Cristiane Brasileiro: A covardia por trás da fala mimosa de Marcela Temer

Tempo de leitura: 5 min

Marcela Temer

Montagem com fotos de Lula Marques, AGPT, via Fotos Públicas

Por trás desses terríveis carinhos

por Cristiane Brasileiro, no portal Catarinas, sugestão Luana Tolentino

O monumento não tem porta/ A entrada é uma rua

antiga, estreita e torta/ E no joelho uma criança

sorridente, feia e morta estende a mão.

(Caetano Veloso, em Tropicália)

Marcela Temer acaba de lançar, em cerimônia no Palácio do Planalto, um programa federal que se chama “Criança Feliz”.

Pois bem ali, e como não poderia deixar de ser, a famosa “bela, recatada e do lar” procura nos lembrar de coisinhas bem meigas: “Cada vez que beijamos nossos filhos pequenos, que conversamos com eles, cada vez que os carregamos nos braços, que lemos uma história ou cantamos uma canção de ninar, estamos ajudando em seu desenvolvimento.”

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Seria hora, então, de fazermos uma pergunta fundamental: o que ela faz, efetivamente, quando nos diz isso?

Sim, porque esse é um ponto crucial, quando lidamos com os discursos que nos atravessam todos os dias. Por trás das falas de toda gente, há sempre uma espécie de ação — e esta pode coincidir mais ou menos com as palavras nas quais se encarnam.

(Por exemplo: a gente pergunta se tem sal, mas o que está fazendo é de fato já pedir o sal; a gente diz que “não está chateada” e pode estar informando nosso estado emocional, pode estar tranquilizando alguém ou rompendo laços de intimidade, pode estar só avisando que não vai dar pra conversar naquele momento ou afirmando a própria superioridade — só o contexto nos esclarecerá).

Pois bem… Aí dói de verdade, quando nos damos conta do tanto que as palavras podem se desconectar das ações, e de como é feito o uso político disso.

No caso da fala de Marcela Temer, me refiro a essa distância porque é justamente o governo ao qual ela está servindo que se mostra tão comprometido a passar por cima dessas mulheres que são mães, ou seja: aquelas às quais ela se dirige com tão aparente zelo.

Afinal, com as “modernizações” da legislação trabalhista que estão propondo e defendendo, milhões de nós ficaremos sem qualquer garantia no emprego, cada vez mais empurradas pra informalidade e pra contratos temporários e selvagens, e nesse contexto descartadas como peças que deram defeito quando nos atrevermos a fazer coisas decantadamente sublimes como engravidar.

E é nesse cenário que mal teremos tempo ou energia pra dar carinho ou colo a quem quer que seja, inclusive porque todas as pressões já terão sido feitas pra que a gente acredite que isso seria mesmo um desperdício da nossa “força produtiva”.

É o governo golpista que tem sistematicamente rebaixado e constrangido mulheres, e nisso também se inclui ter sido constituído a partir de um golpe de estado contra uma mulher inocente que vinha presidindo o país.

E é esse mesmo governo que tem atacado justamente o poder de mobilização e a inserção social das mulheres, destruindo os ministérios e secretarias que vinham se dedicando a políticas públicas de combate às mil violências de gênero que vivemos todos os dias.

Isto considerado, o que pode sobrar dessa recomendação da primeira-dama a respeito do “carinho” que devemos ter para com nossos filhos?

O que sobra desses conselhos mimosos tão cheios de históricas pra dormir e canções de ninar?

O que sobra, para além do indisfarçável gesto de autoelogio vaidoso feito por quem faz essa pregação, num mundo em que mesmo as menores brechas para o carinho têm sido tão negadas pra tantas de nós, e seu exercício tem sido capturado e exibido tão ostensivamente nesse tipo de discurso oficial como uma prescrição vazia ou uma “sensibilidade diferenciada” ligada a mais um signo de status?

E, buscando relacionar as palavras às ações que elas promovem, o que sobra desses discursos meio etéreos e edulcorados além de uma manobra de dissimulação das violências muito palpáveis que os sustentam?

Avançando em sua fala, no entanto, Marcela Temer ainda esclarece melhor o encaminhamento argumentativo e o sentido prático do seu discurso: “o afeto é essencial para o desenvolvimento escolar dos nossos filhos (…) cercada de carinho e cuidados específicos desde a gravidez, uma criança terá mais possibilidade de aprendizado quando chegar à escola.”

Pois bem, que coisa: não coincidentemente, é esse mesmo governo que tem cortado verbas pra Educação mais do que pra qualquer outra área, e tem quebrado as pernas dos programas mais importantes e realmente inovadores que vinham sendo desenvolvidos.

