Vermelho: Na ONU, Temer confessou subordinação

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Beto Barata, PR, via Fotos Públicas

O vergonhoso discurso de Temer na ONU

do Vermelho

Uma confissão de subordinação – assim pode ser entendido o discurso pronunciado pelo presidente ilegítimo Michel Temer (que mal fala por 3,4% dos brasileiros) na abertura da 72ª Assembleia Geral das Nações Unidas, nesta terça-feira (19).

Na contramão dos pronunciamentos de dirigentes de nações com papel ativo no cenário mundial, em seu discurso Temer se confessou avesso ao nacionalismo e recusou “os nacionalismos exacerbados”.

Pronunciou palavras que são música para os ultraliberais que dominam seu governo, e disse não acreditar “no protecionismo como saída para as dificuldades econômicas”.

Aquele discurso rebaixou a diplomacia brasileira e colocou o país de joelhos perante os poderosos do mundo.

O ocupante do Palácio do Planalto alinhavou argumentos que ecoam preocupações imperialistas, e não urgências brasileiras.

Referiu-se a temas que o mundo valoriza, embora tenha usado palavras que não são verdadeiras.

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Por exemplo, falou em queda do desmatamento na Amazônia, sem dizer que ele não resulta de ações de seu governo mas da paralisia que impõe à economia do país.

Temer revelou a adesão à agenda de preocupações dos líderes mundiais do imperialismo. Verberou contra a Coreia do Norte e a Venezuela.

Referiu-se a temas importantes, como o terrorismo e a questão dos refugiados, usando um tom e palavras mal copiadas dos dirigentes do imperialismo.

Alegou que são urgentes as reformas ultraliberais que promove no Brasil, e garantiu (faltando outra vez com a verdade) que aquelas reformas, condenadas pelos brasileiros, promovem a superação da grave crise em que o Brasil foi enfiado justamente pelo ultraliberalismo de seu governo.

Cujo resultado é a paralisia econômica, o recuo da indústria e o gigantesco número de desempregados.

Pronunciou palavras em cuja sinceridade o mundo, e menos ainda os brasileiros, não pode acreditar.

Disse querer “um mundo em que ninguém tenha que sujeitar-se à discriminação, à opressão, à miséria.

Em que os padrões de produção e consumo sejam compatíveis com o bem-estar das gerações presentes e futuras”.

Nem ruborizou ao pronunciar estas palavras que descrevem a situação de ódio social e descrença em relação ao futuro que o golpe (do qual nasceu seu governo) gerou no Brasil. Esperanças que o golpe e o ultraliberalismo de seu governo destruíram.

Naquele discurso repleto de inverdades, referiu-se à abertura do comércio mundial, abertura que prejudica a indústria brasileira e destrói as condições para sua existência, e o país é transformado em um fornecedor de commodities (alimentos e matérias-primas) para o mercado mundial.

Teve a deselegância – para dizer o mínimo – de condenar a Venezuela, cujo governo acusou de antidemocrático.

E teve o desplante de afirmar que “na América do Sul, já não há mais espaço para alternativas à democracia” – ele, alçado ao Palácio do Planalto no bojo de um golpe parlamentar!

Na ONU, Michel Temer deixou claro, mais uma vez, que não está à altura do papel do qual está investido – o de representar o Brasil, principalmente em fóruns mundiais tão relevantes como a Assembleia Geral das Nações Unidas.

Como chefe do Executivo brasileiro, ele tem a mesma estatura da aprovação popular de seu mandato indicada pelas pesquisas de opinião – quase nada.

Uma estatura tão diminuta que desonra a prerrogativa do Brasil abrir a Assembleia Geral e envergonha os brasileiros.

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