Bebel: Filha de ex-diretora da Apeoesp é uma das primeiras vítimas de feminicídio em 2018
Tempo de leitura: 2 min
Morta a tiros, filha de professora é um das primeiras vítimas de feminicídio em 2018
por Maria Maria Izabel Azevedo Noronha, Bebel, via assessoria de imprensa da Apeoesp
O assassinato da escrevente Simone Lanzoni em Sorocaba no dia 03 de janeiro revela já nestes primeiros dias de 2018 que a violência contra a mulher e o feminicídio continuam rotineiros no Brasil.
A escrevente de 46 anos era filha de uma ativa líder sindical, a ex-dirigente da APEOESP, professora Abigail do Amaral Maduro.
A professora, falecida em agosto de 2014, foi a primeira Secretaria de Assuntos dos Aposentados do Sindicato dos Professores, historicamente engajado na luta feminista.
De acordo com a Polícia Militar, Simone foi morta a tiros, pelo próprio namorado em Sorocaba, cidade onde ambos residiam.
As primeiras investigações indicam que José Júlio Ferreira Cintra de Almeida Prado Júnior matou a namorada e depois cometeu suicídio.
Nas reportagens sobre o caso, pessoas próximas ao casal informaram que José Júlio tinha um histórico de atitudes de ciúmes e essa pode ter sido a causa da tragédia, que deixou três crianças órfãs.
Não há cálculos sobre o número de órfãos da violência doméstica no Brasil. Mas, o Mapa da Violência, elaborado a partir de dados do Ministério da Saúde, revela que o Brasil ocupa hoje a 5ª posição no ranking de feminicídio, em um grupo de 83 países.
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São 4,8 assassinatos para cada grupo de 100 mil mulheres. O número de estupros passa de 500 mil por ano, em todo o País.
No caso dos assassinatos, 55,3% foram cometidos no ambiente doméstico e 33,2% dos assassinos eram parceiros ou ex-parceiros das vítimas.
A violência de gênero é considerada um problema de saúde pública por afetar mulheres em diversos países; no caso do Brasil, trata-se de uma epidemia.
O assassinato como no caso de Simone costuma ser precedido de agressões verbais e crises de ciúmes, que abalam a autoestima feminina e impedem seu progresso.
A conscientização, o debate sobre as questões de gênero e a luta para combater e punir toda e qualquer forma de machismo têm que ser priorizadas nas escolas, no ambiente doméstico, nas mídias e redes sociais todos os dias.
Para enfrentar a violência, o País ganhou a Lei do Feminicídio.
Assinada no dia 09 de março de 2015 pela presidenta Dilma Rousseff, a lei de número 13.104 altera o Código Penal e estabelece que o assassinato de mulheres pode ser considerado homicídio qualificado e tratado como crime hediondo, o que dobra a pena.
Lamentavelmente neste início de 2018, quase um século depois que a filósofa Simone de Beauvoir popularizou a bandeira do feminismo, a igualdade entre homens e mulheres ainda é um ideal longe de ser assimilado pela nossa sociedade.
Professora Maria Izabel Azevedo Noronha, Bebel, presidenta da APEOESP
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Comentários
João Paulo Ferreira de Assis
Lastimável. Até quando isso irá continuar, meu Deus?
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