Observatório do Fascismo-RJ: ”Israel é melhor do que Bolsonaro e Netanyahu. Não nos representam!”

Tempo de leitura: 3 min
Foto: Michiel Hendryckx/Wikipedia

Manifesto “Israel é melhor do que Bolsonaro e Netanyahu”

Tributo a Amos Oz

O Observatório do Fascismo-RJ subscreve esse manifesto  (aberto a grupos, coletivos e indivíduos que queiram a ele aderir) para repudiar a sordidez que se avizinha.

Um eixo se projeta com a vinda do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o Bibi, à posse de Bolsonaro.

Poderíamos, desde logo, nos remeter à questionável legitimidade da eleição do mitômano.

Fatos condenáveis marcaram a disputa e, portanto, a sua vitória.

O mais recente: o impulsionamento, em vários sentidos ilegal, de fake news no whatsapp que deslegitimou todos os demais candidatos.

Porém, mais do que isto, o melhor de Israel e do Brasil estão sendo deixados pra trás.

Bibi e Bolsonaro – por sinal, sob fortes suspeitas de corrupção em seus países – são identificados como membros da Internacional do Ódio, movimento em cujas hordas também perfilam os atuais dirigentes dos EUA, Itália, Hungria, Polônia e Filipinas, entre outros.

A mudança da embaixada para Jerusalém, um ato de provocação à paz na região, e os negócios que possam eventualmente prosperar dessa maior aproximação entre Bibi e Bolsonaro soam como mistificações.

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Elas não têm o condão de apagar o que ambos fazem ou projetam fazer de mal aos que habitam ou se encontram nas adjacências das suas respectivas nações.

Palestinos e africanos em Israel e nos territórios ocupados. Índios, negros, nordestinos, pobres ou quem mais for que não se enquadre nas elites do Brasil.

O destino de todos eles é certo, e mesmo judias e judeus também poderão ser vitimados em algum ponto deste maldito menu de opções: por preconceito, perseguição, segregação, desapropriação, expulsão ou morte.

Eles não nos representam!

Observatório do Fascismo -RJ

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Abaixo, a versão em inglês do manifesto-tributo a Amos Oz

Observatório do Fascismo-RJ: “Israel is better than Bolsonaro and Netanyahu. They do not represent us! 

12/29/18

In honor of Amos Oz

The Observatório do Fascismo-RJ declares this manifesto (open to all groups, collectives and individuals who want to join us) against the coming difficulties and dangerous alliances signaled by the presence of Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu at Bolsonaro’s inauguration.

From the outset, we question the legitimacy of the megalomaniac’s election. A number of unsettling facts marked the election, making way for his victory. The most recent being the illegal spread of fake news through social media platforms like whatsapp that worked to delegitimize all other candidates.

Beyond this, it is obvious that the best of Israel and Brazil are being left behind.
Bibi and Bolsonaro, both of whom are accused of corruption in their respective countries, are also members of a type of an International Hate Network, a movement which includes the current leaders of the USA, Italy, Hungary, Poland and the Philippines, among others.

The relocation of the Brazilian embassy to Jerusalem – an act of provocation that would undermine peace in the region – and the supposed business deals that would stem from a closer relationship between Bibi and Bolsonaro sound like fantasies.

These pipe dreams cannot erase the evil that both leaders do, or plan to do, against those who inhabit or who are in the vicinity of their respective nations, including Palestinians and Africans in Israel and in the Occupied Territories or Indians, Blacks, Northeastern peoples, the poor, or anyone else who does not fit the model of the Brazilian elite.

The fate of all of them is certain. Even Jews face the threat of victimization at some point as potential targets of prejudice, persecution, segregation, expropriation, expulsion, or death.

They do not represent us! Observatório do Fascismo- RJ

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Zé Maria

Loucos do “Brasil Profundo” ou Organizada Operação Psicológica?

Por Wilson Ferreira, no GGN

Desde o início, a campanha de Bolsonaro à presidência foi considerada tosca e amadora, com recursos escassos, uma estética pobre do material de divulgação e dona de um discurso limítrofe, incapaz de articular três frases sem um erro de concordância.

