Fátima Oliveira: “Lave os pés e escove os dentes”

Tempo de leitura: 2 min

As memórias balsâmicas podem minorar a insanidade moral?
FÁTIMA OLIVEIRA
Médica – [email protected]

Em O Tempo, 20.07.2010

Diante do meu interesse sobre a capacidade de enfrentar problemas e resolvê-los sem gerar novos conflitos, e até que ponto a agressividade destruidora impede resolvê-los “numa boa”, sem mortos e feridos, uma amiga disse que ando filosofando demais. Ela tem alguma razão. São perguntas filosóficas, mas ancoradas também em outros naipes.

Meu interesse é focado em pessoas desprovidas do “locus da moralidade”, que a psiquiatria catalogava como “insanité sans délire” (insanidade moral), hoje sociopatia ou psicopatia – uma condição neurodegenerativa, que atinge 1% a 3% da população, “intratável, incurável e irreversível” – o mesmo que Transtorno de Personalidade Antissocial (TPAS), ou Distúrbio da Personalidade Antissocial (DPAS), para maiores de 18 anos, e que na infância é diagnosticado como um dos “transtornos disruptivos do comportamento”, atitudes antissociais: Transtorno Desafiador e de Oposição; Transtorno de Conduta; e Transtorno de Personalidade Antissocial.

Leiga em psiquiatria, prefiro a antiga terminologia “insanidade moral”, que expressa bem a condição de TPAS/DPAS: insanos morais irrecuperáveis, pois não há ex-sociopata; não têm dó de ninguém; possuem memória afetiva distorcida: mesmo criados em ambientes emocionalmente saudáveis, sentem-se lesados. Compreendê-los exige mergulhar num mundo estranho, pois nascem incapazes de incorporar discernimento moral e habilidades sociais para solucionar problemas de modo ético e não conseguem sair da borrasca para um céu de brigadeiro, pois não possuem o porto seguro das memórias afetivas.

Rememorar a minha infância é balsâmico. Ouço vovó mandando entrar quando a brincadeira de roda estava na melhor parte: “Chispa! Pra dentro. Lave os pés e escove os dentes”. Ordem inegociável. Depois de “asseada”, eu corria para o colo do meu avô, que àquela hora sempre estava sentado na calçada “pegando uma fresca”. Esperneava quando ele dizia: “Pega a menina Maria, já dormiu…”. Ele não me levava até o quarto, pois não entrava no quarto das meninas. Era uma conduta moral lá das brenhas do sertão. Adulta, perguntei à vovó por que aquilo. Respondeu que “não se usava pai entrar no quarto das filhas, depois de grandes. Era o costume”.

É doce ouvir: “Vamos ler a revista nova do papai?” Abria onde queria que eu lesse; e, se eu errasse a entonação, ou engolisse a pontuação, ele corrigia: “Lê de novo! Agora sem engolir as vírgulas e os pontos”. Transporto-me para a máquina de costura da mamãe, onde eu surrupiava pedaços de pano para fazer roupas de boneca e, desgraçadamente, sempre quebrava a agulha e saía de fininho… Quando ela via a agulha quebrada, logo dizia: “A que horas aquela traquina passou por aqui?”.

Insanos morais não guardam os carinhos recebidos e sentem que todos lhes devem tudo! Seria eficaz uma terapia que os ensine a cultivarem memórias balsâmicas? A criança que vive numa família (biológica ou social) sem bagagem emocional para suprir carinho e outras formas de afetividade pode ter dificuldades de aprender habilidades sociais para resolver problemas, mas não chega à “insanidade moral”, apesar das evidências de que abandono e outras manifestações de desamor na infância estão estreitamente ligadas às posturas agressivas e similares. As que desfrutam de boa acolhida navegam em céu de brigadeiro – estado de aconchego que só quem é ou foi criança feliz tem para recordar e ser acalentada nos momentos difíceis ou felizes vida afora.

