Ambição incontrolável
por Delfim Netto, na CartaCapital, 27.04.2011
Um número crescente de leitores de jornais e revistas voltou a comentar as ideias e discutir os argumentos de artigos e análises que tratam de política econômica. Isso no momento em que se trava uma discussão bastante nervosa em torno das taxas de inflação.
Há opiniões de gente do governo (e também de fora) que o momento não é propício a uma ampla discussão pública do problema, porque isso poderia deteriorar ainda mais as expectativas inflacionárias.
Concorda que essa é uma preocupação importante, mas a ampliação do debate hoje é necessária para que não prevaleça o pensamento único imposto à imprensa por grupos restritos que se julgam portadores de uma ciência econômica que, na verdade, não existe.
“Cientificamente”, os vastos recursos do sistema financeiro influem decisivamente na construção das expectativas de inflação.
São elas que dão o suporte necessário à elevação das taxas de juros.
Nosso papel é insistir em questionar esse mecanismo de criação das expectativas que o Banco Central acaba sancionando. No final, oficializa a estimativa de inflação que é do próprio sistema financeiro. Quando criticamos esse mecanismo, não estamos dizendo que a taxa de juros não é um instrumento válido para combater a inflação, mas sim que este é um processo perverso que pode pôr em xeque a própria democracia: quem controla a mídia acaba impondo a sua vontade.
Vivemos um período relativamente longo (nos anos que antecederam a eleição de Lula) em que o debate econômico estava interditado. Com a “virada de agenda” em favor do crescimento com inclusão social, parece ter renascido o interesse em discutir a política econômica de forma ampla, sem restrições.
Não há nenhuma razão para acreditar que a utilização da taxa de juros não possa ser acompanhada de medidas macroprudenciais no combate à inflação. Em um mundo ideal, em que tudo caminha bem, sem atritos ou restrições de qualquer natureza, a taxa de juros era uma coisa fantástica: bastava apertar um botão e ela subia, colocando a inflação no nível que o Banco Central desejava. Hoje, ninguém mais acredita que os bancos centrais saibam como controlar a inflação ou defende a ideia de que só existia um instrumento para fazê-lo. Nem mesmo os economistas do FMI manifestam essa crença.
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Seguramente, o que se espera é que os Bancos Centrais prestem atenção em pelo menos três coisas:
1. A higidez do sistema financeiro, no que o nosso Banco Central foi mestre.
2. O controle da inflação, sobre o que tenho minhas dúvidas.
3. A utilização de medidas macroprudenciais.
No mundo real onde vivemos, cheio de complicações, é preciso observar primeiro se a elevação da taxa de inflação no Brasil é simplesmente produto de um excesso de demanda interna ou se ela é mais a consequência de um descompasso entre procura e oferta na estrutura interna do setor serviços.
Por mais que se queiram ignorar os fatos, a verdade crua é que o nível da taxa de juros brasileira propicia uma arbitragem que é incontrolável.
O governo está usando alguns instrumentos para reduzir o ritmo da sobrevalorização que ela permite. Mas não devemos ter dúvida, mantendo-se as oportunidades de arbitragem, a valorização não para. P que singifica que setores que produzem e precisam exportar vão continuar sofrendo imensos prejuízos.
As consequências são terríveis para a nossa indústria e logo também poderão infligir danos à agropecuária. Por enquanto, o campo se defende porque os preços externos dos alimentos estão nas alturas. Até quando vão continuar assim é impossível prever. O agronegócio poderá sentir menos que os demais setores os efeitos da variação cambial, porque o dólar terá de se ajustar no momento em que os preços agrícolas caírem. Mas ainda deve demorar um pouco.
Já há, contudo, alguns sinais de mudança na atitude dos organismos internacionais, indicando a possibilidade de se estabelecerem controles sobre o movimento de capitais. Há pouco mais de duas semanas, o FMI admitiu que, em “circunstâncias específicas”, o controle do fluxo de capitais pode vir a ser uma das ferramentas da política econômica dos países que estão sofrendo por causa da supervalorização de suas moedas.
Esses países não devem continuar a ser obrigados a assistir passivamente à erosão de sua base industrial sujeita à competição desleal de países mais espertos.
Leia aqui o artigo em que Eduardo Guimarães diz que a China vai quebrar o Brasil.
