Fátima Oliveira: Casamentos, desde sempre, são negócios que não exigem amor
Tempo de leitura: 2 minpor Fátima Oliveira, no Jornal OTEMPO
Médica – [email protected] @oliveirafatima_
Contradizendo o senso comum que mulheres são mais ciumentas do que os homens, os crimes passionais, ou “crimes de paixão”, têm incidência mais expressiva em homens, inclusive em casos de ciúme patológico seguidos de suicídio.
Em geral, homicídios perpetrados por mulheres acontecem em legítima defesa de suas vidas e são em número tão ínfimo que causam enorme surpresa.
Exemplifico com o assassinato e esquartejamento, sem características aparentes de premeditação, do bilionário Marcos Kitano Matsunaga, diretor executivo da Yoki, pela sua esposa Elize Araújo Kitano Matsunaga, em 19 de maio de 2012, sob a alegação de que atirou após de ter sido agredida e ouvido que, em caso de separação, ele queria a guarda da filha: “Eu conheço teu passado; vou levar teu passado para a Vara da Família”. Eis como uma criança perdeu o pai e a mãe.
Em análises de tragédias matrimoniais em que elementos de ódio estão presentes – assassinato seguido de esquartejamento -, cabe a desconfiança rosiana (“Há qualquer coisa no ar além dos aviões da Panair…”) e os rigores da lei. Nem mais, nem menos.
Tentando não cair numa disfunção dos lobos frontais, é preciso cautela para não fazer juízo de valor, supervalorizando os motivos pelos quais alguém pratica homicídio, pois nenhum motivo é grande o bastante que justifique matar. Todavia, no fundo, no fundo, a convivência cotidiana é a forma mais precisa de conhecimento do contexto de crimes catalogados como de defesa da própria vida, como disse Ana de Assis: “Eu é que posso escrever sobre Euclides… Vivemos juntos. Dormimos no mesmo quarto”.
Como no conto da escritora acreana Leila Jalul “Rosa dos ventos”: cansada das traições em série do marido, Maristela, com a ajuda dos irmãos, deu um basta: com uma peixeira amolada, e faiscando de ódio, rasgou “as calças do sestroso e, vapt! vapt! Não deu conta de decepar o rolete por inteiro, deixando para Mário o final da tarefa. Feito isso, suando e estuporada, pede que sejam feitos quatro filés e os acomoda num saco plástico”: jogou um filé de pênis na soleira da casa da amante; o segundo, na casa da mãe dele; o terceiro, na porta da igreja onde casaram; e o quarto, lavou, salgou e colocou para secar no Sol! “Não sabia a razão do gesto, mesmo assim, não custava” (in “Minhas Vidas Alheias”, Clube dos Autores, 2011).
O advogado de defesa, Luciano de Freitas Santoro, afirmou que “Elize perdeu tudo. O crime não teve nenhuma motivação econômica… O mais vantajoso era ela se separar e pedir uma pensão, mas perdeu a cabeça”. Em tese, pois os casamentos, desde sempre, são negócios que podem prescindir, inclusive, do amor.
Na Idade Média, a escolha do noivo era questão de família e/ou o noivo “comprava” a noiva: “o casamento como um ato de aquisição”, exceto na Inglaterra, onde o padrão de nupcialidade era tardio, mas considerava as possibilidades financeiras: “Somente constituíam família quando dispunham de renda suficiente”.
O comum ainda é o casamento entre iguais, sendo os ditos “contos de fada”, tipo Elize & Marcos, raríssimos até hoje, como corroboram dados demográficos que constatam que, majoritariamente, os casamentos se dão entre pessoas do mesmo meio social. Ou seja, no jogo de interesses do casamento contemporâneo, o caráter intraclasse é a regra, sendo as exceções inerentemente complicadas no cotidiano, pela supremacia de poder de quem detém o dinheiro, que se acha dono da vida e da alma da pessoa pobre e da pobre pessoa com quem convive.
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Comentários
Tetê
O advogado Luiz Flávio D’Urso ainda não se achou na defesa. Incrível!
O advogado Luiz Flávio D’Urso, contratado pela família do empresário Marcos Matsunaga, afirmou nesta quinta-feira que o laudo do Instituto Médico Legal sobre o assassinato do ex-executivo da Yoki aponta para uma “reviravolta” no caso. De acordo com D’Urso, os dados levantados pela perícia contradizem a versão de Elize Matsunaga, assassina confessa de Marcos. Segundo o advogado, a vítima estava viva quando foi decapitada pela mulher. Procurada, a Polícia Civil não confirma, nem desmente as informações.
“O laudo aponta como causas mortis asfixia por sangue em consequência de uma decapitação. Esse sangue o asfixiou, levando-o à morte. Se estava respirando neste momento, ele, logicamente, ainda estava vivo”, concluiu.
http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI5837457-EI5030,00-Executivo+da+Yoki+foi+decapitado+ainda+vivo+diz+advogado.html
Wildner Arcanjo
Só posso dizer uma coisa.
Foi homicídio, no mínimo duplamente qualificado. As razões, só ela e o defunto sabem. O resto é história para vender comercial. Com relação a ela ser prostituta ou não pergunto eu: ao quê isso interessa no inquérito? Novamente, informação que se presta somente para vender comercial.
Afinal de contas, se não fossem os comerciais (em banners de internet, nos intervalos de programação ou nas páginas de revistas) o que seria de nossa Imprensa (desta vez escrito corretamente, por favor) Tupiniquim?
