por Adilson Filho,especial para o Viomundo
É sempre bonito de ver gente jovem trocando seu fim de tarde de verão para pisar nas ruas contra a mais absoluta cara de pau e sacanagem com o povo do “grupo do Cabral”, que atualmente controla a cidade e o Estado do Rio de Janeiro. Justíssima manifestação dos que deram um exemplo de luta e cidadania contra a obscenidade desse aumento abusivo das passagens. Mas uma coisa é bastante lamentável: quando o povo trabalhador se misturava, ainda que timidamente, aos manifestantes na Central do Brasil, quando tinha tudo pra ser um ato de pressão que simbolizasse, pelo menos, que estamos vivos, eis que o fantasma de 2013 aparece.
Uma pá de alucinados sem rumo misturados a um ou outro filhinho de papai revoltado vão retirando das mochilas pedregulhos, cabeção de nego e garrafas pra explodir pra cima dos PMs. Vão fazendo sua “Disneylandia”, quebrando ponto de ônibus, jogando lixeira nas ruas, assustando as pessoas (muitas de idade) que tinham que pegar sua condução pra voltar pra casa depois de mais uma jornada de trabalho.
O pior é saber que pra eles está tudo bem; saiu dali papai e mamãe garantem seu “dia de rebeldia nas férias”, enquanto a limpeza da área cai no braço do trabalhador das ruas, o pânico ao chegar em casa fica pra doméstica que cumprirá sua dupla função de qualquer maneira e a Polícia Militar, essa mais uma vez é esquentada no asfalto pra depois ir descarregar sua adrenalina a gente sabe muito bem em quem e aonde.
O misto de ignorância, insatisfação difusa e rebeldia copiada do estrangeiro que explode em violência nas ruas nada tem de transformador, muito pelo contrário, é óleo pesado na máquina do sistema que dizem combater. Dão munição pra mídia, esvaziam de sentido a indignação coletiva, prejudicam a classe trabalhadora e acirram ainda mais o ódio nas forças de repressão.
Linha auxiliar do conservadorismo bastante eficaz é essa garotada fazendo do lugar sagrado de lutas populares o playground da sua ‘revolução’. Enquanto isso, mais uma catraca vai rodando a quase quatro reais na cidade, enchendo as burras daqueles que dormiram comemorando o desfecho da manifestação.
PS: Essa turma remanescente de 2013 tem muito o que aprender com a juventude periférica do ano passado, que não teve intelectuais que os glamorizassem com suas interpretações brilhantes, mas sabiam muito bem o que queriam e deram seu recado na raça e na consciência. Ali sim foi a luta da molecada que não tava de bobeira, que deixou exposto o Estado conservador, com todo o seu autoritarismo e incompetência vindo à tona.
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Comentários
FrancoAtirador
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Historicamente, a Principal Crítica que Sempre recaiu sobre os Ideólogos Anarquistas
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é que o Anarquismo traz como Premissa a Destruição do Poder Político Institucional.
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Eduardo Guimarães
Azenha, é uma piada de mau gosto essa história de que as manifestações cretinas contra os aumentos das passagens foram “vítimas” de “infiltrados”. Essa afirmação é uma bofetada no rosto das pessoas lúcidas que já na primeira manifestação fascista de 2013 avisaram aos “intelequituais” embevecidos que aquilo ia dar merda. Os Gilbertos Maringonis deste país precisam aprender a respeitar a inteligência das pessoas. Onde estavam os black blocs enquanto o MPL não saía às ruas? Qual é a dúvida de que a arruaça e a intimidação da população é tática do MPL, de setores do PSOL e do PSTU, entre outros? Respeitem a inteligência das pessoas! De mais a mais, por que só transporte não pode aumentar? E a água? E a energia elétrica? E o preço de medicamentos? Em São Paulo, o custo do transporte subiu muito menos que a inflação, de 2013 para cá. Essa ação do MPL foi política. Você, Azenha, ouviu da boca de Haddad resposta à minha questão lá no programa Contraponto, em 2013: foi uma farsa do MPL dizer que venceu a queda de braço com a prefeitura e que as passagens recuaram 20 centavos. Recuaram nada: o erário teve que pagar às empresas de ônibus. O governo Haddad nunca mais se recuperou daquela sabotagem política que abriu as portas do país ao fascismo. Ainda bem que os 80% que chegaram a apoiar esses imbecis hoje não chegam a 1% daquele contingente
Mauricio Gomes
Concordo 100% com o Eduardo, esse MPL é sim responsável por destampar o bueiro fétido do fascismo por onde saíram toda sorte de ratos que infernizam o país desde então. Jamais viu-se qualquer ação deste grupo, por exemplo, para apoiar causas muito mais justas como a luta dos estudantes secundaristas ou contra o extermínio de pobres e negros nas periferias do Brasil. São cínicos e hipócritas.
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