New York Times: Bloqueio dos EUA às exportações russas aumentará fome e pobreza no mundo
Tempo de leitura: 4 minBloqueio das exportações russas agravará fome no mundo, alerta ‘NY Times’
Jornal aponta que sanções irão paralisar cadeias produtivas e aumentar a pobreza. “Os EUA pensam que sancionaram a Rússia e seus bancos, mas sancionaram o mundo”, adverte especialista. Brasil segue indefeso
À deriva nas águas turbulentas do cenário econômico mundial, o Brasil encontra-se indefeso diante do dilúvio que começa a se formar no horizonte a partir dos ainda iniciais efeitos globais das sanções contra a Rússia.
Especialistas em comércio internacional têm utilizado canais da imprensa mundial para alertar sobre uma crise sistêmica que contaminará toda a cadeia global, atingindo do setor de energia até insumos industriais como alumínio, níquel e paládio (usados em celulares, carros, entre outros bens) além, claro, dos alimentos.
Sem parque industrial, fragilizado pela dependência da importação de fertilizantes e submisso ao regime de paridade internacional dos preços dos combustíveis, o Brasil sofrerá ainda mais com a pressão inflacionária e a escassez mundial de produtos importados.
O resultado imediato será um aumento da fome e da pobreza, já em números alarmantes no país.
“Os EUA pensam que sancionaram apenas a Rússia e seus bancos, mas acabaram sancionando o mundo inteiro”, resume o diretor de uma empresa de importação de commodities no Afeganistão, Nooruddin Zaker Ahmadi, em entrevista ao New York Times.
Em reportagem publicada nesta segunda-feira (21), o respeitado diário americano traçou um panorama das consequências a médio e longo prazo dos embargos praticados contra a Rússia nos mercados globais.
A primeira delas afeta diretamente as cadeias que integram a produção e o fornecimento de grãos.
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Uma parte crucial do trigo, milho e cevada consumidos no mundo está presa na Rússia e na Ucrânia por causa do conflito, enquanto outra parte ainda maior dos fertilizantes utilizados no planeta está retida na Rússia e na Bielorrússia.
Nos últimos cinco anos, Rússia e Ucrânia representaram quase 30% das exportações mundiais de trigo, 17% de milho, 32% de cevada e 75% de óleo de semente de girassol.
Com o bloqueio, a Rússia, atingida financeiramente, tem sido amplamente incapaz de exportar alimentos.
A Ucrânia, por sua vez, ficou isolada com o conflito que, desde o início, provocou altas de 21% nos preços do trigo, 33% da cevada e mais de 40% em alguns fertilizantes.
Tudo isso em um ambiente já desfavorável de pandemia e de um estado de desequilíbrio ambiental que gerou secas, inundações e queimadas mundo afora. Com isso, nações já fragilizadas ou atingidas por um aumento da pobreza empurrarão milhões de famílias para uma situação de fome aguda.
“A Ucrânia só agravou uma catástrofe em cima de uma catástrofe”, declara o diretor-executivo do Programa Mundial de Alimentos da ONU, David M. Beasley.
A agência é responsável pela alimentação de 125 milhões de pessoas por dia. “Não há precedente sequer próximo disso desde a Segunda Guerra Mundial”, avalia Beasley.
Safras serão comprometidas no Brasil
Como se não bastasse, a China, que enfrenta a pior safra de trigo em décadas após inundações severas, planeja comprar muito mais em um cenário de oferta cada vez menor do mundo. De acordo com o Times, do Brasil ao Texas, a escassez de fertilizantes já ameaça as safras futuras.
O Brasil, maior produtor mundial de soja, compra quase metade do fertilizante à base de potássio da Rússia e da Bielorrússia.
Com a interrupção das exportações, os estoques devem durar três meses, aponta o jornal. A associação de produtores de soja do país instruiu os produtores a usar menos fertilizante, o que irá impactar na safra 2022/2023.
Reação em cadeia
O Brasil vende a maior parte da soja que produz para a China.
“A situação das colheitas neste ano pode ser considerada a pior da história”, anunciou o ministro da Agricultura da China, Tang Renjian.
