Emir Sader: Se os EUA acabassem com o seu consumo de drogas, o mundo viveria melhor

Tempo de leitura: 2 min

25/01/2011

Blog do Emir Sader|

O aumento exacerbado da violência em países como a Guatemala, El Salvador, Honduras, Jamaica e a Venezuela, tem a ver com mudanças nos roteiros de circulação do tráfico de drogas. O índice de violência nos dois primeiros países é maior do que o registrado quando viviam situações de guerra civil.

O crime organizado, segundo a revista The Economist, é o responsável principal por esse aumento vertiginoso da criminalidade. A América Central é uma ponte entre a Colômbia e o México, os dois eixos fundamentais do narcotráfico no continente, que desembocam no maior mercado consumidor de drogas do mundo – os EUA. Este, a razão de fundo, o verdadeiro indutor do narcotráfico, com todas as tragédias que implica.

Conforme a pressão aumentou, primeiro na Colômbia e depois no México, a América Central foi erigida em rota alternativa do tráfico. Os cartéis mexicanos estão contratando bandos centroamericanos para articulá-los diretamente com o circuito geral. São recrutados ex-soldados, liberados dos exércitos. Só a Guatemala diminuiu em 2/3 o contingente das suas forças armadas, cujos contingentes foram em grande parte recrutados pelas máfias. Calcula The Economist em cerca de 70 mil os membros da mara – violenta versão centroamericana das gangues. A tendência dos cartéis mexicanos de pagar em droga os serviços prestados, multiplica o consumo e a criminalidade correspondentes.

A região centroamericana é a mais pobre do continente, com um PIB per capita de 2.700 dólares, menos de um terço do mexicano. O montante de drogas e armamentos apreendidos na Guatemala nos primeiros 6 meses de 2010 equivalem a 5% do PIB nacional – para se ter uma ideia do peso e da atração que os recursos provenientes do tráfico representam nesses países. Mas na repartição dos recursos para o combate ao narcotráfico, conforme o programa Iniciativa Médida, dos EUA, o México recebe 84% do total.

Como os norteamericanos imaginaram um país sem os mexicanos – em uma atitude de incitação ainda maior à discriminação – poderíamos imaginar o mundo sem o consumo de drogas por parte dos EUA. O golpe assentado no tráfico de drogas seria decisivo, mesmo que outros itinerários já tenham peso significativo, especialmente a Europa. Um país como o México e toda a América Central, seriam afetados de maneira muito positiva, com o enfraquecimento dos carteis da droga e das gangues que proliferam a partir deles.

Mas os EUA, o gigantesco indutor mundial da produção e do tráfico de drogas, como sempre fez, deriva as raízes do problema para outros países, buscando na extradição de traficantes e na erradicação por meio de venenos químicos de extensas zonas onde se produz folha de coca para o consumo da sua população, a falsa solução do problema.

Se os EUA atacassem sistematicamente a entrada das drogas no seu território, impedissem o envio de armamento sofisticado aos cartéis mexicanos, golpeassem profundamente a milionária rede que aufere lucros gigantescos com o tráfico, prendessem os traficantes e desarticulassem suas redes – o mundo viveria melhor. Mas a sociedade que mais consome drogas no mundo, tornando-se o seu maior mercado consumidor, é uma sociedade essencialmente dependente das drogas para sobreviver, pelo estilo de vida que leva e espalha sua doença para os outros países.

Blog do Emir Sader, sociólogo e cientista, mestre em filosofia política e doutor em ciência política pela USP – Universidade de São Paulo.

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Comentários

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Alexandre Corrêa

Caraca! Quando é que houve um período da humanidade, em que não se consumiu droga, ou qualquer substância que altere o humor ou o estado psicológico do ser humano? Essa foi demais!