É esse governo que, ainda há pouco, escondeu as notas dos institutos federais no ENEM, e tem tratado professoras e professores da escola básica como uma classe vagabunda e preguiçosa que precisaria cumprir uma carga horária sempre maior e mais permanente.

É esse governo que vai fazer com que professoras contratadas passem a sofrer a concorrência degradada de gente que sequer precisará de qualificação especial pra exercer as funções docentes.

É também esse governo “conciliador” que, pra se alçar ao poder, se alimentou muito fundamentalmente de homens que são capazes de homenagear notórios torturadores de mulheres, e que recomenda que um massacre de 111 presos indefesos não deva ser chamado de “massacre”, mas apenas de “contenção necessária”.

É esse governo, enfim, que está disposto a cercear professoras e professores de tudo quanto é jeito, e dificultar ao máximo o acesso das camadas mais pobres ao ensino superior – não sem antes reduzir a pó o que ainda havia de potencial formador e crítico no ensino médio. Não sem antes se mostrar disposto a jogar bombas de “efeito moral” nos estudantes que resolveram protestar contra o fechamento de escolas.

Agora, enfim, já sabemos que nada disso importa, porque o destino dos nossos jovens está decidido é apenas lá na gravidez, e cabe somente à mulher que os carrega no ventre a responsabilidade por promover as tais “possibilidades de aprendizado” dos seus filhos, tão independentemente das políticas públicas que vão sendo adotadas pra essa área.

E de novo, então, preciso perguntar: o que sobra desse tipo de discurso que a primeira-dama está proferindo?

O que sobra, além do esforço de responsabilizar exclusivamente as mães pelo futuro sombrio que seus filhos já vão precisar esperar?

O que sobra, além dessa covardia e desse velho hábito de jogar pedra na Geni?

O que sobra, além desse recorrente gesto de prestigitação que veste o que há de mais velho com uma cara nova que lhe sirva de disfarce e de enfeite?

E nem digo isso como um desses “adolescentes agressivos” que Marcela parece temer tanto, não.

Digo como mulher, mãe, professora, trabalhadora.

Um tipo de pessoa que se esforçaria pra entender e analisar mais de perto esses discursos só aparentemente inofensivos ou doces.

O tipo de pessoa que tem investido muito tempo de vida e muita paixão insone em formar gente que possa desejar mais do que ser um fantoche político prestativo ou uma triste máscara de felicidade talhada a ferro — e, talvez, alguma dose a mais de paralisia moral e botox.

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Comentários

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roberto

Essa Marcela,que mais parece bisneta do presidente golpista, não passa de uma Bobalhona Alegre, fazendo o que lhe ordenam os usurpadores da Pátria.
Não tem o menor senso de justiça e nenhuma personalidade. É uma triste figura decorativa ,que faz parte dos móveis e utensílios no quarto do ditador.

William

Inveja é foda !

Denise

“E nem digo isso como um desses “adolescentes agressivos” que Marcela parece temer tanto, não.
Digo como mulher, mãe, professora, trabalhadora.”

Nesta altura do campeonato, vc acha que isso faz alguma diferença prá esse regime ditador?! Lembra o deboche do traíra, quando foi questionado quanto às manifestações públicas de “Fora Temer”? Ele respondeu – “ah, aquele punhado de baderneiros?”

Prá eles somos todos ameaça, o povo que incomoda, que quer democracia. Não adianta pedir com educação, com inteligência, com gentileza – sua carta vai pro lixo, junto com todas as demais.

Os adolescentes agressivos são eles, que não conseguem ganhar eleições democraticamente, então partem para o golpe e a propaganda mentirosa em massa, contra o governo que foi eleito democraticamente.

Acorda gente, estamos vivendo um golpe, uma plutocracia, estão rasgando a constituição! Primeiro, começam ignorando ou menosprezando a oposição, logo vem a censura, já começou com o caso da Mônica Iozzi que fez críticas ao indecente Gilmar Mendes.

SILVIA REGINA DE ANDRADE

Suas críticas destrutivas nada constroem. Será melhor apresentar algo mais positivo pois nós, brasileiros, merecemos viver em um país com paz, segurança e trabalho.

lulipe

Quanta dor de cotovelo…

RINA IBIRAJARA DE ALENCAR LABOIOSIERE

Que maravilha! Neste instante de engasgo, seu texto envia para o Brasil e para o exterior este grito de protesto das mulhesres atraves, das maos de valorosa companheira.Aluta continua

FrancoAtirador

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“No Brasil, Venceu o Ridículo Político”

“Marcela Temer é o retorno daquilo que há de mais arcaico, cafona e jeca,
do ponto de vista estético, mas que corresponde à ética
e à política que está em jogo no Brasil, que é arcaica, ultrapassada
e não condiz com o sentido da Democracia”

Márcia Tiburi

https://t.co/EOgs0Bpx9k
https://twitter.com/DCM_online/status/784462006204137472

http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2016/10/no-brasil-venceu-o-ridiculo-politico-diz-marcia-tiburi-9909.html
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FrancoAtirador

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Gaiolas ou Asas?

