Rogério Correia e a CPI da Lava Jato: “Não desisti do Aécio, não vou desistir do Moro de jeito nenhum”

Tempo de leitura: 2 min

Da Redação

O deputado federal Rogério Correia já conseguiu 83 assinaturas para a CPI da Lava Jato, que investigaria o ex-juiz federal Sergio Moro e o procurador-chefe da Operação em Curitiba, Deltan Dallagnol.

Faltam 86.

Ainda assim, ele diz: “Não desisti do Aécio, não vou desistir de Moro de jeito nenhum”.

Conforme relatamos ontem, mesmo sob risco de perder o mandato de deputado estadual em Minas Gerais, em 2011, Rogério manteve sua implacável investigação dos malfeitos do ex-presidente do PSDB e ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves.

Bajulado pela mídia nacional, Aécio não era, como sabemos hoje, o super-homem anunciado na capa da revista Veja como virtual eleito contra Dilma Rousseff, em 2014.

O mesmo processo de desgaste vem se passando com o ex-juiz Moro.

Inicialmente, ele era alvo de acusações apenas de petistas, injuriados com a condução coercitiva do ex-presidente Lula, com os vazamentos e a ação não isonômica da Operação Lava Jato.

Depois que Moro aderiu ao governo Bolsonaro, despertou a desconfiança de alguns liberais, que desde cedo reconheceram o caráter de extrema-direita do governo.

As denúncias do advogado Rodrigo Tacla Durán — de que a “panelinha de Curitiba” era corrupta e negociava delações — e a tentativa de Dallagnol de formar um fundo bilionário com dinheiro público da Petrobras — rechaçada pelo STF — respingaram no juiz.

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O rompimento de Moro com Bolsonaro enfraqueceu a figura pública do ex-juiz, que agora corre o risco de ser alvo de delação de Tacla Duran, enfrenta uma campanha para evitar que ele se associe à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e se tornou alvo dos bolsonaristas que antes o adulavam.

Este ano ainda, deve ser julgado no Supremo Tribunal Federal o processo que pode declarar Moro parcial nas ações em que condenou o ex-presidente Lula.

Para o deputado Rogério Correia, no entanto, o objetivo é mais profundo: demonstrar que Moro prevaricou no cargo enquanto foi ministro de Jair Bolsonoro.

O petista já conseguiu alguns aliados inesperados na tentativa de instalar a CPI. Joice Hasselmann, do PSL paulista, por exemplo.

Já assinaram deputados de dez partidos: PT, PSL, PSDB, DEM, PV, Podemos, PSOL, PDT, PCdoB e PSB.

Metódico como foi contra Aécio, Rogério Correia deixou uma trilha de documentos que agora poderiam ser usados contra Moro: por exemplo, pedidos de investigação contra os filhos do presidente Bolsonaro, que o deputado fez quando o ex-juiz federal ainda era ministro da Justiça — mas nunca respondeu.

Numa eventual CPI, Moro teria de responder o motivo de só ter se voltado contra Bolsonaro depois de pedir demissão.

Por isso, como afirma na entrevista acima (a segunda parte de três), Rogério Correia vai continuar perseguindo as 86 assinaturas que faltam.

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