Vivaldo Barbosa: Se não vingar a terceira via, o que eles vão fazer?
Tempo de leitura: 3 minNÃO DÁ TERCEIRA VIA, E O QUE VÃO FAZER?
Por Vivaldo Barbosa*
Três fatos da última semana foram significativos.
Grandes empresários soltaram manifesto que mostra distanciamento de Bolsonaro, o que revela grande arrependimento, e dizem não querer Lula.
Estão algo temerosos do retorno do Lula, revelador das preocupações deles do que vêm como inevitável.
Ao mesmo tempo, diretor do banco espanhol Santader dirige igualmente fortes ataques a Lula, de forma despropositada, mas bem claras nas intenções.
E veio um terceiro capítulo com as declarações do Steve Bennon, teórico da direita, chegado a Trump e Bolsonaro, de que Lula é o maior perigo para o mundo, não poderia ganhar as eleições no Brasil.
Aconteceu também o encontro do vice Mourão com o ministro Barroso, coisa muito esquisita que ninguém explicou, mas que também ninguém desmentiu.
Como não há muita lógica para reunião entre um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que é juiz, e o vice-presidente daRepública, as preocupações crescem em meio a tudo que vem acontecendo.
Lá atrás, em seguida à eleição do Bolsonaro, assistimos a algo igualmente esquisito: o ministro do Supremo Luiz Fux visitou o presidente eleito ainda na transição, na sede do Itamaraty.
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Justificou o ministro que era visita de cortesia. O juiz da Suprema Corte estava sendo cortês com o presidente eleito.
O STF, pelo Ministro Alexandre de Moraes, aceitou representação feita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para investigar o presidente pelos ataques que tem feito às urnas eletrônicas e ao processo eleitoral.
Em vez de deixar o debate correr solto, mesmo da forma mais condenável como o faz o presidente, o ministro Barroso, como presidente do TSE, elevou a questão para o terreno criminal, o que faz a temperatura política subir, evidentemente.
Tudo dentro de um ambiente desconcertante, para se dizer o menos, de discussões entre ministros do Supremo e o presidente da República.
Ainda na semana passada, em encontro promovido pela TV Globo, os ministros Gilmar Mendes, Barroso e Alexandre de Moraes defenderam a adoção do sistema de governo que estão chamando de Semi Presidencialismo, nome que adotam para o Parlamentarismo.
É de se admirar como juízes ministros do Supremo encontram tempo para tantas entrevistas, palestras, encontros. Não se vê isto nos demais países.
A semana encerrou-se com a prisão de Roberto Jeferson. Pode tratar-se de um fato comum, no terreno criminal, não fora o ambiente político que estamos vivendo.
Roberto Jeferson não tem importância política, não é líder de nada, não tem seguidores.
Infelizmente, segura a presidência do PTB, como outras figuras seguram presidências de outros partidos, nesta tristeza que vive a política brasileira.
Poderiam ter aguardado o final das investigações, com condenações de quem deve ser condenado, sem aguçar nada no momento.
Aliás, Roberto Jeferson não deve mesmo ser preocupação para nada nem ninguém. Segundo bem alertou Roberto Requião, o caso dele é mais para psiquiatria.
O bem mais precioso que temos em mãos são as eleições do ano que vem. Afinal, o povo brasileiro tem sido o grande entrave às elites em seu processo de espoliação constante e continuidade da terrível herança do colonialismo e da escravidão.
Derrubaram Getúlio em 1945. Aí, o povo elegeu Getúlio em 1950. Arrasaram Getúlio em 1954, o povo elegeu no ano seguinte Juscelino e Jango.
E após o golpe de 1964 e os golpes do caçador de marajás e do Plano Real, o povo elegeu Lula duas vezes e Dilma duas vezes.
Agora, o povo recuperou-se do choque da derrubada da Dilma, dos processos contra Lula que resultaram na eleição do Bolsonaro e se prepara para dar o troco no ano que vem.
Já está clara a opção do povo brasileiro por Lula. É por isso que o conservadorismo tanto se mexe, até a direita mundo afora, pois o Brasil é muito importante.
Nossa posição territorial imensa e estratégica, nossas riquezas minerais, nossa capacidade de produzir alimentos, nossa biodiversidade, nosso imenso patrimônio ecológico da Amazônia e de água, que toca as emoções de pessoas no mundo todo.
O Império sabe e as elites do País, sócias menores, sabem que o encontro do povo brasileiro com sua liderança nos recolocará no centro dos acontecimentos do mundo.
Mais bonito ainda é a consciência que Lula demonstra ter do seu dever de liderar a nação neste momento.
A história nos ensina que quando os povos encontram sua liderança, seus caminhos se abrem.
Não querem que isto aconteça. Estão forçando uma saída, pois Bolsonaro não serve mais.
Fiquemos preparados, caminhemos com sabedoria.
*Vivaldo Barbosa foi deputado federal Constituinte e secretário da Justiça do governo Leonel Brizola, no RJ. É advogado e professor aposentado da UNIRIO.
Comentários
Guanabara
Se não for respeitada a vontade do povo, será a continuação do golpe de 2016, com Supremo, com tudo, até dos “defensores da democracia no mundo”, que usam esse discurso como pretexto para instaurar ditaduras, como a que se ensaia neste momento.
Zé Maria
Eles (Burguesia, Mídia PTVenal e Mercado Financeiro)
irão de Guedes/Bolsonaro com ou sem Nariz tapado,
Ainda estão em Fase de Testes. O PT que se ligue.
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