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Comentários

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beattrice

Como no texto anterior, me reservo a opção de discordar da autora, considerando a questão biológica preponderante no surgimento dos traços psicopáticos, o que evidentemente não descarta o componente social no agravamento destes.

    Manuel A. Ferreira

    Beatricce, você discorda de qual autora e em que? Poderia ser mais clara? É fácil e simples dizer sou contra. Sustente sua posição com argumentos de fato científicos oud aprática de cuidados. Você já teve a obrigação de conviver com um sociopata? Sabe o inferno que é a vida com eles? Numa família de três filhos, todos criados no mesmo ambiente, recebendo os mesmos cuidados, tendo do bom e do melhor, com pais dedicados e carinhosos, um vira bandido e deu sinais disso desde a mais tenra idade. E não adiantaram os melhores psiquiatras. Da minha experiência, eu sei que ele nasceu assim. E a medicina não tem jeito para esse tipo de caso. Penso que num ambiente familiar conflituoso ele já estaria numa penitenciária, faz tempo.

De Paula

Recentemente li um livro chamdo "Mentes perigosas – o psicopata mora ao lado [Como conhecer e se proteger de pessoas frias e perversas, sem sentimento de culpa que estão perto de nós], da psiquiatra Ana beatriz Barbosa e Sila, autora de outro livro que bombou: "Mentes Inquietas", que já vendeu mais de 300 mil exemplres.
Incapaz de fazer uma boa resenha de tão impressionante livro, procurei na internet e encontrei uma que recomendo, por ser muito boa.
;;;;;
Mentes perigosas – o psicopata mora ao lado.
Alda Inácio

Lendo as notícias diárias fico ciente não só das ocorrências do dia mas também do progresso e da degradação da raça humana, e olha aí que vamos de mal a pior. E foi nestas leituras que descobri um livro, penso eu, o melhor do ano. O livro chama-se "Mentes perigosas" – o psicopata mora ao lado, da escritora Ana Beatriz Barbosa Silva. Veja trecho do livro abaixo e explicações sobre este trabalho de psiquiatria que me encantou:

CONTINUA…

    De Paula

    CONT. Mentes perigosas – o psicopata mora ao lado, de Alda Inácio

    "Normalmente a psicopatia é associada a pessoas violentas, com aparência de assassinas e que podem ser facilmente identificadas. Mas, diferentemente do que se costuma acreditar, psicopatas, em sua grande maioria, não são necessariamente assassinos. Em Mentes Perigosas, a médica psiquiatra Ana Beatriz B. Silva alerta para o fato de que os psicopatas podem permanecer por muito tempo ou até uma vida inteira sem serem descobertos.
    “Eles Transitam tranqüilamente pelas ruas, cruzam nossos caminhos, freqüentam as mesmas festas, dividem o mesmo teto, dormem na mesma cama… Apesar de mais de vinte anos de profissão, ainda fico muito surpresa e sensibilizada com a quantidade de pacientes que me procuram com suas vidas arruinadas, totalmente em frangalhos, alvejadas por esses seres”, diz ela.
    CONTINUA

    De Paula

    CONT. Mentes perigosas – o psicopata mora ao lado, de Alda Inácio

    Segundo a autora, os psicopatas são 4% da população: 3% são homens e 1% mulher. Ou seja, a cada 25 pessoas, uma é psicopata. E como seus atos criminosos não provêm de mentes adoecidas, mas sim de um raciocínio frio e calculista combinado com uma total incapacidade de tratar as outras pessoas como seres humanos, eles não são considerados loucos, não sofrem de alucinação ou apresentam sofrimento mental. Vivem incógnitos, em todos os setores sociais. São homens, mulheres, de qualquer raça, credo ou nível social. Trabalham, estudam, fazem carreiras, se casam, têm filhos, mas definitivamente não são como a maioria das outras pessoas. Apenas em casos extremos, os psicopatas matam a sangue-frio, com requintes de crueldade, sem medo e sem arrependimento. Em sua grande maioria, eles não são assassinos e vivem como se fossem pessoas comuns. (…)
    Editado pela Fontamar – Objetiva – tem 224 páginas.
    FONTE: http://criticaedenuncia.blogspot.com/2009/02/ment

    beattrice

    O texto de divulgação da Ana Beatriz é soberbo, define, caracteriza, e previne qualquer leigo quanto ao perfil e conduta dos psicopatas, que infelizmente, moram de fato ao lado.

