O disparate Maia-Miola contra Trotsky
Por Markus Sokol, em O Trabalho
Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
Não tem nada a ver o esquema de J. Miola, publicado no Viomundo.
O texto pode ser conferido no seguinte link: https://www.viomundo.com.br/politica/jeferson-miola-lembra-trotsky-sobre-alianca-esquerda-liberais-marchar-separados-golpear-juntos.html
Se fosse Bolsonaro “o” fascismo triunfante (e não é), Gustav Noske e a Social-Democracia operária alemã, mencionados por Trotsky nos anos 30 face ao nazismo, que J. Miola quer apropriar, não tem nada a ver com a “analogia” (ai!) com o DEM de Rodrigo Maia (homem do mercado financeiro). Votar nele ou num seu filhote, ou fazer um bloco com ele, não é um caso de Frente Única Operária, ou Antiimperialista, tal como Trotsky defendia, e a própria Internacional Comunista defendera antes do giro esquerdista do chamado “Terceiro período”.
Bloco com Maia não é nem mesmo uma ação de frente antifascista, como seria manifestar, por exemplo, contra alguma das medidas obscurantistas de Bolsonaro ou contra a Cultura ou o direito à Educação Publica etc.
Bloco com Maia e os golpistas é passar o pano nos golpistas. E é subir num bonde dirigido pelo autor da contra-reforma da Previdência, o que arrisca levar o PT para o despenhadeiro e o condutor para o céu dos seus deuses!
Outra coisa, ainda mais, é que Viomundo – virando Trotsky na tumba – assume o acordo Ribbentrop-Molotov (pacto Hitler-Stalin, assinado por aqueles ministros), cuja cláusula secreta e executada partilhou a Polonia…. y otras cositas más!
A 2a Guerra Mundial? Os historiadores não-stalinistas, ou simplesmente sérios – é inequívoco depois da abertura dos arquivos “soviéticos” -, explicam que, não obstante o tal pacto, Stalin, “o grande organizador de derrotas” (nas palavras de Trotsky), estava levando a URSS ao desastre militar na guerra, igualmente, depois de ter decapitado dos seus marechais, o Exército Vermelho saído vitorioso da “guerra civil” pouco mais de uma década antes. A URSS venceu apesar de Stalin, graças à extraordinária mobilização popular anti-nazista, dentro e fora do exército, enquanto a máquina alemã era confrontada mundo afora em todos os fronts.
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De má fé ou por ignorância mesmo, J. Miola erra no varejo, e Viomundo erra no atacado.
Comentários
marco
O que ficou pra história,é que após a morte do Stalin,a RUSSIA,ex.União Soviética,virou nisso que esta aí.E os troscos,continuam com o mesmo discurso.
Zé Maria
Pesquisador do Ibre/FGV calcula que a população vivendo na extrema pobreza saltou de 5,171 milhões, em agosto de 2020, para 9,251 milhões em setembro.
Estimativa é de que o fim do auxílio emergencial jogará 17 milhões na miséria,
a partir de janeiro de 2021.
Aumento da taxa do desemprego para níveis acima dos 20% será outra
das consequências da extinção do programa social por Bolsonaro
https://www.dci.com.br/economia/fim-do-auxilio-emergencial-poe-17-milhoes-de-pessoas-de-volta-a-pobreza/64104/
Veremos como votarão os Deputados dos Partidos do Conchavão do Maia
para reativar à População Brasileira a Renda Básica extinta em Janeiro/2021.
Zé Maria
Jornal Folha de S. Paulo amanheceu com o título
‘Década colocou os negros na universidade
e não (só) para fazer faxina’.
Tentando ser ‘isentona’, o veículo [FasciPaulista] além de apagar
a história oficial da política pública brasileira também invisibiliza
a luta histórica do movimento negro.
Horas depois de repercussão [negativa] nas redes, jornal reescreveu.
‘Década’ Não é Agente Político: a Falácia da Isenção que Apaga a História
Por Ana Clara Ferrari, da Agência Todas, via PT.org : (https://t.co/uSBuFXbSus)
Nesta terça-feira, o jornal Folha de S. Paulo amanheceu nas redes com o título “Década colocou os negros na universidade e não (só) para fazer faxina”, em um especial de retrospectiva dos últimos dez anos.
Para quem é paulista, o fenômeno não é novo.