bakooraw

Ainda que houvesse algum sentido lógico no raciocínio infantil do nobre Emir Sader ( e, definitivamente não há. Há apenas a repetição do mesmo discurso reacionário que dá razão e vazão à indústria clandestina do tráfico), fica a pergunta que ele não consegue responder quando propôe o fim do consumo como solução para o fim do tráfico. E parece rasgar o seu diploma de "dotô" quando considera inadvertidamente o uso de drogas como, necessariamente, doença , o que definitivamente não é. Não é preciso ser nenhum especialista em toxicologia ou áreas afins para se dar conta de que o vício – esse sim, até certo ponto doença – não é regra para a maior parte dos usuários de drogas. Pelo contrário
A pergunta em aberto é simplesmente a seguinte: como fazer para se acabar como o consumo de drogas?
Pelo que o autor aponta, os EUA ( demonizado e demonizador) seria o grande satã que criou as drogas, o mercado negro e induziu o resto do mundo a consumi-la. Ora, do início do século XX para cá, pode até ser assim. Mas não é preciso ser doutor em história para saber claramente que o consumo – e a indução ao uso – de drogas tem origem muito mais remota na trajetória das sociedadade ditas humanas.
Portanto, parece claro que culpar o consumo como causador do tráfico de drogas – esse sim, fenômeno recentíssimo na escala hoje conhecida – parece ser o argumento mais infantil do arsenal de tolices que o cientista desfilou em seu texto. Ora, se um dia os governos mundiais criminalizarem o oxigênio, outro tráfico vai surgir. Portanto, não é preciso ter passado décadas em gabinetes ou bancos de faculdades para entender que
o proibicionismo é, este sim, um dos indutores do tráfico.
Pensamentos do quilate neo-facista do desditoso autor parecem contribuir para que o senso comum não se dê conta de que descriminalizar, legalizar, liberalizar, ou seja lá qual for o termo que se queira usar para que o uso de substâncias psicoativas deixe de se considerado um pecado ( pois o proibicionismo tem uma profunda raiz religiosa, como não?), vai beneficiar não os que consomem drogas e sempre irão consumir, mas os que não consomem, pois não estarão sujeitos a toda a gama de riscos que a violência inerente ao comércio desregulado
de substâncias que, sim, trazem risco à saúde podem causar.
A ignorância é a pior das drogas, e nesse sentido, culpar os EUA ( saco de pancada habitual) e seu junkie way of life – como se os EUA se resumissem apenas a isso- é um desfavor ao debate claro e desapaixonado em relação às drogas que, por si só – sabemos todos – são, no fundo, substâncias inertes. Nós, não!

Pedro

Como disse Chávez , os americanos precisam da droga para ficarem de pé, e é verdade. Daí que essa utopia, Emir, não vai acontecer. Império não se corrige. Declina, e pronto. Mas espirra lama pra todos os lados.

Sebastião Medeiros

Na minha opinião nem a repressão e nem a liberalização geral funcionam,o ideal seria que o Ministério da Saúde forneça,de forma controlada e gratuita, a maconha e a cocaína,pelo menos estas duas drogas, em postos de saúde e,além disso,fizesse um cadastro dos usuários.

    Yuri

    Se lacrassem a Rede Globo, já diminuiríamos em 80% o consumo de drogas (cocaina e maconha) no Rio de Janeiro. Se oficializassem o Paraguai como um Estado brasileiro (e é), já acabaríamos com a maldita fartura de armas e violência no Brasil inteiro!

Dosul

Para o inferno os defensores da discrimilização das drogas. Já não basta as drogas lícitas?? Querem aumentar a dose de fuga para os problemas? Então saltem de um edíficio de muitos andares.

Guilherme Scalzilli

O lobby antimaconha

O jornalista Ruy Castro costuma afirmar que o “lobby pró-maconha” está prestes a vencer, para malefício da sociedade brasileira. Infelizmente, o consagrado autor equivoca-se: é o poderosíssimo lobby antimaconha que ainda sustenta no país esse proibicionismo arcaico, tolo e ineficaz.
A demonização da droga surgiu nos EUA, para compensar o fracasso da Lei Seca e fortalecer o recém-criado FBI. Depois da Guerra Fria, os entorpecentes substituíram a ameaça comunista no discurso do intervencionismo estadunidense. O modelo repressivo disseminou em escala mundial as conseqüências nefastas da própria Lei Seca – crime organizado, corrupção, marginalidade, consumo galopante. Desmoralizado, foi substituído na Europa, no Canadá e até em regiões dos EUA.
Iniciado o processo de transferir a questão para os âmbitos da saúde pública e da redução de danos, a descriminalização da maconha representa uma evolução histórica inevitável. (…)

Continua: http://www.guilherme.scalzilli.nom.br/Artigos/Car

Dinha

É sempre assim, a periferia trabalha para sustentar o vício dos ricos. Os moradores de comunidade traficam para que os riquinhos do Rio possam fumar, cheirar e chupar "bala". Se os ricos da zona sul e Barra parassem de usar drogas a violência no Rio acabaría.