Laura Antunes

TRANSTORNO BIPOLAR
O transtorno bipolar é uma doença mental que alterna estados de euforia e depressão, além da fase de “normalidade”. A causa é desconhecida, acredita-se que esteja ligada à genética. Para a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar, 50% dos portadores da doença apresentam pelo menos um familiar afetado. Há o Transtorno Bipolar I, que é a doença propriamente dita, e o II, em que os episódios de depressão e hipomania (versão mais leve da mania, como é chamada a fase de euforia) são mais curtos e mais espaçados entre si. O primeiro tipo atinge cerca de 1% da população e fica no 10º lugar entre os transtornos mentais mais comuns. O segundo, atinge cerca de 8% da população. “O tratamento depende da fase e da gravidade e sempre envolve medicamentos, em geral estabilizadores de humor” (psiquiatra Eduardo Pondé, prof. da UFBA). Mas só remédio não basta: é preciso tratamento psicológico para ajudar na aceitação e controle da doença. http://mundoestranho.abril.com.br

Laura Antunes

A DIFERENÇA ENTRE PSICOPATA E SOCIOPATA?
Nenhuma, pois os dois termos são sinônimos para um tipo específico de transtorno de personalidade. De acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), o termo oficial para designar um psicopata ou sociopata é personalidade dissocial ou antissocial. “A psicopatia é um termo muito confuso historicamente, sendo que, hoje, se refere a apenas um dos oito transtornos de personalidade existentes”, diz o psiquiatra forense Daniel Martins de Barros, do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Ou seja, a associação que, em geral, fazemos do termo psicopata com um assassino frio, como um serial killer, não passa de mau uso do termo.
Segundo os especialistas, até 3% da população mundial é composta de psicopatas, sendo que eles reincidem na criminalidade três vezes mais que bandidos comuns http://blog.educacional.com.br/turma71expo/2010/0

    beattrice

    O texto da Ana Beatriz Silva distingue claramente as caracteristicas da psicopatia, em termos para leigos.
    De fato nem todo psicopata é serial killer, mas todo SK é psicopata.

Elias São Paulo SP

Como sempre Fátima Oliveira desenvolve texto rico em reflexões e este nos coloca diante de questões difíceis de responder: A insanidade moral é inata ou é também adquirida? Como identificar o insano moral antes de sua ação nociva? Se esses sociopatas ou psicopatas contam de 1% a 3% da população é assustador saber que no Brasil pode haver de dois a seis milhões deles. Certamente transitam em todas as esferas da sociedade. No mundo esses números podem ser de sessenta a cento e oitenta milhões. O dobro ou o quádruplo do contingente de soropositivos. A psicopatia é hereditária? É transmissível? O psicopata age solitariamente, ou pode atuar com outros psicopatas? O caso é que de antemão não é fácil designá-los.

Hans Bintje

Isso me lembra porque eu escrevo, com tanta naturalidade e seriedade, tanto sobre a literatura dos antigos romanos quanto a respeito da criação de minhocas para melhorar o gramado da casa do Azenha.

Se algum dia fizer uma reportagem sobre a Holanda, ele deveria começar pela "De werkplaats" (A oficina).

Eis o que os estudantes fazem por lá ( todas as citações são da wikipedia – http://en.wikipedia.org/wiki/Kees_Boeke ):

"As crianças realizam tarefas como ajudar a limpar a escola, cultivar legumes e frutas, bem como ajudar a cozinhar o almoço."