Comentários
Bonifa
No supermercado, o quilo de laranja da Bahia estava a quatro reais. No mercadinho ao lado, uma só laranja custava três reais. Perguntamos ao gerente sobre este absurdo e ele respondeu com um sorriso largo: – É a inflação…! Retrucamos: – Que inflação é essa? E ele: – Você não vê televisão, não? A televisão está falando a toda hora sobre a alta da inflação…!
Rogério Braga
Não entendo o que é que existe de tão "radical" ou "insano" em implementar controle de capitais.
Na segunda metade dos anos 80, durante o governo Sarney, o Brasil tinha controles de capitais bastante rígidos, comparados aos dias de hoje. Ou seja, não é coisa de "outro mundo", é algo que já exisitu no Brasil.
Ou controlamos o fluxo de capitais especulativos entrando e saindo do país, ou veremos o real continuando a se sobrevalorizar diante do dólar e do euro, o país sendo inundado por produtos importados, e a indústria nacional quebrando.
Sem contar outros efeitos colaterais, como: encarecimento das nossas exportações, tornando-as menos competitivas; aumento da quantidade de brasileiros viajando para o exterior e gastando dinheiro lá fora (o que desequilibra ainda mais a balança de transações); e diminuição da vinda de turistas estrangeiros ao Brasil (pois a hospedagem e demais despesas ficam muito caras para quem recebe salário em dólar ou em euro).
fernandoeudonatelo
Bom, acredito que esse é o grande entreposto atual pro BC, que se trata de segurar o crescente déficit em transações correntes, evitando a forte valorização artificial do real frente ao dólar.
As necessidades de cobrir o primeiro, pioram o segundo.
Portanto, acredito que não se pode estabelecer apenas o controle de capitais especulativos por quarentena, ou sobre tributação, mas limitar no mesmo compasso a renda líquida enviada ao exterior por remessa de lucros multinacionais e, principalmente, pagamentos de direitos e royalties. Já que a redução do ingresso de um, não prejudicaria a cobertura do déficit do segundo.
Pois seriam medidas emergenciais de curto-prazo, que segurariam os dois lados do Setor Externo, enquanto se trabalha medidas estruturais, de longo-prazo, para a Balança de serviços.
fernandoeudonatelo
Que seriam:
-Promoção de IDE no exterior, mantendo marca e processos de maior adição de valor no país.
-Investimento pesado em P&D básica e centros intensivos
-~Criação de empresas piloto-públicas em segmentos de média/alta intensidade tecnológicas, atraindo competitividade privada
-Vinculação de empresas beneficiadas com verbas públicas, à metas de exportação e investimento em C&T própria
-Diversificação de cadeias produtivas para grandes empresas e etc.
Bonifa
Por falar em criação de empresas piloto-públicas em segmentos de média/alta intensidade tecnológicas, como anda a empresa que desenvolveu uma turbina de avião no Brasil? E quais as medidas governamentais para protejer esta conquista tecnológica, já que quero-quero não dorme e parece que houve um cerco comercial contra a iniciativa?
Jamilton
O Brasil é um país soberano e muito rico que não deve se sentir refém de nenhuma instituição bancário. Realmente um dos problemas enfrentados pela nossa economia passa pelos lucros exorbitantes que os bancos vêm tendo.
aldoluiz
Economistas são como políticos, estão aí para dar a ilusão de que temos escolhas nesta ditadura dos banqueiros que administram a escassez planejada de tudo para a manutenção do imperial invisível escravagismo milenar vigente. Enquanto vocês jogam conversa fora discutindo o sexo dos "cavalos de Tróia" do tipo Delfims Nettos e Serras o que interessa passa na cara de todos como se fosse delírio conspiratório. Há uma guerra em curso acelerado e vocês não estão vendo enquanto perdidos discutindo o vazio de idéias perdidos no labirinto do nada. O Brasil está sendo saqueado de forma escancarada e ninguém diz uma única palavra. A Amazônia já não é mais nossa e vocês dando trela a político. Sinto muito, sou grato.
bentoxvi-o santo
Azenha.
Tem uma piada que diz , se juntarmos 10 economistas para ouvirmos suas opiniões…teremos 11 opiniões diferentes…o importante é estarmos de olho nos movimentos das economias dominantes…com a finalidade de transferir suas crises…e evitar pagar esse preço…
assalariado.