Rubem Alves

Os pensamentos me chegam de forma inesperada, sob a forma de aforismos.

Fico feliz porque sei que Lichtenberg, William Blake e Nietzsche frequentemente eram também atacados por eles.

Digo “atacados” porque eles surgem repentinamente, sem preparo, com a força de um raio.
Aforismos são visões: fazem ver, sem explicar.

Pois ontem, de repente, esse aforismo me atacou:

“Há escolas que são gaiolas. Há escolas que são asas.”

Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo.
Pássaros engaiolados são pássaros sob controle.
Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser.
Pássaros engaiolados sempre têm um dono.
Deixaram de ser pássaros.
Porque a essência dos pássaros é o vôo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados.
O que elas amam são os pássaros em vôo.
Existem para dar aos pássaros coragem para voar.
Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros.
O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.

Esse simples aforismo nasceu de um sofrimento: sofri conversando com professoras de segundo grau, em escolas de periferia.
O que elas contam são relatos de horror e medo.
Balbúrdia, gritaria, desrespeito, ofensas, ameaças…
E elas, timidamente, pedindo silêncio, tentando fazer as coisas que a burocracia determina que sejam feitas, dar o programa, fazer avaliações…

Ouvindo os seus relatos vi uma jaula cheia de tigres famintos, dentes arreganhados, garras à mostra – e a domadoras com seus chicotes, fazendo ameaças fracas demais para a força dos tigres…

Sentir alegria ao sair da casa para ir para escola?
Ter prazer em ensinar?
Amar os alunos?
O seu sonho é livrar-se de tudo aquilo.
Mas não podem.
A porta de ferro que fecha os tigres é a mesma porta que as fecha junto com os tigres.

Nos tempos da minha infância eu tinha um prazer cruel:
pegar passarinhos.
Fazia minhas próprias arapucas, punha fubá dentro e ficava escondido, esperando…
O pobre passarinho vinha, atraído pelo fubá. Ia comendo, entrava na arapuca, pisava no poleiro – e era uma vez um passarinho voante.
Cuidadosamente eu enfiava a mão na arapuca, pegava o passarinho e o colocava dentro de uma gaiola.
O pássaro se lançava furiosamente contra os arames, batia as asas, crispava as garras, enfiava o bico entre nos vãos, na inútil tentativa de ganhar de novo o espaço, ficava ensangüentado…
Sempre me lembro com tristeza da minha crueldade infantil.

Violento, o pássaro que luta contra os arames da gaiola?
Ou violenta será a imóvel gaiola que o prende?
Violentos, os adolescentes de periferia?
Ou serão as escolas que são violentas?
As escolas serão gaiolas?

Me falarão sobre a necessidade das escolas dizendo que os adolescentes de periferia precisam ser educados para melhorarem de vida.

De acordo. É preciso que os adolescentes, é preciso que todos tenham uma boa educação.
Uma boa educação abre os caminhos de uma vida melhor.
Mas, eu pergunto:
Nossas escolas estão dando uma boa educação?

O Que É Uma Boa Educação?

O que os burocratas pressupõe sem pensar é que os alunos ganham uma boa educação se aprendem os conteúdos dos programas oficiais.
E para se testar a qualidade da educação se criam mecanismos, provas, avaliações, acrescidos dos novos exames elaborados pelo Ministério da Educação.

Mas será mesmo?
Será que a aprendizagem dos programas oficiais se identifica com o ideal de uma boa educação?

Você sabe o que é “dígrafo”?
E os usos da partícula “se”?
E o nome das enzimas que entram na digestão?
E o sujeito da frase “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
de um povo heróico o brado retumbante”?
Qual a utilidade da palavra “mesóclise”?

Pobres professoras, também engaioladas…
São obrigadas a ensinar o que os programas mandam, sabendo que é inútil.
Isso é hábito velho das escolas.

Bruno Bettelheim relata sua experiência com as escolas:
“fui forçado (!) a estudar o que os professores haviam decidido que eu deveria aprender – e aprender à sua maneira…”

O sujeito da educação é o corpo porque é nele que está a vida.
É o corpo que quer aprender para poder viver.
É ele que dá as ordens.
A inteligência é um instrumento do corpo cuja função é ajudá-lo a viver.
Nietzsche dizia que ela, a inteligência, era “ferramenta” e “brinquedo” do corpo.