Resultados?

"A escola tem sido muito influente em sua forma criativa de tornar o aluno co-responsável por seu próprio currículo com os professores, e muitos estudantes que falharam nas escolas regulares, floresceram em 'De werkplaats'. (…)

As idéias do [fundador dessa escola, Cornelis] Boeke tornaram-se conhecidas nacionalmente, mesmo a antiga rainha holandesa Juliana enviou suas filhas para estudar lá. (…)

A lista de pessoas altamente criativas e bem-sucedidas desta escola é muito impressionante."

maria regina

Este estudo aparece com referências bibliográficas, sendo um artigo científico com credibilidade sobre o tema. Vale a pena para aqueles que querem se aprofundar no assunto.

maria regina

Escrevo novamete para dizer que, como psicóloga, discordo inteiramente do última fala do psiquiatra em relação aos sinais de psicopatia em crianças e adolescentes. Há um conjunto de comportamentos associados que levam a um diagnóstico. Avaliações feitas por meio de observação de comportamentos isolados só servem para enquadrar, distanciar e rotular, permitindo às pessoas sem o preparo técnico qualificar o outro de modo inadequado. Assim são gerados os precoceitos. Compartilho da visão multifatorial, o que permite que não exista indivíduo idêntico, assim como os dedos de nossa mão.

maria regina

Hoje sabe-se que há uma determinação multifatorial para o transtorno anti-social. Sugiro aos interessados os seguintes sites: http://vimeo.com/10221075 vídeo – discussão entre psiquiatrapsicólogopsicanalista http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/114… texto científico http://virtualpsy.locaweb.com.br/index.php?art=16

Yacov

Sem considerar que esta "sociopatia" esta intimamente ligada à contemporaneidade. Como o Stress, a obesidade e outros males. Acredito que, à parte as questões psicológicas, grande parte do problema pode ser explicada pela enorme exclusão social que vivemos e que causa, de um lado a ira do excluído e de outro a ira dos incluídos, que não querem dividir a rua com o excluído, "remember" o índio patachó que foi queimado vivo pelos filhinhos de papai de Brasília, que devem ter achado aquilo a coisa mais engraçada do mundo.

"O BRASIL DE VERDADE não passa na gLOBo – O que passa na gLOBo é um braZil para TOLOS"

voxetopinio

Sou leigo para afirmar qualquer coisa. Mas acho que quanto aos sociopatas e psicopatas, o que pode acontecer é um "amortecimento". É complicado tentar conter algo que estaria escrito nas entranhas mínimas do sujeito. Pronto a despertar. Também não sei até onde o controle de drogas atua. A psiqué é algo muuuito complicado, bem exemplifica a "unidade" para os problemas sociais. Se a sociedade surge, em ultima instância, do agrupamento de psiques complexas, não vai gerar um produto "simples", isso é claro.

Gilberto G. Arruda

Um texto interessante, mas muito polêmico. Não acredito só em causa bioplógica para sociopatia. Quando muito numa predisposição, No mais é probelma social. Não sou especialista, apenas estou chutando. Bom seria se algum especialista entrasse no debate. Mas não resta dúvida que Fátima Oliveira é muito boa nesses temas que a sociedade não se importa com eles.

Gerson Carneiro

Eitha tempo bom! Onde na escola a gente era aluno, e não cliente.
E em casa, quando eu aprontava alguma traquinagem painho me dizia:

– Fica queto que você não se guverna.

    Armando

    ê tempo bom caba véi

Ramalho

1

Temos a impressão de que os costumes de nossos pais sempre existiram antes deles, de que eram praticados por todos e de que foram o ápice do bom. Entende-se, muitos de nós mitificam os pais e, por extensão, seus costumes e ensinamentos, mas percepção é falsa.