Nunca foi uma campanha clássica de propaganda – sob a aparência de cacos de conceitos ideológicos (meritocracia, Estado Mínimo, menos imposto, etc.), a parte da comunicação se resumiu a memes, vlogs, a ridicularização de qualquer um que se opunha, e uma postura geral “ensaboada” – provocar, xingar e sair correndo.

Mas, principalmente, provocações que causavam dissonâncias, confundiam a opinião pública e pareciam descoordenados, fazendo os opositores (principalmente a esquerda) reagirem como estivesse diante de uma turba de fascistas hidrófobos, alucinados e cheios de ódio.
Mas são disciplinados, cuja tática está fundamentada nas operações psicológicas das estratégias militares da Guerra Híbrida.

Após a vitória eleitoral e nesse momento de governo de transição, ainda continua a todo vapor a criação de dissonâncias e ambiguidades com o propósito de gerar uma verdadeira cortina de fumaça para a opinião pública.

É o caso das fotos divulgadas pela assessoria de comunicação do futuro governo, feitas durante as reuniões do governo de transição, que criaram mensagens inusitadas que dão margem a duplo sentido.
Em pelo menos três imagens, o termo “transição governamental” inscrito no cenário de fundo ganhou novas configurações em fotos com as presenças de Bolsonaro e do futuro ministro da Casa Civil, Onix Lorenzoni (DEM-RS).

O recorte das fotos sugere a palavra “anta” atrás de Bolsonaro;
e atrás de Onix, surge “transão” e “traição governa”.
Tudo por conta do ângulo tomado pela lente e pelo recorte do plano.
O detalhe é que as fotos foram feitas pela própria equipe do governo, em ambiente em que a imprensa não tem acesso.

Imagens que fizeram a delícia da oposição e viralizaram nas redes sociais.
Um fotógrafo espera uma carreira inteira para clicar imagens com poder simbólico como essas…
Mas a assessoria de comunicação consegue divulgar no atacado fotos que nada mais que ilustram as próprias críticas da oposição: subliminarmente, um fotógrafo denuncia um governo promíscuo, traiçoeiro e liderado por uma anta…

Uma variação dessa estratégia foi a divulgação de um vídeo do “mito” lavando roupa suja no tanque no Natal em Marambaia, RJ.

Ou ainda o vídeo (também divulgado pela assessoria do presidente) em que Bolsonaro, com uma faca na mão em um churrasco, brincando aponta para um dos atendentes e debocha:
“Olha aqui. Se eu fizer um corte desse aqui em você, você vai ser presidente da ONU”, disse Bolsonaro aos risos em meio às gargalhadas dos apoiadores ao redor.
Provocativamente, o capitão da reserva faz escárnio do próprio atentado que o catapultou à presidência.

íntegra: https://t.co/WiJVMmN41H
https://twitter.com/luisnassif/status/1079019575004590081
https://jornalggn.com.br/blog/wilson-ferreira/esquerda-desarmada-diante-das-operacoes-psicologicas-alt-right-por-wilson-ferreira

Zé Maria

O Bibi está literalmente ‘por um fio’ em Israel.
“A maioria parlamentar do primeiro-ministro
é de apenas um deputado (61 dos 120),
devido à renúncia do ministro da Defesa,
Avigdor Lieberman, chefe do partido nacionalista
Israel Nossa Casa, que tem cinco deputados
no Parlamento.

http://br.rfi.fr/mundo/20181118-israel

Zé Maria

É é pela Cultura do Ódio e do Medo
que a maioria dos israelenses judeus
– que são os que podem votar em Israel –
têm votado nos Partidos Fascistas de lá.

lulipe

Se dor de cotovelo matasse….Aceitem que dói menos! O choro é livre, lula não.

    Roger

    Por que o canalha das fake news ganhou, temos que aceitar? Aceite você o ministério de corruptos que ele montou, o escândalo de exploração de laranjas, lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito. Seu presidente não deve durar um ano. Aceite que dói menos.

Pedro dos Anjos

?????????
A adesão ao manifesto pode ser feita por aqui?

    Daniel

    Caro Pedro dos Anjos,

    Participei da elaboração do texto e posso incluir o seu nome na relação de subscritas e subscritos.

    Desde já, agradeço pela atenção, em nome do Observatório do Fascismo – RJ.
    Um abraço fraterno, e feliz ano novo.

    PS: deixo meu email para você fazer contato: [email protected].

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