Tweets that mention A depressão | Viomundo – O que você não vê na mídia — Topsy.com
[…] This post was mentioned on Twitter by Romulo Cabral de Sa. Romulo Cabral de Sa said: A depressão – http://tinyurl.com/2etrhcb (via @viomundo) […]
Marcelo de Matos
Que maravilha! Quando vemos essa série da Record, bem como aquela outra em que o violinista sofreu operação no cérebro diante das câmeras de TV, ficamos estupefatos. Como evoluiu a nossa medicina! Há setores, porém, em que estamos marcando passo. Você pode pagar o convênio médico mais caro. Se precisar de um dermatologista, ou de um endocrinologista, vai encontrar profissionais interessadas mais na estética que na cura de eventuais mazelas. Os consultórios costumam estar repletos de dondocas interessadas em cuidar da pele ou dos cabelos. Parecem mais salões de beleza. “O senhor vai passar essa pomada durante quarenta dias. Depois retorna aqui para vermos o resultado”. O paciente vira cobaia de laboratórios.
Hans Bintje
Azenha:
Como é difícil a Travessia…
Versos do Milton Nascimento:
"Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar
Vou seguindo pela vida me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte, tenho muito que viver
Vou querer amar de novo e se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço com meu braço o meu viver"
Jorge de Castro
Sobre o vídeo, concluindo: A questão não se prende aos nvos horizontes do progresso tecnocientífico, mas à opção por uma gramática (um jogo de linguagem, diria Wittgenstein) que pretende fazer coincidir vida mental com atividade cerebral, elementos intencionais com comportamentos fisiológicos. Sem a mesma sofisticação, mas dentro de um "espírito da época" igualmente conformista, a psiquiatria das localizações cerebrais de fins de século XIX já enveredou pelo mesmo caminho, suscitando teorias como as de Lombroso. Há pesquisas sérias na área da neurociência, mas essa psiquiatria de videogame veste bem o figurino desses tempos de individualismo conformista, anti-historicismo e profecias do fim da narrativa.
Jorge de Castro
Ainda sobre o vídeo: Não há nada de científico nas duas operações decisivas que trouxeram a depressão e outros problemas mentais às sua conformação epidêmica : o afrouxamento dos critérios de diagnóstico (que alargou muito a abrangência da depressão e outros diagnósticos, como sociofobia, pânico, stress pós-traumático, etc) e a inflexão reducionista no sentido de admitir como causa o que é correlação, como determinação o que é possilidades de subjetivação, tendo como operador a redefinição da doença mental em termos estritamente biológico-deterministas.
Jorge de Castro
Muito desse triunfalismo que aparece no vídeo não resiste a uma análise rigorosa por pessoas seriamente comprometidas com "espírito científico", para usarmos a expressão de Bachelard. Pesquisas como essas da USP têm o fascínio de reduzir a psiquiatria à gramática do videogame. Chegou-se à "epidemia" de depressão por rearranjos dos critérios de diagnóstico em parte patrocinados pela escalada da indústria de psicofármacos e redescrições de códigos de diagnóstico derivadas da APA (Assoc. Psiquiátrica Americana).
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Marcelo de Matos
Que maravilha! Quando vemos essa série da Record, bem como aquela outra em que o violinista sofreu operação no cérebro diante das câmeras de TV, ficamos estupefatos. Como evoluiu a nossa medicina! Há setores, porém, em que estamos marcando passo. Você pode pagar o convênio médico mais caro. Se precisar de um dermatologista, ou de um endocrinologista, vai encontrar profissionais interessadas mais na estética que na cura de eventuais mazelas. Os consultórios costumam estar repletos de dondocas interessadas em cuidar da pele ou dos cabelos. Parecem mais salões de beleza. “O senhor vai passar essa pomada durante quarenta dias. Depois retorna aqui para vermos o resultado”. O paciente vira cobaia de laboratórios.
Hans Bintje
Azenha:
Como é difícil a Travessia…
Versos do Milton Nascimento:
"Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar
Vou seguindo pela vida me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte, tenho muito que viver
Vou querer amar de novo e se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço com meu braço o meu viver"
Jorge de Castro
Sobre o vídeo, concluindo: A questão não se prende aos nvos horizontes do progresso tecnocientífico, mas à opção por uma gramática (um jogo de linguagem, diria Wittgenstein) que pretende fazer coincidir vida mental com atividade cerebral, elementos intencionais com comportamentos fisiológicos. Sem a mesma sofisticação, mas dentro de um "espírito da época" igualmente conformista, a psiquiatria das localizações cerebrais de fins de século XIX já enveredou pelo mesmo caminho, suscitando teorias como as de Lombroso. Há pesquisas sérias na área da neurociência, mas essa psiquiatria de videogame veste bem o figurino desses tempos de individualismo conformista, anti-historicismo e profecias do fim da narrativa.
Jorge de Castro
Ainda sobre o vídeo: Não há nada de científico nas duas operações decisivas que trouxeram a depressão e outros problemas mentais às sua conformação epidêmica : o afrouxamento dos critérios de diagnóstico (que alargou muito a abrangência da depressão e outros diagnósticos, como sociofobia, pânico, stress pós-traumático, etc) e a inflexão reducionista no sentido de admitir como causa o que é correlação, como determinação o que é possilidades de subjetivação, tendo como operador a redefinição da doença mental em termos estritamente biológico-deterministas.
Jorge de Castro
Muito desse triunfalismo que aparece no vídeo não resiste a uma análise rigorosa por pessoas seriamente comprometidas com "espírito científico", para usarmos a expressão de Bachelard. Pesquisas como essas da USP têm o fascínio de reduzir a psiquiatria à gramática do videogame. Chegou-se à "epidemia" de depressão por rearranjos dos critérios de diagnóstico em parte patrocinados pela escalada da indústria de psicofármacos e redescrições de códigos de diagnóstico derivadas da APA (Assoc. Psiquiátrica Americana).
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