Centrais propõem frente para destravar petróleo e gás

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Sérgio Nobre e dirigentes das centrais apresentam proposta na sede do Dieese, em São Paulo. Foto: Roberto Parizotti/CUT, via Fotos Públicas

Centrais propõem mobilização para destravar setor de petróleo

Ideia é obrigar empresas citadas na LAVA JATO a ressarcir a União e que, com aval do Judiciário e da classe política, retomem atividades

Escrito por Isaías Dalle, no site da CUT, via Marize Muniz 

As centrais sindicais querem formar uma frente para destravar o setor de petróleo e gás, retomando o ritmo dessa cadeia produtiva, e interromper os efeitos colaterais negativos da operação Lava Jato.

Essa frente pretende incluir a participação do Ministério Público, do STF (Supremo Tribunal Federal), do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), da AGU (Advocacia Geral da União), do TCU (Tribunal de Contas da União), do governo federal, do Congresso e dos empresários. A proposta foi anunciada à imprensa após plenária sindical na manhã desta segunda-feira, 9, em São Paulo.

A ideia básica é construir consenso em torno de uma fórmula que permita à União recuperar das empreiteiras citadas na Lava Jato as somas em dinheiro desviadas, garantir a continuidade das investigações e, ao mesmo tempo, possibilitar que as empreiteiras e prestadoras de serviço que atuam nos projetos ligados à Petrobras possam retomar as atividades no setor.

Atualmente, por conta da Lava Jato, companhias citadas nas investigações estão sendo impedidas de continuar tocando as obras e projetos já iniciados e não participam de novas licitações. Um dos resultados dessa paralisia é que a economia brasileira, já afetada pela crise econômica e política, acabou por colocar em compasso de espera os investimentos puxados pelo setor de petróleo e gás. Só este fator vai diminuir em 2% o PIB brasileiro em 2015, segundo estudo recente do Ministério da Fazenda.

É muito importante coibir a corrupção, isso merece o aplauso da classe trabalhadora. Mas em nome dessa investigação não se pode prejudicar o emprego, a viabilidade dessas empresas. Ao todo são 29 empreiteiras que estão impossibilitadas de participar de licitações, de novos contratos. Portanto, a engenharia nacional e essas empresas empregam muito, e isso precisa ter uma solução rápida.

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Com a interrupção dos projetos – como a construção do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), entre outros – as empreiteiras deixam de pagar as prestações dos empréstimos que tomaram junto ao BNDES e outros bancos públicos. Por sua vez, esses créditos têm como avalista os bancos tradicionais. A estimativa é que a inadimplência causada por esse impasse chega neste momento a R$ 1 trilhão, o que sinaliza risco sistêmico para o setor financeiro no ano que vem.

Os efeitos sobre as taxas de desemprego e consequentemente da renda dos trabalhadores já se fazem sentir. Só em empregos diretos no setor de estaleiros, numa amostra de apenas nove municípios, 8,8 mil vagas foram fechadas. Segundo o Dieese, para cada emprego direto no setor, outros três são criados – ou fechados – no restante da cadeia produtiva. O setor movimenta obras de infraestrutura, com grande impacto sobre a construção civil, alavanca a indústria naval, o setor de transportes e o setor de metalurgia, sem citar fornecedores de demais insumos e serviços.

Qual a proposta?

As empresas citadas na Lava Jato devolveriam à União o dinheiro que as investigações já concluíram ter sido desviado. Esse ressarcimento poderia se dar através da venda de ativos, em caso de não haver dinheiro vivo à disposição.

Outra possibilidade imaginada pelas centrais e por especialistas que apoiam a iniciativa é que essas companhias poderiam abrir mão de suas participações acionárias em outras empresas em que têm sociedade. Em muitos casos, sociedade com o próprio governo federal.

O governo então agiria como intermediário e recolocaria na bolsa de valores as ações devolvidas. Outros investidores, portanto, adquiririam o controle dessas operações. “Essas empresas citadas na Lava Jato são sócias em outros setores essenciais, como portos, aeroportos e estradas. Isso poderia trocar de mãos e o dinheiro gerado pela venda seria usado para ressarcir os desvios detectados pela Lava Jato”, explica o coordenador técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio.

A partir do ressarcimento, essas empresas poderiam retomar as atividades no setor de petróleo e gás. Para isso, portanto, é absolutamente necessário que haja clareza jurídica para cada caso, o que exige a participação e o consenso de entidades como o STF e o Ministério Público e o aval político do Congresso e do governo, conforme pretendem as centrais sindicais.

Essa fórmula é conhecida tecnicamente como acordo de leniência. Tal acordo não vem sendo aplicado nos casos apurados pela Lava Jato porque, a rigor, os crimes foram praticados antes de uma nova legislação passar a prever essa possibilidade, em 2014. A proposta ora apresentada visa superar esses obstáculos, explica o jurista Walfrido Jorge Warde Jr, presente ao encontro das centrais.