Contratos fechados para compras futuras também irão refletir os efeitos dos bloqueios econômicos, garantindo novas pressões nos preços dos alimentos.
Uma oferta menor da soja brasileira, por exemplo, forçará produtores a reduzirem o estoque de ração utilizada pelos criadores de bovinos, suínos e outros grupos. Com isso, configura-se uma reação em cadeia, onde o aumento no preço da carne será quase automático.
O impacto nos preços dos alimentos nas prateleiras ainda é imprevisível mas analistas se apressam em garantir que será gigante. Nos EUA, os preços nos supermercados subiram 8,6% em fevereiro na comparação com o mesmo período de 2021, o maior aumento em 40 anos.
Fim da dependência de fertilizantes, “questão de segurança nacional”
“A Rússia figura entre os principais fornecedores de fertilizantes no mundo”, confirmou o diretor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Bruno Lucchi, ao Correio Braziliense, na semana passada.
“No caso do Brasil, de todo o volume que nós importamos no ano passado — em torno de 41 milhões de toneladas, 22% veio da Rússia”, comentou Lucchi.
A Rússia é o maior exportador de fertilizantes do planeta, fornecendo cerca de 15% da oferta mundial.
O técnico argumentou ainda que uma redução da dependência de fertilizantes importados, atualmente em mais de 90%, passou a ser “uma questão de segurança nacional”.
Aumento da fome no Brasil e no mundo
Em meio ao cenário catastrófico, as Nações Unidas advertem para uma explosão da fome no mundo. Somente durante a pandemia, a fome cresceu 18% no planeta e hoje afeta 811 milhões de pessoas. Agora, o organização estima que a crise atual poderá fazer mais pessoas cruzarem essa linha, entre 7,6 milhões a 13,1 milhões.
O Brasil, atualmente de volta ao Mapa da Fome da ONU, possui quase 20 milhões de famintos e mais da metade da população, 116 milhões, com algum tipo de insegurança alimentar.
Convulsão social
Analistas advertem ainda que os efeitos do conflito podem ir muito além das pressões inflacionárias.
Países com um quadro de escassez profunda podem enfrentar verdadeiras convulsões sociais, decorrentes da crise, repetindo tragédias anteriores.
“O que realmente leva as pessoas a irem às ruas e protestar?”, questiona o analista em agricultura do Scotiabank, Ben Isaacson, ao Times.
“Começa com a escassez de alimentos e com a inflação dos preços dos alimentos”, aponta, citando os conflitos no norte da África e no Oriente Médio desde os anos 70.
Países afetados por conflitos prolongados, incluindo Iêmen, Síria, Sudão do Sul e Etiópia, já estão enfrentando emergências graves de fome. Especialistas temem por uma deterioração social ainda mais acentuada, a curto prazo.
Redação da Agência PT, com New York Times e Correio Braziliense
Comentários
henrique de oliveira
A imprensa golpista mundial capacha dos EUA esta fazendo com a Russia e o Putin , o que fizeram no BRASIL com LULA , já vimos que depois de tudo , quem na verdade são os canalhas.
Zé Maria
Sobre a guerra na Ucrânia:
Nem amor por Putin;
Nem armas para nazistas
Por David Van Deusen, em CounterPunch
Esta não é uma guerra de ideologia para Putin. A Rússia não é mais a União Soviética, mas sim um estado capitalista autoritário onde apenas Putin e os oligarcas exercem o poder. Em uma palavra, esta é uma guerra do império .
A morte e a destruição que vemos chover sobre o povo ucraniano hoje são terríveis e nós, como americanos, temos razão em sentir simpatia e repulsa, como muitos de nós sentimos quando nosso próprio presidente George W. ocupar o distante Iraque. Ou quando o presidente Richard Nixon escalou a guerra no Vietnã e optou por conduzir uma campanha maciça de bombardeios do outro lado do mundo contra o Camboja. E assim como os americanos protestaram contra essas guerras injustas, nós, no Ocidente, devemos honrar e respeitar os russos que saíram às ruas hoje para expressar sua resistência ao massacre organizado.
