Cotas Raciais na USP: Frente vai ao Conselho Universitário

Tempo de leitura: 2 min

 

Prezados Membros do Conselho Universitário (Co) da USP:

A Frente Pró-Cotas em SP protocolou o pedido de discussão das Cotas Raciais na USP com o intuito de sairmos deste cenário de exclusão étnico-racial extrema que inegavelmente vivemos na USP.

Buscamos a Democratização da USP desde o Acesso, através da implementação de um Sistema de Reserva de Vagas que possui recorte tanto social quanto racial, que privilegiará todo o povo brasileiro e que vai, mesmo que parcial e minimamente, reparar os danos históricos sofridos pelo povo negro por conta de sucessivas políticas públicas que os prejudicaram.

A Faculdade de Direito, unidade da USP onde quase há negros/as, deu o primeiro passo na direção das Cotas! http://migre.me/9ogr7

O Ofício (anexo) foi protocolado pela Frente Pró-Cotas em SP na manhã do dia 06/06 (antes da convocação da Reunião do CO marcado para o dia 20/06), solicitando a inclusão desta pauta na próxima reunião.

Como podemos ver na Convocação do Co (anexa), a Pauta da Reunião de 20/06 não foi divulgada a nós, Conselheiros/as, e esperamos que nosso pedido não seja ignorado, pois isto será interpretado como “Racismo Institucional” da USP.

Há 25 ANOS a USP se nega a discutir a implementação de Cotas Raciais com a parcela do povo brasileiro que quer, busca e tem o direito constitucional de ter acesso e usufruir do conhecimento nela gerado.

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O Estado de SP tem 35% de negros e nunca houve 14% de  ingressantes negros na história da FUVEST, ainda assim, esse percentual concentra-se em cursos de baixa procura, pois nos “cursos de ponta” esse percentual cai para 0,9% do total..

Para finalizar eu lhes pergunto:

1-) Quantos Prof.s Negros/as tem no Conselho Universitário?
ou mais ampla…

2-) Quantos Professores Titulares Negros/as da USP o Sr.(a) conhece?

Antecipando as respostas: Tem 0 (Zero) e 0 (Zero) !

Nem o Prof. Kabengele Munanga, respeitado internacionalmente, conseguiu se tornar um Prof. Titular na USP.

Não podemos ser coniventes com a situação escabrosa e insustentável que vivemos na USP hoje.

É tempo de mudança!

Contamos com cada um dos Sr.s nessa luta justa e necessária, a qual jamais abriremos mão…  até a vitória!

Att.,
Leandro Salvático
Engenheiro Bioquímico
Mestrando – Universidade de São Paulo

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Comentários

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abolicionista

Putz, pelos meus parcos conhecimentos sobre a estrutura de poder da USP, esse “Conselho Onivesitário” (afinal, a sigla é CO, né?) come na mão do Rodas, nosso querido reitor fascista. O conselho NUNCA contrariou as decisões do reitor. Acho difícil os estudantes se movimentarem a favor das cotas no sentido de pressionar o reitor, todos estão com medo de ser expulsos (inclusive eu). Para a reitoria, falar em “autonomia universitária é ser corporativista”. A universidade deve trabalhar para o governador. O Rodas instaurou um estado de exceção dentro da universidade, qualquer manifestação política pode ser enquadrada como uma tentativa de manchar o nome da instituição (democracia, para a reitoria, é o que está de fora da universidade). O regimento disciplinar em rigor foi redigido pelo Gama e Silva, é dos anos 70… A propósito, estão instalando catracas na entrada da FEA. Os alunos foram contra, mas perderam a eleição, que era paritária. Professores e funcionários, duas categorias completamente desmobilizadas, decidiram pelas catracas. Logo virão “teasers”. O pior: o reitor quer fazer um novo regimento, que puna os alunos rebeldes de maneira mais eficiente! Sim, e ele tem poder de sobra, político e econômico (falo de alguns bilhões) para fazer o que bem entender. Se Rodas quiser cotas, cotas haverá, caso contrário, alguém tem alguma sugestão?

renato

Gente eu me esforço ao maximo em defender as cotas, mais estou perdendo terreno.Meu filho é publico, faltou uma vaga para entrar, mas as vagas de cotas não foram preenchidas e ele não entrou. Não se gasta o mesmo para dar o curso para ex: 40 alunos. porque não preenche as vagas com restantes.
Mas mesmo assim acho que a raça negra tem que ter cotas por mais uns vinte anos, depois volta ao normal desde que as ações socias tenham avançado até lá.

mauricio de almeida barbosa

Triste Brasil, país das cotas raciais, sociais e que tais. Parece que só curso superior tem o condão de tirar o complexo de vira-lata do brasileiro!

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