Próximos passos

Em 3 de dezembro, as centrais vão se reunir com entidades representativas dos empresários para fechar um texto com as propostas esboçadas no encontro desta segunda-feira.

No dia 8, realizam uma mobilização de rua no Rio de Janeiro, muito provavelmente em frente à sede da Petrobras, para divulgar publicamente a proposta e dar início a outro processo de pressão sobre a empresa, que já enfrenta greve dos petroleiros, cuja principal pauta é a retomada dos investimentos. A atual direção da empresa sinaliza na direção oposta, já que anunciou corte de 37% nos investimentos previstos até 2019 e corte de 66% na produção de petróleo.

No dia 9, o calendário de ação prevê a entrega oficial da proposta para o governo, para o Congresso, para as entidades do Judiciário e para os órgãos de controle.

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Clemente Ganz Lúcio, do Dieese: “Se nada for feito, não conseguiremos nem salvar 2017”. Foto: Roberto Parizzotti/CUT, via Fotos Públicas

Para salvar 2017

Nada a ver com proteção a empresários ou operadores corruptos, a proposta anunciada hoje pelas centrais defende a correção de rumos, o ressarcimento dos cofres públicos e a prisão dos comprovadamente culpados, esclarece o secretário-geral da CUT, metalúrgico Sérgio Nobre.

“Para nós é muito importante que 2016 seja muito diferente de 2015. É importante que o Brasil retome o caminho do desenvolvimento, da ampliação e da manutenção dos empregos, o que é fundamental. É muito importante coibir a corrupção, isso merece o aplauso da classe trabalhadora. Mas em nome dessa investigação não se pode prejudicar o emprego, a viabilidade dessas empresas. Ao todo são 29 empreiteiras que estão impossibilitadas de participar de licitações, de novos contratos. Portanto, a engenharia nacional e essas empresas empregam muito, e isso precisa ter uma solução rápida”, analisa.

Clemente, coordenador do Dieese, explica que se esse plano for concretizado, será possível de imediato interromper o “derretimento” das atividades do setor. Isso vai abrir uma nova frente de negócios e investimentos que poderá, segundo ele, apresentar sinais de reaquecimento no prazo médio de um ano. “Mas, se nada for feito, não conseguiremos nem salvar 2017”, prevê.

O “destravamento” do setor servirá como sinal positivo para a retomada dos investimentos e do papel do Estado como indutor do crescimento, lembra Sérgio Nobre. Mas, destaca o sindicalista, continua sendo essencial a mudança da política econômica, com a queda da taxa básica de juros, a manutenção do câmbio depreciado e a reversão do ajuste fiscal.

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Comentários

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mineiro

vamos falar a verdade , o golpe ja foi dado , o golpe mesmo de verdade é esse paralisar o brasil e isso esta acontecendo , desmantelar a petrobras a ponto de querer vender a preço de banana , igual ao conde dracula tucano maldito fez. entregar o patrimonio do brasil a preço de banana so para favorecer o desgraçado maldito dos eua. se tirar esse poste de pres. bom , mas se ela nao sair , mas continuar a seguir a cartilha como essa traidora ta seguindo , fica tudo bem. o que importa é paralisar o brasil e levar isso ate a proxima eleiçao . ai sim eles vao tentar de novo o golpe via judiciario , como eles tentaram varias vezes. se esse poste de pres. continuar com seu min.banqueiro e o da justiça , vai ser as mil maravilhas , ela vai ate 2018 com certeza.

Roberto Locatelli

Em geral eu fico com o pé atrás em relação a essas “frentes” que incluem trabalhadores e empresários. Quase sempre elas propõem o tal “pacto social” que, volta e meia, vem nos assombrar com a ideia de que os trabalhadores têm que “apertar os cintos” para o bem do (empresariado do) Brasil.

Neste caso, abro uma exceção, pois se trata de salvar o maior patrimônio do povo brasileiro, que é a Petrobras.

    mineiro

    concordo plenamente, nesse caso é para o bem de todo mundo ,salvar a maior uma maiores empresas do pais e do mundo. se continuar assim ela vai para as maos dos estrangeiros e com a conivencia desse poste traidor de pres.

FrancoAtirador

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MAIS UMA VEZ A GLOBO TEVE DE PUBLICAR UMA ERRATA
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(http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/10/direita-vence-eleicoes-legislativas-em-portugal-mas-perde-maioria-absoluta.html)
(http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/11/esquerda-aprova-mocao-e-governo-de-passos-coelho-cai-em-portugal-20151110155505314801.html)
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FrancoAtirador