Nada é mais mutável do que uso e costume, e, se partirmos da Idade Média, ver-se-á a inegável melhoria deles. Os costumes de nossos pais não existiram sempre, fizeram parte, apenas, de fugaz estágio do extremamente dinâmico processo de transformação social.

E não eram bons costumes. Na época deles, a repressão e o desrespeito ao gênero feminino eram infinitamente maiores do que agora. O que hoje se chama de pedofilia era prática frequente e aceita – mães de 13 e 14 anos eram comuns; a prostituição feminina vitimava jovens pobres – que se entregavam por um prato de comida, como escreveu Ari Barroso; à mulher – padrão – do lar era negado o prazer sexual, buscado pelo homem fora de casa invariavelmente; mulher apanhava e ficava calada; e por aí vai.

Ramalho

2

Naquela época, algumas famílias, como hoje, “protegiam bem” suas filhas – o que quer que “proteger bem” signifique –, mas que não haja ilusões: a “imoralidade” comia solta em outras – leia Nelson Rodrigues. Nos bolsões incultos pelo interior, em comunidades de pescadores Brasil afora e mesmo nas cidades o incesto era frequente, igualmente a poligamia, poliandria, sexo entre irmãos, infidelidade, havia de tudo, afinal, estas coisas vêm de longe…

Nossos pais comeram fogo, como nós, no torvelinho de mudanças de toda ordem, no qual a moral é a ética estão rapidamente mudando, e, pensando bem, juntando tudo, estamos nos saindo melhor do que eles no plano ético-moral no que tange à mulher. Infelizmente, porém, estamos produzindo descendência orientada para o prazer individual, avessa a compromisso, incompetente, materialista, fútil e arrogante. Neste aspecto, somos muito piores. O que vem pela frente, será interessante de ver, mas bem de longe.

Marcelo Feitosa

Fátima Oliveira, pelo que entendi, continua a discussão do seu artigo anterior, da semana passada. Muito bem. Também fiquei curioso com a pergunta que ela faz: "Insanos morais não guardam os carinhos recebidos e sentem que todos lhes devem tudo! Seria eficaz uma terapia que os ensine a cultivarem memórias balsâmicas?"
Há alguém da área de psiquiatria que responda ou faça comentários a respeito. Achei interessante a pergunta dela. É em assunto por demais sério para que algumas pessoas NORMAIS fiquem zuando e de modo grotesco.

Ed.

Dizem que as pessoas em geral não gostam de mudanças!
Outros dizem que elas não gostam é de ser mudadas…

O Brasileiro

Quando estou no trânsito fico achando que a prevalência desse transtorno é bem maior, pelo menos uns 10%!

alvinho

Orlando Bernades, não é que eu pensei o mesmo que voce? Sera que foi uma simples coencidecia? Agora que o Serra se enquadra direitinho nesse texto não tenho duvida que sim hehehehe

Alice Matos

Jairo Beraldo, para seu conhecimento insanos morais existem desde que o mundo é mundo. Nada a ver com a mulher afastada de caa por causa do trabalho. Vamos devagar com isso. Até porque as mulheres pobres, em todo o mundo, sempre foram mulheres trabalhadoras, para sustentar a família e não para comprar "seus alfinetes". Fosse esse o motivo, todos os filhos das mulheres trabalhadoras seriam insanos morais. Olhe ao seu redor e veja que não é bem assim. A causa, a origem do que Fátima Oliveira chama de insanos morais, não é social. Ela foi clara que essas pessoas nascem assim, faltando esse parafuso que permite absorverem ensinamentos morais. Certo que eu acho que famílias destroçadas podem favorecer mais o comportamento de insano moral. É um chute, eu não sei direito. E não queira que só as mulehres cuidem dos filhos. E pai serve pra que também? Sua posição é não apenas conservadora mas joga a culpa na mulher. pense mais.
No artigo quando Fátima Oliveira se refere à família dela estão presentes em suas memórias balsâmicas: o pai, a mãe, o avò e a avó. Percebeu? Um rol de pessoas cuidadoras .