A dor que os ucranianos sentem atualmente é, sem dúvida, imensa. A guerra é terrível e temos razão em ter empatia, assim como também devemos sentir o mesmo pelo povo do Iêmen que sofre bombardeios indiscriminados nas mãos da Arábia Saudita. E aqui, também estaríamos certos em rejeitar a recente invasão e ocupação turca do norte de Rojava (Síria), a brutal ocupação israelense de cinquenta anos da Palestina e a ocupação britânica de 800 anos da Irlanda. Mas é claro que a Turquia e a Grã-Bretanha são países da OTAN, e Israel e Arábia Saudita são aliados, então, para aqueles que estão no poder, as sanções nunca estão na mesa, muito menos o armamento dos palestinos ou do IRA.
Mesmo assim, só porque nosso governo falha em fazer o certo por um povo não tem que ditar o fracasso para outro. Assim, a questão se torna: os EUA e a OTAN devem armar os ucranianos, e os trabalhadores americanos e os membros da União devem apoiar tal entrega de armas? Se esta fosse apenas uma questão de bem contra o mal ou o oprimido contra uma potência regional, eu ousaria dizer que a resposta seria sim. No entanto, existem outras verdades sombrias em jogo aqui que devem nos fazer parar.
Embora os EUA e a OTAN prefiram não falar sobre isso, a Ucrânia, de fato, tem um sério problema nazista. No rescaldo da revolta Euromaidan apoiada pelos EUA em 2014 (na qual elementos fascistas desempenharam um papel de liderança), o primeiro governo pós-revolução foi rápido em instalar vários nazistas e fascistas em altos cargos dos partidos Svoboda e Setor Direita, incluindo para os cargos de Vice-Primeiro Ministro (Oleksandr Sych – Svoboda), Secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia (Andriy Parubiy – Svoboda), Vice-Secretário de Segurança Nacional (Dmytro Yarosh – Setor Direito), Ministro de Ecologia e Agricultura (Andriy Mokhnyk – Svoboda), Procurador-Geral (Oleh Makhnitsky – Svoboda),
Depois que este governo foi colocado em prática, e como os combates eclodiram nas regiões de língua russa do leste, várias milícias nazistas e fascistas cresceram em relação à ameaça russa percebida. O primeiro deles foi o Batalhão Azov, de orientação nazista, que ganhou destaque quando recapturou a cidade de Mariupol, de língua russa, dos separatistas. Com o patrocínio de Avakov (que permaneceria no cargo até 2021) e com o apoio de outros fascistas servindo no governo nacional, em 2014 Azov foi formalmente incorporado às Forças Armadas da Ucrânia.
O Batalhão Azov está atualmente lutando contra os russos no sul da Ucrânia e é central para a defesa ucraniana de Mariupol. E aqui não os chamo de nazistas porque quero sinalizar que são pessoas más (o que são), mas sim porque são nazistas de verdade. Seu fundador e líder, Andriy Biletsky, declarou sem remorso que a missão da Ucrânia é “liderar as raças brancas do mundo em uma cruzada final… contra Untermenschen [judeu] liderado pelos semitas”. Azov, que leva um emblema da SS como sua bandeira de batalha, também proclamou que sua intenção é limpar a Europa de imigrantes e homossexuais. Este perigoso grupo nazista não está ativo apenas no sul, mas também participa da defesa da capital, Kiev. Enquanto falamos, eles também estão em processo de criação de três outros batalhões em toda a Ucrânia.
Desde 2014, sob vários presidentes (incluindo Zelenskyy), a Ucrânia não apenas armou o Batalhão Azov, mas financiou ainda mais suas atividades, incluindo a operação de acampamentos de verão semelhantes à Juventude Hitlerista e programas “educacionais” alinhados com sua ideologia nazista. Atualmente, o Batalhão Azov está recrutando ativamente nazistas, fascistas e nacionalistas brancos da Europa e da América do Norte para se juntarem às suas fileiras na Ucrânia como combatentes armados ideologicamente orientados.
