Unicamp abre inscrições para o curso “O Golpe de 2016 e o futuro da Democracia no Brasil”, que terá capítulo sobre a Educação Sitiada

Tempo de leitura: 3 min

O ministro Mendonça Filho recebeu o ator Alexandre Frota e o ex-pastor Marcello Reis, do Revoltados Online, que apresentaram suas sugestões para revolucionar a educação brasileira

Da Redação

O Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp, abre nesta segunda-feira as inscrições para o curso O Golpe de 2016 e o futuro da Democracia no Brasil, que terá 30 aulas entre 12 de março e 22 de junho. As inscrições ficarão abertas até o dia 8.

O curso foi criado em solidariedade ao professor Luis Felipe Miguel, que decidiu ministrar o mesmo curso na Universidade de Brasília (UnB).

Ele foi ameaçado pelo ministro da Educação, Mendonça Filho, que prometeu acionar o Ministério Público Federal no DF, a Advocacia Geral da União, a Controladoria Geral da União e o Tribunal de Contas da União para investigar.

“Está claro que não houve base científica na criação desse curso. Contraria as boas práticas da educação. Alguém não pode ter uma ideia ou uma opinião e simplesmente oferecer dentro de uma universidade um curso”, disse à época o ministro de Temer, que pretende obter ressarcimento caso algum órgão de controle considere a atividade imprópria.

“A disciplina não merece o estardalhaço artificialmente criado. A única coisa que não é corriqueira é a situação atual do Brasil, sobre a qual a disciplina se debruçará”, reagiu à época o professor Miguel.

O colegiado do Instituto de Ciência Política da UnB publicou nota segundo a qual “mostra sua estranheza com a situação construída nos últimos dias e se solidariza com nosso colega, professor Luis Felipe Miguel, que sempre contribuiu de forma central à produção acadêmica do nosso Instituto e da Ciência Política brasileira. Agradecemos também todo o apoio que o Instituto de Ciência Política da UnB vem recebendo da comunidade científica e universitária”.

Até agora, em ao menos 13 universidades públicas foi anunciada a intenção de oferecer cursos similares:

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Universidade Estadual Paulista (Unesp), Assis; Universidade de São Paulo (USP); Universidade Estadual da Paraíba (UEPB);  Universidade Federal da Bahia (UFBA);  Universidade Federal do Amazonas (Ufam);  Universidade Federal do Ceará (UFC); Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF); Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS); Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) e Unicamp.

Em Campinas, as aulas serão as seguintes:

A caracterização de golpe de Estado na teoria política

As novas formas de golpe de Estado na América Latina

Velhas e novas técnicas do golpe de Estado

A questão da fragilidade da democracia no Brasil

O golpe começou em 2013?

O contexto internacional e o golpe

Pensamento e ideologia da nova direita

A divisão da classe média na crise política brasileira

As direitas em movimento (2011-2016)

Mudanças culturais e simbólicas que abalam o Brasil

O sindicalismo diante do golpe

Análise dos processos textuais de construção da categoria “golpe”

O parlamento e a votação do impeachment

Análise das falácias na sentença de Sergio Moro

O jogo político do STF e o golpe

Por que foi frágil a resistência ao golpe?

Austeridade, reformas e desmonte: a economia política do golpe

A devastação do trabalho na era Temer

Neoliberalismo, crise da democracia e a destruição dos direitos das mulheres

O ataque aos direitos das populações indígenas

A pressão sobre as terras de ocupação tradicional

A crise da participação institucional e a resistência ao golpe

Os usos políticos da violência: da MINUSTAH à intervenção no Rio de Janeiro

Educação sitiada

As medidas liberadoras da destruição ambiental

A censura às artes

Autoritarismo e criminalização

O golpe na cultura

Golpe, direitos e reforma trabalhista em perspectiva histórica

O curso sobre a Educação Sitiada será dado pela professora Josianne Cerasoli, no dia 5 de junho.