    Juliana Paiva

    Muito bem lembrado, Alice.
    Mulheres chefes de família e trabalhadoras não eram exceções desde tempos coloniais. Essa visão de uma saída recente do ambiente doméstico para o mercado de trabalho é fruto do desconhecimento de uma historiografia brasileira renovada que coloca em xeque a visão machista, burguesa e romântica de que o segundo sexo ficava entre linhas e agulhas, vendo da janela de casa a história passar.
    Maria Odila Dias,por exemplo, em seu excelente livro Quotidiano e Poder aponta que 40% dos domicílios de SP no início do século XIX eram chefiados por mulheres sós.

    Jairo_Beraldo

    Obrigado por me fazer entender…voce trabalha com Dra. Sandra Cureau?

    Gerson Carneiro

    Cumpadi, cumpadi… tá arriliano os zôto aí? Fica queto que você não se guverna.
    Faça como eu, aproveita as brechas e só comenta o que sabe. Dexa de ser atentado.

    Gerson Carneiro

    Esse assunto aí nós num manja não cumpadi. Dexa a mulherada impaiz. Siga o conselho da dona Marta: "Relaxa…"

    Jairo_Beraldo

    E nessa de "relaxa", D. Marta,sexologa de longa data perdeu as eleições por saber demais..do Kassab!

    Gerson Carneiro

    É que ela viu, em Sun Palo, iscrivinhado em um recrame "Cá Sabe". Intão ela foi lá, saber.

    Jairo_Beraldo

    Vai sabê? Nóis nunKassab..

    Juliana Paiva

    Ué? Não entendi sua tentativa de ironizar, Jairo.
    Pq a Alice trabalharia com a procuradora serrista?
    Pq te alertou q as psicopatias não devem ser contabilizadas ou justificadas pelo fato da mulher não ter "abandanado os cuidados com o lar" recentemente…pela afirmação q mulher trabalha fora de casa há tempos?!

    É por essas e outras q acho q a Conceição escreve pouco no seu espaço feminista aqui. Pena.

Orlando Bernardes

Não sei porque mas quando leio este texto lembro-me logo do Serra. Por que será?

    klaus

    Ponha um texto sobre um picolé de limão e alguém consegue colocar o Serra na discussão. Fantástico!!!!!!!!!!!!!!!

Jairo_Beraldo

O distanciamento dos pais e avós dos filhos/netos, não tem criado esta nefasta posição sobre "insanos morais irrecuperáveis, pois não há ex-sociopata; não têm dó de ninguém; possuem memória afetiva distorcida: mesmo criados em ambientes emocionalmente saudáveis, sentem-se lesados"? Penso que a mulher, Dra. Fatima, se afastou muito da familia, e ela é a tonica da boa infancia, adolescencia e juventude. Essa mudança nos hábitos e costumes não seriam o motivo disso tudo?

    Claudio

    Então quer dizer que a culpa é das mulheres?
    Se elas tivessem ficado nos seus devidos lugares perto do borralho nada disso teria acontecido, né?
    Ora, faça-me o favor…

    Jairo_Beraldo

    Disse que as mulheres esqueceram seus filhos, Sr. Claudio….nada mais que isso. Tem cursos de interpretações de textos aos montes por aí. Faça um.

    Gerson Carneiro

    Cumpadi, e tu feiz curso de psicologia em qual povoado, aí no interior de Guias?
    Eu, puromenos fiz FAFUPI – Faculdade de Funilaria e Pintura.
    Hoje, graças ao Nosso Siô Padim Ciço tenho o curso completo de Ciências Ocultas e Letras Apagadas.

    Jairo_Beraldo

    Cumpadi, cê tá letrado hoje..elas alumiaru di novo!

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