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Economista Luiz Gonzaga Belluzzzo propõe
.
Capitalização da Petrobrás via Banco dos BRICS
.
“Por que não usar o banco dos Brics para capitalizar a Petrobras?
A companhia está precisando de capitalização para se reerguer
e, na realidade, não contaminar o resto da economia.”
.
A observação foi feita nessa segunda-feira, 9,
pelo economista Luiz Gonzaga Belluzzo,
durante debate em São Paulo.
.
Segundo ele, se a paralisia em torno da cadeia produtiva
do setor de petróleo e gás, naval e de infraestrutura
não bastasse para preocupar o governo brasileiro,
existe ainda o risco da crise bancária.
.
“Ninguém está pagando ninguém.
Os bancos não estão recebendo nada,
estão empurrando com a barriga,
jogando para a frente”, alertou,
referindo-se tanto a obras paralisadas
como a operações de crédito em atraso
envolvendo as grandes empresas, investigadas
pela Lava Jato, e sua cadeia de fornecedores.
.
No ano passado, a Petrobras chegou a bloquear contratos com 26 empresas, entre elas
UTC, Galvão Engenharia, Mendes Junior, OAS, Engevix, Queiroz Galvão e Odebrecht.
.
Nos últimos meses, a companhia iniciou um processo de desbloqueio,
mas que leva tempo até que sejam respondidas questões
como punição de funcionários envolvidos em denúncias,
evolução das investigações internas e procedimentos adotados para melhoria da gestão.
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Na esteira dessas duas dezenas de grandes empreiteiras, outras 50 mil empresas
tiveram seus negócios prejudicados, ou encerrados, abrangendo uma cadeia que aglutina
500 mil empregos e movimenta 13% do PIB brasileiro.
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Belluzzo critica a lentidão do governo brasileiro em conduzir a regulamentação interna
de sua participação no Arranjo de Contingente de Reservas (CRA, na sigla em inglês).
.
O CRA exige o aporte que o Banco Central de cada país integrante do Brics
– Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – deve fazer, para dar suporte ao fundo
de US$ 100 bilhões destinado a dar solidez às operações de crédito do banco
criado pelo bloco no ano passado, o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD).
.
“O NBD já está operando, mas o Brasil está devagar quase parando”, criticou Belluzzo –
observando que a Rússia já encaminhou cerca de 50 projetos de investimentos
para serem avaliados pelo novo banco, enquanto o Brasil ainda não encaminhou nenhum.
.
“Essa ideia de capitalizar a Petrobras deveria ser abraçada pelo governo brasileiro
e com certeza teria acolhida no banco dos Brics.”
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Acompanharam o raciocínio do economista no debate sobre conjuntura internacional
o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães e o professor Renildo de Souza,
da Universidade Federal da Bahia.
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Guimarães ponderou que nem o bloco, nem o NDB surgiram para revolucionar
a estrutura da economia globalizada.
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O encontro foi promovido pelo Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé (http://www.baraodeitarare.org.br).
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“O Brics não quer criar um novo sistema alternativo internacional.
Quer mudar as regras para se posicionar melhor.
Não é revolucionário, mas se apresenta como reformista”, disse o diplomata.
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Por “mudar as regras” entenda-se não um afrouxamento dos mecanismos de segurança que devem mover as operações de crédito, mas o fato de o bloco não ter surgido com o propósito de interferir nas políticas dos Estados nacionais – diferentemente de organismo como FMI e Banco Mundial, criados com o objetivo de os países ricos exercerem influência sobre os governos de países emergentes.
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“O FMI sempre serviu para monitorar países com dificuldades econômicas.
E o banco dos Brics surgiu com a capacidade de oferecer empréstimos
sem a imposição de condições políticas e sem ingerência
sobre os departamentos de Tesouro dos países periféricos”, disse Guimarães.
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Sintonia
Ao apontar possibilidades de financiamento, a exposição dos especialistas vai ao encontro de propostas apresentadas ontem pelas centrais sindicais voltadas para a retomada do crescimento brasileiro. Reunidas na sede do Dieese, CUT, Força Sindical, CTB, UGT, CSB e Nova Central defenderam a união de governo, representantes dos setores produtivos e órgãos de controle e fiscalização num esforço que permita também às empresas investigadas por corrupção poder voltar a estabelecer contratos com o poder público.
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“É fundamental ter uma solução institucional para que a Petrobras, empreiteiras,
o setor da construção e o naval retomem as atividades”, disse o diretor técnico do Dieese,
Clemente Ganz Lúcio.
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Os sindicalistas também levantaram preocupação
com o risco de a crise contagiar outros setores da economia.
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Reportagem: Paulo Donizetti de Souza, da RBA, via BR247.
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Urbano

Peço permissão e ao mesmo tempo desculpas a todos, pois preciso fazer um comunicado aos bandidos da oposição ao Brasil que estão sabotando as minhas correspondências. É que eu estou decidido a fazer uma queixa preventiva contra a ECT, muito embora ela seja também vítima dessa situação, junto às Pequenas Causas e ao PROCON, sobre possível dano que eu venha a ter, em função dos desvios e atrasos na entrega de minhas correspondências; principalmente de faturas para pagamento. Quero lembrar aos tais fascistas e escroques que, sem sombra de dúvidas os bandidos são eles, que sacrificam a nossa Pátria das mais diversas formas e contundências. O meu posicionamento é apenas de defendê-la, com as únicas armas das quais disponho, que são a ideia e as palavras, sejam elas boas ou ruins.

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