Segue a fanfarra…
Apavorado por Vírus e Bactérias
Servem para jogá-la ainda mais no fosso da opinião pública e aí ela será condenada do modo mais nefasto. É a opressão dos poderosos. É só ver quem é o seu advogado.
Apavorado por Vírus e Bactérias
Digo, o advogado do falecido.
Marcelo de Matos
(parte 2) “É assim porque envolve alguma dimensão de afeto, que, em psicanálise, diz respeito a qualquer emoção e sentimento. Assim, angústia é afeto, raiva é afeto. São relações que têm dimensão afetiva e realização sexual, afirma Almira Rodrigues, doutora em sociologia pela Universidade de Brasília”. Como se vê, é uma discussão sem fim.
Marcelo de Matos
(parte 1) Quando ocorre um crime que faz a alegria da mídia, como esse, é comum o surgimento de psicólogos, especialistas em crime, sexo e relacionamentos amorosos para darem suas opiniões. O UOL foi ouvir uma pá deles: http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2012/06/14/tabus-preconceitos-e-desejo-de-concretizar-fantasias-explicam-a-procura-por-prostitutas.htm É a tentativa de explicar o inexplicável. Por que o homem procura prostitutas? A pergunta poderia ser outra: por que vai beber no bar quando poderia fazê-lo em casa? A procura do bar, ou da prostituta, ou garota de programa, é encarada como uma desadaptação social ou inadequação psíquica. “Não ter vínculo afetivo é importante para os homens”, diz a antropóloga Elisiane Pasini. Mas, é contestada: “A relação entre cliente e prostituta não é totalmente destituída de sentimentos, ainda que seja breve. Mesmo sendo comercializada, é uma relação afetivo-sexual”.
mariana …
Gerson, gostei muito do seu comentário!
” não faça da sua ótima condição sócio-econômica razão para humilhar pessoas.”
Eline
O julgamento de Elize já começou. Desde o dia em que ela foi presa, bem antes de confessar o crime. O advogado da família está feito barata tonta.
1. Quis começar pelo campo da moral, mas Santoro foi mais hábil declarando logo que Elize havia sido prostituta;
2. Quis duvidar da paternidade da filha do casal, deu com os burros nágua e ganhou a antipatia da opinião pública – os avós paternos não levaram a neta para casa – o que muita gente está condenando, pois era o esperado, já que a mãe está doente e mora em outra cidade; declarou que a família queria teste de DNA e depois teve de se desmentir;
3. Agora, hoje, aparece o laudo de uma suposta decapitação do Marcos ainda vivo – tais laudos com certeza serão demolidos pelo advogado Santoro, a não ser que Elize tenha mentido em seu depoimento – a tese agora é de fazer com que a opinião pública declare Elize uma monstra.
Tudo bem que o que ela praticou um crime que eu considero cruel, mas daí a dizer que ela matou o marido aos pouquinhos tem uma diferença muito grande, emnbora o resultado seja mesmo a morte. A linha é pegar o COMO para condená-la à maior pena porque os atenuantes dela estão sendo bem trabalhados pelo advogado Santoro, que até agora está se saindo melhor que o D’Urso
Vlad
“Nenhum motivo é grande o bastante que justifique matar”
Deixa os anti-abortistas radicais lerem essa frase de chamada da matéria.
hahaha
Não é fácil, né mesmo?!
Essas palavras nenhum, nunca, sempre, etc., não raro nos metem em sinuca de bico.
Jarlindo
Sr. Vlad,
Discordo inteiramente do senhor pois, na questão do aborto não há como comparar com homicídio.
“Ovo (ainda que galado) não é pinto”.
Tetê
Vlad, sua provocação não será aceita. Aborto não é crime! Se antene!
Respeitamos seu luto. Mas se acalme. Tome uma Maracugina e chá de alho. E aguarde, pois sua orfanddade durou pouco. Deu no ComTextoLivre:
Morre Dom Luiz Gonzaga Bergonzini. Serra assume
http://contextolivre.blogspot.com.br/2012/06/morre-dom-luiz-gonzaga-bergonzini-serra.html
Vlad
Vocês tem razão; o exemplo foi mal escolhido.
Troquemos pela eutanásia, então.
Apavorado por Vírus e Bactérias
O sujeito morreu emaranhado no enredo por ele construído. Elize foi a segunda vítima. A primeira foi sua primeira esposa. Ele iria repetir, ao que tudo indica, a história de Elize. E como era dono de Elize,acostumado a ditar as regras e elas serem obedecidas, como se obedece a um menino reizinho mimado, achou que estaria no controle da situação. No entanto, encontrou uma Elize espumando de raiva com a repetida traição. Descontrolada, fez tudo aquilo que já conhecemos. História terrível para ambos e pior para a criança, que ficou praticamente sem pais. Tudo que Elize contou deve ser verdade – a briga, os tapas e as ameaças. O sujeito brincou com fogo e se queimou rapidamente. Agora, Elize, infelizmente, vai pagar pelo descontrole. Não tem santo nessa história, ainda mais quando colocam Elize nua de bruços. Elize devia tirar dinheiro dessa história, processando TVs e jornais pela exposição indevida.
Vlad
Além de psicólogo de botequim, é fofoqueiro.