Se no enfrentamento ao presidente Bolsonaro, a Folha busca se colocar em defesa da democracia e dos Direitos Humanos, por outro lado também
não se furta de navegar pelas velhas práticas do famoso PIG
(Partido da Imprensa Golpista), um termo já em desuso, mas que hoje
se combina e se expressa no genérico “antipetismo”.
Em primeiro lugar, o título é técnica e jornalisticamente impreciso.
“Década” não implementa política pública, “Década” não é eleita,
“Década” não é agente político, “Década” não tem carne e osso,
não há movimento, nem conquista histórica que se consiga realizar
apenas no juntar dos anos.
No entanto, a “falha da folha” não reside apenas em alçar a abstrata “Década”
em sujeito, mas apagar os próprios sujeitos e sujeitas dessa história.
Na busca pela falácia da isenção ou da imparcialidade, a Folha escorrega
para a disputa narrativa que a própria direita bolsonarista (de um jeito mais tosco,
é verdade, mas não menos eficaz) vem fazendo de apagamento, invisibilidade
e distorção da história de avanços e conquistas da sociedade brasileira
como um todo.
No caso dos avanços no combate ao racismo no país, existe uma luta histórica
e secular do movimento negro por direitos e igualdade racial, que vai além
das gestões presidenciais em voga.
Se na última década, boa parte dessas reivindicações foram atendidas,
ainda que haja uma longa estrada pela frente, isso aconteceu por causa
de governos populares que implementaram políticas públicas concretas.
Não se trata de uma abstração temporal, tampouco de uma “concessão”
do Estado, mas de uma trajetória política traçada pela sociedade civil que
colocou um partido que defende a classe trabalhadora no poder
aliado a uma profunda articulação dos negros e negras em todo país.
E esses governos foram do Partido dos Trabalhadores e Trabalhadoras,
com Lula e Dilma Rousseff.
Em 2020, levantes antirracistas se espalharam pelo mundo, inclusive no Brasil.
Fronteiras são fincadas na disputa eleitoral, mulheres negras enfrentam
a violência de gênero e racista; na Cultura, o movimento negro segue na luta
para traçar suas próprias histórias e vozes enquanto sujeitos e cravar seus
espaços de liberdade na religião, nos cultos e todos os tipos de manifestações.
O legado de Lula e Dilma se reflete em maior participação dos negros e negras
em universidades, transformando e revirando as práxis das estruturas racistas
no Brasil.
Portanto, se há algo de concreto a ser dito sobre a última década, ela tem nome
e tem sujeitos históricos — seja do ponto de vista institucional e governamental,
seja da luta permanente dos movimentos populares e organizações da sociedade
civil.
Muitas foram as ações entre 2003 e 2016 na luta contra o racismo realizado pelos
governos do PT.
Confira o levantamento do Instituto Lula e conheça algumas das principais ações
realizadas em prol da Consciência Negra, além da instauração do feriado,
realizadas pelos governos do PT, a partir da luta e da caminhada conjunta
com o movimento negro, nos últimos 13 anos.
1 – Dia da consciência Negra e inclusão da História da África no currículo escolar na escola
Na mesma lei que Lula assinou instituindo o Dia da Consciência Negra no calendário escolar, havia mais.
A lei diz:
“Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
1º O conteúdo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.”
Ou seja, a Lei 10.639/2003 colocou no currículo escolar brasileiro a história e
a cultura afro-brasileira. Passou a ser conteúdo obrigatório das escolas municipais
e estaduais do país todo, colocando toda administração pública local diante
do desafio de construir um ensino que cumpra a diretriz nacionalmente
estabelecida.
2 – Estatuto da Igualdade Racial
No dia 20 de julho de 2010, o ex-presidente Lula sancionou a Lei 12.288/2012,
o Estatuto da Igualdade Racial.
O diploma legal tem 65 artigos, com parágrafos e incisos, estabelecidos para
fazer valer o que é previsto em seu Artigo 1º:
“Garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades,
a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate
à discriminação e às demais formas de intolerância étnica”
A lei inteira pode ser lida aqui:
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12288.htm).
Ela reafirma a obrigatoriedade do ensino de história africana no currículo
brasileiro, a manutenção do direito de propriedade da terra aos remanescentes
quilombolas, o incentivo às políticas de inclusão da população negra em variados
mercados de trabalho, ensino e ocupação, entre outras normas com a mesma
diretriz.