A ideologia capitalista engoliu os cerebros das pessoas e estas nem perceberam.Quem percebeu isto nas entre linhas deste texto foram os internautas Luis Fortaleza e o ZePovinho.A saida não é economica é politica! O comando do dinheiro esta em outras terras,esqueceram que ainda somos colonia.O conserto da "nossa" economia só será solucionado qdo os muros da ditadura do capital(leia-se G7),vierem abaixo e quem estiver em cima dele.Este sujeito Delfim Netto é mais um da direita fazendo as cabeças da dita esquerda. Não existe solução para as crises ciclicas do capital(Marx explica!), que não seja para concentrar ainda mais as riquezas produzidas pelos assalariados nas mãos de meia duzia de capitalistas,seja da produção ou da especulação.A ambição é apenas(mais) uma das faces crueis da psicologia capitalista.Ou seja,enquanto ficarmos (discutindo os efeitos e não as causas do capitalismo),estaremos fazendo o jogo da burguesia capitalista.Morde & aAssopra,plim,plim!
Saudações Socialistas.
FrancoAtirador
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"…em 'circunstâncias específicas', o controle do fluxo de capitais
pode vir a ser uma das ferramentas da política econômica
dos países que estão sofrendo por causa da supervalorização de suas moedas."
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Será que é a bancarrota, a "circunstância específica",
que o Banco Central está esperando acontecer
para controlar o fluxo de capital especulativo no Brasil ?
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domingos
Quando é para melhorar a vida do povo brasileiro, todas as ideias são boas. O que não pode é ficar esperando a "mão invisível" resolver o problema.
Fabio_Passos
Até porque esta "mão invisível" bateu nossa carteira n vezes nos últimos 20 anos.
BeauGeste
Esse senhor Delfim, é um irresponsável recorrente. Sua deliquência financeira só fez mal ao Brasil
Há muito tempo terminou seu prazo de validade.
Deixou apenas sucessores acadêmicos, que ingenuamente, seguem suas teorias "para salvar as lavouras, devemos plantar yougurt".
SILOÉ
Dr. Delfim: Até hoje estou esperando a fatia do bolo que o sr. iria fazer crescer para depois dividir.
Agora, falar e dar receitas do lado de fora é muito fácil…
Mike Whitney: Brasileiros e chineses acreditam mais no capitalismo que norte-americanos | Viomundo – O que você não vê na mídia
[…] E aqui sobre a necessidade do controle de capitais para evitar a apreciação do real […]
monge scéptico
O mal dos economistas, e o sr delfim não é diferente, é o de acreditar nas teorias
que estudaram e, em nada tentam inovar, abandonando os dogmas das escolas
e" galbriatheris" da vida e, inovar, criando um sistema econômico novo, que nos
sirva internamente e adotando outro para as relações internacionais, que estão
sendo solapadas pelo NWO. Bobagens? Caminhemos!.
Quanto ao BC, estatiza-lo poderia ser uma solução; mas o estado ao assumi-lo,
tem que faze-lo com um rigor e exigências não acima da normal, para funcionar
bem, num país de corruptos. Talvez se……………………
xicobarreto
se um pais abre mão de sua moeda ele esta enfraquecido diante do sitema financeiro, ter o controle monetário e ter a distribuição de riqueza e a distribuição da base monetária de forma a neutralizar a usura do sistema financeiro privado, abri-lo, é entregar o galinheiro para as raposas
Vide os " mestre do dinheiro " vide a historia dos Rodchild´s , isso é o que os financistas fazem quando o sistema estatal se abstem de suas responsabilidades.
O BC ser autonomo não significa ser privado, creio que são situações muito diferente.
Nao sou e nao pretendo ser economista nem analista de mercado
FeLiPe Vargas Zillig
O pensamento tem um aliberdade e pode alcançar que as instituições e ações públicas não possuem.
A perspectiva de uma ordem econômica mundial , falando em continentes e regiões , na qual estas produzam de 80 a 90% de suas necessidades sendo as trocas de produtos e serviços necessários nos setores que haja carência uma pratica corriqueira com o objetivo de solidez efuncionamento harmônico . Significa o fim do sobe e desce de ações , alavancagens , moedas despirocando e outras confusões normais no funcionamento da atual ordem econômica . A ambição que gera aprocura desenfreada ean ética pelo lucro pode e -será o prejuizo de amanhã.
Esta solidez da economia mundial e o consequente desenvolvimento mais parelho das nações ocasionará o maior intercâmbio cultural e de pessoas entre elas , com isto o enriquecimento individual e coletivo da humanidade , e a solidez deste novo modelo econômico mundial..
sergio
O Banco Central nãoi deve regular a política monetária pelo PIG, essa prática lesiva ao Brasil já foi amplamente rechaçada pelo povo ao escolher Lula 2 vezes e Dilma, portanto, olho vivo e prudência.
