Camila Cunha: Parabéns, Rebeca, seu ouro lavou um trauma que nem sabia que tinha

Tempo de leitura: 2 min

Sobre chances, superação, resiliência, democracia real

Por Camila Tenório Cunha*(camilatenoriocunha), em perfil de rede social

Quem vê feliz a Rebeca sabe da história de luta da mãe para que ela fizesse ginástica. Todavia, um ponto importante: havia onde ela pudesse fazer ginástica.

Na minha infância minha mãe procurou onde pudesse fazer, tenho 51 anos, e só achou no Tênis Clube de São José dos Campos. Ao contrário da Associação Esportiva que dava bolsas e popularizava a natação para quem não era sócio, o Tênis Clube não.

Fui para natação, era perto de casa e tinha um preço simbólico.

Ou seja, é importante que os governos possam fazer escolinhas de todos os esportes, que todos, de todas as classes sociais, possam conhecer e fazer este esporte.

Porque é fácil falar que somos ” o país do futebol”, sendo que qualquer bola de meia vira bola e qualquer chinelo vira gol, mas não sermos um país que ofereça outros espaços, esportes, chances.

Por que a China está na frente? Até nas graduações de qualquer conhecimento os chineses precisam fazer Educação Física, e, conhecer ao máximo de temas da cultura corporal.

Outro ponto que só fui entender a história dele depois que entrei na Faculdade de Educação Física da Unicamp: o racismo no esporte.

Eu me lembro de alguém, na minha infância, enquanto virava estrelinhas e tentava dar mortais, falar: ” Mas este esporte não é para você, você descende de negros, este esporte só branco se dá bem”.

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Ao ver o pódio do solo todo negro hoje fiquei querendo que esta pessoa estivesse vendo também.

Porque o que existe, na real, são chances de se praticar, não corpos feitos ou não para determinada modalidade. Existe chances de vivenciar, experimentar, ou não. E por muito tempo este esporte foi das elites, nos clubes, que eram exclusivamente brancos.

Ver o pódio todo negro me emocionou demais, ver uma brasileira que veio da favela, mais ainda.

Parabéns, Rebeca, seu ouro lavou um trauma que nem sabia que tinha.

*Camila Tenório Cunha, uma professora de Educação Física que tenta apresentar aos alunos o máximo de temas da cultura corporal que consegue. É graduada em Educação Física pela Unicamp, mestre em Educação pela mesma universidade. 

*Este texto não representa obrigatoriamente a opinião do Viomundo.

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Comentários

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Zé Maria

https://x.com/i/status/1821603111297020224

“Ginastas negras são, hoje, as maiores atletas da ginástica mundial.

Nesse cenário, se torna ainda mais inaceitável o gesto supremacista branco
feito pela técnica da delegação [de ginástica rítmica] da Hungria.

Não é apito de cachorro, é um megafone. Uma grande bandeira nazista!

MÔNICA BENÍCIO
Vereadora do Rio de Janeiro (PSOL/RJ).
Arquiteta e Mestra em Urbanismo.
https://x.com/Monica_Benicio/status/1821603111297020224
https://x.com/dbobiz/status/1821629686935355721

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Zé Maria

Cadê o Projeto do Esporte na Escola Pública
em Tempo Integral, da Isabel e da Ana Moser?

Zé Maria

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Parece que o Comitê Olímpico Internacional (COI)
estabeleceu uma ‘Nova Regra’ para a Arbitragem
a ser aplicada, ao menos, no Futebol Feminino:

“Toda vez que a Seleção Brasileira Feminina de Futebol estiver
ganhando de uma Equipe Europeia ou Norte-Americana, haverá
no mínimo 15 Minutos de Acréscimo ao Tempo Regulamentar.
.
.
“É impressionante!
Alguém da CBF tem que resolver isso,
a gente não pode aceitar que isso aconteça:
15 minutos de acréscimo já é muito mais
do que o normal, e continuar o jogo [contra
a Espanha] depois dos Acréscimos,
assim como foi também contra a França…
cara, sério, não tem ninguém bobo no futebol
aqui, não.”

Narradora Renata Silveira, sobre os acréscimos em jogos
da Seleção Brasileira Feminina de Futebol nas Olimpíadas.

https://x.com/futebol_info/status/1820936106033987955
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Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/GUOQXx8XUAAi_jj?format=jpg

Dia em que os Estados Unidos da América (EUA)

Simbolicamente se Ajoelhou para Reverenciar o Brasil.

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