O professor Luis Felipe Miguel, da UnB, foi convidado para dar a aula de encerramento.

Se o ministro Mendonça Filho recebeu em audiência Alexandre Frota e os dirigentes do Revoltados Online para discutir educação, do lado de cá estarão os professores Armando Boito Jr., João Quartim de Moraes, Ricardo Antunes e muitos, muitos outros.

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Comentários

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lulipe

E depois não sabem o porquê de nossas Universidades estarem na situação de caos em que se encontram!!

RONALD

O Morcegão vai dar uma aula magna de como se dar um golpe, perseguir os trabalhadores, ser infinitamente impopular e ainda permanecer no poder.
A segunda aula é dos Marinho. Como usar um serviço público para derrubar uma presidenta legitimamente eleita por 54 milhões de votos e ainda espalhar ódio difuso que ainda reverbera nos dias de hoje.

José Bonifácio

A disciplina de Educação Moral e Cívica juntamente com a de Organização Social e Política do Brasil, OSPB, foram instituídas em 1969 pela ditadura militar em substituição às disciplinas de Filosofia e Sociologia. Eram a doutrinação do regime privilegiando situações factuais em detrimento do desenvolvimento da reflexão e da crítica pelos alunos. “Dessa forma, as duas matérias foram condenadas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), estabelecidos pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) de 1996, por terem sido impregnadas de um “caráter negativo de doutrinação”. Alguns estudiosos, no entanto, acreditam que o civismo brasileiro, apesar de estigmatizado como obrigação pelo governo militar brasileiro, poderia contribuir para a auto-estima do País quando abordado sem exageros.” ( MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos. Verbete EMC (Educação Moral e Cívica). Dicionário Interativo da Educação Brasileira – Educabrasil. São Paulo: Midiamix, 2001. Disponível em: ). Esta tentativa de doutrinação militarista penetrou também nas universidades, e era muito equivocada. Os militares consideravam que o interesse da juventude por ideias esquerdistas vinha da falta de nacionalismo, da falta de patriotismo, e era justamente o contrário. Na cabeça deles, era necessário ensinar o amor à Pátria e com este amor desapareceria o interesse por ideias esquerdistas, que na sua crença vinha do amor por outros países, como a Rússia e Cuba, e pelo desprezo dos símbolos nacionais. Como falam os educadores, seria ótimo uma que houvesse uma disciplina de Educação Moral e Cívica que ensinasse a organização das instituições nacionais e outros princípios civilizatórios, sem que houvesse nela qualquer doutrinação partidária. Mas isso está muito longe daquele que desejam os golpistas hoje, que seria desvirtuar e escamotear e até mentir sobre a História, em nome de uma absurda “escola sem partido”. Quem se põe contra a História, ou contra sua interpretação racional, não quer “escola sem partido” Quer uma escola alienante, que forme zumbies e não seres humanos capazes de entender sua posição no mundo e no país, e que lute para transformar aquilo que considere errado. Nas nossas escolas secundárias e em nossas universidades é que se forjarão os líderes que amanhã haverão de levar o país ao seu brilhante e independente futuro.

Flávio Duarte

A UFES também está oferecendo. Pesquisem no Google , Jornal A Gazeta.

Julio Silveira

A verdade não pode ser desconstruida para ser reescrita por um bando de golpistas safados. Houve um golpe institucional no Brasil, levado a efeito por uma cada vez mais provada escória politica. Gente useira e vezeira em aplicar golpes contra um povo apatetado pela cumplicidade midiatica, aquela que faz fortunas as custas do povo no Brasil.
A versão dos maquidores de fatos não vai pegar mais, por que os rastros que os ratos deixaram são tão grandes que até os coxinhas imbecis desnacionalizados de sempre, já se percebem também prejudicados. Perceberam que foram manipulados, usados na sua propria maldade feita de ignorancia.

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