Armando S Marangoni
Comportamento de massa, psicologia social, antropologia cultural …
Os especialistas nessas áreas agem na surdina porque não querem alertar os que são os objetos de seus estudos, ou provocar 'interferências' e influenciar o comportamento das sociedades.
Os economistas e os políticos que o digam.
Eis o erro original cuja devastação nem todas as indulgências do mundo conseguiriam aplacar: o poder sobre o outro. Tudo começa aí, e não seria assim se todos prestassem atenção. Mas para a atenção prestada ser esclarecedora, todos têm que pensar por si mesmos e é aí que entra o valor da consciência adquirida com a educação.
Tentar priorizar Educação ou Saúde, ter que escolher uma das duas para investir é uma armadilha mantida por quem domina para continuar dominando, mas a saúde vem em primeiro lugar porque é melhor ter quem trabalhe para gerar riquezas e seja ao mesmo tempo humilde e bem mandado.
Marc
Precisamos estatizar o nosso Banco Central.
waleria
Começa ou passa por aí Marc.
Precisamos desprivatizá-lo.
Roberto Locatelli
Assino embaixo. Essa absurda "independência" do BC nada mais é do que subordinação do BC ao capital financeiro.
waleria
Delfim está certissimo.
Eu vai mais longe.
Num mundo globalizado, num mundo em transformação como o nosso, os BCs tem que ter uma politica cambial solida, e protetora de sua moeda, não só quanto a inflação, mas quanto a sua competitividade externa.
Senão a industria quebra hoje, a agropecuaria amanhã, e quebraremos todos.
Menos eles – as poucas familias rentistas, protegidas pelo BC e pelo "mercado", manipiulado por interesses escusos e deturpadores do sistema, que usa a midia e o que estiver ao alcance, para manter a sangria do que eu chamo de Bolsa Banqueiro – os 30 a 40% de toda a carga tributaria do país que vai para a rolagem da divida interna com essas poucas familias.
Ou o BC muda, ou temos uma politica cambial onde nossa moeda NÃO FLUTUE AO DEUS DARÁ DO "MERCADO" manipulado, mas flutue com uma cesta de moedas, fixadas a favor de PROTEGER o Real contra sua sobre-valorização, ou ficaremos na rabeira, produtores rurais – por enquanto sobrevivendo graças ao valor das commodities lá fora enquanto dure – enquanto a China e outros caminham avassaladoramente rumo a um futuro promissor.
E nós ficaremos aqui, adorando o Deus Mercado, como idiotas. Idiotas e miseráveis. O país do futuro – de novo.
ana db
É a raposa (agiotas e rentistas) tocando fogo literalmente no galinheiro para se dar bem na fuga desenfreada das galinhas. E o PiG, braço armado do sistema financeiro, trata de divulgar a catastrofe para aumentar o panico. O melhor é que a irresponsabilidade dos agiotas não se restringe mais ao mundo subdesenvolvido. Estão brincando com fogo literalmente. Cabeças rolarão. Não aprendem nunca, nem com a historia…
João
Podem falar o que quiserem, mas o Delfim é um economista sério. Critico, duramente, sua atuação nos governos do regime militar mas, se pensarmos um pouco, ele é um nacionalista (ou nacional-desenvolvimentista, como queiram).
Delfim Neto está certo: o tal "mercado" no qual a pesquisa Fócus do Banco Central de apóia para definir os rumos da Selic vai falir o Brasil. Depois, o que sobrará? Para nós, a conta. Para o "mercado", o lucro que auferiram durante o período com a Selic nas alturas.
Está mais do que na hora de acordarmos! Não podemos tirar os EEUU e Europa do buraco que se meteram através de nossa falência.
ricardo silveira
Muita gente boa, inclusive o Delfim, vejam só, dizendo que o governo não deve entrar na conversa dos analistas econômicos, supostamente porque são análises encomendadas. Mesmo assim o governo parece que está entrando na conversa do tal interesse do mercado. O que está acontecendo? O tão criticado Meirelles já não está no pedaço. Será que o problema era ele mesmo?
EUNAOSABIA
Delfim virou gente boa agora prá vocês é??? que eu saiba Delfim Neto era tratado como o inimigo número um dos petistas por toda a vida…. me explica isso amigo, por que Delfim Neto virou esse herói pra vocês???
