O desabafo de Ernesto: Namoradinha da ditadura é um desastre como gestora da Cultura
Tempo de leitura: 3 minDa Redação
O cantor Ernesto Guevara fez um desabafo emocionado sobre as declarações da secretária da Cultura, Regina Duarte, à CNN Brasil.
Ernesto teve o pai e dois tios assassinados pela ditadura e a mãe, presa.
Por causa da ditadura, Ernesto viveu como criança no exílio.
A história de Ernersto foi parcialmente contada em uma das reportagens da série As Crianças e a Tortura, da Record TV, que ganhou o Prêmio Esso de Telejornalismo em 2013 (ver acima).
No vídeo-desabafo, o cantor detona a atuação de Regina Duarte como secretária.
“Nós temos milhares de artistas passando fome ou dependendo da ajuda da família e de amigos”, ele denuncia.
A fala vai ao encontro de um levantamento do Inesc sobre os gastos com a Cultura no Brasil durante o governo Bolsonaro:
O escárnio que esconde a incompetência
Por Carmela Zigoni, assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc)
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Até o momento, Secretaria Especial da Cultura executou apenas 7,6% do orçamento autorizado para 2020. Artistas cobram ações de Regina Duarte.
Em entrevista à CNN na noite de ontem (7/5), a atriz Regina Duarte, que hoje ocupa o maior cargo público no campo da gestão de políticas de cultura, desempenhou seu pior papel à frente da Secretaria Especial da Cultura até o momento.
Grosseira e autoritária, chegou a entoar um canto associado à ditadura e a diminuir as mais de nove mil mortes decorrentes do novo coronavírus no Brasil.
Regina foi cobrada ao vivo por Maitê Proença – um “contraponto” escolhido pela emissora para dialogar sobre ações no campo da cultura neste momento de crise –, mas também nas redes sociais por outros artistas, como Anitta, Bruno Gagliasso, José de Abreu, que se manifestaram após o show de horrores da “gestora”.
Mas o que ela poderia fazer para contribuir neste momento de crise?
Uma rápida análise da execução orçamentária para políticas da cultura nos dá pistas.
O recurso autorizado para o Programa 5025: Cultura na Lei Orçamentária de 2020 é da ordem de R$ 1,3 bilhão.
Deste montante, foram pagos somente 19 milhões, além de restos a pagar de anos anteriores no valor de 85 milhões, representando uma execução de apenas 7,6% do orçamento disponível para a Secretaria.
Estamos no quinto mês do ano e ações não foram anunciadas para viabilizar a execução deste recurso tão necessário aos artistas e ao povo brasileiro neste momento.
A pandemia da Covid-19 trouxe impactos econômicos e sociais para diversos setores em nossa sociedade, entre eles, a impossibilidade de trabalho para diversas classes, como a artística.
Impedidos de realizar seus espetáculos ou levar adiante projetos frente ao isolamento social, artistas de diversas áreas estão deixando de receber salários e acessar editais.
Alguns governos têm criado ações para diminuir estes impactos, como os do Maranhão e Niterói, que desenvolveram editais específicos para apoiar financeiramente espetáculos virtuais.
Brasil com baixa imunidade
O relatório recém-lançado do Inesc, “O Brasil com baixa imunidade”, revelou que a cultura tem sofrido cortes orçamentários desde 2014, o que em 2019 significou menos 25% de recursos em relação a 2018.
O relatório também aponta a desigualdade internalizada na concepção de cultura: a análise sobre o direito a cidade revela que os equipamentos e artistas periféricos pouco ou em nada são contemplados com os recursos públicos destinados à cultura.
Soma-se a isso o racismo institucional, quando observamos que o único recurso específico para a promoção da cultura negra, a saber, o financiamento das ações da Fundação Cultural Palmares, representaram, em 2019, menos de 3% dos mais de R$ 1 bilhão disponíveis no Programa Orçamentário 2027: Cultura – Dimensão Essencial do Desenvolvimento.
Apesar dos cortes, ainda há um enorme montante em 2020 a ser gasto com empreendedorismo cultural, fortalecimento da educação cultural, preservação do patrimônio, audiovisual e infraestrutura para o setor.
Enquanto a secretária especial da Cultura Regina Duarte cultua a morte com suas gargalhadas de escárnio, o Brasil segue enterrando pessoas e negligenciando seus artistas em um dos momentos mais difíceis da história.
Nos resta a esperança equilibrista, pois o papel de gestora, dificilmente Regina Duarte irá interpretar.
Comentários
Zé Maria
Regina Duarte é a prova de que o
Caráter não se consubstancia no Talento.
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