Armando Januário: Com Haddad, PT aponta o caminho da unidade

Tempo de leitura: 3 min
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O PT ‘escapuliu na ponta’

Por Armando Januário dos Santos*

Me lembro do Grande Prêmio de Fórmula 1 do Brasil, em 1991.

Ayrton Senna (1960-1994) até ali nunca havia vencido em seu próprio país e tinha pela frente esse desafio, que ele certamente considerava também uma obrigação.

Conseguiu se classificar em primeiro lugar para a largada, mas tinha bem próximo a si adversários muito poderosos. Senna largou exatamente como nas palavras do narrador: “vamo, Senna, larga bem, Senna, escapole na ponta!”

Senna ganharia aquela corrida – com problemas em seu câmbio que lhe deixaram nas últimas voltas somente com a sexta marcha –, o que lhe ajudaria a conquistar o tricampeonato mundial, vindo a ser considerado até hoje o melhor piloto de Fórmula 1 de todos os tempos.

No Brasil da atualidade, vários desafios se apresentam: temos uma crise econômica e política sem precedentes, além de um governo incapaz de lidar com a Covid-19, considerada por especialistas como a pandemia do século. Incapacidade não definiria o Governo Federal, tampouco aquele que ocupa a Presidência da República; ele demonstra limitação cognitiva para lidar com os obstáculos mais simples e total impossibilidade de continuar à frente do segundo país com maior número de mortes pela pandemia.

Com uma radical política neoliberal, o Brasil se encontra com mais de 14 milhões de desempregados e muitos sobrevivendo na informalidade.

Ainda assim, o governo despreza as pequenas e médias empresas, as quais empregam em maior número, priorizando o capital financeiro.

O desprezo do governo, na figura do atual presidente não é apenas na geração de empregos e distribuição de renda.

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Ele se estende de maneira violenta na escolha e perseguição daqueles considerados inimigos: a imprensa, os progressistas, os povos originários, a população negra, travestis e transexuais… e a lista parece não ter fim.

O atual presidente é o principal promotor de ódio às minorias sociais, ou a toda pessoa que pense diferente dele, mesmo sendo do seu próprio campo político.

Ante esse estado de exceção implantado no Brasil e disfarçado de democracia, o segundo maior partido progressista do mundo decidiu oferecer a população uma alternativa para 2022, com o nome de Fernando Haddad (PT) como pré-candidato.

Isso causou discordância dentro do campo progressista, com lideranças questionando esse movimento político e esquecendo que o PT enfrentou praticamente sozinho a farsa chamada Lava Jato.

Isso divide o campo progressista, facilitando uma virtual reeleição do atual presidente da extrema direita.

Obviamente, todos os partidos progressistas têm direito de lançar pré-candidaturas, contudo, para longe da arrogância ou da virtude, o PT tem, pela sua história e por ser, quando ocupou a Presidência, de acordo com a ONU, o governo que mais e melhor combateu a fome e a miséria, distribuindo renda como jamais havia ocorrido na história da República Nova – e possivelmente, na história brasileira – a obrigação de ‘escapulir na ponta’ e ser o primeiro partido de esquerda a indicar um caminho para a retomada do crescimento econômico, dos empregos e da cidadania plena.

Não nos esqueçamos, porém, que a melhor forma de derrotar o fascismo em 2022 é construir uma Frente Ampla de Esquerda.

A liderança dessa frente deve ser amplamente discutida com a sociedade civil organizada, com os movimentos sociais e com setores do empresariado brasileiro que já perceberam a tragédia provocada por um certo capitão da reserva do Exército e seu grupo terraplanista, anticiência e negacionista.

Nesse cenário, o PT ‘escapuliu na ponta’, acenando a todos os partidos de esquerda como é fundamental a unidade para destroçar o autoritarismo.

*Mestrando em Psicologia pela UFBA. Psicólogo graduado pela UNEB e Graduado em Letras com Inglês pela mesma instituição. Pós-graduado em Psicanálise; em Gênero e Sexualidade; e em Literatura. Autor do livro Por que a norma? Identidades Trans, Política e Psicanálise. Instagram: @januario.psicologo

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Comentários

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Zé Maria

“Meu candidato em 2022 é o Lula”

Professor Fernando Haddad,
demonstrando que não é um egocêntrico.

https://twitter.com/i/status/1359514018596200464

Zé Maria

E a Frente Ampla dos Blogs de Esquerda? Quando ocorrerá?

https://youtu.be/XQQpTg-B4qE?t=82

    Zé Maria

    “A Raposa foi com fome no Ninho e perdeu o Focinho”

    “A ‘Lava Jato se matou’ e a Globo está chorando seu Suicídio”

    Mesmo assim, “estão armando um Golpe
    para anular o Processo do Triplex
    e não devolver os Direitos do Lula”

    “Parece que temos um Estado de Direito consentido”

    “Como faz falta uma Lei de Defesa do Estado Democrático no Brasil”

    Jurista Lênio Luiz Streck

    https://youtu.be/XQQpTg-B4qE?t=420

Renato Leonardo Martinelli

Discordo totalmente do articulista; para que uma frente ampla eleitoral comece com o pé de direito, para que tenha a mínima chance de prosperar, é condição sine qua non que haja um projeto que as unifique, que preceda seus candidatos.

Marco Vitis

Frente Ampla de Esquerda está fadada ao fracasso eleitoral em 2022. Repetir a fórmula errada de 2018 (Haddad representando Lula) e esperar um resultado diferente é insanidade. Na Política NÃO existe essa de que o partido TEM QUE voltar ao poder porque fez um bom governo. Besteira ! Churchill foi responsável pelo enfrentamento e vitória contra o nazismo e perdeu a eleição após o fim da guerra. A realidade brasileira é que Dilma foi golpeada, Lula preso numa fraude judicial, e o antipetismo foi solidamente semeado no imaginário da maioria dos brasileiros. Quem não reconhece esses FATOS, não é capaz de tomar decisões políticas adequadas ao momento histórico atual. Enquanto alimentam fantasias, o fascismo ignorante destrói o Brasil.

    Fernando N. dos Santos(NERI)

    De plena concordância … insistir nisso é suicidio para mais 8 anos pelo menos!!!! seja com o nefasto tosco … seja com outro limpinho mas da mesma cepa!!!

    Renato Leonardo Martinelli

    è necessário ser realista e considerar que independente de ter sido vítima de uma conspiração mediática-jurídica, liderada pela operação lava-jato, o lulopetismo , e seus principais dirigentes, se corromperam,, política e financeiramente, no exercício do poder.

Renato Leonardo Martinelli

Ao contrário do articulista, penso que o Lulopetismo, com o lançamento da candidatura do preposto de Lula, abriu o caminho para a reeleição do preposto da conspiração nacional e internacional do neoliberalismo financista, econômico, político, social e ético, Jair Bolsonaro, em 2022.

Zé Maria

Entrevista: Maria Rita Kehl
Psicanalista, Jornalista, Ensaísta, Poetisa,
Cronista e Crítica Literária Brasileira.
Foi Membro da Comissão da Verdade.

🔴 A DESORDEM DO DISCURSO

Da Série: A Destruição do Brasil

No Canal da TVT:

(https://youtu.be/ZcpsclBxMCM)

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