Você lembra que Delfim mascarava índeces de inflação a fim de conceder reajustes menores ao trabalhador??? lembra disso????
Será porque escreve em revista estatal e virou amiguinho de Lula????
Lembra do que Delfim dizia sobre Lula até ele ser eleito???? eu lembro… e você???
Agora o tratam como o grande herói… por que será???
Bruno
O que acontece é que o Delfim está do lado da verdade. Quando o PT mente, o Delfim é feio, bobo e chato. Mas quando o PT faz o correto, o Delfim é o "parça", o "brother", o gênio. Sabe como é…
Eduardo Guimarães
Caramba, esses trolls parecem que são teleguiados – dizem todos a mesma coisa. A economia afeta todo mundo, petistas, tucanos, corintianos, palmeirenses… Cacete, meu. A política e a ideologia cegam. Acabei de crer.
waleria
As pessoas mudam
Delfim envelheceu e em certa medida e em certos aspectos mudou.
E como economista, como tecnico, sempre foi competente.
Os competentes podem trabalhar para os bons – o povo – ou para os maus – as elites oportunistas.
Ele foi usado e deixou-se usar pelas elites oportunistas e golpistas – mas hoje participa com idéias competentes que podem ajudar – e muito – o Brasil e o povo brasileiro.
Eduardo Guimarães
Esse "Eunãosabia" é uma piada. Aliás, esses trolls de direita são uma piada. Não conseguem discutir a sério assunto nenhum. Dá até desgosto. Aliás, está difícil discutir qualquer coisa por causa da política. Estamos falando de economia, que nos afeta a todos, e fica esse trololó politiqueiro. Você não sabe como estou de saco cheio da política, Azenha. Se a economia piorar, tenho até medo do que pode acontecer no Brasil. Vamos acordar, turma, que a coisa é séria.
ricardo silveira
O problema continua sendo político, também, para não deixar a economia piorar.
EUNAOSABIA
Amigo, você tem toda razão, mas será que o senhor pensava assim quando no governo FHC, o Brasil foi vítima de 4 crises financeiras mundiais??? essas crises eram todas externas, não foram criadas por Fernando Henrique, mas o PT nunca disse isso… era tudo culpa do modelo econômico Neo Liberal de FHC…..
E Lula mudou o que desse modelo que recebeu de Fernando Henrique??? Lula infelizmente não mudou nada na macro economia de Fernando Henrique, o PT foi contra tudo isso, mas não mudou nada… foram mantidos todos os pilares….. os mesmos poderes do Bacen, política monetária altamente prejudicial ao país, superávit primário, LRF… Lula e Dilma até elogiaram o PROER em matéria paga no exterior…. dizendo que o Brasil tem um dos mais sólidos sistemas financeiros do mundo graças ao PROER…
São fatos, o Plano Real foi excelente do ponto de vista em conter a inflação, quando Lula assumiu, todos os instrumentos estavam dados, ele só os manteve, parece bom, mas não foi não, o nosso vento de popa veio de fora, veio da China, como Lula é inteligente, soube se aproveitar muito bem disso e criar o factóide de que o Brasil foi descoberto em 01 de janeiro de 2003, a chamada "teoria do nunca antes"…. políticamente deu excelentes resultados, foi reeleito e elegeu Dilma.
Amigo, sabe qual o problema??? esse modelo se esgotou, oito anos de FHC e mais oito de Lula, com Lula sem fazer as reformas e os ajustes necessários, começam a cobrar um alto preço.
Se a economia mundial não nos for mais penitente, eu também temo muito pelo que pode nos acontecer…. continuar só neste rami rami de banco central e sua ortoxia vai nos levar ao abismo.
Ou Dilma tem coragem de fazer os ajustes necessários ou sofreremos sérias consequências.
Eduardo Guimarães
Fernando Henrique Cardoso segurou a desvalorização do real e, com isso, quebrou o Brasil. Bill Clinton disse na cara dele que a crise era só dos países que mantinham a moeda sobrevalorizada artificialmente. O Chile, aqui do lado, não teve problema com crise russa, argentina, asiática… Nada. Agora, sim, há um problema mundial. E o governo tem que se mexer, porque se ficar tentando agradar a todos – mídia, trabalhadores, partidos de oposição, sindicatos, empresariado – vai quebrar a cara. Se você não for empregado de algum partido, saiba que o seu também está na reta.