3 – Criação da Secretaria de Políticas da Promoção da Igualdade Racial
Em março de 2013, o governo do PT criou a Secretaria de Políticas da Promoção
da Igualdade Racial, dedicada exclusivamente a promover políticas com esse
objetivo.
4 – Lei de Cotas nas Universidades
No dia 29 de agosto de 2012, a presidenta legítima Dilma Rousseff fez saber que
o Congresso Nacional decretava e ela sancionava a Lei 12.711, que estabeleceu
e estabelece que pretos e pardos têm e terão acesso ao ensino público nacional
em proporção mínima garantida pelo Estado:
“Em cada instituição federal de ensino superior, as vagas de que trata
o art. 1º desta Lei (50% do total) serão preenchidas por autodeclarados pretos,
pardos e indígenas, em proporção no mínimo igual à de pretos, pardos e
indígenas na população da unidade da Federação onde está instalada a
instituição.”
A chamada Lei de Cotas é o cume legal de uma batalha do governo federal
do país dos últimos 13 anos, que trabalhou para construir mecanismos
de igualdade racial desde o primeiro dia que pisou no Palácio do Planalto.
5 – Aumento do Número de Alunos Negros na Universidade
Dados do IBGE mostram que graças a políticas públicas de acesso ao ensino
superior como FIES, PROUNI e expansão de vagas em universidades públicas.
Em 2004, 16,7% dos alunos pretos ou pardos estavam em uma faculdade;
em 2014, esse percentual saltou para 45,5%.
6 – Criação da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira
O Governo Lula criou a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia
Afro-brasileira (Unilab), com campus em Redenção (Ceará) e São Francisco do
Conde (Bahia) que reúne estudantes do Brasil com professores e alunos da África
de língua portuguesa.
O objetivo da faculdade é promover a aproximação e troca de conhecimento
entre o Brasil e a África.
https://twitter.com/ptbrasil/status/1341536198448308224
https://pt.org.br/imprensa-decada-nao-e-agente-politico-a-falacia-da-isencao-que-apaga-a-historia/
Mateus
Tá, e que o Sokol sugere de ação, para a esquerda, não só no caso dessa eleição mas, para nortear as demais ações?
Porque pra bonito de conhecedor de história, parece que ele sabe. Mas, será se sabe fazer alguma coisa concreta?
Zé Maria
Já vimos isso na Escolha do Vice da Dilma em 2010.
Zé Maria
“Hegel observa algures que todos os grandes factos e personagens da história
universal aparecem como que duas vezes.
Mas esqueceu-se de acrescentar: uma vez como tragédia e a outra como farsa.
Caussidiére por Danton, Louis Blanc por Robespierre, a Montagne de 1848 a 1851
pela Montagne de 1793 a 1795, o sobrinho pelo tio.
E a mesma caricatura nas circunstâncias em que apareceu a segunda edição
do 18 de Brumário!
Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem segundo a sua livre
vontade, em circunstâncias escolhidas por eles próprios, mas nas circunstâncias
imediatamente encontradas, dadas e transmitidas.
A tradição de todas as gerações mortas pesa sobre o cérebro dos vivos como
um pesadelo.
E mesmo quando estes parecem ocupados a revolucionar-se, a si e às coisas,
mesmo a criar algo de ainda não existente, é precisamente nestas épocas
de crise revolucionária que esconjuram temerosamente em seu auxílio
os espíritos do passado, tomam emprestados os seus nomes, as suas palavras
de ordem de combate, a sua roupagem, para, com este disfarce de velhice
venerável e esta linguagem emprestada, representar a nova cena da história
universal.
Assim, Lutero disfarçou-se de apóstolo Paulo, a revolução de 1789-1814 vestiu-se
alternadamente com a roupagem da República Romana e do Império Romano,
e a revolução de 1848 nada soube fazer de melhor que parodiar aqui 1789 e ali
a tradição revolucionária de 1793 a 1795.
Assim o principiante que aprendeu uma nova língua: traduze-a sempre para a
sua língua materna, mas só se apropria do espírito da nova língua e só é capaz
de se exprimir livremente nela quando se move nela sem reminiscências e
esquece nela a sua língua original.
No exame desses esconjuros dos mortos da história universal, mostra-se
imediatamente uma diferença que salta aos olhos. Camille Desmoulins,
Danton, Robespierre, Saint-Just, Napoleão, os heróis, tal como os partidos
e a massa da velha revolução francesa, cumpriram, sob a roupagem
romana e com frases romanas, a missão do seu tempo: libertar das cadeias
e instaurar a sociedade burguesa moderna.