O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OCHA) divulgou um relatório sobre o Batalhão Azov em 2016, onde afirma que Azov foi culpado de torturar e estuprar civis em áreas onde está operacional. E em 2019, quarenta membros do Congresso dos Estados Unidos tentaram sem sucesso ter Azov listado como uma Organização Terrorista Estrangeira. Mas, novamente, este não é um grupo marginal na Ucrânia. Eles são uma unidade totalmente incorporada dentro das Forças Armadas oficiais. De fato, desde a morte do ditador espanhol Francisco Franco em 1975, eles são a única unidade militar abertamente nazista ou fascista do mundo a ser intencionalmente integrada às forças armadas oficiais de uma nação.
Além disso, a Milícia Nacional, uma organização paramilitar aliada de Azov, opera há alguns anos em toda a Ucrânia, inclusive em Kiev, como uma espécie de grupo de vigilantes fascistas. Muitas vezes trabalhando em coordenação com a polícia local, a Milícia Nacional tem procurado promover sua ideologia de extrema-direita enquanto distribui sua versão de justiça através do uso da violência. Publicamente, eles afirmam que sua missão é restaurar a ordem no país. Na realidade, suas atividades incluíram ataques às comunidades ciganas e LGBTQ. Em 2018, em cenas que lembram a Itália dos anos 1920 ou a Alemanha dos anos 1930, mil de seus membros marcharam em formação pela capital, Kiev, em uma demonstração de força. E eles, junto com Azov, estão longe de ser os únicos grupos fascistas violentos que operam na Ucrânia na última década;
Se isso não fosse preocupante o suficiente, nos últimos dez anos a Ucrânia dedicou centenas de estátuas, memoriais, placas e nomes de ruas a Stepan Bandera e outros colaboradores nazistas da Segunda Guerra Mundial que desempenharam um papel direto no assassinato de milhares de ucranianos. Judeus e outras minorias étnicas na década de 1940. Um quarto de todos os judeus assassinados no holocausto (1,5 milhão) eram da Ucrânia. A homenagem pública aos assassinos em massa seria inconcebível do ponto de vista moral ou político se não fosse, infelizmente, a realidade na Ucrânia na última década.
O governo russo e Putin, embora sejam de direita e não sejam amigos da classe trabalhadora, deram muito valor a esse problema nazista em sua propaganda justificando a guerra. Eles exageraram esses fatos e chegaram ao ponto de afirmar que a Ucrânia é um estado nazista. A Ucrânia não é. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, é judeu. E a política geral do Parlamento ucraniano é de direita/neoliberal por natureza, mas não de caráter nazista. Em 2014, por exemplo, Svoboda e Setor Direita (ambos partidos fascistas/nazistas) combinaram 6,51% dos votos (conquistando apenas seis assentos na Verkhovna Rada). Em 2019, os partidos fascistas liderados pelo Svoboda receberam apenas 2,15% dos votos (e ganharam zero assentos). A partir de 2022 Svoboda &
Mas o sucesso eleitoral não é a única medida de poder em uma sociedade. A derrota fascista de 2019 nas urnas não diminui a verdade de que o estado ucraniano atualmente fornece apoio, armas, financiamento e legitimidade a perigosas organizações nazistas. Nem nada pode negar a realidade de que o governo de Zelenskyy baniu os partidos de oposição de esquerda em todo o país, incluindo a Oposição de Esquerda, União das Forças de Esquerda, Partido Socialista Progressivo da Ucrânia, Partido Socialista da Ucrânia e Partido Socialista. Além disso, governos anteriores já haviam banido o Partido Comunista dos Trabalhadores e Camponeses, bem como o Partido Comunista da Ucrânia (que em 2002 era o terceiro maior partido do país, com 64 assentos no parlamento).
O estado ucraniano é governado por três administrações diferentes desde 2014. E em nenhum momento o governo no poder procurou reverter ativamente o apoio estatal aos nazistas como encapsulado em Azov. O próprio Zelenskyy está no cargo desde 2019, e o Batalhão Azov continua crescendo e recebendo apoio e armas do Estado. Dado que Zelenskyy perdeu a família no holocausto, tal inação é, na melhor das hipóteses, desconcertante. Mas como quer que cheguemos ao presente, a crescente presença nazista na Ucrânia é uma verdade sombria que não deve ser negligenciada ou branqueada por aqueles que desejam contar uma história mais simples. Os governos, e aqueles que estão no poder, devem responder pelas decisões que tomam.