Nisso se resume o programa educacional do corpo:
aprender “ferramentas”, aprender “brinquedos”.

“Ferramentas” são conhecimentos que nos permitem resolver os problemas vitais do dia a dia.
“Brinquedos” são todas aquelas coisas que, não tendo nenhuma utilidade como ferramentas, dão prazer e alegria à alma.

No momento em que escrevo estou ouvindo o coral da 9ª sinfonia.
Não é ferramenta. Não serve para nada.
Mas enche a minha alma de felicidade.

Nessas duas palavras, ferramentas e brinquedos, está o resumo Educação.

Ferramentas e brinquedos não são gaiolas. São asas.
Ferramentas me permitem voar pelos caminhos do mundo.
Brinquedos me permitem voar pelos caminhos da alma.

Quem está aprendendo ferramentas e brinquedos está aprendendo Liberdade, não fica violento.
Fica alegre, vendo as asas crescer…

Assim todo professor, ao ensinar, teria que perguntar:
“Isso que vou ensinar, é ferramenta? É brinquedo?”
Se não for é melhor deixar de lado.

As estatísticas oficiais anunciam o aumento das escolas e o aumento dos alunos matriculados.
Esses dados não me dizem nada.
Não me dizem se são gaiolas ou asas.

Mas eu sei que há professores que amam o vôo dos seus alunos.
Há esperança…

“Por Uma Educação Romântica”.
Editora Papiro. 1ª Edição/2002.
7ª Edição/2008. Páginas 29-32.

https://books.google.com.br/books?id=LIHMKQ82MLwC&pg=PA29#v=onepage&q&f=false
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Schell

Será que os temeristas disponibilizariam a agenda pessoal/familiar da dona Marcela, para sabermos, efetivamente, quantas horas ela fica com o seu filho? Quantas babás possuem? Quantos empregados tomam conta de tudo? O que ela faz enquanto o filhinho está dormindo ou na escola? Se ela lembra em que classe o filho estuda? Se ela pode nos dizer se o “chefe” da casa foi outras vezes levar ou buscar o filho na escola? E ela? Haja saco com essa gente.

maria do carmo

Marcela Temerme lembra a rainha Maria Antonieta!

Heloísa Coellho

O artigo é bem ponderado, usa argumentação, raciocínio lógico, contextualiza contradições. Enfim, é um artigo que nenhum coxinha ou fascista vai conseguir ler até o final, porque não entendem nada e têm preguiça mental. Esse é o problema dos nossos tempos de zap. Fala-se sintetica e pictoricamente, de forma raza. A capacidade intelectiva se limita, quando muito, a um discurso troll, tipo “Fora Petralhas”. Espero que não, mas não duvido que album imbecil postasse esse tipo de “comentário”. A direita sabe disso e usa chavões e repetições sem qualquer grau de elaboração. Não é à toa que Hitler detestava intelectuais. O que deve então a esquerda fazer diante de um contexto desses de carência intelectual e déficit civilizatório? Eis o dilema. Esse comentário foge ao tema do artigo. Mas me chama a atenção a indigência intelectual brasileira. É essa indigência que abre caminho para a burrice, o fascismo e o fundamentalismo neoliberal. Como reagir a isso? Como tornar o debate mais que racional e articulado, um debate atraente e aprazível, na Sociedade do Espetáculo? E mais: como fazer isso sem abolir a própria coerência de conteúdo e forma? Se hoje a esquerda se confunde com a racionalidade, como renunciar a ela sem deixar de ser esquerda, ou seja, propugnar a redução da desigualdade social e um país mais solidário e fraterno? Como debater com quem repete “Fora Petralhas!” sem se igualar no baixo nível, mas tampouco afastar o auditório num mundo tão superficial? E principalmente: como responder isso efetivamente, e não com uma tese de doutorado ou uma dissertação de mestrado? Eu mesma não faço ideia.

    Heloísa Coellho

    “de forma rasa”

Elizabeth pretel

Esse é o discurso da minoria das mulheres de nosso país, ou seja, daquele pequeno grupo que tem essas condições, ou seja, novamente, das que tem esse privilégio, ou seja, de novo, DÁ MINORIA. Esse não é um discurso para a grande maioria das mulheres do nosso pais.

FrancoAtirador

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Quem Diria que as Tucanas-Peruas Chegariam ao Poder

Representadas por uma Dengosinha Recatada e DóLar

Amparada pelo Marido/Pai Autoritário e SuperProtetor?

https://youtu.be/NGLKBX-Cno4
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2011/11/quem-sao-as-socialites-do-video.html
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2011/11/madames-discutem-ocupacao-da-usp-e.html
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