Apavorado por Vírus e Bactérias
Grande esperto, não tem nada de fofoca nem de psicologia nessa história. Estão sacrificando a mulher sem ver as atrocidades cometidas pelo outro lado. Seja um pouco mais inteligente em suas colocações.
Tetê
Um bom comentário. Parabéns pelo esforço de análise.
Tetê
E acho que é o caminho que ela vai trilhar. Vejam bem que com o aparecimento do SEGUNDO laudo, o advogado dela está calado. Já provou que ela foi traída, o que é PONTO para a defesa dela!
…………..
Traição vai ajudar Elize Matsunaga no tribunal
Criminalistas afirmam que infidelidade de executivo da Yoki pode diminuir a pena da assassina confessaFabio Pagotto e Agência O Globo
[email protected]
http://diariosp.com.br/noticia/detalhe/24877/Traicao+vai+ajudar+Elize+Matsunaga+no+tribunal
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O SEGUNDO laudo tem quais características? Mostrá-la CRUEL, ao máximo do insuportável pela opinião pública, que tem se mostrado de algum modo condescendente com ela.
Legista diz ‘não ter dúvida’ de que executivo da Yoki foi decapitado vivo
Jorge de Oliveira reafirma resultado de laudo do corpo de Marcos Matsunaga.
Mulher do empresário, Elize Matsunaga, confessou ter esquartejado marido.
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2012/06/legista-diz-nao-ter-duvida-de-que-executivo-da-yoki-foi-decapitado-vivo.html
MAS SANTORO AINDA NÃO SE PRONUNCIOU A RESPEITO
Indio Tupi
Aqui do Alto Xingu, os índios lembram que:
1. a sexualidade humana é diferente da animal, eis que não apenas é transformada ou civilizada, mas, mais radicalmente, mudada em sua verdadeira substância: não é mais o impulso instintivo para a reprodução, mas um impulso que se encontra em si mesmo oposto em relação à sua meta natural (reprodução) e, por isso, explode em uma infinita, propriamente meta-física, paixão.
2. O tornar-se cultural da sexualidade é, assim, o não tornar-se cultural da natureza, mas uma tentativa de domesticar o excesso propriamente não-natural da Paixão sexual meta-física.
3. Assim, não é apenas que a sexualidade seja a substancia animal que é, então, “extraída” nos modos e rituais civilizados, mas, o próprio excesso de sexualidade — sexualidade como uma Paixão incondicional que ameaça explodir todas restrições “civilizadas” — resulta da Cultura.
4. O Cristianismo se opôs à sexualidade não porque nela nossa “baixa natureza” explode, mas precisamente porque a sexualidade compete com a espiritualidade pura como a meta-fisica primordial.
5. A hipotese Freudiana é que a passagem dos instintos animais à própria sexualidade é o passo primordial do domínio físico da vida biológica (animal) para a meta-física, à eternidade e à imortalidade, a um nível que é heterogêneo em relação ao ciclo biológico da geração e da corrupção. Platão estava ciente disso quando escreveu sobre Eros, a vinculação erótica a um belo corpo como o primeiro passo em nosso rumo ao Bem supremo. Cristãos perspicazes, como Simone Weil, discernem na persistente sexualidade um impulso para o Absoluto.
6. A sexualidade humana é caracterizada pelo impossibilidade do atingimento de seu objetivo, e essa impossibilkidade cosntitutiva a eternaliza, tal como nos mitos sobre os grandes amantes, cujo amor persiste além da vida e da morte.
8. A Cristandade concebe esse excesso propriamente meta-físico da sexualidade como um distúrbio a ser eliminado, de modo que, assim, paradoxalmente, é o próprio Cristianismo (especialmente o Catolicismo) que deseja se livrar de sua competidora reduzindo a sexualidade à sua função animal da procriação: o Cristianismo deseja “normalizar” a sexualidade, espiritualizá-la, impondo-na um envelope externo de espiritualidade — o sexo deve ocorrer numa relação amorosa e com relação apenas a um parceiro(a) e assim por diante –, por esse modo, obliterando sua dimensão espiritual imanente, a dimensão da paixão incondicional.
9. Embora uma pessoa contraia casamento voluntariamente, cedendo sua autonomia por meio da imersão no imediato ou na unidade substancial da família (que funciona em relação ao mundo externo como uma unidade), a função da ffamília é o oposto exato de tal união substancial: é a de educar os nela nascidos a abandonar seus parentes familiares e seguir sua caminhada independente dela. Assim, a primeira lição do casamento é, assim, que o objetivo último de toda unidade ética substancial é a de dissolver-se para dar lugar a indivíduos que afirmarão sua plena autonomia contra a unidade substancial que os gerou.
10. O casamento não em natureza contratual, eis que, embora começe por meio de um contrato, o casamento visa transcender esse ponto de partida, o do contrato, em que as pessoas são consideradas como unidades subsistentes. O contrato matrimonial é um pacto entre dois ou mais indivíduos autônomos, cada um dos quais retem sua liberdade abstrata, mas subordinando-a à uma unidade ética superior. O verdadeiro núcleo do casamento é o próprio amor apaixonado, e o casamento não é meramente um aspecto externo, eis que, nele, reside o núcleo verdadeiro do casamento.
Wildner Arcanjo
Esse índio é um danado mesmo. Um dia, se Deus quiser, eu volto a ser índio também!
Fátima Oliveira
Car@s, obrigada pelos comentários.
