PCO soube a hora e militantes fizeram acontecer: Show na luta por Lula livre e solidariedade aos guerreiros da Vigília; vídeos e fotos

Vídeo publicado na página do ex-presidente Lula no Facebook

por Conceição Lemes

Vem, vamos embora /

Que esperar não é saber /

Quem sabe faz a hora, /

Não espera acontecer.

[Geraldo Vandré, Pra não dizer que não falei de flores, 1968]

No último sábado, 14/09, após centenas de quilômetros e muitas horas na estrada, militantes do Partido da Causa Operária (PCO) de Brasília, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul amanheceram em Curitiba, terra da Lava Jato.

Todos com único objetivo: participar do ato em defesa do ex-presidente Lula.

O chamamento do PCO para a manifestação e as caravanas começou um mês antes:

O ato será mais um marco na luta contra o golpe que se desenvolve desde 2016, e será feito em frente à superintendência da PF em Curitiba, onde Lula está preso há mais de 500 dias, como preso político da direita golpista.

(…)

O ex-presidente é hoje questão central da luta democrática no país e um fator importante na luta contra o bolsonarismo.

É crucial chamar um ato focado na questão de Lula neste momento. Desde junho, os vazamentos do The Intercept escancaram que a Lava Jato foi uma fraude para tirar Lula das eleições e colocar um fascista no Planalto.

Diante disso, uma grande campanha pela liberdade de Lula e pela anulação dos processos contra ele é essencial. O protesto no dia 14 em Curitiba visa despertar esse movimento.

Por isso, dia 14, todos a Curitiba!

Pelo fim da farsa da Lava Jato, pela Liberdade de Lula!

A página oficial do ex-presidente Lula no Facebook divulgou.

Caravana de São Paulo prestes a embarcar para Curitiba

Convocado pelo PCO e comitês de luta contra o golpe, com  adesão de alguns sindicatos, como a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), e de setores do PT, o ato foi um sucesso.

Os militantes deram show de organização na luta pela liberdade do ex-presidente e solidariedade ao aguerrido povo da Vigília Lula Livre, que não arreda pé de lá há mais de 500 dias.

“O ato foi muito positivo pela mobilização da militância e pelo momento político que vivemos”, diz ao Viomundo Antônio Carlos Silva, o Toninho, da direção nacional do PCO.

“A defesa do ex-presidente Lula é a luta não só pelos direitos democráticos dele mas de todo o povo brasileiro”, salienta.

Os militantes participaram de todas as atividades da Vigília Lula Livre.

Na parte da manhã, engrossaram o coro do já tradicional Bom dia, presidente Lula.

Ao meio dia, juntaram-se no Parque Bacacheri, para ouvir  a análise política da semana, feita pelo presidente do PCO, Rui Costa Pimenta, como mostra o vídeo de Eduardo Matysiak.

Seguiram-se churrasco de confraternização e apresentações musicais, entre as quais a da banda Revolução Permanente, composta por militantes do PCO.

Daí, foram em caminhada até a superintendência da Polícia Federal, onde Lula é preso político.

Na frente do prédio da PF, no espaço da Vigília Lula Livre, dirigentes e militantes passaram então a discursar.

A convite da vigília, o PCO fez a fala de encerramento do sábado e o Toninho puxou o Boa Noite, Presidente Lula.

Ao final, junto com o trompetista Fabiano Leitão, militância e o povo da vigília celebraram.

Fotos: Diário da Causa Operária e Denise Veiga/Vigília Lula Livre

FAKE NEWS 

Porém, logo depois, começaram a circular notas e mensagens negativas sobre o ato.

Matéria publicada num blog e reproduzida por outros tocava horror:

É tensa a situação no entorno da Vigília Lula Livre, no início desta noite, em Curitiba, por conta do ato político organizado pelo O PCO.

Militantes do PCO chacoalham as grades de acesso à Superintendência da PF. Um caminhão de som foi barrado por policiais militares e federais. Há risco de confronto na área.

Outras mensagens diziam:

O pessoal da Vigília Lula Livre não recebeu o pessoal do PCO.

Não deixaram o pessoal tomar café na creche, aí eles foram até o espaço Marielle se cotizaram e compraram pão, mortadela e tomaram café e usaram o banheiro…

“Não houve nenhum conflito. Fomos muito bem recebidos”, garante o Toninho do PCO.

Fake news, mesmo.

De onde então teriam partido então?

Qual a finalidade? Seria intriga de enciumados com o sucesso da manifestação do PCO?

Por  que justamente quem deveria apoiar um ato pela liberdade do ex-presidente Lula estaria boicotando agora?

PCO TENTOU ATO UNIFICADO, DEMAIS FORÇAS RECHAÇARAM

Há cerca de um mês dirigentes nacionais do PCO foram a Curitiba conversar com a presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR).

Apresentaram a proposta de um ato unificado das esquerdas com foco apenas no ex-presidente Lula.

Aí, passaram a fazer contatos com as entidades e instâncias competentes.

O PCO tentou chamar esse ato via Comitê Lula Livre.

Como não houve retorno, o partido decidiu fazer o ato sozinho.

As mesmas forças políticas que rechaçaram o ato unificado, negaram apoio à divulgação.

Depois, como foi um sucesso, passaram a espalhar mentiras, fazer intrigas.

“Nós entendemos as dificuldades de certos campos da esquerda neste momento”, diz, benevolente, Toninho.

Na avaliação dele, há setores da direita do PT que já se posicionam no sentido de abandonar a mobilização pela liberdade do ex-presidente. Desejam focar apenas nas eleições de 2020 e 2022. Ou virar a página do golpe, como eles gostam de dizer.

Além disso, o PT, especificamente, está num momento de disputa interna.

“Embora o PT não estivesse na linha de frente do ato do dia 14, centenas de companheiros do partido participaram”, frisa.

“A presidenta Gleisi sabia do ato e nos apoiou; Gilberto Carvalho, também da direção nacional, nos mandou uma mensagem”, destaca Toninho.

“Esse ato do dia 14 foi um primeiro momento. Esperamos que sirva para alavancar outras iniciativas em todo o País”, completa.

Pena que forças políticas que deveriam apoiar o ato do dia 14  se apequenaram tanto num momento em que Lula pede à militância para ir para as ruas mostrar os crimes da Lava Jato e do governo Bolsonaro.

O PCO soube a hora e os militantes fizeram acontecer, como mostram as fotos de Eduardo Matsyak