    edv

    E pensar que os pobres das favelas, da periferias ou das Cracolândias não fumam nem chupam bala…

LUCIO FLAVIO

Caros amigos.
O orçamento anual da CIA gira em torno de 35 milhões de dólares(segundo Walter Grazziano em seu livro Hitler Ganhou a Guerra). Ele afirma neste livro que a CIA se auto financia no comercio das drogas. Dai se explica a guerra do Afeganistão(maior produtor de Papoula do mundo). Podemos deduzir então que, não o povo norteamericano, mas a CIA e seus governos fantoches jamais exterminarão com o consumo, pois em assim agindo estarão limitando seus recursos aos 35 milhões, o que não permite a eles(CIA), cometerem as atrocidades que cometem pelo mundo afora.
LUCIO FLAVIO LAUTENSCHLAGER
Santa Maria-Cidade Universitária-RS

    edv

    35 milhões/ano?!
    Só se o resto for caixa 2, 3…35 …
    Não cobre nem 300 agentes a 120 mil/ano cada.
    Ou o Grazziano for contador oficial da entidade…
    Quanto ao rolo das drogas…

Rafael

Se o BRASIL atacaSE sistematicamente a entrada das drogas no seu território, impedisse o envio de armamento sofisticado aos cartéis, golpeassem profundamente a milionária rede que aufere lucros gigantescos com o tráfico, prendessem os traficantes e desarticulassem suas redes – o mundo viveria melhor. Mas a sociedade consome drogas no mundo, tornando-se o seu mercado consumidor, é uma sociedade essencialmente dependente das drogas para sobreviver, pelo estilo de vida que leva e espalha sua doença para os outros países.

Antes de ver o rabo dos outros, porque não olhar para o nosso?Quem é o maior consumidor de drogas da AL?

    Cético de Plantão

    Poucas vezes vi tanta bobagem junta como nesse texto. Chegar até o final foi duro.

    edv

    É o Rafael mesmo ou vc é o Serra?!

Carlos Nunes

Se é um exercício de elucubração, como o de imaginar 'acabar com o consumo' , por que nao pensar em 'acabar com as armas'? Se queremos um 'mundo melhor'.
Se o consumidor final é um stakeholder importante da cadeia do negocio ( e da violencia ) do trafico, os fornecedores de armas também são.
Qualquer industria planeja a sua producao baseado na demanda, tanto o trafico de drogas, com a industria armamentista.
Nao estariam os mercados ilegais dentro do planejamento de producao de armas de empresas legalmente constituidas? Ou quem sabe, todas as armas na mão do trafico sao adquiridas de furto de armas legais?
No Brasil qual a percentual de armas de producao nacional que são apreendidas?
A Taurus tem ação na bolsa, por exemplo.
Nao seriam tambem os acionistas, as corretoras, os bancos financiadores, as empresas fornecedoras de materia prima (Aço e as de MP dessa, mineradoras),bancos de paraisos fiscais, e os empregados de todas essas empresas,.. etc…Todos atores tambem com uma parcela de responsabilidade na violencia do trafico?
Pensar somente no consumidor (cliente final do negocio) é uma simplificacao

    Rafael

    Sim, mas sem ele não tem negócio, qualquer padaria sabe disso.

Pedro Luiz Paredes

Num mundo em que a droga proibida difere das permitidas dependendo de quem as fabrica…
Num mundo onde drogas são oferecidas a crianças para esconder a incompetência de psiquiatras e pedagogos…
Num mundo onde separam 200 componentes ativos de uma substância natural para vende-los separadamente e ganhar mais dinheiro…
Num mundo onde se evita evidenciar qualquer problema que vá trazer um gasto público ou simplesmente exigir boa fé a ponto de incomodar setores que lucram com todos os elementos dessa situação…
Sim, o mundo viveria melhor!

diogojfaraujo

O consumo sempre existirá, não imagino o mundo sem drogas… Legais ou ilegais… Duvido que alguém que comentou ou vai comentar não usa alguma droguinha… Um uisquinho, um lexotan, jesus cristo, sei lá…

E achar que maconha e cocaína são o problema, aí é ir no caminho totalmente errado…

Sério, a proibição da maconha é a coisa mais imbecil desse planeta…

E pra quem acha que com a legalização, grandes corporações assumirão o lugar dos traficantes, só faço uma pergunta:

Má cê tá falando sério????????????? Sério mesmo???????????? Really?????

