Bancários querem ser pioneiros na regulamentação do teletrabalho
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Bancos sinalizam que aceitam negociar o teletrabalho e clausular na Convenção Coletiva a partir das propostas do Comando Nacional dos Bancários
Sindicato dos Bancários de São Paulo
Uma das principais reivindicações da categoria na Campanha Nacional Unificada é a garantia de direitos para os trabalhadores que estão em home office.
Em reunião realizada nessa terça-feira (26) com o Comando Nacional dos Bancários, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) sinalizou que aceita negociar as propostas dos bancários para definir a redação das cláusulas específicas sobre teletrabalho a serem inseridas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria.
“Queremos que a possibilidade do trabalho em home office seja discutido com o movimento sindical. Apresentamos nossas reivindicações sobre a importância do controle da jornada e toda e qualquer alteração a respeito da responsabilidade do fornecimento e manutenção dos equipamentos necessários para a realização do teletrabalho seja discutido e pactuado neste instrumento aditivo, que vai regrar as condições do seu trabalho”, diz a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional, que representa a categoria na mesa com a Fenaban.
“As reivindicações vieram dos trabalhadores, a partir de uma pesquisa feita ano passado, com 13 mil bancários em todo o país, que relataram inúmeros problemas do trabalho em casa. Para diminuir custos, os bancos querem manter os trabalhadores em home office, e reivindicamos o fornecimento de equipamentos adequados para que o trabalhador possa executar suas tarefas; o pagamento pelo banco dos gastos, como energia elétrica e internet por exemplo; condições de saúde e segurança, com respeito às Normas Regulamentadoras; o controle da jornada; e garantia de todos os direitos previstos na CCT”.
“É um avanço importante, mas existem pontos a serem melhor discutidos, como a questão da ajuda de custo para os gastos assumidos pelos trabalhadores e o respeito à jornada de trabalho, com direito à desconexão do trabalhador”, destaca a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira lembrando que já houve avanços neste sentido nos acordos específicos com o Bradesco, Itaú e Banco do Brasil.
Pesquisa feita pela CONTRAF e DIEESE, realizada com 13 mil bancários, em 2021, de todo Brasil mostrou que a maioria dos trabalhadores não tem equipamentos adequados, e trabalha de forma improvisada: no quarto, na sala ou até mesmo na cozinha.
A pesquisa também mostrou que os itens mais mal avaliados pelos bancários no teletrabalho são os equipamentos de ergonomia, a cadeira e a acústica; 86,5% dos bancários tiveram aumento em suas contas de luz e 73,4% nas contas de supermercado; 36% dos bancários afirmam que o banco não se responsabilizou por nenhum equipamento; 54% dos bancários afirmam que o banco não tem ou não sabem se o banco tem canal específico para atender demandas dos trabalhadores em teletrabalho.
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Além do tema teletrabalho, um outro ponto tratado na reunião foi a qualificação e requalificação profissional.
A secretária geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, Neiva Ribeiro, ressaltou a rapidez com que as mudanças estão acontecendo na parte tecnológica e de gestão e a necessidade dos trabalhadores se capacitarem.
“É importante que os bancos arquem com os custos das qualificações que são exigidas para o trabalho. Mas, muitas vezes, essas formações precisam ser feitas fora da jornada, sem que eles tenham muito tempo para isso. É preciso que seja garantido tempo para que as formações sejam realizadas dentro da jornada e que esta possibilidade se mantenha durante toda a carreira no banco”, disse.
“A qualificação e requalificação é importante, inclusive, para que as pessoas possam evoluir na carreira e possam ir para outras áreas”, completou.
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