Um assunto muito triste. Há um crime com criminosa confessa. O esperado é que vá a juri e seja condenada. Há elementos suficientes para uma condenação, ou seja para que haja justiça terrena.
No entanto o que causa espanto também são as jogadas por dinheiro que estão aparecendo. Não deveria ter ficado espantada porque os ricos são sempre ridículos quando há dinheiro em jogo…
Dei minha opinião hoje no twitter.
Caso Elize X Marcos: a arte de meter o pé no jacá…
A arte de meter o pé no jacá VI: Santoro nadando de braçada: Fico muito triste qdo vejo 1 injustiça desta com 1 criança http://migre.me/9uabl
A arte de meter o pé no jacá V – Santoro, de luva de pelica: A criança jamais precisaria passar por esse trauma http://migre.me/9u9pr
A arte de meter o pé no jacá IV: na toada que ia, D’Urso (pedir DNA da filha do casal) santificaria Elize http://migre.me/9u96i
A arte de meter o pé no jacá III: Diz agora D’Urso: “Ñ há nenhum dado que gere desconfiança c/ relação à paternidade” http://migre.me/9u8iU
A arte de meter o pé no jacá II. Caso Yoki – família diz não duvidar de paternidade (após críticas de todo lado) http://migre.me/9u8iU
A arte de meter o pé no jacá I: Caso Yoki -Família Matsunaga quer DNA para comprovar paternidade de executivo morto http://migre.me/9u8bg
Eline
Há algo de muito complicado nos laudos que estão sendo divulgados hoje. Elize diz que esquartejou o corpo DEZ horas depois do tiro fatal.
Acaba de sair que Marcus pode ter sido decapitado ainda vivo. Aí tem. Há um problema a desvendar por aí…
Executivo da Yoki foi decapitado ainda vivo, suspeita polícia
ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO
DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), da Polícia Civil, investiga se o executivo Marcos Matsunaga, 42, foi decapitado pela mulher, Elize Matsunga, 30, quando ainda agonizava após ter sido baleado por ela com um tiro de pistola 380 na cabeça.
No laudo necroscópico sobre a morte do executivo consta como causa da morte o seguinte: “choque traumático (traumatismo craniano) associado a asfixia respiratória por sangue aspirado devido a decapitação”.
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1104833-executivo-da-yoki-foi-decapitado-ainda-vivo-suspeita-policia.shtml
Tetê
Eline, há DOIS laudos, diferentes. Qual é o VERDADEIRO?
Vejamos:
Dia 13 de junho
Laudo: executivo da Yoki morreu por ferimento de tiro na cabeça
http://migre.me/9uDpJ
Dia 15 de junho
Executivo da Yoki foi decapitado ainda vivo, diz advogado
“O laudo aponta como causas mortis asfixia por sangue em consequência de uma decapitação. Esse sangue o asfixiou, levando-o à morte. Se estava respirando neste momento, ele, logicamente, ainda estava vivo”, concluiu.
http://migre.me/9uDop
Elias
Se Elize não tivesse esquartejado Marcos, se fosse à polícia e confessasse que matou o marido pelos motivos que ela disse que a levou a matá-lo, possivelmente a tese de crime passional seria convincente. Longe de tentar julgá-la, penso que egoísmo e ódio confundiram sua mente levando-a emaranhar-se nesse enredo tão macabro.
Mari
O brilhante advogado DÚrso perdeu o pé da acusação ao falar as bobagens que falou sobre pedir DNA da filha de Elize e Marcos. Foi no TUDO por dinheiro e se estrepou, pois ganhou a antipatia da opinião pública ao envolver a criança desnecessariamente. Enquanto Santoro, advogado de Elize vai num brilho incomum.
D’Urso percebeu a mancada e tenta se desdizer, agora Inês é morta. Favoreceu enormemente a defesa de Elize, ou seja, os atenuantes do crime se fortalecem por conta de uma mancada do brilhante advogado da Família Kitano Matsunaga.
Marcelo de Matos
Precisei fazer uma breve pesquisa para me dar conta que a série de crimes da mala, no Brasil, talvez tenha se iniciado na década de 20, com um imigrante italiano. O mais antigo que me recordo foi o do chamado “monstro de Arthur Alvim”, nome dado, talvez, por analogia com o mostro de Florença, serial killer não identificado que mutilava mulheres. O monstro de Arthur Alvim, bairro da zona leste de São Paulo era um alfaiate que morava em uma pensão. A sociedade da época imaginava que ele seria condenado a trinta anos de reclusão, mas, foi absolvido… Elize poderia ter a mesma sorte? Aí entra uma questão para os aficionados em sociologia do Direito, ou qualquer treco assim. Na minha ignorância imagino que há uma diferença essencial. O monstro de Arthur Alvim era um pobre diabo que matou uma prostituta. Elize, ex-garota de programa, no caso, não foi a vítima, mas, quem matou um grande empresário. No formalismo da CF todos são iguais perante a lei. Não vou dizer que alguns são “mais iguais”, embora reconheça que um bom advogado ajuda muito.
Moacir Moreira
Casamento é uma instituição burguesa que visa apenas assegurar o direito de herança para que os futuros filhos de ricos não precisem trabalhar para comer.
Marta
Temos um assassinato envolvendo um bilionário paulistano com todas as características de viciado sexual em prostitutas. O resto é detalhe. O vício sexual do morto é o mote de tudo, em torno do qual ele construiu sua vida pessoal e nela se enredou até à morte.
