Roberto Amaral: Discutir sucessão agora é um desserviço à democracia
Tempo de leitura: 3 minRoberto Amaral, na Folha de S. Paulo, enviado por e-mail pelo Diretório Nacional do PSB
O PSB não nasceu hoje. Herdeiro das lutas sociais que construíram nossa história, surge em 1947 no bojo da esquerda democrática após a luta contra o Estado Novo.
Em toda a República de 1946, lutou pelo socialismo e pela democracia: defendeu a posse de JK, seu governo desenvolvimentista e a posse de Jango; participou de seu gabinete parlamentarista com João Mangabeira, Hermes Lima e Evandro Lins e Silva; acolheu em seus quadros a saga de Francisco Julião e suas Ligas Camponesas; governou Recife com Pelópidas da Silveira; e presidiu a Petrobras com Francisco Mangabeira.
Com o Ato Institucional número 2, foi para a resistência inorgânica. Muitos de seus líderes passaram a atuar na grande frente que seria o MDB, enquanto outros militantes buscaram outras formas de resistência. Todos, porém, participaram da guerra sem quartel contra a ditadura.
Iniciada a transição para a democracia, logrou reorganizar-se em 1985. Foi uma longa e difícil caminhada. Fez oposição ao governo Sarney, denunciou a tortura em memorável programa de TV e atuou com destaque na constituinte. Defendeu o presidencialismo, o mandato de quatro anos, a penalização da tortura como crime inafiançável, o direito de greve, o turno de seis e a jornada de 40 horas, a unicidade sindical, a reforma agrária, o monopólio estatal do petróleo e dos minerais estratégicos.
Em 1989, seria um dos fundadores da Frente Brasil Popular, que levou Lula ao segundo turno. Opositor ferrenho do governo Collor, teve atuação destacada no seu impeachment, por meio dos senadores Jamil Haddad e José Paulo Bisol, e de Evandro Lins e Silva, um dos advogados da sociedade contra o presidente infrator.
Apoiou Lula em 1994 e 1998 e fez diuturna oposição aos governos FHC. Em 2002, lançou candidatura própria à Presidência para apoiar Lula no segundo turno, apoio que reiterou em 2006. Em 2010, alinhou-se desde cedo na campanha de Dilma Rousseff. Integra os governos de centro-esquerda desde seu primeiro dia.
Os presidentes nacionais do PSB, antes de mim e de Eduardo Campos, são o testemunho de sua vocação: Antônio Houaiss, Jamil Haddad e Miguel Arraes. Deles colhemos um compromisso que estamos sabendo honrar.
Sentimo-nos contribuintes nas vitórias eleitorais e corresponsáveis pelos governos de Lula e Dilma. Defendemos o aprofundamento das conquistas econômicas e a institucionalização dos avanços sociais.
Com nossos justos anseios de crescimento e conquista do poder, defendemos a continuidade do projeto de centro-esquerda, comprometido com a emergência das massas, a criação e distribuição de riquezas, a defesa da soberania nacional, o desenvolvimento econômico e a cidadania. Este projeto não é mais nosso nem do PT e dos demais partidos que compunham a Frente Brasil Popular. Pertence hoje à sociedade brasileira.
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Esta história nos dá legitimidade para dizer que o PSB tem um espaço próprio na política brasileira. O partido é, do ponto de vista programático, político, ideológico, moral, histórico, existencial, contra tudo o que representa o neoliberalismo, como tese, e como experiência brasileira.
A tarefa de hoje, como insiste Eduardo Campos, é vencer 2013 e nele assegurar à presidente Dilma o apoio político e social de que carece para vencer a crise agravada. Por isso, discutir sucessão presidencial, sejam quais forem as motivações, desde nobres, mas equivocadas, àquelas movidas pela pequena política, é um desserviço à democracia e ao país.
Encurtar o mandato da presidente, como o faz o debate sobre sua sucessão, só pode render frutos a uma oposição anêmica, sem vigor, sem rumo, perdida em sua profunda e incurável mediocridade.
ROBERTO AMARAL, 65, advogado e cientista político, é vice-presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Foi ministro da Ciência e Tecnologia (2003-2004, governo Lula).
