Simone Tebet declara apoio a Lula no 2º turno: “Reconheço nele o seu compromisso com a democracia e a Constituição”
Tempo de leitura: 5 minDa Redação
A senadora Simone Tebet (MDB/MS) anunciou na tarde desta quarta-feira, 05-10, apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da eleição presidencial.
Tebet ficou em terceiro lugar no primeiro turno das eleições presidenciais que aconteceram no último domingo, quando recebeu 4.915.423 votos (4,16%).
O anúncio foi feito em entrevista coletiva em um hotel em São Paulo.
“O que está em jogo é muito maior do que cada um de nós”, frisou na coletiva.
“Depositarei nele (Lula) o meu voto, pois reconheço nele o seu compromisso com a democracia e a Constituição. O que desconheço no atual presidente”.
Tebet destacou que o Brasil de Bolsonaro promove o ódio e desavenças. Além disso, falou sobre a negação do seu desgoverno em relação à pandemia da Covid-19 e sobre a substituição de livros por armas nas escolas.
Nos últimos quatro anos, o Brasil foi abandonado na fogueira do ódio e das desavenças. A negação atrasou a vacina, a arma ocupou o lugar dos livros. A iniquidade fez curvas a esperança. A mentira feriu a verdade”, afirmou Tebet. “Por tudo isso […], depositarei nele [Lula] o meu voto”.
“Meu apoio não será por adesão. Meu apoio é por um um Brasil que sonho ser de todos, generoso, sem fome e sem miséria, com educação de qualidade, de reformas estruturantes, com comida mais barata, emprego e renda”, declarou
Mais cedo, Tebet almoçou com Lula na casa da ex-prefeita Marta Suplicy, em São Paulo, e sugeriu cinco propostas para o programa de governo do ex-presidente. Ela citou as propostas durante a coletiva de imprensa:
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1 – Educação – ajudar a zerar as filas de crianças entre 3 e 5 anos e implantar o ensino médio técnico, com poupança de 5 mil reais para quem finalizar o ensino.
2 – Saúde – zerar filas de exames, consultas e cirurgias e aumentar repasses ao Sistema Único de Saúde;
3 – Endividamento das famílias – resolver o endividamento familiar para quem ganha até três salários mínimos.
4 – Sancionar lei que iguale salários entre homens e mulheres que desempenham, com currículo semelhante, o equivalente às mesmas funções.
5 – Ministérios plurais, com homens e mulheres e pessoas com deficiência. Todos tendo como requisitos a competência e a ética.
Mais cedo, o MDB decidiu pela neutralidade, liberando os dirigentes a votar conforme a consciência.
Tebet se desculpou com “amigos e companheiros” que pediram a ela que adotasse uma posição de neutralidade no segundo turno, mas afirmou que se omitir seria “trair” sua trajetória de vida pública.
“Peço desculpas aos amigos e companheiros que imploraram pela neutralidade neste segundo turno, preocupados que estão com a eventual perda de algum capital político, para dizer que o que está em jogo é muito maior que cada um de nós. Votarei com minha razão de democrata e com minha consciência de brasileira. E a minha consciência me diz que, neste momento tão grave da nossa história, omitir-me seria trair minha trajetória de vida pública”, afirmou.
“Não anularei meu voto, não votarei em branco. Não cabe a omissão da neutralidade”, acrescentou.
Antes, a emedebista se encontrou com Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice na chapa encabeçada por Lula. Os dois tiraram uma foto segurando o plano de governo de Tebet.
Leia a íntegra do discurso de Simone Tebet em apoio a Lula:
“Apresentei minha candidatura à Presidência da República diante de um país dividido pelo discurso do ódio, da polarização ideológica e de uma disputa pelo poder que não apresentava soluções concretas para os problemas reais do povo brasileiro. Minha intenção foi construir uma alternativa a essa situação de confronto, que não reflete a alma e o caráter da nossa gente.
As urnas falaram. O povo brasileiro fez sua voz ser ouvida. Cumpriu-se o rito da Constituição, que hoje completa 34 anos. Venceu a democracia. Tive 4.915.423 votos, pelo que agradeço, do mais fundo do coração, por cada um deles.
Aprendi, ao longo de minha vida política, que não se luta apenas para vencer, mas para defender projetos, disseminar ideias, iluminar caminhos, plantar boas sementes para uma colheita coletiva.
O eleitor optou por dois turnos.
Em face de tudo o que testemunhamos no Brasil dos últimos tempos e do clima de polarização e de conflito que marcou o primeiro turno, não estou autorizada a abandonar as ruas e praças, enquanto a decisão soberana do eleitor não se concretizar.
A verdade sempre me foi companheira, não será agora que irei abandoná-la. Critiquei os dois candidatos que disputarão o segundo turno e continuo a reiterar as minhas críticas. Mas, pelo meu amor ao Brasil, à democracia e à Constituição, pela coragem que nunca me abandonou, peço desculpas aos amigos e companheiros que imploraram pela neutralidade neste segundo turno, preocupados que estão com a eventual perda de algum capital político, para dizer que o que está em jogo é muito maior que cada um de nós. Votarei com minha razão de democrata e com minha consciência de brasileira. E a minha consciência me diz que, neste momento tão grave da nossa história, omitir-me seria trair minha trajetória de vida pública, desde quando, aos 14 anos, pedi autorização à minha mãe para ir às ruas lutar pelas Diretas Já. Seria desonrar a história de vida pública de meu pai e de homens históricos do meu partido e da minha coligação. Não anularei meu voto, não votarei em branco. Não cabe a omissão da neutralidade.