EUNAOSABIA
O Chile tem o modelo econômico implantado por Pinochet, nunca mudaram.
O Chile é um caso a parte, pois sua economomia é muita voltada para a economia americana, por isso eles jamais vao aderir ao Mercosul……
Enquanto o Brasil patinava nos devaneios de "" substituição de importações"" com a CEPAL e outras, o Chile se abria aos mercados externos, nosso grande erro não foi cometido agora, já vem de longe… amigo, você sabe qual é a origem da oligopolização da economia brasileira??? pois é… agradeça a essa turma da CEPAL….
Me diz uma coisa amigo…."""Qual era o Plano econômico de Lula e do PT para acabar com a híper inflação no Brasil???""""
Eduardo Guimarães
O PT errou ao ser contra o plano real, subestimou e admite isso. Agora, se havia crise mundial, você há de concordar que o Chile faz parte do mundo. Meu caro, só entrou em crise, na época de FHC, países que tinha economias desarrumadas. E a nossa estava desarrumada porque FHC tinha que manter o câmbio fixo porque queria se reeleger. Só isso. Crise mundial tivemos em 2008, 2009. Só que o Brasil não passou incólume por ela. Essa é a questão séria a resolver. O resto é politicagem. Podem exaltar FHC até o dia do juízo final que ninguém vai dar bola. Ao menos quem vivia no Brasil quando ele governou.
EUNAOSABIA
Eu cresci com inflaçao com 82% ao mês, quem acabou com isso não foi nem Lula e nem o PT… o Plano Real é de um grupo de economistas liderados por Fernando Henrique Cardoso…. as medidas modernizantes começaram com Sarney, este bem que tentou, mas foi engolido pela crise dos anos 80, ali qualquer um seria, Collor também tinha boas idéias de estado e governança, seu temperamento e oposição odienta do PT o destruiram.
Fernando Henrique foi o que mais avançou nessas medidas modernizadoras de Estado.. e Lula ??? Lula fez o que??? Lula fez o NADA…não mudou nada, não inovou, Lula não propôs nada de novo, pôs Meireles e Palocci e disse aos dois… quero o Brasil no piloto automático, vamos tocar o barco só no rami rami mesmo… deu nisso…. estamos frágeis… balanço em conta corrente está abrindo o bico faz tempo… anota o que eu digo… essa bolha de crédito vai estourar….
Esse NADA está começando a cobrar o seu preço.
João
Você não sabia que o Plano Real não foi obra do FHC?
Você não sabia que as privatarias do FHC foram financiadas com dinheiro do BNDES?
Você não sabia que o modelo de privatização atrapalha até hoje o Brasil?
É, seu codinome "EUNAOSABIA" diz tudo.
Em tempo: você sabe o que é um analfabeto político?
EUNAOSABIA
"""". Podem exaltar FHC até o dia do juízo final que ninguém vai dar bola.""
Parece que os milhares de eleitores que elegeram Aloysio Nunes o senador mais votado da história deram bola a FHC, já que o ex presidente era citado na campanha do senador e pedia votos a ele na TV.
Lula apoiou Tiririca, eleito o mais votado deputado da história do país também, Lula é dos bons mesmo.
Bonifa
O PT em sí talvez tenha errado em bloco, como partido. Mas muita gente que acompanhava a economia sabia que um plano semelhante ao Real teria de ser implementado ou não se domaria a inflação. Um plano semelhante , não aquele que o ilustre André Lara Rezende chancelou. Naquela época, os planos semelhantes haviam sido adotados na Europa Oriental e principalmente na Estônia, onde foi coberto de êxito e estavam à disposição de qualquer um na prateleira global. O plano estoniano era do conhecimento de muitos no Brasil e havia sérios debates sobre ele. O plano do senhor André foi uma cópia mal feita do plano estoniano, apressada pela interferência do Simonsen, e cheio de contrabandos que fizeram a fortuna de um grupo emergente que então desabrochou até em pérolas financeiras como o Grupo Oportunity. Além de fabricarem outros tantos milionários amigos que enriqueceram rebocando para dentro do plano fortunas em moedas podres. Quem sabia de tudo isso também era contra o plano Real, sendo ou não sendo do PT. Mas não por razões de ignorância e incompetência, como foi depois explorado em versão hipócrita da direita emplumada.