VÍCIO SEXUAL – O QUE É ISSO?
O vício sexual é, em sua forma mais simples, o desejo sexual normal que se tornou obsessivo ao ponto do comportamento ficar fora de controle. A dependência sexual também é conhecida como um vício ‘comportamental’, ao contrário do vício de substâncias como o álcool e drogas. Em um vício comportamental, o sentimento de euforia (ou “estímulo”) surge da liberação de químicos no cérebro, ao invés de uma fonte externa. À medida que a mente se acostuma com esses químicos, ela continua procurando por outras fontes que produzem o mesmo efeito. Esse sentimento pode se originar de comida, do aumento repentino da adrenalina em uma competição, ao colocar-se em situações perigosas ou através do estímulo sexual. O vício sexual pode tomar várias formas, do uso de pornografia e masturbação a vários romances sexuais, relações com prostitutas e voyeurismo. Em casos extremos, o vício sexual pode envolver moléstia, estupro e até assassinato. As muitas formas de vício sexual têm uma coisa em comum: o comportamento é feito em segredo, e o viciado passa a ser um craque em esconder esse segredo até das pessoas mais íntimas.
http://www.allaboutlifechallenges.org/portuguese/vicio-sexual.htm
Marcelo de Matos
Marta: discordo da sua tese sobre o vício sexual. A maioria dos homens gostaria de cultivar esse vício desde que: 1. Tivesse grana; 2. Fosse desimpedido ou sua esposa não se importasse. Quando eu viajava para o sul, a trabalho, certa vez fiquei em um hotel cinco estrelas recém-inaugurado. Meu colega de trabalho elogiou o hotel e brincou com o mensageiro: só faltou uma loirinha de olhos azuis. O mensageiro disse que isso não era problema. Cinco minutos depois bateu na porta com um book que exibia as mais belas louras do sul. Se algum viajante se acostumar a pedir uma dessas garotas como acompanhante você o classificará como viciado sexual? Mulher é um ser difícil de administrar. Para um executivo com pouco tempo disponível é melhor contratar. Se o cara, com muita grana, quer sair com garotas jovens e bonitas e não tem pinta de George Clooney, a solução é o book.
Marcelo de Matos
Certa vez conversei com um escritor nissei, ou japonês, autor de vários livros publicados no Brasil. Ele disse que as multinacionais japonesas costumam destinar uma verba especial para que seus executivos saiam de vez em quando e se divirtam em boates com gueixas. No caso, esses executivos estão apenas combatendo o estresse ou devem ser classificados como viciados sexuais?
Mari
De acordo com amante, empresário tinha medo que esposa fizesse algo contra ele
Em depoimento, a amante do executivo deu detalhes do relacionamento dos dois
Em depoimento à Polícia Civil, a amante do empresário Marcos Kitano Matsunaga, diretor executivo da Yoki, afirmou que tinha um caso com ele desde o início deste ano. De acordo com ela, eles se viam toda semana desde o dia 13 de fevereiro e Marcos já tinha relatado que o casamento com Elize não ia bem. Segundo a jovem, ele teria dito, inclusive, que tinha medo que Elize fizesse algo contra ele.
http://noticias.r7.com/sao-paulo/noticias/de-acordo-com-amante-empresario-tinha-medo-que-esposa-fizesse-algo-contra-ele-20120612.html
Mari
Comentário de Jocasta, no Tá Lubrinando- escritos da Chapada do Arapari:
Muito difícil de opinar. Entendo que ela cometeu um crime sob forte emoção e depois ainda teve forças, com certeza sob a raiva que sentia, para ser cruel, ao esquartejá-lo. Também acho que ela precisava se livrar do corpo em meio àquela agonia após o assassinato.
Porém, seu artigo é muito claro e sereno. Não a defende, mas contextualiza, fornece elementos para que não façamos juízos apressados. Nesse sentido citar a frase de Ana de Assis foi muito pertinente.
Rogério Ferraz Alencar
Maria das Graças, acho que a legítima defesa, da pessoa ou de outrem, justifica que se mate. Não quero nem me ater ao aspecto jurídico. Por exemplo: aquele sequestro de ônibus no Rio de Janeiro, que terminou com a morte de uma professora. Se o soldado, ao atacar o sequestrador, o tivesse matado, acho que a morte estaria plenamente justificada. Naquele caso de Eloá Pimentel, em São Paulo: se a polícia tivesse matado Lindeberg Alves, a morte dele, para mim, estaria justificada. Nos dois casos, a não morte dos dois sequestradores findou com a morte das duas reféns.
Elias
Só um reparo, Rogério, o sequestrador do ônibus 174, no RJ, foi morto asfixiado dentro da viatura policial. Quanto a Lindemberg Alves, sim, esse está preso.
maria meneses
Há declarações de conhecidos do rapaz que ele andava com medo de que ele lhe fizesse algo.Mesmo assim tripudiou. Uma pena para todos. Trste história.
Marcelo de Matos
Ele, de certa forma, concorreu para o resultado. Nunca vi marido algum dar um curso de tiro e uma pistola para a esposa. Eu, se pudesse, tiraria todas as facas aqui de casa.
