Fagundes

    A artilharia da Igreja católica contra Dilma Roussef está pronta e atirando. Mas quem vai torná-la inócua são as mulheres, assim como fazem com a pílula e o aborto. A igreja diz que é contra, mas elas não estão nem aí. Se a Campanha de Dilma souber direitinho como comandar a desobediência das mulheres católicas é caminhão e caminhão de voto que vai arrastar, meu! Os marqueteiros sabem como fazer isso muito bem. pois que façam.

    Bispo católico aos fiéis: ‘Não dêem seu voto a Dilma’
    Diocese de Guarulhos leva artigo anti-PT a página na web
    Evaristo Sá/FP

    “Recomendamos a todos os verdadeiros cristãos e verdadeiros católicos a que não dêem seu voto à senhora Dilma Rousseff…”
    A frase consta de um artigo veiculado em página oficial da Igreja Católica na web. O autor é Dom Luiz Gonzaga Bergonzini.

    francisco.latorre

    esses não gostam de mulher.

    não vale.

    ..

    Mariana

    Agenda religiosa???
    O Brasil é um país laico.

edu marcondes

Sempre é bom colocar na pauta esses temas espinhosos por profundamente marcados pela superstição e pelo preconceito. Pisando em ovos o governo Lula o PT e a candidata Dilma tem tocado (quando provocados) no assunto e o colocado no âmbito da saúde pública. Mas nunca os ouvi (talvez por falha minha) defender explicitamente a descriminalização do aborto. Espero que Dilma o faça, passadas as eleições.
Um reparo no artigo. Falar em "três candidaturas mais competitivas" me parece um certo exagero uma vez que Dilma e Serra somam cerca de 70% das intenções de voto e a candidatura mais próxima dos dois (Marina) não chega a dois dígitos. Parece-me que o correto é considerar duas candidaturas mais competitivas.

ferrera13

Pior que negar-se a dizer se é a favor ou contra, é negar-se a discutir o tema como um problema a ser resolvido pelo poder público, a quem tem que zelar pela saúde de todos e todas.

    Maria Luiza

    A descriminalização do aborto é uma questão de saúde pública, mais do que a simples defesa do direito reprodutivo da mulher. Portanto, não pode ser colocado numa campanha eleitoral na base do quem é a favor ou contra. É um tema que deve ser amplamente discutido e decidido pelo congresso nacional e não como tema de campanha para servir de casca de banana para Dilma escorregar e perder votos na parcela conservadora da sociedade, que não é laica, apesar de que o estado, em tese, o seja. Nossa sociedade não aprova a descriminalização do aborto, mas não hesitaria em aprovar a pena de morte. Vivemos sob a lei da hipocrisia.

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