Vivaldo Barbosa: O que a oposição arrancou do DEM/MDB para apoiá-los na eleição da Câmara? Sem ela, Baleia Rossi não ganha!
Tempo de leitura: 2 minA OPOSIÇÃO NÃO FEZ ACORDO NA CÂMARA: ADERIU
Por Vivaldo Barbosa*
É usual, e às vezes recomendável, acordos entre bancadas parlamentares, sempre restritos ao âmbito parlamentar.
Mas não podem ficar muito distantes dos princípios e valores que defendem em suas ações políticas.
Pois o Congresso toma as decisões mais fundamentais na vida do País: dali emanam as leis que conferem direitos e até privilégios e vantagens.
Na escolha do Presidente da Câmara e do Senado, é natural que a oposição procure fazer alianças com outras forças políticas.
No caso da Câmara, a Oposição indicou que preferia se entender com o grupo articulado pelo Rodrigo Maia, MDB, DEM e outros, pois o outro grupo, liderado pelo Lira, tem o apoio ostensivo do Bolsonaro.
Embora os dois grupos se empenhem arduamente pela aprovação da política econômica neoliberal do Governo, o que agride diretamente a Oposição.
Aliás, Rodrigo Maia esclareceu que articula a eleição de um novo Presidente da Câmara para aprovar integralmente os projetos do governo na área econômica, de desmonte do Estado e retirada de direitos dos trabalhadores, que as diatribes do Bolsonaro às vezes atrapalham.
A Oposição, com seus mais de 130 votos, é a maior força na escolha do novo Presidente da Câmara, bem mais que MDB ou DEM.
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Sem o voto da Oposição, não ganham.
Mas o que a Oposição conseguiu arrancar do DEM/MDB para apoiá-los?
Se escolheu o lado que não tem o apoio ostensivo do Bolsonaro, deveria com ele fazer os acordos, listar as questões comuns que a nova direção da Câmara se comprometeria a seguir.
E escolher o nome do candidato a Presidente de comum acordo.
Com sua força, a oposição poderia ter exigido muita coisa, como paralização das privatizações e pôr um fim na retirada de direitos e participar da escolha do candidato a Presidente.
Mas não foi isso que se fez. A oposição aderiu ao candidato escolhido pelo Rodrigo Maia, decorrente das articulações que fez e do interesse estratégico do DEM.
No caso, foi vantajoso ser escolhido o candidato do MDB para facilitar a articulação do DEM para a presidência do Senado.
Na questão da luta política, a Oposição limitou-se a fazer uma nota acerca de suas questões, sem pedir nenhum compromisso com os parceiros no acordo.
Pois acordo, mesmo, não houve: tão somente adesão.
Boa oportunidade está sendo perdida.
* Vivaldo Barbosa é advogado, professor e coordenador do Movimento O Trabalhismo. Brizolista e trabalhista histórico, foi deputado federal constituinte pelo PDT e secretário da Justiça de Brizola.
Comentários
Spinola
Não temos esquerda, mas partidos de esquerda consentida, como o mdb na ditadura.
Nelson
Pois é. Influenciado pelo Luiz Felipe Miguel, eu já estava concordando com essa necessidade de “tampar o nariz”, bem tampado, e para uma aliança com a corja dos demos e assemelhados.
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Mas, com essa informação do Vivaldo Barbosa, fica parecendo que a oposição aceitou essa aliança mais por oportunismo do que por compromisso com o país e o povo.
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Estamos realmente fritos. Volto à conclusão a qual cheguei já há algum tempo. Na situação em que estamos, pouco ou nada podemos esperar da oposição e só a misericórdia do “Patrão Velho”, no termo cunhado pelos gaúchos, poderá nos salvar dessa.
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