Antonio Soares
Prezao Eduardo: Entendo menos de economia que os economistas que não entendem nada de economia. Dito isso, observei que o Sr. Delfim Neto fala de "medidas macroprudenciais", e "controle do fluxo de capitais". É por aí ? E, se for, quais medidas o BC teria de adotar para barrar essa sobrevalorização do Real ? Estamos correndo o risco de cair na mesma incompetência do governo FHC, com os mesmos resultados desastrosos ?
Aos demais debatedores, digo que me parece que o Delfim Neto de hoje não é o mesmo dos tempos da ditadura. Deve se lido com mais razão e menos emoção.
Eduardo Guimarães
Antonio, quer que eu seja animador ou franco? Se quiser que eu seja franco, não poderei ser animador. Pretendo escrever sobre isso assim que eu achar uma forma de não apenas criticar, mas propor. Contudo, a situação é muito difícil. Até o controle do câmbio teria conseqüências. Você puxa de um lado, solta do outro. É a síndrome do cobertor curto. Ainda nem mesmo entendi como a situação foi se complicar desse jeito. A campanha eleitoral cegou todo mundo. Para evitar que o maluco do Serra vencesse, para combater a sabotagem da imprensa golpista, dissemos amém a tudo. E agora a gente descobre que houve alguma barbeiragem. O problema é que as medidas contra a valorização do real têm caráter inflacionário e as medidas antinflacionárias têm caráter valorizador do câmbio. Se a prioridade for a inflação, o câmbio vai pro espaço e vamos ter o problema da desindustrialização, a menos que adotemos barreiras alfandegárias, o que nos colocará em problemas na OMC… Cara, não sei direito. Estou pensando, procurando leituras. Está pra lá de complicado.
EUNAOSABIA
Pode me perguntar Edurado, sou especialista no tema.
Fique a vontade ….
(G -+TR – T) + (S – I) = saldo em CC…. sabe o que é isso?
ricardo silveira
O mais importante não é quem disse, mas o que disse.
Pafúncio Brasileiro
Azenha,
O Delfim, apesar de ter servido a ditadura, é um sujeito de respeito. Além de conhecedor profundo das coisas politico-economicas, sabe mostrar bem das coisas que estão por aí de forma enrustida, nas avalanches de informações. Esta "hidra", conhecida como mercado, só vai tomar jeito na hora em que a sua ilimitada ambição perceber que o sistema vai desmoronar. Aí eles farão algumas concessões para continuarem por cima (pra coisa não capotar, pois é pior para eles). Fora disso não tenhamos ilusão. Talvez a blogosfera saudável, comece a colocar uns fachos de luz e a "hidra" se envergonhe de algumas coisas maléficas que faz.
Elton
Por mais que muitos não gostem do Prof. Delfim Netto, temos de reconhecer que ele é didático e convincente no que diz. Bom artigo, esclarecedor.
GilTeixeira
Quem sabe faz.
Quem não sabe, ensina!
Ele podia ter aplicado na prática durante a década em que foi czar da economia brasileira tudo que escreve hoje.
Ainda tenho na memória um pichação comum na década de 70 aqui por Sampa: "Quem deLfim no meu salário?"
Bom, pelo menos ele tem um hábito saudável de rever suas posições.
Mas que ainda tenho ele atravessado no gogó, eu tenho!
ZePovinho
Um dos maiores poderes do PIG era definir a agenda do que ia ser discutido no Brasil.Era horrível ir trabalhar na segunda e ouvir as mesmas coisas sobre economia,por exemplo.Parece que isso está acabando.
Precisamos aprender a colocar pautas no subconsciente dos brasileiros.Era a partir dessas pautas, na agenda nacional, que o PIG fazia os brasileiros se definirem e optarem,em maioria,por um modelo que eles não compreendiam e que sentiam,apenas,as consequências.Mesmo assim,votavam nos gatos gordos que os esculachavam até o dia em que resolveram votar em si mesmos.
Nesse dia ,em 2002,resolveram tentar outro caminho- mesmo que a razão dissesse outra coisa.Por intuição(e sentindo 8 anos de surra neoliberal no lombo)votaram em Lula e viram que não existe esse papinho de que as coisas dependem de decisões "técnicas" em economia.
É a política quem decide,seja ela monetária,partidária ou o raio que o parta,mas é a política que pode mudar nossas vidas.
Como dizia o Sr.Cobb(Leonardo Di Caprio) no filme "A Origem"(Inception):"Uma ideia bem compreendida é pior tipo de vírus".