Plantar batatas viu………. Cada uma véio…

    edv

    Acalme-se … Se tanta "emoção" refere-se ao meu JOCOSO "tubí or nótubi?", evidencia-se que razão não casa com emoção. Vide torcidas organizadas…
    Ou vc não percebeu que o comentário resume, com perguntas, a sugestão de se experimentar a liberação, e torcer para que não piore o que hoje já é nefasto?
    Não é (de um "jeito" diferente) a sua posição?
    Não seria demais lembrar que o tráfico, hoje, de mais de R$ meio TRILHÃO/ano (!!!), já envolve corporações (financeiras, de armas, petroquímicas, etc.). Dissimuladamente, é claro. Além das oficiais, de cigarros, bebidas, remédios e quetais, seria espantoso que tal "mixaria" ficasse nas mão de empresas artesanais de fundo de quintal, némêz?
    Se não se referiu ao meu comentário, deixo-lhe minhas desapaixonadas desculpas…

Ismael

Existe um bom e elucidativo artigo escrito por Osvaldo Coggiola sobre as drogas e os EUA.
Na verdade a síntese de tudo está no dinheiro. Vejam o endereço: http://www.oolhodahistoria.ufba.br/04coggio.html

edv

Tubí or nótubí?!
Será que liberar geral é solução?
Tubí: comprar crack no caixa da padaria?! O consumo não irá multiplicar? Trocaremos traficantes pés de chinelo por corporações (os barões já são), com propaganda, marketing e "business plans" quinquenais? Morrerá menos gente por tiro e mais por droga? Mudarão os crimes por viciados que precisam fazer qualquer coisa pra ter o que não podem? Se for o caso, vamos começar com calma, liberando as leves e sentindo o resultado?
Nótubí: já conhecemos o estrago, que é enorme, com as drogas e o crime adjunto.
Qual o pior? … Continuo no dilema shakespeareano: não sei mesmo!
Acho que só tem um jeito: Experimentar.
E que não seja uma droga!

    Hans Bintje

    Veja o caso da Holanda, edv.

    Da "insuspeita" UOL ( http://virgula.uol.com.br/ver/noticia/inacreditav… ):

    "Assim como o Brasil, a Holanda também vive uma crise em seu sistema prisional. Mas com uma pequena diferença: enquanto aqui faltam presídios, lá faltam presos. O país deve fechar pelo menos oito penitenciárias e demitir 1.200 funcionários este ano, porque há celas sobrando e carcereiros ociosos.

    O sistema holandês tem capacidade para até 14 mil presos, mas atualmente há apenas 12 mil detidos. De acordo com as autoridades, essa situação acontece porque a taxa de criminalidade vem caindo em todo o país, de acordo com o ministro da justiça, Nebahat Albayrak.

    No entanto, uma negociação ainda pode impedir o fechamento das prisões e as demissões. O país estuda a proposta de receber cerca de 500 presos belgas, já que a Bélgica enfrenta uma superpopulação carcerária. Pelo acordo, a Holanda receberia 30 milhões de euros, o que possibilitaria manter as penitenciárias de Rotterdam e Veenhuizen abertas pelo menos até 2012."

    edv

    Hans, se és nativo, sabes melhor que eu, mas na última vez que estive na Holanda, passei por um parque à caminho de Scheveningen, onde a droga era liberada geral e fiquei impressionado com o que vi. "Corpos" jogados ao léu espalhados pelo parque. Pelo menos naquele tempo, o consumo era liberado apenas em Amsterdam. O cidadão de outro lugares, como Den Haag, Zandvoort, etc, faziam qustão de declarar que Amsterdam era a "vergonha" da Holanda…
    Lembrando que a Holanda é um país milenar, minúsculo e desenvolvido, além da tradição de comércio internacional, tem para seus poucos milhões (16?) de habitantes, gigantes como Philips, Shell e Unilever (com UK).
    De qualquer forma, o que coloquei acima é que, embora não consiga ver o que será pior, entendo que não temos mais opções do que experimentar a liberação, para ver no que dá. E aperfeiçoarmos.
    Portanto sou favorável à liberação (monitorada e não na "porralouquice").
    Lembrando que hoje temos corporações multinacionais de drogas (remédios), de fumo e de bebidas, não vejo porque ficariam foram de um mercado de quase meio trilhão de dólares anuais, némez?
    Que se por um lado baixará o preço, por outro aumentará a oferta e terá logistica mais "eficaz".
    Acredito que seria conveniente ser mundial, já que, por ex. a própria Holanda hoje se beneficia do "pau comer" em outros lugares.
    Em tempo. Sua informação prisional, que eu desconhecia, é bem interessante (e relevante). Gostaria de saber se vc tem informações sobre as taxas de criminalidade em Amsterdam e no resto do país. E compará-las com a de outros países como Noruega, Finlândia, Suíca, Dinamarca, Suécia, etc.
    Abs