Paulo
Marcelo, rapaz deixe de ser pessimista em relação às suas facas caseiras. Mas tome cuidado. Claro que Marcos não levou a Elize pra aulas de tiro e deu armas com pensamentos negativos, apenas era uma ficcionado por armas, logo era natural que iniciasse a esposa em seu hobby. O resto é fatalidade.
fatimacoelho
nnão concordo com este crime ,tira a vida de uma pessoa jamai.mais que vcs homem estão com medinho taaaaaaaaaaaaaaaa
Gerson Carneiro
Corpo de uma mulher encontrado esquartejado em um latão de lixo hoje em São Paulo.
PS: Não era dona da Yoki (por isso ninguém ouviu falar).
Lu Witovisk
Isso ai Gerson!!
Sônia Bulhões
Ótima sua consideração Gerson Carneiro. Assino embaixo. Não sei tudo sobre esse crime, mas o pouco que pude assimilar, houve muita falta de respeito. Não sou advogado do diabo, mas pense numa pessoa humilhada pelo seu par, por sua condição anterior ou posterior também, pois os casamentos numa situação dessa ou, até pela lei, são com separação de bens, mas não justifica um dos lado ficar passando na cara : – você, sua pobretona etc. etc. Olha desgasta qualquer relação, suscita ódio e ressentimento. Junte-se à traição, à agressões físicas ou com palavras, tá feito o bolo da discórdia.
eujasabia
Que coitadinha. É mulher e isso, por si, já é uma atenuante, não é mesmo? Além do mais, veio de origem pobre… Ele? Um monstro! Enganava a coitadinha. Dava carro de presente pra amante. Onde já se viu? Fez a coitadinha perder a cabeça e, num surto de ira (que certamente durou várias horas) atirou no marido e o esquartejou. Tudo assim, sem premeditar, sem pensar, sem pestanejar. Que mundo mais machista, gente! Tô pasmo.
Maria das Graças Reis
Qual a graça senhor? Há uma desgraça, um crime e o senhor faz graça? Conseguiu demonstrar o quanto é um machista ridículo. Todo criminoso confesso tem direito à defesa. É a lei.
E no caso Elize & Marcos, ela terá defesa, tudo dentro da lei. E, ainda, conforme a lei, o crime por ela cometido tem uma lista enorme de atenuantes. Todos reais. Cada vez mais reais. E o bom advogado que a defende, agirá dentro lei e saberá fazer valer os direitos dela. Ou o nobre senhor acha que quem comete crimes deve ser julgado pela opinião pública apenas, ou somente por canalhas e cafajestes que fazem gracinha com crimes?
Apavorado por Vírus e Bactérias
Ô Maria não se enerve.
Ele já sabia. Será que ele é o Pai Padim Irimão do Santo Aborto no Chile?
Gerson Carneiro
Família do Marcos Kitano vai pedir exame de DNA para confirmar a paternidade da filha do casal.
As crianças, que não t~em culpa alguma, sempre acabam arcando com o ônus do desequilíbrio dos pais.
Rogério Ferraz Alencar
“…pois nenhum motivo é grande o bastante que justifique matar….” Há controvérsia. Legítima defesa, por exemplo, justifica matar.
Maria das Graças Reis
Rogério a legítima defesa não JUSTIFICA matar, atenua o crime; assim entendo.
“A legítima defesa é a segunda causa de exclusão da antijuridicidade prevista pelo artigo 23 do Código Penal, e está regulada no artigo 25 do mesmo ordenamento: “Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente os meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”.
Segundo NUCCI, “é a defesa necessária empreendida contra agressão injusta, atual ou iminente, contra direito próprio ou de terceiro, usando, para tanto, moderadamente, os meios necessários.”
http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=1577
Orivaldo Guimarães de Paula Filho
O problema éa instituição do casamento e os filhos, prende e acaba com toda a alegria que possa existir em um relacionamento. O ideal é não casar e não ter filhos, e a felicidade será a tônica.
Leonardo Ribeiro
Estranho você avaliar como ideal uma condição que levaria você a não ser.
Willian
Tá com raiva, mata, mas não esquarteja.
Mari
William: Nem matar e nem esquartejar, eis a regra civilizatória. Matar é um ato de extrema violência, a vontade de anular e calar para sempre o outro. Acho que não temos tal direito. Esqartejar, mutilar é um ato de ódio brutal.
Aracy
Sem julgar Elize e Marcos, afinal, quem ama não mata, fica o ensinamento de José Ângelo Gaiarsa: não se estimula o amor no mundo porque o amor é um dos niveladores da pirâmide social. Quando patrão e secretária, médica e enfermeiro, patroa e empregado se amam, rui toda a estrutura de repressão familiar e social. Trair pode; amar não pode.
laura
Sinto muito, mas a mulher não agiu ” em legitima defesa” ;o assassinato, em ato impensado ou não FOI DELA. Ele não era flor que se cheire, mas ela também não. Ela matou e não é ela a vítima. Ele a ameaçou, ela também. Afinal ia perde a grana a qual teve acesso com esse “casamento”.Não dá para pensar que “mulheres em princípio são vítimas”. Feminismo não é vitimismo. ela não era uma “pobre” indefesa, mas, aparentemente, uma aproveitadora. E ele, bem, vivia essa vida que escolhera, a procura de mulheres que transavam com ele por dinheiro( Não comprou um carro para a nova amante?) Que tristeza! De todos os lados.
carlos dias
Pessoal… sem querer simplificar demais as coisas.. Mas é inútil especular demais.. a mulher é meio doida…..