Há um Brasil a ser, imediatamente, reconstruído. Há um povo a ser, novamente, reunido. Reunido na diversidade, antes (e sempre) a nossa maior riqueza, agora esmigalhada por todos os tipos de discriminação.
Neste ponto, um desabafo: de que vale irmos às nossas igrejas, proclamar a nossa fé, se não somos capazes de pregar o evangelho e respeitar o nosso próximo nos nossos lares, no nosso trabalho, nas ruas de nossa pátria?
Nos últimos quatro anos, o Brasil foi abandonado na fogueira do ódio e das desavenças. A negação atrasou a vacina. A arma ocupou o lugar do livro. A iniquidade fez curvar a esperança. A mentira feriu a verdade. O ouvido conciliador deu lugar à voz esbravejada. O conceito de humanidade foi substituído pelo de desamor. O Brasil voltou ao mapa da fome. O orçamento, antes público, necessário para servir ao povo, tornou-se secreto e privado.
Por tudo isso, ainda que mantenha as críticas que fiz ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva, em especial nos últimos dias de campanha, quando cometeu o erro de chamar para si o voto útil, o que é legítimo, mas sem apresentar suas propostas para os reais problemas do Brasil, depositarei nele o meu voto, porque reconheço seu compromisso com a Democracia e a Constituição, o que desconheço no atual presidente.
Meu apoio não é por adesão. Meu apoio é por um Brasil que sonho ser de todos, inclusivo, generoso, sem fome e sem miséria, com educação e saúde de qualidade, com desenvolvimento sustentável. Um Brasil com reformas estruturantes, que respeite a livre inciativa, o agronegócio e o meio ambiente, com comida mais barata, emprego e renda.
Meu apoio é por projetos que defendo e ideias que espero ver acolhidas. Dentre tantas que julgo importantes, destaco cinco, tendo sempre a responsabilidade fiscal (âncora fiscal) como meio para alcançar o social:
1. Educação: ajudar municípios a zerar filas na educação infantil para crianças de três a cinco anos e implantar, em parceria com os estados, o ensino médio técnico, com período integral e conectividade, garantindo uma poupança de R$ 5 mil ao jovem que concluir o ensino médio, como incentivo para que os nossos jovens voltem à escola;
2. Saúde: zerar as filas de cirurgias, consultas e exames não realizados no período da pandemia, com repasse de recursos ao SUS;
3. Resolver o problema do endividamento das famílias, em especial das que ganham até três salários mínimos mensais;
4. Sancionar lei que iguale salários entre homens e mulheres que desempenham, com currículo equivalente, as mesmas funções. Esse projeto já foi aprovado no Senado Federal e encontra-se parado na Câmara dos Deputados;
5. Um ministério plural, com homens, mulheres e negros, todos tendo como requisitos a competência, a ética e a vontade de servir ao povo brasileiro.
Até o dia 30 de outubro, estarei nas ruas, vigilante; meu grito será pela defesa da democracia e por justiça social; minhas preces, por uma campanha de paz.
Com os meus mais sinceros agradecimentos ao povo brasileiro,
Simone Tebet”
Com informações do G1 e Uol
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Comentários
Zé Maria
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“Uma de nossas Maiores Riquezas,
que é a Diversidade [Cultural],
está Esmigalhada”.
Senadora Simone Tebet,
justificando Voto em LULA
Zé Maria
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Senadora Simone e ex-Presidente LULA: O Diálogo da Convergência
Simone Tebet: “-Eu estava pronta para voltar para casa, presidente”,
LULA: “-Mas o Brasil não vai deixar, você agora é da Política Nacional
não é só do Mato Grosso do Sul. É do Brasil inteiro”.
O único futuro que a Senadora Simone Tebet avalia,
por ora, é o de curto prazo:
está à disposição para rodar o País com Lula e Alckmin;
principalmente no Sudeste, com Foco nas Mulheres.
[Fonte: Blog da Sadi]
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Geraldo Moreira
Sugiro que a Simone vá com o Lula para nos ajudar a salvar a democracia e também para ter a visibilidade que merece. Sem dúvida nenhuma o discurso dela hoje mostrou o valor que ela tem como política. O Brasil está carente de políticos bem intencionados e Simone mostrou que ela é um deles. https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/lula-quer-tebet-em-comicios-e-viagens/
Zé Maria
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O LULA pode plenamente aceitar as 5 Propostas de Simone Tebet.
Mas deve, antes, alertar à Senadora que, sem revogar o Teto de
Gastos, instituído pelo Conspirador Temer, não serão Praticáveis.
Para tanto, contamos com o Voto da Parlamentar no Senado.
O Lula já falou, inclusive, que é possível fazer Superávit Fiscal,
sem engessar, com Teto, o Orçamento Geral da União Federal.
Aliás, os 8 Anos de Governo do ex-Presidente estão de Prova.
Zé Maria
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Significa dizer que com Presidente e Equipe Econômica
Honestos e Competentes – que não é o caso do Atual Governo de Bolsolão/Guedes – é possível estabelecer
Âncora (Meta) Fiscal sem impor Teto de Investimentos.
O Setor Privado adora falar em Teto de Gastos
para abocanhar o Orçamento Público da União.
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