Uns fizeram em pedaços o solo feudal e ceifaram as cabeças feudais que dele
tinham brotado.
O outro criou no interior de França as condições somente sob as quais se pode
desenvolver a livre concorrência, explorar a propriedade fundiária parcelária,
aplicar a liberta força produtiva industrial da nação; e do outro lado das fronteiras
francesas varreu por toda a parte as formações feudais, tanto quanto isso era
necessário para prover a sociedade burguesa em França de um ambiente
correspondente, adequado aos tempos, no continente europeu.
Uma vez instaurada a nova formação social, desapareceram os colossos
antediluvianos, e com eles o romanismo ressuscitado: os Brutos, os Gracos,
os Publicólas, os tribunos, os senadores e o próprio César.
A sociedade burguesa na sua sóbria realidade criara os seus verdadeiros
intérpretes e porta-vozes nos Say, Cousin, Royer-Collard, Benjamin Constant
e Guizot; os seus efectivos chefes militares estavam instalados atrás do balcão,
e a cabeça de toucinho de Luís XVIII era a sua cabeça política.
Completamente absorvida pela produção da riqueza e pela luta pacífica da concorrência, já não se dava conta de que os espectros do tempo dos romanos
tinham velado o seu berço.
Mas, por muito pouco heróica que a sociedade burguesa seja, para a trazer ao
mundo tinham sido necessários, no entanto, o heroísmo, a abnegação, o terror,
a guerra civil e as batalhas entre povos.
E os seus gladiadores encontravam nas tradições classicamente severas da
Republica Romana os ideais e as formas artísticas, as ilusões de que necessitavam
para ocultarem a si próprios o conteúdo burguesamente limitado das suas
lutas e para manterem a sua paixão à altura da grande tragédia histórica.
Assim, noutra fase de desenvolvimento, um século antes, Cromwell e o
povo inglês tomaram de empréstimo ao Antigo Testamento linguagem,
paixões e ilusões para a sua revolução burguesa.
Uma vez alcançado o objectivo real, cumprida a reorganização burguesa da
sociedade inglesa, Locke expulsou Habacuc.
Nessas revoluções, a ressurreição dos mortos servia, pois, para glorificar as novas lutas e não para parodiar as antigas, para exagerar na fantasia a tarefa cometida
e não para retroceder face ao seu cumprimento na realidade, para encontrar de
novo o espírito da revolução e não para fazer vaguear outra vez o seu espectro.”
Marx, Karl. “O 18 de Brumário de Louis Bonaparte”, Capítulo I.
Publicado segundo o texto da 2ª edição (1869).
Traduzido do Alemão para o Português.
Editorial Avante! (Lisboa, Portugal).
[“Escrito em Dezembro de 1851-Março de 1852.
Publicado pela primeira vez no primeiro número
da revista ‘Die Revolution’ em 1852, em Nova lorque.”
Assinado: Karl Marx]
Íntegra: (https://www.dorl.pcp.pt/images/classicos/18brumario.pdf)
“Quem não escreve a própria História
e não exerce dela o Protagonismo
é Escravo das Circunstâncias”
Zé Maria
“É preciso muita mobilização e unidade para derrotarmos Bolsonaro.
Cada batalha é importante.
A maioria da bancada do PT aprovou composição com o bloco formado
por Rodrigo Maia e alguns partidos de oposição na disputa para a mesa diretora.
Não concordei com essa posição, pois acho que deveríamos buscar construir
um bloco próprio da oposição.
Com essa composição com Maia, sai fortalecido um setor da direita
que ganhou as eleições municipais de 2020 e que é cúmplice do programa
ultra-neoliberal.
Considero que este é um momento de acúmulo de forças em que não podemos
confundir a classe trabalhadora.
É pela esquerda que podemos derrotar o bolsonarismo e seus aliados.
Por isso, seguimos agora defendendo e lutando por uma candidatura
de esquerda para a presidência da Câmara!”
Deputada Federal Natália Bonavides (PT=RN)
https://twitter.com/NatBonavides/status/1340395556582141955
https://twitter.com/NatBonavides/status/1340395560407318538
Dário Souza
Parabéns Miola e Viomundo.
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