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Comentários
Eduardo
Esquisita essa declaração de Roberto Amaral. Campos lançou candidatura em pleno carnaval e esta semana reuniu prefeitos do estado num ato descaradamente eleitoral. Marina se lançou assim como Aecio e Gabeira.
CARLOS MOREIRA-MACEIÓ/AL
Essa conversinha de 2014, é coisa de esperto. Fica com os ministerios, comendo do bom e do melhor, e em 2014, lançam o Eduardo Traira. Assim é bom de mais. O LULA não é troxa, nem nós, o Povo Brasileiro.
Santi
1-Dividir para não governar esta é a estratêgia do PIG, eles vão inventar e distorcer sempre para atingir os objetivos.2-Eles querem saber quem é aliado da Dilma para iniciar as desqualificações com mentiras, Dossies plantados e grandes reportagen. 3-O PIG continua acreditar que o BRASIL é propriedade deles, tem que ser abençoados por eles senão jogam M… enfim a guerra esta apenas começando.
Willian
“…para iniciar as desqualificações com mentiras, Dossies plantados e grandes reportagens.”
Onde mesmo que eu vi isto acontecer nos últimos dias com Marina Silva, Aécio Neves e Eduardo Campos? Ah, minha memória já não é mais a mesma…
Mário SF Alves
De início, caro Willipe,
O nome da coisa não é memória. E quanto ao que ocorreu nos últimos dias não foi nada além da simples confrontação de ideias. A Marina e a Rede dela por mais que neguem têm, sim, uma ideologia. Ou você acha mesmo que seria possível fazer – veja bem – POLÍTICA não sendo nem de esquerda, nem de direita? E mais, com relação a ela, e, especialmente no que tange a participação dela como candidata a presidente, este filme, a gente já viu. Agora, sim, uma questão de boa memória: lembra o jogo jogado por ela nas últimas eleições presidenciais? Quem ou que espectro político teria se beneficiado com as posições adotadas por ela?
Por espectro político, entenda-se:
Mas, não se desanime não, tem lunático pra tudo. Veja-os a seguir:
Segundo o líder soviético Stalin em cada caso há as correntes tidas como extremas. Na extrema-esquerda o comunismo, Socialismo revolucionário e na extrema-direita o fascismo e o nazismo.[4][5][6][7]
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Bom, até aí, concordaria com o Stalin. Mas, o que dizer do resto?
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No entanto, Erik von Kuehnelt-Leddihn, nos seus livros “Liberty or Equality” e “Leftism, From de Sade and Marx to Hitler and Marcuse”, defendeu a tese de que o nacional-socialismo seria de esquerda. Essa tese é defendida também por Eric Voegelin[carece de fontes], Leo Strauss[carece de fontes], Ayn Rand[carece de fontes] e outros cientistas políticos alemães.
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Entendeu?
Paco
Mandou bem.
Urbano
Herdeiro normalmente não cria nada, recebe tudo na boquinha… Ora, ora. No bojo era o bordão de certo humorista. O Brasil não vive de história, nós queremos é saber ‘o durante’, que é um outro bordão do mesmo humorista. Então, vamos deixar de lero-lero e digam claramente o que é que o PSB tem de projetos para o Brasil bem melhores do que os do PT. Digam! Garanto se for verdade os brasileiros não vão jogar fora essa grande oportunidade. Agora para seguir pari passu o programa inicial de uma das administrações anteriores do PT, como estão fazendo agora nas ruas do Recife… aí é chover no molhado.
Mário SF Alves
Prezado Urbano,
Não nos iludamos. Esses caras sabem muito bem como fazer, e fariam até melhor… “se pudessem”. Aí camarada, falta-lhes o essencial, já nasceram capados, falta-lhes o poder de fazer. E o problema são as cordinhas que os prende e que não lhes permite dar um passo sequer em direção ao desenvolvimento socioeconômico do Brasil.
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Além do masi, além das cordinhas, caro Urbano, tem mais uma coisa. Falta-lhes um partido. Não, não me refiro a um partideco qualquer, não. Nada disso. Em absoluto. Refiro-me a um partido que tenha surgido pela base, que tenha comido o pão que o diabo amassou; que tenha sofrido não uma, mas três derrotas consecutivas; um partido que tenha estado lá, juntinho do povo. E esse partido, meu caro, só existe um, ponto. Ou… em liguagem telegráfica, PT.
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