Marcelo de Matos
“All lovers are deranged”, isto é, todos os amantes são loucos. É o que diz a música de David Gilmour: http://letras.terra.com.br/david-gilmour/520416/traducao.html Não só a música, mas, a literatura também narra inúmeros casos dessa loucura. Se estivéssemos aqui falando de Doca Street e Pimenta Neves, que mataram as namoradas, não sei se alguém diria que eram doidos.
carlos dias
Concordo com voce.. Eu apenas mostrei que é inútil neste espaço traçarmos um perfil desse tipo de criminoso.. falei “meio doida” como uma forma popular de dizer: sofre algum problema além da nossa capacidade imediata e distante de escrutínio. Apenas isso, não confundir com insanidade.
Roberto Oliveira
Já assisti vários documentários sobre assassinatos e este tem características de premeditação. O assassino que comete o crime dominado pelas emoções, acaba caindo em si depois e foge quando não se entrega. No caso da Elize, parece (pelo que foi publicado) que ela tinha suas ações já planejadas e acreditou que não seria descoberta, embora suas atitudes posteriores revelem uma traição de sua consciência deixando evidências claras. Crimes passionais costumam apresentar vítimas golpeadas várias vezes por qualquer tipo de arma, já este caso tem mais característica de execução. Ao que parece, Elize condenou o esposo à morte baseada em algo mais que a simples traição. Além da disputa de poder familiar entre os dois, é suspeitável que essa mulher já tenha um histórico emocional de abandono ou domínio masculino com o qual ela não suportaria reviver. Ressentimentos também obscurecem a razão e levam a crimes premeditados.
Júlio De Bem
Será que as feministas vao defender uma “lei Matsunaga” tbm ? Ah mas a assassina disse que levou um tapa no rosto do sem vergonha, então tudo bem, pode meter bala, afinal ele é homem, a lei está elas.
Rosilda Borges Lucena
Por acaso o caro comentarista não leu que o feminismo EXIGE sempre os rigores da LEI para crimes, independente do gênero de quem o coemteu?
Pois então leia:
“Em análises de tragédias matrimoniais em que elementos de ódio estão presentes – assassinato seguido de esquartejamento -, cabe a desconfiança rosiana (“Há qualquer coisa no ar além dos aviões da Panair…”) e os rigores da lei. Nem mais, nem menos”).
Terezinha
Bom, há vários motivos que os homens alegam para procurar uma profissional do sexo, mas explicarei os três principais que atendem a 90% dos casos. Segue:
PRESSÃO DA SOCIEDADE – Esse ocorre geralmente com garotos mais novos (as vezes com alguns nerds mais velhos). Quando o homem se aproxima dos 16, 17 anos e ainda não transou com nenhuma garota e todos os seus amigos já, começa a tiração de sarro pelo fato dele ser virgem. Acontece que muitos garotos dessa idade não tem a mínima noção de como desvirginar uma garota e como a sua personalidade ainda está sendo moldada ele é mais propenso a ir numa “casa de massagem” para resolver o problema. Eu me enquadro nesse perfil. Infelizmente acabei recorrendo ao serviço de uma profissional por imaturidade e me arrependi profundamente, pois na epóca havia uma ficante que poderia ser minha primeira garota, mas eu tinha medo de falhar.
AUSÊNCIA DE FEEDBACK – Há homens que assim como os adolescentes citados anteriormente, são inseguros quanto ao sexo. Isso se deve a várias causas como pinto pequeno, vergonha do corpo, problemas de ereção ou de ejaculação precoce, e por ai vai. Outros querem apenas dar umazinha e depois desejar que sua parceira suma de sua frente. O problema é que se eles transarem com uma garota normal, as chances dela falar mal de seu desempenho (para as amigas) ou azucrinar no seu ouvido depois do sexo são enormes. Logo, para evitar feedbacks de suas parceiras, contratam uma profissional que não vai reclamar nem falar mal pra ninguém do rapaz.
PARCERIA SEM SAL – Esse geralmente acomete os homens mais velhos. Muitas mulheres depois de determinado tempo de casamento/namoro acabam virando uma sapa, outras apesar de serem ótimas parceiras socialmente, na cama são um fracasso seja por ficarem só no papai e mamãe ou por serem frígidas. Como o cara não quer perder a compania de sua parceira, acaba satisfazendo suas necessidades sexuais com uma profissional.
Apesar de listar os motivos, eu não acho certo a procura desse tipo de profissional. Não por demagogia, pois eu não acredito que ninguém vai pra essa vida por falta de opção. Mas, pela burrice de pagar por algo que hoje em dia é tão fácil de se conseguir de graça.
http://www.manualdocafajeste.com/2007/09/19/por-que-homens-procuram-putas/
Willian
Terezinha, u-hu! Realmente, realmente, quem escreveu isto não entende nada de prostituição. Ou de homens. Ou mulheres. Vai levar o Troféu Abacaxi, realmente!
Graciete Lobão
Há homens que gostam de prostitutas e só de prostitutas, deve haver um nome para tal fato, que não sei; é algo como uma disfunção sexual, sei lá. É o que parece no caso do casal. Tão logo a mulher teve filho, virou uma santa na cultura do marido e ele voltou a procurar prostitutas. Há estudos que dizem em torno de 50% dos homens habituais da pártica do fio-terra; gostam de ser dominados, através de diferentes práticas bizarras. Acredito que pode se por aí.
