Documentário de Denis Curi resgata vida e obra do escritor mineiro Oswaldo França Júnior; assista
Tempo de leitura: 2 minpor Geraldo Elísio*, especial para o Viomundo
Se estivesse vivo, o escritor mineiro Oswaldo França Júnior completaria 84 anos no próximo dia 21 de julho.
Natural da cidade do Serro, interior de Minas Gerais, ele teve a vida ceifada prematuramente num acidente de carro, em 10 de junho de 1989, na estrada Belo Horizonte-João Monlevade.
Aos 17 anos de idade, ele ingressou na Aeronáutica.
Porém, em 1964, teve a carreira bruscamente interrompida pelo golpe militar.
Era então piloto da Força Aérea Brasileira (FAB).
Ele outros colegas receberam a ordem de bombardear a sede do governo do Rio Grande do Sul — o Palácio Piratini, em Porto Alegre.
O alvo era Leonel Brizola.
De lá, o trabalhista comandava a “Cadeia da Legalidade”.
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Porém, um grupo de sargentos esvaziou os pneus das aeronaves e a ação não foi cumprida.
Oswaldo França Júnior teve a patente de oficial da FAB cassada pela ditadura militar.
A FAB perdeu um piloto. A literatura brasileira ganhou um autor internacionalmente reconhecido.
Sua obra foi traduzida na Alemanha, Estados Unidos, União Soviética, França e Checoslováquia.
Oswaldo França Júnior foi um escritor profícuo.
Publicou, pelo menos, 14 romances, entre os quais Viúvo, seu primeiro livro, O Homem de Macacão, Os Dois Irmãos, O Passo-Bandeira, As Laranjas Iguais (contos) e Recordações de Amar.
Mas certamente o mais famoso é Jorge, o Brasileiro, lançado em 1967.
Considerado um clássico da literatura brasileira, o romance ganhou prêmios nacionais e internacionais.
Jorge, o Brasileiro foi levado para a televisão.
Carga Pesada, série da TV Globo (exibida originalmente de 2 de maio de 1979 e 2 de janeiro de 1981) que contava as aventuras dos caminhoneiros Pedro (Antônio Fagundes) e Bino (Stênio Garcia), era baseada no romance de Oswaldo França Júnior.
Depois, em 1988, Jorge, o Brasileiro foi para o cinema pelas mãos do diretor Paulo Thiago.
As gerações mais jovens — inclusive de mineiros — desconhecem França Júnior.
Por isso, ainda mais nesses tempos bicudos, é muito oportuno recuperarmos esse autor.
Em boa hora, em 2015, o veterano cineasta mineiro Denis Curi resgatou em documentário a vida e a obra de França Júnior.
Com curso na New York University, Denis Curi teve trabalhos elogiados por Martin Scorcese, George Stone e David Burrey.
Com 45 minutos de duração, eu convido para assistirem o documentário Oswaldo França Júnior. Está na íntegra, no topo.
*Geraldo Elísio é jornalista e crítico de cinema.
Comentários
Lucas Rafael Chianello
Fico muito feliz em ler essa matéria do Vi o mundo.
Oswaldo França Júnior é meu escritor favorito.
Já li Jorge, um brasileiro, O Homem de Macacão, Recordações de Amar em Cuba e Os Dois Irmãos.
Destes dois últimos possuo um exemplar.
A vida e obra de França Júnior emocionam-me de maneira muito particular.
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