Política

Raimundo Bonfim: Não permitiremos que o substituto de Temer seja escolhido por este Congresso golpista

23/05/2017 - 09:05 Tempo de leitura: 3 min

Mesmo debaixo de chuva, mais de 20 mil foram à avenida Paulista no domingo, 21 de maio, pedir Fora Temer e Diretas Já. Foto: Paulo Pinto/ Agência PT

Diretas Já e Constituinte Exclusiva

por Raimundo Bonfim, especial para o Viomundo

Os fatos revelados à nação na última quarta-feira (17/05) e que implodiram o governo ilegítimo de Michel Temer sinalizam que a crise chegou num ponto máximo.

A nação está perplexa e à deriva.

O usurpador que tramou e conspirou para derrubar a sua companheira de chapa agora está sendo investigado por crime de corrupção, formação de quadrilha e obstrução à Justiça.

Não podemos aceitar sermos comandados por um presidente investigado.

Não podemos aceitar o comando de um presidente que, ao ser informado por um delinquente que está pagando milhões para manter o silêncio do presidiário Eduardo Cunha, peça “mantenha isso, viu?”.

E mais: achou “ótimo”, ao ficar sabendo que um procurador da República estaria colaborando com o esquema criminoso.

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O procurador é Ângelo Goulart, amigo de Deltan Dallagnol, o do “powerpoint” contra Lula. Goulart está preso por repassar informações sigilosas ao dono da Friboi.

A crise é da maior gravidade, os fatos tornados públicos mostram que atingem inclusive o Poder Judiciário e Ministério Público.

Para piorar, mesmo diante de tudo isso, querem encontrar uma saída para a crise por cima, sem a participação do povo, como sempre fzeram na história do Brasil quando o andar de cima é atingido.

Só que agora basta.

Não haverá saída sem o povo.

Não permitiremos que o substituto de Michel Temer seja escolhido pelos 513 deputados e 81 senadores, que deram o golpe na presidenta Dilma, muitos dos quais envolvidos em corrupção.

Para evitar que os donos das organizações Globo, que lideraram o consórcio golpista decidam quem será o próximo presidente escolhido por eleição indireta, temos que tomar as ruas de todo o país, reunir milhões de pessoas num só grito: Fora Temer, Eleições Diretas Já, Fim das Reformas da Previdência e Tabalhista.

O campo de esquerda e democrático popular tem a obrigação de articular e defender uma candidatura que assuma como a anulação das medidas adotadas pelo governo golpista contra o povo.

É necessário retirar rapidamente da Câmara dos Deputado e do Senado Federal as propostas nefastas das Reformas da Previdência e Trabalhista.

A nossa tarefa vai além de garantir nas ruas a eleição direta para presidente.

Precisamos no ato contínuo eleger alguém do nosso campo político e mudar a atual correlação de forças para que, ao assumirmos o governo central, façamos dessa vez, as reformas dos meios de comunicação, tributária (com taxação das grandes fortunas), agrária e urbana.

Em se tratando da reforma política, nós da Central de Movimentos Populares e outras entidades do movimentos sociais — como o MST, Levante Popular da Juventude, Marcha Mundial das Mulheres, Coordenação de Entidades Negras e Consulta Popular — defendemos uma Constituinte Excluvisa para reformar o Estado Brasileiro como um todo, inclusive o Poder Judiciário e Ministério Público.

Defendemos também, entre outras medidas, a desmilitarização das polícias e institucionalização da participação do povo e dos movimentos populares e sociais na tomada de decisões e dos rumos do nosso país.

Fora Temer. Diretas Já. Queremos votar.

Raimundo Bonfim, coordenador da CMP (Central de Movimentos Populares) e integrante da coordenação nacional da FBP (Frente Brasil Popular).