Roberto Oliveira
Quando a mulher se torna mãe, ela dedica atenção total ao seu rebento. Nesta ocasião os maridos se sentem “abandonados” e aí é que procuram por outras mulheres.
Rô
É uma desculpa bandida e esfarrapada
Marcelo de Matos
Não acredito que Elise tenha casado por interesse: pelo menos esse não deve ter sido o móvel principal da união. As mulheres costumam ser românticas: um casamento de princesa pode valer mais para elas que uma arca cheia de ouro. Daniela Cicarelli deve ter se sentindo a pessoa mais feliz do mundo ao se casar com o Fenômeno no castelo Chantilly. Elise, em seu provincianismo, deve ter acreditado no amor e … amado. Só o amor frustrado explica o tiro desferido em Marcos. O esquartejamento é outra estória. O autor do crime da mala original foi absolvido pela Justiça que considerou o esquartejamento uma decorrência das circunstâncias.
Rodrigo Leme
A questão é: quando a(o) amante vira sua esposa/marido, você está trazendo uma relação para casa que já começa com falhas. Pq é inevitável que a pessoa que era a(o) outra(o) vai sempre pensar se o mesmo vai acontecer com ela.
A semente de qualquer relacionamento podre e a falta de confiança.
Marcelo de Matos
(parte 3) O criminoso era um alfaiate, rapaz tímido que levou uma prostituta para a pensão onde morava. A certa altura ela começou a gritar e ele tapou sua boca até sufoca-la. Há outros detalhes que não irei contar. Aviso aos neoliberais: todos são iguais perante a lei, mas, em qualquer regime político, há os que são “mais iguais”. Marcos é um empresário rico. Como se isso não bastasse o advogado de sua família é o presidente da OAB. Por isso, talvez, a sorte de Elise seja um pouco diferente da do alfaiate. Aviso às feministas: o Datena fala todo dia que “estão matando nossas mulheres”. O ser humano é feito do mesmo barro: homens e mulheres conseguem ser cruéis em determinadas circunstâncias.
Marcelo de Matos
(parte 2) Em Curitiba é bem diferente, quanto mais no interior do Paraná, de onde veio a Elise. O outro lado: tive vários amigos nisseis. Um deles casou-se com uma psicóloga, de família de classe média alta. O casamento durou pouco. Meu amigo dizia: quando o homem passa a noite na farra a mulher, no dia seguinte, deve contar-lhe estórias alegres para que ele enfrente o dia de trabalho com mais energia. Muito bem, disse-lhe eu. O Japão e todo o oriente devem ser patriarcais; no Brasil temos um matriarcado: quem manda é a mulher. O Marcos devia pensar como esse meu amigo. “Ela tem de aceitar meu comportamento e contar estórias alegres no dia seguinte”. Vá esperando por isso. Aviso aos justiçadores: o crime de Elise não é, em si, hediondo. O meu professor de Direito Penal, Miguel Reale Júnior, convidou para uma palestra em sala de aula o advogado que absolveu o autor do primeiro crime da mala ocorrido neste país (hoje é só ligar no Datena que tem crime da mala toda semana).
Marcelo de Matos
(parte 1) A tragédia de Marcos e Elise começou no exato dia em que se conheceram. Por quê? O que vou dizer é apenas uma opinião pessoal, sem base sociopsicológica, calcada na experiência de vida. Curitiba era e ainda deve ser uma cidade provinciana. Um amigo meu, de lá, dizia: não vá dizer para uma garota daqui que está apaixonado que ela acredita. Percebi que Curitiba era diferente do eixo Rio/São Paulo. Aqui, muitas vezes, você finge que está apaixonado e a garota finge que acredita. Lá elas levam a sério. Lembro-me que uma executiva de banco soube que o marido/colega a estava traindo. Enquanto sua mãe foi buscar um cafezinho para o casal, pegou o trezoitão na bolsa e o matou, cometendo suicídio em seguida. Um amigo do Rio pensava diferente sobre a traição: se minha mulher me trair, dou-lhe um cartão amarelo; se trair de novo, outro cartão amarelo. Na terceira vez dou-lhe logo um vermelho. Traição à carioca, ou “a la brasilienne”, como dizem os franceses: sem sangue.
Depaula
O caso Elize & Marcos é um que foge da regra do casamento intraclasse, tendo muito dinheiro conferindo poder e mais poder ao seu portador. E do outro lado, a vulnerabilidade da mulher pobre. Também acho que o crime não foi premeditado. Mas foi de muita crueldade. Elize deve pagar pelo crime cometido, como manda a lei, mas ela tem muitos atenuantes e os eu advogado saberá usá-los ao seu favor.
Gerson Carneiro
Em uma relação, o respeito chega a ser mais importante que o amor.
Pessoas convivem bem sem se amar, mas não sem se respeitar.
Naquilo que eu penso que seja o amor, é óbvio, porque cada um tem uma definição e uma relação pessoal com ele.
“Se você sabe explicar o que sente, não ama, pois o amor foge de todas as explicações possíveis” – Carlos Drummond de Andrade.
Esse caso recente é a materialização das crônicas do Nelson Rodrigues.
Fica a dica: não quer correr o risco de ser esquartejado, não faça da sua ótima condição sócio-econômica razão para humilhar pessoas.
E lembre-se: tragédias acontecem, sem necessitar de justificativas plausíveis. Portanto, não facilite.
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