À medida que as tropas russas avançam, a resistência ucraniana a essa agressão parece ter se generalizado, atingindo todas as esferas sociais. Notícias têm circulado recentemente que milícias esquerdistas e anarquistas também estão se formando para defender sua nação contra o ataque imperialista. E certamente, a grande maioria dos ucranianos não são nazistas ou fascistas. Portanto, eles estão certos em se defender com as armas fornecidas pelo Ocidente, mas vamos ser honestos e não fingir que é Nestor Makhno e sua cavalaria que estão cavalgando para enfrentar a ameaça russa. Em vez disso, do jeito que as coisas estão, todo rifle ou foguete enviado pelos EUA e pela OTAN corre o risco de cair nas mãos dos nazistas. No entanto, sem nossas armas, a Rússia prevalecerá mais rapidamente em sua conquista. Então o que deve ser feito?
Os EUA e a OTAN devem exigir que o governo ucraniano cumpra imediatamente todos os laços formais e desmantele à força Azov. Eles também devem se comprometer a reter armas de todo e qualquer grupo nazista ou fascista ativo dentro de suas fronteiras. O governo ucraniano deve ainda concordar em tomar medidas que permitam a verificação de que tais condições estão sendo cumpridas. Embora esse esforço inevitavelmente seja resistido pela administração Zelenskyy (já que eles alegarão que precisam dessas forças de extrema direita nas linhas de frente), sua confiança nas armas ocidentais não lhes permite a latitude para resistir a tais demandas com vigor, caso tais condições sejam impostas. . O Ocidente também deve fornecer ajuda humanitária maciça e passagem livre para refugiados não fascistas que procuram escapar do conflito, e pelo cancelamento de todas as dívidas do FMI e do Banco Mundial (e exigências de austeridade associadas a elas) para não exasperar as condições sob as quais o fascismo pode prosperar. Os EUA e a OTAN também podem ajudar a desarmar as tensões globais declarando publicamente o compromisso de não expandir a OTAN mais para os antigos territórios soviéticos (historicamente a OTAN tem seus próprios interesses imperialistas que desestabilizaram as relações internacionais). Além disso, à medida que as circunstâncias surgem, o Trabalho Organizado deve procurar fornecer apoio material e político para as formações armadas de esquerda que estão se formando como parte da resistência (e apoio moral aos russos que continuam a protestar contra a guerra). Isso ajudará a restaurar um equilíbrio de poder favorável internamente no período pós-guerra. E reconhecendo que a Rússia é uma potência nuclear, em nenhuma circunstância os EUA e a OTAN devem tentar impor uma zona de exclusão aérea. Tal ato equivaleria ao início de uma guerra aérea com a Rússia, arriscando assim a Terceira Guerra Mundial.
O inimigo de seu inimigo nem sempre é seu amigo, para que não esqueçamos nossa experiência armando os Mujahidin no Afeganistão durante a ocupação soviética, a ascensão da Al Qaeda e os horrores de 11 de setembro de 2001, que se seguiram.
Portanto, limpemos os olhos das lágrimas justificáveis para o povo ucraniano e limpemos o ar do nevoeiro da guerra, para que juntos possamos julgar este momento histórico com sentidos mais sombrios e não inadvertidamente armar, treinar e apoiar os próximos terroristas de direita a emergirem de uma zona de conflito. Em suma, não ofereçamos amor a Putin nem armas aos nazistas.
* David Van Deusen é o presidente da Vermont AFL-CIO (American Federation of Labor – Congress of Industrial Organizations) [Federação Americana do Trabalho – Congresso de Organizações Industriais, Maior Central Operária dos EUA e Canadá, composta por 54 federações nacionais e internacionais de sindicatos da America do Norte.
Formada em 1955 pela fusão da AFL (1886) com a CIO (1935).
https://www.counterpunch.org/2022/03/24/concerning-the-war-in-ukraine-no-love-for-putin-no-guns-for-nazis/
Christian Fernandes
Ricos em marcha acelerada para matar o máximo possível de pobres.
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