Esse vídeo,com um discurso do político mais importante do Canadá,diz tudo:
Fábula política difundida por Tommy Douglas, prominente activista y político, elegido en 2004 como "El canadiense más grande de todos los tiempos". Reconocido como padre del paso del sistema de salud canadiense al modelo de Asistencia sanitaria universal.
[youtube UtTW72F8xo0 http://www.youtube.com/watch?v=UtTW72F8xo0 youtube]
Luiz Fortaleza
Como o deus Kapital é poderoso. Põe um bando de economistas submissos a encontrar a saída para as contradições q seu sistema de valorização produz. Todos servos do deus Kapital. O sujeito histórico da mudança histórica é o Kapital e não mais o POVO revolucionário. O dinheiro é que configura o destino das pessoas e não as pessoas o destino do dinheiro. É o culto da valorização abstrata, do fetiche do dinheiro, como dizia Marx. Um poder fetichista tão forte que o homem perdeu o controle sobre sua criatura, o dinheiro que deveria servir como mero meio de troca entre mercadorias e agora é um poder que se sobrepõe aos meios de produção, de distribuição. Enquanto ficarmos nos racicioníos puramente econômicos, nessa lógica do pensamento economicista, não podemos criticar o Capital como um Poder sobrehumano que define o destino do planeta.
Fabio_Passos
Enquanto isso, em um dos países mais injustos do mundo, a banca comemora seus lucros pornográficos:
"Lucro do Itaú Unibanco é o maior de todos os tempos" http://www.diariodemocratico.com.br/economia/16/1…
"Lucro do Santander Brasil sobe 34% em 2011" http://www.investimentosenoticias.com.br/ultimas-…
"Lucro do HSBC no Brasil avança 61% em 2010" http://www.valoronline.com.br/online/bancos/29/39…
"Lucro do Bradesco subiu 25% em 2010, para R$10 bi" http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/n…
Até quando?
Até quando vamos aceitar os privilégios para os rentistas miliardários em detrimento dos interesses do trabalho e da produção?
É o futuro do Brasil que está sendo comprometido por esta pouca-vergonha.
EUNAOSABIA
E vocês estão somente 8 anos no poder… imagina se ficarem 30 anos como Lula quer???
Governo de esquerda e progressista é outro padrão..
Migalhas pro povão e filé pros ricão.
João
Você não sabia que a pirâmide social virou um losango? Afinal, você sabe o que é um losango?
Acho que está na hora de você tomar o seu todinho e ir nanar.
Afinal, você não sabe de nada, e a mamãe pode ficar brava de você ficar tentando entender política em um "blog sujo" (vai que você é da dinastia Petruso).
Klaus
Uai, por que esqueceu do lucro do Banco do Brasil S.A. ? Tô aqui pra ajudar:
http://colunistas.ig.com.br/guilhermebarros/2011/…
Fabio_Passos
A situação é dramática.
Este real hipervalorizado está destruindo nossa indústria e inviabilizando o futuro do Brasil como país desenvolvido.
A incapacidade do governo em moderar os ganhos do capital vagabundo promove a invasão dos importados e a devastação da produção local.
A classe média acha uma delícia fazer comprinhas em miami… assim como fez durante o desgoverno fhc até o Brasil quebrar!
Não é fácil implementar controle de capitais?
E é fácil assistir a desindustrialização do Brasil? Ver seu país seguindo o rumo do subdesenvolvimento endêmico. É moleza???
Não sei como a Dilma e o Mantega conseguem colocar a cabeça no travesseiro e dormir sabendo (e sabem muito bem!) a merda que está acontecendo…
EUNAOSABIA
Você votou nesa turma não votou??? tá reclamando do que então ??? agora guenta……. não era isso que vocês queriam rapaz???? tá reclamando do que????
jose Carlos
CARMEN???? Mudou o nominho é!?
Fabio_Passos
Essa figura deveria mudar o nome para "encosto" ou "urucubaca".
Não agrega nada. Nunca. Tosca como revista veja.
M. S. Romares
Pode ter mudado, mas o conteúdo continua o mesmo. Insistem em usar a ignorância como método de análise.
ZePovinho
Eu gosto da posição do Murray Rothbard e da maioria da Escola Austríaca de Economia:extinguir bancos centrais controlados por banqueiros privados que o transformam em um cartel que só beneficia banqueiros.Eles querem o almoço grátis só pra eles.
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