bissolijr

Acho que dessa vez o nobre sociólogo mais mostra uma paixão do que um informe.
Ainda que não houvesse mais consumo de drogas por lá, o imenso aparato dos narcoindustriais seria desmantelado?
Acaso só comerciam drogas?
E se o fosse, não migrariam para outros comércios sem impostos que grassam pelo mundo globaLIXAdo?
(Eo sistema bancário mundial que sustente isso tudo?)
Que cada um possa plantar sua maconha/coca/papoula/amanita-mata-mosca se o quiser!

Gustavo Pamplona

Pessoal… deem uma olhada nisto aqui: lembrei deste artigo da Super de Ago/2002

[A verdade sobre a maconha]
http://super.abril.com.br/superarquivo/2002/conte

E pessoal… não me critiquem por ter colocado um link da "Super Interessante" da editora Abril (ou seja a Veja), fui assinante (*) da revista até meados de 2004 quando ela se tornou extremamente comercial e deixou de ser uma revista científica e até lembro que alguns leitores da revista chegaram a criticar a Super na época.

(*) Não lembro o preço do assinatura mas era bem barato já que a Super tem periodicidade mensal e me custava uns 49 reais, isto por ano.

dukrai

o dia que o Brasil liberar o consumo da maconha o Paraguai e o polígono da maconha em Pernambuco e Bahia vão ficar livres dos traficantes que aliciam os pequenos produtores ou matam os que resistem nessas áreas.

Manoel de Sales

Essa é uma conversa perigosa para quem quer se manifestar. O que se percebe é que morre muito mais gente por tiro do que por overdose. O assunto drogas ainda é tabu para muita gente. Tem-se os radicais por um lado, seguidos por governos, e os negligentes, calados, por outro. E na cadeia, para escarmento, milhares e milhares de "arraias miúdas". E os norte-americanos não querem mesmo resolver o problema dentro de casa, que a própria política de repressão criou, e muito menos ajudar os países latino-americanos porque sempre terão nisso uma "boa razão" para neles intervirem. Caso queiram mesmo acabar, ou melhor, aliviar o problema, essas nações não podem contar com eles. E é melhor mesmo que não contem. Faz parte da "economia" deles.

WILSON STANFORD

Brilhante artigo de Emir Sader.
A outra ponta do problema do tráfico é evidentemente o consumo. O consumo praticamente liberado e livre, cria de fato um mercado de fornecimento. Evidente que o banditismo impera, pois trata-se de atividade ilegal.
Tal consumo americano gera corrupção, iniquidade e crimes em muitas partes do globo. Tudo para abastecer placidamente o próprio mercado americano, grande comprador de drogas.
Enquanto não for equacionada a questão do consumo, todas as tentativas de solução serão apenas paliativas.

Elton

Não vejo como o consumo de drogas possa diminuir numa sociedade como a dos EUA………aquilo lá é "neura" pura. Depressão pelo excesso, tanto de prosperidade quanto de sensação de fracasso que o capitalismo proporciona. Pressão pela produtividade, pressão pelo emprego bem ou mal remunerado. A fuga a tudo isto está nas drogas.

Claudio

O problema não é o consumo.
Os grandes problemas são a própria proibição e o abuso que ela gera.
Porque se tudo é proibido, nada é proibido.
O dia que as pessoas puderem plantar sua própria maconha (ou coca, ou peiote, papoula, etc), como é que os cartéis conseguirão dinheiro pra pagar soldados, armas, políticos, policiais…?
Com a quantidade de psicotrópicos produzidos pela indústria farmacêutica e toda a propaganda de bebidas alcoólicas, a proibição que os EEUU impuseram ao mundo não resiste a um debate desapaixonado.
Enquanto o mundo não se der conta disso, vai continuar, infelizmente, a morrer gente todo dia, de tiro e de overdose.

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