Acusado de receber R$ 5,5 milhões em propina ajudou Bolsonaro a meter a mão nos velhos e pobres logo depois do Dia do Idoso
Tempo de leitura: 2 minDa Redação
Por 56 votos a 19, a Reforma da Previdência passou em primeiro turno no Senado, enquanto parlamentares ainda barganhavam com o governo Bolsonaro nos bastidores para não barrar pontos do texto considerados essenciais pelo ministro da Economia Paulo Guedes.
A aprovação aconteceu um dia depois do Dia Internacional das Pessoas Idosas, como notou o senador Paulo Paim (PT-RS), cujo substitutivo foi desconsiderado pelos colegas.
O governo promete que a reforma vai criar milhões de empregos.
Mentira, diz o economista Clemente Ganz Lúcio, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Os cortes vão incidir especialmente sobre a base da pirâmide previdênciária. Juízes, promotores, parlamentares e militares tiveram seus direitos preservados.
“É um pressuposto falso porque se o governo corta esse gasto com os benefícios, ele reduz o nível da atividade econômica”, afirma Clemente.
O relator da proposta foi o milionário Tasso Jereissati (PSDB-CE), que tem fortuna estimada em R$ 400 milhões.
Curiosamente, ele paga R$ 3.713,93 mensalmente ao Plano de Seguridade Social dos Congressistas (PSSC), o que dará ao cearense o direito de se aposentar com o teto de R$ 33.763,00.
O teto previsto pela Reforma da Previdência é de R$ 5.839,45.
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O lobista da proposta nos bastidores do Senado foi o líder do governo Bolsonaro, o emedebista Fernando Coelho Bezerra, recentemente alvo de busca e apreensão da Polícia Federal em seu gabinete.
Ele e o filho, deputado federal do DEM de Pernambuco, são suspeitos de receberem R$ 5,5 milhões de propina de empreiteiras.
O presidente Jair Bolsonaro, combatente da corrupção, reagiu à decisão do Senado dizendo que “eu lamento, tem que aprovar”.
“Se não fizer, quebra o Brasil em dois anos”, acrescentou.
A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, escreveu um artigo dizendo que Bolsonaro espalha o mito de que o Brasil está quebrado ou vai quebrar para justificar as reformas que beneficiam os mais ricos em detrimento dos mais pobres.
Também votou a favor da reforma a senadora juíza Selma, de Mato Grosso, que se autointitulou “Moro de saias”.
Ela pode ter o mandato cassado sob acusação de caixa 2 e abuso de poder econômico.
Selma trocou o PSL de Bolsonaro pelo Podemos, de Álvaro Dias, por não concordar com o arquivamento da CPI da Lava Toga, que beneficiou a família Bolsonaro em troca de favores do STF.
Mas os maiores apoiadores da reforma foram mesmo homens, brancos e ricos como o senador José Serra, artífice de dois dos maiores assaltos ao patrimônio público brasileiro, a privatização da estatal Vale do Rio Doce e, agora, do pré-sal.
Livre, leve e solto, apesar de múltiplas delações na Lava Jato, só este ano em verba de gabinete no Senado Serra já torrou R$ 201. 687,07.
Isso dá mais de R$ 22 mil mensais, sem contar salários e todos os outros benefícios do cargo.
Serra votou com Bolsonaro até para tirar o abono salarial de quem ganhar até R$ 1.996,00 mensais em 2019.
Nisso, foi derrotado.
Aliás, Fernando Bezerra Coelho já torrou R$ 267.120, 46 só em verba de gabinete em 2019, bem mais que o próprio Serra.
Foram eles que enfiaram a mão no bolso e tomaram um troco do velhinho e do trabalhador.
Comentários
Moisés Avelino da Costa
Estou com nojo destes muquirana de Brasília, estão acabando com o Brasil e um monte de besta ainda defende este desgoverno!
Zé Maria
“O país não gerou empregos com a reforma trabalhista
e a economia não cresceu com a PEC do teto de gastos.
A enganação da vez é que a reforma da previdência
proposta pelo governo Bolsonaro vai combater
privilégios e gerar empregos.
Mais uma mentira!”
Helder Salomão
Deputado Federal (PT=ES)
https://twitter.com/heldersalomao/status/1179356107095072768
“A Dilma Cai, o PIB Dobra” e o Dólar Despenca.
Dizia o AntaFascista da Globo, direto de Veneza
Zé Maria
Os Senadores ainda têm a Última Chance de provar
que resta algum tipo de Dignidade no Parlamento,
aprovando Emendas Supressivas no Segundo Turno
da Votação da Proposta de Emenda Constitucional
da Defórma da Previdência da Milícia do Guédes.
Aliás, os Senadores já deram mostra que podem
se livrar do Cabresto do Governo de Bolsonaro,
quando rejeitaram a parte do texto da Defórma
que restringia o pagamento do abono salarial
a quem recebe até R$ 1.364,00.
Ao aprovar o Destaque Supressivo, o Senado
manteve o benefício que continuará a ser pago
para quem recebe até dois salários-mínimos.
Fizeram pouco, mas mostraram que é possível
contrariar o desgoverno em favor dos Pobres.
Fonte das informações: Agência Senado
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